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• CAMADA INFERIOR

• A rocha matriz se decompõe vagarosamente através da ação da chuva e outros fatores. A verdade é que todas as
rochas da Terra vêm sofrendo a ação dos agentes de erosão há bilhões de anos.
• A chuva que corre pelas encostas, os rios, as ondas e a corrente do mar, o vento carregado de areia, as mudanças
bruscas de temperatura e a ação biológica atuam alterando a forma e a dimensão das rochas. A água, com sua
enorme capacidade de dissolver substâncias, forma ácidos que, por sua vez, desagregam as rochas. Muitas vezes,
algumas rochas e minerais se esfarelam nas nossas mãos, dando origem aos grãos e às partículas que formam os
solos. De acordo com os diferentes tipos de rocha, teremos diferentes tipos de solo. Assim, a água transporta
compostos entre as diferentes camadas, removendo e trazendo substâncias entre elas. O solo é, portanto, um
compartimento dinâmico!
• CAMADA SUPERIOR
• A vegetação possui papel-chave na contribuição de compostos orgânicos que se concentram na parte superior do
solo. Os restos de folhas, galhos, raízes e os corpos dos animais mortos formam a matéria orgânica. Esta sofre ataque
dos diversos organismos que vivem no solo, fazendo com que se decomponha e libere nutrientes que possam
novamente ser utilizados pelas plantas e outros organismos. A matéria orgânica tem grande importância para os
solos, principalmente para aqueles que já sofreram muita ação do tempo, pois possui uma capacidade de retenção
de água e nutrientes muitas vezes maior do que argilas.
• EROSÃO
• É um processo natural, mas que pode ser intensificado pela ação humana. Ocorre
pela transformação e pelo desgaste do terreno devido à ação de agentes externos,
como chuva, vento e sol. Esse fenômeno provoca uma série de problemas
ambientais, com a intensificação da lixiviação e ocorrência de assoreamento e
deslizamentos de encostas e morros.
• DESERTIFICAÇÃO
• Refere-se ao processo de degradação e esgotamento do solo, também comum em
regiões áridas e semiáridas. O balanço hidrológico negativo (evapotranspiração
maior que a precipitação) causa sérios déficits hídricos no solo. A desertificação é
fortemente associada às práticas antrópicas, como as queimadas, o
desmatamento, a mineração e o uso intensivo pela agropecuária.
• COR
• Por meio da cor, é possível fazer inferências sobre o conteúdo de matéria orgânica, os tipos de óxidos de ferro que conferem cor avermelhada ao solo e os processos de formação. A cor foi a principal propriedade do solo
para se desenvolver a Carta de Cores de Munsell, que considera as variações da cor para a classificação do solo. Quanto mais escura a cor, maior a quantidade de matéria orgânica no solo. Cores claras já estariam
relacionadas com a presença de compostos como carbonatos e argilas despigmentadas. As cores vermelho e amarelo estão associadas à presença de óxidos de ferro: hematita e goethita, respectivamente. Veja na seção
Explore + uma sugestão de vídeo explicando como funciona a Carta de Cores de Munsell para solos.
• TEXTURA
• A textura tem grande influência no comportamento físico-hídrico e químico do solo, sendo de grande importância no manejo de solos utilizados para a agricultura. A textura é expressa através da proporção dos
componentes granulométricos da fase mineral do solo, ou seja, areia, silte e argila. De acordo com a classificação de tamanho de partículas no país, a argila se refere às partículas minerais que são menores que 0,002mm,
o silte se refere às partículas entre 0,002 e 0,05mm e a areia, às partículas maiores que 0,05mm. Esta pode ser classificada em areia fina (0,05-0,2mm) e areia grossa (0,2-2mm).
• Esses compostos minerais são os principais constituintes do solo, entretanto, é possível encontrar a presença de frações mais grosseiras que a areia, como cascalhos (2-20mm), calhau (20-200mm) e matacões (>200mm).
• A análise granulométrica é feita em laboratório, a partir da coleta de amostras e separação das frações constituintes do solo e do cálculo da contribuição relativa de cada uma delas. Quanto maior for a contribuição de
partículas finas (argila, silte), menor é a porosidade do solo, o que reflete em inúmeros processos, como, por exemplo, a infiltração de água no solo. Cada classificação pode estabelecer um número maior ou menor de
classes e subclasses para a textura do solo, refinando o papel de cada um desses constituintes na distinção deles.
• Formas de classificação do solo com base na proporção de areia (sand), silte (silt) e argila (clay).
• ESTRUTURA
• Refere-se ao arranjo estabelecido entre as partículas primárias entre si com outras substâncias encontradas no solo, como matéria orgânica e óxidos de ferro e alumínio. É na análise da estrutura que podemos identificar
a presença de agregados (unidades estruturais separadas entre si) e que possuem influência no desenvolvimento das plantas no solo (desenvolvimento do sistema radicular, disponibilidade de água e nutrientes e erosão).
• A estrutura geralmente é caracterizada de acordo com o tipo (blocos angulares e subangulares, colunar, granular, laminar, maciça e prismática), tamanho (muito pequena, pequena, média, grande e muito grande) e grau
de desenvolvimento (solta, fraca, moderada e forte).
• Exemplos do tipo de estrutura do solo.
• CONSISTÊNCIA
• A consistência se refere à adesão e coesão de partículas do solo. Assim, pode ser reflexo de outras propriedades, como a textura, a presença de matéria orgânica e a mineralogia. A consistência é observada em diferentes
condições de umidade: consistência seca (grau de resistência à quebra ou ao esboroamento do torrão), consistência úmida (friabilidade do torrão ligeiramente úmido) e consistência molhada (capacidade do material em
ser moldado e capacidade de aderência).
• Consistência seca: solta, macia, ligeiramente dura, dura, muito dura e extremamente dura.
• Consistência úmida: solta, muito friável, friável, firme, muito firme, extremamente firme.
• Consistência molhada: não plástica, ligeiramente plástica e muito plástica; não pegajosa, ligeiramente pegajosa e muito pegajosa.
• POROSIDADE
• A porosidade é visualizada na análise do perfil de solo. E é descrita conforme a quantidade dos poros (poucos, comuns ou muitos) e o tamanho (pequenos, médios, grandes ou muito grandes).
• CEROSIDADE
• Geralmente avaliada a olho nu, com auxílio de lupa ou em laboratório, a cerosidade ocorre nas superfícies dos agregados ou nos poros. Está relacionada à deposição de material inorgânico ou argila, conferindo caráter
brilhante ou lustroso. Caracteriza-se em virtude do grau de desenvolvimento (fraca, moderada ou forte) e da quantidade (pouco, comum ou abundante).
• 
HORIZONTES
• O HORIZONTE O
• Se caracteriza, em especial, pela presença de serapilheira, principalmente folhas e outras formas de matéria orgânica morta. É nessa camada que
se concentra a maioria dos organismos que habitam o solo. Nela podemos encontrar diversos organismos detritívoros responsáveis pelo
consumo da matéria orgânica morta típica desse horizonte. O horizonte O é formado em condições com boa drenagem. Em condições com
drenagem deficitária, as características dessa camada são distintas e este horizonte é denominado horizonte H.
• O HORIZONTE A
• Frequentemente apresenta duas subdivisões: A1 e A2. O horizonte A1 caracteriza-se por uma camada rica em húmus, constituindo-se em
material orgânico parcialmente decomposto que se mistura com o material mineral. O horizonte A2 caracteriza-se pela lixiviação extensiva de
minerais do solo. A lixiviação se refere ao processo de carreamento de compostos químicos pela ação da água. Sabe quando preparamos um
chá? Estamos lixiviando os compostos químicos contidos na erva, fruto ou folha que utilizamos no preparo para a água. No caso do solo, em
virtude de os minerais serem dissolvidos pela água, ou melhor, carreados pela água, é nessa camada que as raízes das plantas se concentram,
garantindo a eficiência na absorção dos nutrientes contidos neste “chá”.
• O HORIZONTE B
• Se caracteriza pela baixa concentração de material orgânico, tendo sua composição química similar à da rocha subjacente. Nesse horizonte, se
acumulam alguns compostos lixiviados da camada A2, como minerais de argila e os óxidos de alumínio e ferro (eluviação). Em alguns casos, a
camada que se forma pelo acúmulo desse material é reconhecível e chamada de horizonte E.
• O HORIZONTE C
• Se caracteriza pela presença de material mineral pouco alterado, semelhante à rocha matriz. Nessa camada, acumulam-se carbonatos de cálcio e
de magnésio, principalmente em regiões secas, caracterizando-se como uma camada dura, por vezes impenetrável. Algumas abordagens ainda
incluem um horizonte D ou horizonte R, caracterizado pela rocha matriz.
• ARGISSOLOS
• São solos bem evoluídos, com alto teor de argila, apresentando mobilização de argila na camada superficial.
• CAMBISSOLOS
• São solos pouco desenvolvidos, com horizonte B incipiente.
• CHERNOSSOLOS
• Possuem desenvolvimento médio, podendo apresentar ou não acúmulo de carbonatos de cálcio.
• ESPODOSSOLOS
• Referem-se a solos que sofrem com a podzolização e eluviação de compostos aluminosos que podem ou não
conter ferro; possuem a presença de húmus ácido.
• GLEISOSSOLOS
• São saturados de água (hidromórficos), com alto teor de matéria orgânica e intensa redução de compostos de
ferro.
• LATOSSOLOS
• São altamente evoluídos, laterizados, possuem argilominerais e hidróxidos de ferro e alumínio.
• LUVISSOLOS
• Possuem horizonte B textural com argila de alta atividade, com o horizonte superior lixiviado.
• NEOSSOLOS
• São pouco desenvolvidos, sem horizonte B, com predominância de características da rocha matriz.
• NITOSSOLOS
• Referem-se a solos bem evoluídos, fortemente estruturados em blocos e com alta cerosidade.
• ORGANOSSOLOS
• São orgânicos, onde a matéria orgânica constitui o próprio solo.
• PLANOSSOLOS
• São solos que perdem grande parte de argila da camada superficial para as camadas subsuperficiais.
• PLINTOSSOLOS
• Apresentam segregação e concentração localizada de ferro (plintitização).
• VERTISSOLOS
• São solos com desenvolvimento restrito e presença de argilas expansivas.

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