Para Capez (2018) a pena seria a “sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal, consistente na restrição ou SANÇÃO privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao delinquente, promover a sua readaptação social e PENAL prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade.”. A pena é responsável por delimitar o horizonte de projeção do Direito Penal, entretanto, estabelecer seus contornos conceituais é problemático. O conceito de pena está longe de ser dotado de precisão. O termo pena tem origem no PENA vocábulo latino poena, o qual, por sua vez, é oriundo da voz grega poné, que corresponde à vingança, entre outras significações atribuídas em diferentes culturas ao longo da história (ZAFFARONI, 2011). Para as teorias retribucionistas, a legitimidade externa da pena é apriorística, não estando condicionada por finalidades outras que não a punição, ao contrário das teorias utilitaristas, para as quais a legitimidade da pena está condicionada à sua adequação ao fim externo perseguido pelo direito penal, e que requer uma análise ou ponderação entre o valor do fim e o custo do meio. TEORIAS ABSOLUTAS As teorias absolutas fundam-se na premissa de que é justo devolver ou retribuir um mal (delito) com outro mal (pena). O pensamento retributivo esteve presente na base dos ordenamentos jurídicos primitivos (vingança de sangue), abandonado pelo utilitarismo ilustrado. Entretanto, foi retomado no século XIX, a partir das doutrinas kantianas – a pena como retribuição ética – e hegelianas – a pena como retribuição jurídica (FERRAJOLI, 2002) Para essa variante, a finalidade da pena consiste em prevenir, isto é, evitar a prática de novas infrações penais (punitur ne peccetur). É irrelevante a imposição de castigo ao condenado. Adota-se uma TEORIAS posição absolutamente contrária à teoria absoluta. Para essa RELATIVAS teoria, a pena não está destinada à realização da justiça sobre a terra, servindo apenas para a proteção da sociedade, assim não se esgota em si mesma, despontando como meio cuja finalidade é evitar futuras ações puníveis. Para Ferrajoli (2002), a combinação entre prevenção geral ou especial, que dizem respeito aos destinatários da prevenção, e as prevenções negativas ou positivas, que se relacionam com a natureza das prestações de acordo com seus destinatários, é possível advir quatro tipo de doutrinas relativas ou utilitaristas: Prevenção geral positiva ou da integração: que atribui a pena a função positiva de reforçar a fidelidade à ordem constituída; - TEORIAS Gunther Jakobs, Winfried Hassemer; Prevenção geral negativa: que conferem a pena a função de RELATIVAS dissuadir os cidadãos por meio do exemplo ou da ameaça que a mesma constitui; – J. P. Anselm Feurbach. Prevenção especial positiva ou da correção: que conferem à pena a função positiva de corrigir o réu; - Marc Ancel, Franz Von Liszt; Prevenção especial negativa: que dão a pena função negativa de intimidação, intimidando o apenado para que ele não possa no futuro ofender a lei penal. – Hobbes, Beccaria, Bentham, Franz Von Liszt; As teorias mistas ou unificadoras tentam agrupar em um conceito único os fins da pena. Esta corrente tenta recolher os aspectos mais importantes das teorias absolutas e relativas. Para essa TEORIAS MISTAS teoria entende-se que a retribuição, a prevenção geral e a OU prevenção especial são distintos aspectos de um mesmo e complexo fenômeno que é a pena. As teorias unificadoras partem UNIFICADORAS da crítica às soluções monistas, ou seja, às teses sustentadas pelas teorias absolutas ou relativas da pena. Qual a teoria adotada pela Código Penal?