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Especialização em Ortodontia
Diagnóstico em
Ortodontia
Padrão I
Leopoldino Capelozza Filho
Padrão I
Quando há envolvimento esquelético na má oclusão, o
posicionamento dentário é reflexo dele.
A distribuição
observada no
aspecto frontal é
potencialmente
muito positiva do
ponto de vista
estético, já que o
individuo Padrão I
foi predominante
nessa análise.
Prevalência do Padrão I
Equilíbrio Beleza
Figura 7:
Um menino de 14 anos e 2 meses,
mas ainda antes do surto
pubertário de crescimento pode
mostrar um perfil com sinais do
padrão II, deficiência mandibular,
o que deveria ser considerado
com a devida relatividade.
Quando isso ocorre em um
paciente ortodôntico em conjunto
com má oclusão com molares em
classe II, essa confusão é muito
frequente O diagnóstico correto
seria padrão I, classe II.
Análise Facial
Figura 8: O final de
tratamento aos 16 anos e 5
meses, mostra a oclusão
corrigida e melhora facial
ligada ao padrão de
crescimento. Ignorando esse
fato e creditando-o ao
tratamento, estar-se-á
criando uma falsa ideia das
possibilidades terapêuticas
Análise Facial
Figura 9:
O controle do paciente padrão I,
tratado de classe II, 4 anos após
o tratamento, com o
crescimento terminado, mostra
boa estabiliidade para as
relações oclusais e uma
mandíbula ainda melhor, com
crescimento característico do
padrão I.
Análise Facial
Figura 11:
Ao contrário do que acontece
para o padrão II, mas
obedecendo à mesma
determinante de perda de
convexidade facial com a idade,
uma paciente padrão III pode ser
aceita como I, em idade prévia
ao surto de crescimento. A
paciente apresenta uma face boa,
mas com uma mandíbula forte.
O diagnóstico não é fácil,
deixando dúvidas. Se há dúvida,
a regra de segurança para essa
circunstância é sempre
considerar a paciente provável
padrão III. Isso evita
prognóstico otimista em uma
situação de risco.
Análise Facial
ANÁLISE DA RADIOGRAFIA
LATERAL DA FACE
Indivíduos equilibrados, e sem má oclusão, são os escolhidos
para compor as amostras que geram os números médios usados
como representativos da normalidade.
Figura 17: Paciente em dentadura decídua, 5 anos de idade, com mordida cruzada anterior e posterior unilateral. Com a mandíbula
manipulada a mordida ficava de topo na anterior e ainda permanecia cruzada na posterior do lado esquerdo. O tratamento consistiu em um
aparelho fixo tipo Quadhelix para descruzar a mordida posterior, acrescido de molas digitais para vestibularizar os incisivos decíduos
superiores. Após um período de 6 meses, a oclusão posterior estava corrigida e a anterior, pelo menos presumidamente, também.
Presumidamente, porque os incisivos centrais decíduos superiores esfoliaram durante o tratamento. Nenhuma contenção faz parte desse
protocolo.
Tratamento interceptativo
A irrupção dos incisivos superiores aconteceu com tendência a cruzar a mordida anterior. Na época
propícia, quando já havia trespasse horizontal negativo, o paciente recebeu um aparelho removível
superior com molas digitais, corrigindo sua mordida em dois meses.
Tratamento interceptativo
Figura 19: Novamente, o aparelho foi suspenso já que havia estabilidade na mordida graças ao
trespasse vertical positivo, e o paciente agendado para monitoramento de irrupção e crescimento.
Crescimento, porque essa tendência à mordida cruzada anterior e à expressiva linha queixo
pescoço causaram preocupação, determinando maior cautela no prognóstico.
Tratamento interceptativo
Figura 20: Os controles subsequentes diminuíram dúvidas a respeito do padrão do paciente, que
crescia bem e mantinha suas relações oclusais corrigidas e faciais satisfatórias. A parte
funcional também estava bem e apenas o monitoramento de irrupção, com solicitações de
exodontias de dentes decíduos, mostrou-se necessário.
Tratamento interceptativo
Tratamento interceptativo
Esse aparelho foi escolhido porque a maxila era absolutamente normal no exame da face e parecia exibir no
exame intrabucal uma alteração apenas na forma do arco dentário superior. Adicionalmente, o efeito
reeducador de língua dos helicóides poderia ser útil para a posição da língua inadequada em repouso. Após
um período de 7 meses, a oclusão posterior estava corrigida. O aparelho foi removido e a paciente
acompanhada sem contenção, para verificação da estabilidade da forma e da possibilidade funcional.
Tratamento interceptativo
Figura 26: Os controles subsequentes provaram o padrão I da paciente, que crescia bem e mantinha suas relações oclusais
corrigidas e faciais satisfatórias. Após a irrupção de todos os dentes permanentes, um tratamento corretivo parcial foi
realizado. Esse tipo de abordagem parcial, colocando aparelho e tratando apenas uma região que é considerada problema, além
da vantagem de ser mais rápido, tem o mérito de não alterar a forma de arco e as relações oclusais criadas pela paciente após o
tratamento interceptativo.
Tratamento interceptativo
Com os conhecimentos hoje disponíveis, é razoável admitir que essa ocorrência era previsível (o apinhamento
é a ruga da boca). Não com absoluta certeza, mas com 70% de chance de alguma irregularidade na área. Um
tratamento simples pode corrigir isso, mas talvez uma atitude de caráter preventivo muito mais simples, como
o uso de uma contenção 3/3, pudesse evitar isso.
TRATAMENTO CORRETIVO
Figura 30: Paciente padrão I, com 11 anos e 8 meses, apresentando 3/4 de classe II nos caninos e 1/2 classe II nos molares, com
agenesias dos segundos pré-molares superiores e inferiores. A queixa principal era as agenesias e o desejo de um tratamento com
fechamento dos espaços. Um plano de tratamento com o uso de máscara facial foi proposto, com a justificativa de fazer o
fechamento dos espaços com o mínimo de repercussão facial. A face com tendência de crescimento horizontal preocupava.
Tratamento corretivo
Como iatrogenia, presença de recessões gengivais na região vestibular dos dentes superiores
posteriores. Dentes inferiores posteriores muito verticais, necessitando de torque lingual.
Considerando idade, o tratamento com expansão rápida da maxila, que provavelmente teria efeitos
positivos e suficientes para resolver os problemas de espaço, se executado em época adequada, foi
descartado. Como opção, extrações dos primeiros pré-molares foi a conduta adotada.
Tratamento corretivo
1. Localização da má oclusão:
2. Etiologia:
3. Idade:
4. Gravidade:
Paciente adulta com má oclusão dentoalveolar, local e grave (não pode ser
tratada adequadamente devido à ausência de crescimento).
Figura 34. Paciente padrão I, com relações oclusais tendendo à classe III, incluindo a compensação nos incisivos e caninos
inferiores. Crescimento terminado (15 anos, 3 meses) e queixa relativa à situação dentária. E razoável admitir o padrão I,
considerando as relações esqueléticas e faciais, principalmente na ausência de crescimento. O plano de tratamento foi bastante
atípico. O arco inferior e a decisão de como tratá-lo, desencadearam as demais condutas. A discrepância de modelo era
significante, mas extrações de pré-molares foram descartadas devido ao equilíbrio existente na região posterior do arco inferior.
Extrações no arco inferior exigiriam contrapartida similar no arco superior o que não parecia recomendável considerando a
relação justa que maxila e mandíbula guardavam entre si e expressavam na face. Extração de um incisivo central inferior foi,
então, a hipótese levantada para dissolver o apinhamento e permitir a sua correção com movimento para mesial dos caninos
inferiores. Isso descartaria a necessidade de extrações no arco superior, cujo apinhamento menor que o inferior poderia ser
corrigido com desgaste nos dentes anteriores. Essa foi a conduta adotada, e executada com montagem parcial dos aparelhos nos
arcos superior e inferior.
Tratamento corretivo
Figura 35.
Um tratamento localizado e
rápido foi suficiente para
corrigir as relações oclusais da
paciente, sem interferência nas
suas relações faciais.
Tratamento corretivo
Figura 41. Paciente padrão I, adulta, com protrusão dentária superior, retrusão dentária inferior, sobremordida
e diminuição da altura facial anterior inferior. Múltiplas perdas dentárias fazem parte da etiologia e complicam
o caso.
Tratamento corretivo
Figura 42. Resultado do tratamento cirúrgico da paciente padrão I, conduta determinada principalmente pelo fator idade. A face perturbada
pela grande protrusão dentária superior, retrusão dentária inferior e sobremordida, volta a apresentar uma estética consistente com o padrão I.
Protocolo de contenção para o
Padrão I
As alterações pós-tratamento dos pacientes Padrão I deverão
ser determinadas pela recidiva e pela instabilidade, causadas
à oclusão pelo processo final de crescimento ativo e pelas
alterações de crescimento da vida adulta.
Figura 43. “Experiência pode não trazer conhecimento, mas pode e deve trazer perspectivas”. Essa frase de um artigo sobre
contenção para sempre (PARKER, 1989), justifica sair do imobilismo e tomar atitudes com base em experiências próprias. A
experiência com pacientes tratados e examinados depois do tratamento, ao longo do tempo, confirma a hipótese do apinhamento
ântero-inferior aparecendo ou se agravando com o tempo. Hoje, essa hipótese é praticamente confirmada pela literatura. Nessa
perspectiva, conter por muito tempo, talvez para sempre, essa região é a conduta que se sugere para evitar ou minimizar o
apinhamento que é a ruga da boca.
Contenção
• 12 anos;
• Padrão I;
• Classe I;
• Apinhamento e
falta de espaço
para os caninos;
• Tratamento sem
exodontia;
• Maxila com
atresia relativa.
Expansão rápida
da maxila
Contenção
Contenção
Contenção
Contenção
Figura 47. Alterações pós tratamento (recidiva e instabilidade) apresentada pela paciente padrão I, tratada com ERM, placa lábio ativa e aparelho fixo. A paciente
removeu sua contenção 3/3 aos 18 anos de idade, com orientação profissional, porque “seu crescimento tinha terminado e os terceiros molares haviam sido
removidos”. Fora de controle, desde o final do tratamento, compareceu à clínica para queixar-se do apinhamento. A oclusão em geral ainda é boa, e os problemas são
restritos a um desalinhamento moderado dos incisivos superiores e ao apinhamento dos incisivos inferiores.
Contenção