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CUSTOS INDUSTRIAIS

Docente: Engº. Ms. Jade Diane Fernandes Targino Filgueira


Material: Engº. Ms. Abraão Freires Saraiva Júnior
Custeio Pleno - Conceitos

O Custeio Pleno (do inglês Full Costing), também chamado de


Custeio por Absorção Total, considera os custos diretos e
variáveis no custo do produtos e rateia aos produtos tanto
os custos fixos fabris, como também as despesas
administrativas, comerciais e financeiras. Desta forma, o
custeio pleno possui lógica similar ao custeio por absorção.
Custeio Pleno - Conceitos

Modelo conceitual do custeio pleno com análise agregada de resultados


Custeio Pleno – Exemplo Didático

Refazer exemplo didático anterior utilizando:

-Volume de mão de obra de OP1 como base


de rateio do CIF.
-Volume de vendas como base de rateio
das despesas.

- Calcular o LAIR do período considerando os dois


métodos de custeio trabalhados no exemplo
didático.
Críticas ao Custeio Pleno

Convém ressaltar que o custeio pleno também


recebe duras críticas de alguns pesquisadores, tais
como Cooper e Kaplan (1988, p. 25) que são
veementes ao afirmar que os “sistemas tradicionais
que atribuem custos aos produtos utilizando base
simples baseadas em volume distorcem
seriamente os custos dos produtos. A distorção é
sistemática. Produtos com baixo volume são sub-
custeados e os produtos com alto volume são
super-custeados”.

Cooper e Kaplan (1988); Saraiva Jr. (2010)


Revisão Métodos de Custeio – Conceitos

O método de custeio afeta o valor do custo do produto e,


por consequência, condiciona a mensuração
lucratividade por produto, ou seja, da a margem
margem bruta, margem de contribuição)(ex:
que, por sua vez,
pode condicionar a tomada de decisão.

Dentre os métodos de custeio, podemos destacar:


 Custeio por Absorção .
 Custeio Pleno .
 Custeio por Absorção com Departamentalização
 Custeio Direto/Variável
 Custeio Baseado em Atividades
 “Lógica de Custeio” da Teoria das Restrições
Martins e Rocha (2010); Saraiva Jr. (2010)
Custeio por Absorção com Departamentalização

(DRE)
Custeio por Absorção com Departamentalização

Passos Básicos para Operacionalização:

1.Separação entre custos e despesas;


2. Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos;
3.Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos
departamentos, agrupando, à parte, custos indiretos que são comuns a
vários departamentos;
4.Rateio dos custos indiretos comuns e dos custos Indiretos referentes à
administração geral da produção aos diversos Departamentos, quer sejam
de Produção, quer sejam Auxiliares;
5.Escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos
Departamentos Auxiliares e da sua distribuição aos demais Departamentos
de Produção;
6.Atribuição dos custos indiretos, que agora só estão nos Departamentos
de Produção, aos produtos segundo critérios fixados.

Martins (2006)
Custeio por Absorção com Departamentalização

Podemos considerar Departamento como a unidade mínima


administrativa para a contabilidade de custos.

A Departamentalização dos custos é realizada por vários motivos. Um


deles é o desejo de se entender, quantificar e analisar o maior número
possível de custos indiretos. Outro motivo é o desejo de se apurar o custo
de cada produto, sejam bens ou serviços. A Departamentalização dos
custos vai permitir o estabelecimento de taxas de absorção
departamentais, conferindo maior confiabilidade ao trabalho de
apropriação dos custos chamados indiretos.

Os Departamentos podem ser divididos em dois grandes grupos: os que


promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto diretamente e os
que nem recebem o produto. Os primeiros são os que atuam sobre o
produto e são conhecidos por Departamentos de Produção, enquanto os
segundos, que vivem basicamente para execução de serviços auxiliares e
não para atuação direta sobre os produtos, são conhecidos por
Departamentos Auxiliares
Martins (2006)
Custeio por Absorção com Departamentalização
Os Departamentos de Produção (também conhecidos por “Produtivos”
ou “Operacionais”) têm seus custos atribuídos aos produtos, já que estes
passam inclusive fisicamente pelos departamento de produção. São
exemplos de Departamentos de Produção em empresas de manufatura:
Forjaria, Estamparia, Acearia, Laminação, Soldagem, Cromação,
Corte, Costura, Pintura, Manipulação,
Acabamento,
Moagem, Mistura, Embalagem, entre
Montagem,
outros.

Os Departamentos Auxiliares (impropriamente chamados às vezes de


“Não-Produtivos” e também conhecidos como “de Apoio“ ou “de Suporte”
ou “de Serviços”) geralmente não têm seus custos rateados “diretamente”
aos produtos, pois os produtos não passam por esses departamentos. Por
esses Departamentos existirem para a prestação de serviços a outros
Departamentos (principalmente os de Produção), têm seus
transferidos para os que custos se beneficiam. exemplos
São
deles
Departamentos Auxiliares em de manufatura: de
empresas Engenharia de Produtos, Planejamento
Produção, Gerência
Produção, Supervisão de Produção, Compras, Almoxarifado, de
Manutenção, Controle de Qualidade, entre outros. e Controle da
Martins (2006)
Custeio por Absorção com Departamentalização Exemplo Didático 1

Calcular os custos unitários dos produtos a partir do método de Custeio


por Absorção: SEM departamentalização e COM departamentalização. A
empresa trabalha com dois produtos: X e Y e apresenta os seguintes
dados relativos à sua estrutura de custos e de processos:
CIF Valor (R$)
Manutenção 60.000,00
Mão de obra indireta (MOI) 240.000,00
Seguro da Fábrica 100.000,00
TOTAL 400.000,00

Produto Quantidade Produzida MOD (hora) por Produto MOD Total


X 500 1
Y 600 0,5
TOTAL 1100 -
Custeio por Absorção com Departamentalização Exemplo Didático 1

Abaixo, é apresentado um quadro contendo o tempo, em horas, que os


produtos (total por tipo) passam em cada Departamento de Produção:

Produto CORTE MONTAGEM ACABAMENTO TOTAL


X 150 280 70
Y 120 30 150
TOTAL 270 310 220

A empresa conhece a distribuição dos CIF por Departamento de Produção


e usa como base de rateio dos CIF dos Departamentos aos produtos o
tempo de produção no Custeio por Absorção COM Departamentalização.
No Custeio por Absorção SEM Departamentalização, considera como base
de rateio do CIF total o volume de MOD (em horas).
DEPARTAMENTO CIF (R$)
CORTE 120.000
MONTAGEM 180.000
ACABAMENTO 100.000
Custeio por Absorção com Departamentalização Exemplo Didático 1

A empresa conhece, ainda, os custos relativos à matéria-prima e à MOD


por unidade produzida:
PRODUTO Custo de MP por Unidade (R$) Custo de MOD por Hora (R$)
X 40,00
10,00
Y 35,00

O diretor financeiro, ao saber que o preço de venda dado


pelo mercado é, no máximo, R$ 570,00 para produto X e R$
285,00 para produto Y, está pensando em suspender a
produção do produto Y por considerá-lo não lucrativo à
empresa.

Faça um comentário a respeito da opinião do diretor financeiro


e o ajude a tomar a decisão de suspender ou não a fabricação
do produto Y.
Referências Bibliográficas

MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2006


MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e
margens analisados sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas,
2010
SARAIVA JR. A. F. Decisão de mix de produtos sob a ótica do custeio
baseado em atividades e tempo. 173 p. Dissertação (Mestrado) –
Departamento de Produção, Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2010

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