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Ciência Política

A história das Instituições e do


pensamento político:
antiguidade
A política é a arte de governar, de gerir o destino da cidade.
Etimologicamente política vem de pólis (“cidade”, em grego).
 
 
- política como luta pelo poder: conquista, manutenção e
expansão do poder;
 
- reflexão sobre as instituições políticas por meio das quais se
exerce o poder;
 
- reflexão sobre a origem, natureza e significação do poder.
O poder
 
Discutir política é referir-se ao poder.
Capacidade de agir, de produzir efeitos desejados.
 
 
 
A força
 
Instrumento para o exercício do poder.
A legitimidade
 
Ter o consentimento daqueles que obedecem.
 
Nos Estados teocráticos, poder considerado legítimo vem da vontade
de Deus;
 
Nos governos aristocráticos apenas os melhores (mais ricos, mais
fortes, linhagem nobre, elite do saber) podem ter funções de mando;
 
Na democracia, vem do consenso, da vontade do povo.
Excertos do texto
“No Oriente, seja no Egito, na Assíria, na Caldéia,
na Pérsia, na Palestina, na Índia, na China ou no
Japão, o Estado tem características duradouras, que
perduram até o século XX, enquanto que no
Ocidente, na Grécia e em Roma, as características
originárias sofreram um processo de transformação
lenta, mas decisiva, desde o aparecimento das
Cidades-estados gregas até os atuais Estados do
mundo ocidental”. (DE CICCO; GONZAGA, 2008, p.
156)
Tópicos centrais
 Caráter sacro e religioso do poder;
 Idendificação total entre poder político e
religioso, patriotismo e religião;
 Absolutismo ou despotismo absoluto.
Tópicos centrais
 Grécia – o berço
 Governos republicanos
 Separação da moral e a religião do direito
 Governante eleito pelo povo, os cidadãos
comuns
 Cidades-Estado – Polis: Esparta e Atenas
Excertos do texto
“A política significava para os gregos [...] todos
os fenômenos estatais, tanto as instituições
como as atividades”. (p. 19)
Tópicos centrais
 Grécia – século V a. C.
 Do natural para o social e o político
 Liberdade de pensamento
 Período de transição
 O papel dos sofistas – política como arte,
técnica para a carreira
- perspectiva individualista
Excertos do texto
“A aquisição do poder político deu lugar a uma
luta entre a antiga camada social de
proprietários aristocráticos e a nova, formada de
comerciantes influenciados por idéias
estrangeiras e com espírito predisposto à
inovação”. (p. 19)
Platão
Cronologia

508 a. C. – A revolta popular liderada por Clístenes


instaura a democracia em Atenas;
460 – 479 a. C. – Período de apogeu de Atenas, no
qual ocorre o governo de Péricles;
432 a. C. – Irrompe a guerra do Peloponeso: entre
Atenas e Esparta;
428 – 427 a. C. – Nasce Platão em Atenas;
“Outrora na minha juventude experimentei o que
tantos jovens experimentaram. Tinha o projeto de, no
dia em que pudesse dispor de mim próprio,
imediatamente intervir na política.”
\
Cronologia

399 a. C. – Julgado pela Assembléia popular de


Atenas, Sócrates é condenado a morrer bebendo a
cicuta;

387 a. C. – Platão funda, em Atenas, a Academia;

348 – 347 a. C. – Platão morre em Atenas;

338 a. C. – Filipe da Macedônia conquista a Grécia,


vitorioso na batalha de Queronéia.
Obras políticas:

A república

O político

As leis
PLATÓN
Sócrates
PLATÓN Epistemología
confluyen
pretende
El pitagorismo
formula

“MENÓN” “FEDÓN” “LA REPÚBLICA”

es
entendido como que tiene n relacio con analiza
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INMORTAL FUNCIONES CLASES SOCIALES REGÍMENES
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DE LO EXISTENTE LA DIALÉCTICA LA DOXA
que es (OPINIONES)

es
que contemplan GRADO INFERIOR
GRADO SUPERIOR DEL CONOCIMIENTO
es
DEL CONOCIMIENTO

cuyo objeto superior es fundamento de


EL BIEN
Tópicos centrais
 Primeiro filósofo político

 Define o que é o “bom governo” e o “Estado


ideal”
Excertos do texto
“Segundo sua filosofia idealista, o Estado deve
ser, em ponto maior, o que é o homem em
ponto menor. Assim, como o homem é
governado pela razão, deveria o Estado ser
governado pelos sábios filósofos.” (DE CICCO;
GONZAGA, 2008, p. 158).
A república
- Sobre a natureza do Estado;
- A origem do Estado;
- A razão, valor e desejo;
- Classes: agricultores, guerreiro e magistrados;
- Unidade orgânica do Estado.
Excertos do texto
“A idéia política, fundamental, de A república é a
doutrina de que a autoridade governamental
tem que estar associada à cultura e ao
conhecimento mais amplo, e que o filósofo deve
ser o homem do Estado”. (p. 21)
• As constituições históricas, que representam
imitações ou formas corrompidas da constituição
ideal, podem ser de três espécies diferentes:
• se é um só homem que governa e imita o político
ideal, temos a monarquia;
• se são vários homens ricos que governam e
imitam o político ideal, temos a aristocracia;
• se é o povo na sua totalidade que governa e
busca imitar o político ideal, temos a
democracia.
• Quando essas formas de constituição política
se corrompem e os governantes buscam
apenas os próprios interesses e não os do
povo, nascem:
• a tirania;
• a oligarquia;
• a demagogia.
Exercício
• O mito da caverna.
Aristóteles
Cronologia
 384 a. C. – Nasce Aristóteles em Estagira, na Calcídia, região dependente da
Macedônia;
 
367/66 a. C. – Aristóteles chega a Atenas e ingressa na Academia platônica;
 
347 a. C. – Morte de Platão. Aristóteles deixa Atenas;
 
343 a. C. – A chamado de Filipe, Aristóteles vai para Pela e torna-se preceptor do jovem
Alexandre;
 
338 a. C. – Os macedônios derrotam os gregos em Gueronéia;
 
336 a. C. – Filipe é assassinado e Alexandre ascende ao trono da Macedônia;
 
335 a. C. – Aristóteles retorna a Atenas, onde funda o Liceu;
 
322 a. C. – Aristóteles morre em Cálcis, na Eubéia, ilha do mar Egeu.
Obras políticas:

Política
ARISTÓTELES
Tradición discursiva Creación de una nueva
confluyen pretende
ARISTÓTELES terminología filosófica
Amplitud de intereses
explica
Sistematización de saber
Filosofía de Platón
LOS FENÓMENOS
Sustancia primera

al
se muestran en el

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LENGUAJE Sustancia segunda

se
nos conduce al
Potencia
lo estudia la distingue exigen
MUNDO DE LAS IDEAS Problema del SER METAFÍSICA
Acto
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MOTOR INMÓVIL

se manifiesta en
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cambio en la
POLÍTICA ÉTICA LÓGICA RETÓRICA Y NATURALEZA
POÉTICA
es parte de trata sobre Comportamiento
su estudio
que es comprende
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valores
propios son
Individual Colectivo
LA FELICIDAD El BIEN Aspectos formales Aspectos no formales
confluyen genera La vida genera El Hombre
del lenguaje del lenguaje El cambio natural

ARETÉ puede ser


lo estudia
Definición
se concibe
comprenden
como se entiende
Proposición Opinión
como otros tipos
locativo cualitativo Psicología
Categorías de movimiento
La más fundamental Poética tienen una
de las ciencias Excelencia
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Armonía Formal se expresa
favorecido en la en la
sensitiva son Tipos de alma
Autarquía por Causal
Espacio de que Teoría de las
es POLIS intelectual
comunicación son Cuatro Causas
Educación Final
Excertos do texto
“A Política divide-se em oito livros, que tratam
da composição da cidade, da escravidão, da
família, das riquezas, bem como de uma crítica
às teorias de Platão. Analisa também as
constituições de outras cidades, num exercício
comparativo, descrevendo-lhes os regimes
políticos”. (DE CICCO; GONZAGA, 2008, p. 160)
Política:
um tratado sobre a arte do governo
Excertos do texto
“[...] em todas as ciências, assim como em todas
as artes, a finalidade é um bem; e o maior de
todos os bens encontra-se, sobretudo, naquela
entre todas as ciências que é a mais alta; ora, tal
ciência é a política e o bem, em política, é a
justiça, quer dizer, a utilidade coletiva”.
(Aristóteles apud, DIAS, 2010, p. 23)
Tópicos centrais
 Política como ciência independente;
 O tipo de ciência política mais semelhante à
atual;
 “O bem do homem”;
 O Estado e a atuação do cidadão;
 O homem – animal político;
 O Estado é anterior ao homem e existe para o
homem.
Excertos do texto
“Aristóteles definiu o Estado como uma
organização coletiva de cidadãos, e definiu este
(cidadão) como o indivíduo que tem direito de
participar do governo”. (p. 25)
Tópicos centrais
 A distinção entre os homens;
 A legitimidade da escravidão;
Formas de governo

Formas puras
Monarquia: governo de um só homem, de caráter
hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a
obediência as leis e às tradições
Formas pervertidas
Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder
por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa
pela intimidação, manipulação ou pela aberta repressão,
infringindo constantemente as leis e a tradição
Formas de governo

Formas puras
Aristocracia: governo dos melhor homens da república,
selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que
governa a cidade procurando o beneficio de toda a
coletividade
Formas pervertidas
Oligarquia: governo de um grupo economicamente
poderoso que rege os destinos da cidade, procurando
favorecer a facção que se encontra no poder em
detrimento dos demais
Formas de governo

Formas puras
Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o
respeito às leis e que beneficia todos os cidadãos
indistintamente, sem fazer nenhum tipo de
discriminação.
Formas pervertidas
Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce
o poder favorecendo preferencialmente os pobres,
causando sistemático constrangimento aos ricos.
Problema
“[...] tal como no modo de produção asiático, as
sociedades escravistas também
desenvolveram o Estado e o Direito. E
exatamente com a mesma função social das
sociedades asiáticas: manter os trabalhadores
em submissão, reprimir suas revoltas”.
(Lessa e Tonet, 2008, p. 60).
Exercício
• Encontre a influência das ideias políticas de
Aristóteles na modernidade?
Ciência Política

A história das Instituições e do


pensamento político:
antiguidade
ROMA
Tópicos centrais
 Grécia – comunidade política – polis;
 Roma – civitas – comunidade dos cidadãos;
res publica – a coisa pública
imperium
Tópicos centrais
 Grécia e Roma: mais importante pertencer à
comunidade que ao território;
 Cidade: concentração de indivíduos e não
como um espaço territorial.
Excertos do texto
“A história política de Roma, em grande parte, é
a luta dessa plebe para conquistar lugar no
governo”. (DE CICCO; GONZAGA, 2008, p. 161)
Marco Túlio Cícero
(106-43 a.c)
Tópicos centrais
 República em Roma (509 a 27 a. C.): crise
 Império (27 a. C. a 476 d. C.)
 Cícero: questões relativas ao Estado e a lei
 Orador;
 Defensor dos princípios da República;
 Obras: Das leis, Da república e Do orador;
Excertos do texto
“[...] o Estado é a consequência natural dos
instintos sociais do homem. Vê no Estado uma
instituição política distinta da sociedade em
geral; pois destaca igualmente uma separação
entre o Estado e o governo, reservando a
autoridade política suprema ao povo, entendido
como um todo, e considerando o governo como
um agente de sua vontade”. (p. 26)
Citação

“El bien público es la ley suprema”


(CICERÓN, 1956, p. 80).
Citação

No perfil ético do homem ideal romano


destacam-se, dentre outras, três virtudes
cardeais:
a pietas (piedade), referente aos deuses, à
família e à compaixão para com os vencidos –
humanitas, magnanimitas;
Citação

a fides (lealdade), relativa aos pactos políticos,


militares, individuais (no sentido da amizade), da
palavra dada, etc.;
Citação
e a gravitas (dignidade), que expressava o
domínio de si mesmo, a capacidade para se
enfrentar situações imprevistas, a serenidade na
solução de problemas e na emissão de juízos.

Estas eram virtudes específicas daqueles que


deveriam exercer o iustum imperium
(autoridade legítima) no exército e na República
(FONTAN, 1957).
PAZ E SEGURANÇA

“Entre las armas las leyes enmudecen”


(CICERÓN, 1956, p. 10).

(bom soldado – espírito em direito e político hábil e culto)


Citação
O direito, uma das mais significativas e originais criações
romanas e que se destacava entre os mais sólidos suportes
da nova ordem, era a garantia da liberdade humana e da
propriedade privada vinculada à família. Com a paulatina
cisão entre o poder político e a autoridade judicial, e com a
integração dos plebeus à vida pública, com amplos direitos,
foram postas as condições que tornaram possível o
surgimento do Estado como instituição política impessoal,
fundada na lei, e o assentamento das bases de um direito
comum a todos os povos, ius gentium (direito dos povos), o
qual deu origem ao moderno direito internacional
(PEREIRA MELO, s/d)
Excertos do texto
“Define a república como a reunião dos homens
‘que tem seu fundamento no consentimento
jurídico e na utilidade comum’. Considera que os
homens se reúnem devido a seu ‘instinto de
sociabilidade em todos inato; a espécie humana
não nasceu par ao isolamento e para a vida
errante, mas com uma disposição que, mesmo
na abundância de todos os bens, a leva a
procurar o apoio comum’”. (p. 26)
Tópicos centrais
 Distingue: monarquia, aristocracia e
democracia;
 Partidário da forma mista;
 As três formas se reuniram:
Consulado;
Senado;
Assembléia dos cidadãos.
Excertos do texto
“Os princípios da moral se aplicam tanto no
mundo político quanto na vida privada; a lei
legítima e verdadeira se constitui no império da
razão, de conformidade com as normas da
natureza, que é eterna e universal”. (p. 27)
Tópicos centrais
 A lei como a essência de um universo justo
por natureza;
 Lei positiva e razão natural;
 Difundiu as ideias gregas;
Excertos do texto
“Sua concepção da unidade do mundo e de uma
autoridade e uma lei universal constituíram um
importante princípio do pensamento político
que percorre todo o período medieval”. (p. 27)
Santo Agostinho
(354-430)
Tópicos centrais
 “Cidade do Homem”: ambiciosos, vaidosos,
prepotentes, orgulhosos;
 “A Cidade de Deus”: desapegados, humildes,
pacientes, benignos;
Excertos do texto
“Sua premissa é de que existem dois tipos de
seres humanos: os que amam a si mesmos tanto
até o ponto de desprezar a Deus, de um lado; os
que amam a Deus tanto até o ponto de
desprezar a si mesmos, de outro lado”. (DE
CICCO; GONZAGA, 2008, p. 164)
Tópicos centrais
 A história: a luta das duas Cidades;
 Estado: um remédio ou instrumento para o
mal;
 Estado e Igreja;
Excertos do texto
“Com isso fica patente uma subordinação do
Estado, na concepção de Agostinho, aos valores
cristãos. Ora, a principal propagadora de tais
valores sendo a Igreja de Cristo, deve o Estado a
ela se subordinar em tudo o que diz respeito à
moral, conservando sua autonomia no que se
refere às questões propriamente políticas e
administrativas”. (DE CICCO; GONZAGA, 2008, p.
164)
Tópicos centrais
 O Estado favorece a prática do Cristianismo;
Citação

“Dois amores construíram duas cidades: o amor de si


próprio até o desprezo de Deus construiu a cidade
terrestre, e o amor de Deus até o desprezo de si mesmo,
a cidade celeste. Uma glorifica-se em si, a outra no
Senhor; uma busca a sua glória entre os homens, a outra
o testemunho da consciência...
A paz do homem mortal com Deus é a obediência
ordenada na fé sob a lei eterna. A paz entre os homens é
a concórdia bem ordenada. A paz da casa é a concórdia
ordenada dos habitantes, no comandar e no obedecer. A
paz de uma cidade é a concórdia bem ordenada dos
cristãos no comandar e no obedecer... A paz de todas as
coisas é a administração dos seres iguais e desiguais,
com um lugar próprio assinalado para cada um.”
Ser livre é obedecer à exterioridade do

comando divino.
CONCEPÇÃO DE MUNDO MEDIEVAL
 Tudo era explicado como manifestação da vontade de Deus.

 Diretamente influenciada pelo catolicismo, a mentalidade


dominante no período medieval concebia um modelo de
homem e de sociedade obediente à Igreja e voltado para as
especulações do mundo espiritual.
 Pensamento contemplativo e mais submisso às
inquestionáveis verdades da fé.
 A religião, suporte do saber.
 Sociedade como eterna, imutável e hierarquizadamente
organizada.
 Negação do saber sobre a realidade, negação do saber
realista, do mundo objetivo dos homens;
 A verdade é conseqüência do espírito em contato com Deus;

 A única ciência é a ciência de Deus;


 O conhecimento se atinge através da fé, do êxtase, da
emoção, da contemplação (nunca pela razão, descrição,
observação);
 A razão só serve para justificar a fé;

 As verdades reveladas, os dogmas são as únicas premissas


aceitáveis para o desenvolvimento do conhecimento humano;
 O conhecimento deve ser desinteressado das coisas deste
mundo; jamais deve ser movido pela utilidade prática,
imediata.
Início da Idade Média

476: Deposição de Romulo Augusto por


Odoacro – Invasão dos hérulos –
Decadência de Roma após a invasão dos
bárbaros
Períodos da Idade Média

1º. do século V até meados do século


IX (época das invasões germânicas no
ocidente)
Períodos da Idade Média

3º. séculos XIV e XV. Época do renascimento


do comércio e das cidades, formação da
burguesia e consolidação das monarquias
nacionais do ocidente: Baixa Idade Média.
Períodos da Idade Média

2º. de meados do século IX até fins do


século XIII. Surge o feudalismo e a
consequente hierarquização social: Alta
Idade Média
Estado

Concepção negativa:
remediar a natureza má do homem.
Estado

Uma dura necessidade.


Aspecto repressivo.
Estado

Para aqueles que postulavam a natureza má do homem, a


finalidade do Estado não é promover o bem, mas
exclusivamente controlar, com a espada da justiça, o
desencadeamento das paixões que tornariam impossível
qualquer tipo de convivência pacífica.
Estado

Quem provê a salvação do homem não é o


Estado, mas a Igreja.
Estado

O grande tema da política medieval é a


dicotomia Estado-Igreja, não a variedade
histórica dos Estados (como na antiguidade).
Tomás de Aquino

(1225-1274)
Ideias centrais
 Constrói uma síntese nova entre o pensamento
antigo e a doutrina cristã.
 afirma: entre fé e razão não pode haver conflito, pois
uma e outra emanam de Deus.
 Verdades supra-racionais podem (e devem) ser
esclarecidas e defendidas pela própria razão.
 Sua preocupação: relação entre fé e razão.
Demonstrar racionalidade que as coisas existem para
que possa se realizar o ideal cristão.
Lex aeterna

É o plano racional de Deus, a ordem do universo


inteiro, através da qual a sabedoria divina dirige
todas as coisas para o seu fim. É o plano da
Providência conhecido unicamente de Deus e
dos bem-aventurados.
Lex naturalis

Há uma parte dessa lei eterna da qual, como


natureza racional, o homem é partícipe.
Seu núcleo essencial está no preceito de que
“deve-se fazer o bem e evitar o mal”.
O conteúdo da lei natural deduz-se as três
grandes tendências naturais: a) o ser humano
tende a conservar a sua existência; b) a
procriar; d) a conhecer a verdade e a viver em
sociedade. 
Em S. Tomás Aquino encontramos a exigência de
submeter, as lei civis aos preceitos do direito
natural (expressão da natureza racional do
homem).
Em caso de conflito entre ambos existe o direito
de resistência por parte dos homens,
reivindicando seus direitos naturais frente à
arbitrariedade dos governantes.
A lei natural, enquanto principio ordenador da
conduta humana está em harmonia com a
ordem geral do universo, baseada em última
instância na Lei Eterna (divina). 
Lex humana

Trata-se da lei jurídica, isto é, o direito positivo, a lei feita


pelo homem. E os homens, que são sociáveis por natureza,
fazem as leis jurídicas para dissuadir os indivíduos do mal.
É promulgada pela coletividade tendo em vista o bem
comum.
Ideia
“Não parece que possa haver lei se ela não for
justa”.

O Estado pode encaminhar os homens para o


bem comum e pode favorecer algumas virtudes,
mas não permite ao homem alcançar o seu fim
último, que é sobrenatural.
Lex divina

A lei revelada, a lei positiva de Deus que encontramos


no Evangelho, que é a guia para se alcançar a bem-
aventurança e que, ademais, preenche as lacunas e
imperfeições das leis humanas.
Exercício
Sugestões de leitura
FONTÁN, Antonio. Artes ad humanitatem.
Ideales del hombre y de la cultura en tiempos de
Cicerón. Pamplona: Publicaciones del Estudio
General de Navarra, 1957.
CICERÓN. Defensa de L. Murena. Barcelona:
Alma mater, 1956.

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