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ACONSELHAMENTO

PSICOLÓGICO
A ENTREVISTA PSICOLÓGICA NA RELAÇÃO DE AJUDA
PROF. DR. PAULO BESSA DA SILVA
RELAÇÃO DE AJUDA

• É uma relação profissional em que uma pessoa deve ser


assistida para operar seu ajustamento pessoal a uma situação
à qual ela não consegue se adaptar normalmente.
CAPACIDADES DEMANDADAS

O AJUDADOR DEVE SER CAPAZ DE:

• Compreender o problema nos termos em que se coloca para tal


indivíduo singular em sua existência singular.
• Ajudar o "cliente" a evoluir pessoalmente no sentido de sua melhor
adaptação social.
ENTREVISTA EM UMA RELAÇÃO DE AJUDA

• A ENTREVISTA DE AJUDA NÃO É UMA CONVERSAÇÃO


• A ENTREVISTA DE AJUDA NÃO É UMA DISCUSSÃO
• A ENTREVISTA DE AJUDA NÃO É UMA ENTREVISTA NO SENTIDO
JORNALÍSTICO DO TERMO
• A ENTREVISTA DE AJUDA NÃO É UM INTERROGATÓRIO
• A ENTREVISTA DE AJUDA NÃO É UM DISCURSO DO ENTREVISTADOR
• A ENTREVISTA DE AJUDA NÃO É UMA CONFISSÃO
• A ENTREVISTA DE AJUDA NÃO É A BUSCA DE UM
DIAGNÓSTICO
SABER ESCUTAR E SABER OBSERVAR

• É necessário fugir do senso comum, das representações sociais acerca


do profissional de Psicologia: de que é capaz de adivinhar o que a
pessoa está pensando.
OBSTÁCULOS À PERCEPÇÃO E A
OBSERVAÇÃO DOS FENÔMENOS
PSICOLÓGICOS

• Cuidado com as distorções produzidas pela subjetividade –


preconceitos, temores, crenças.
• Tentação de operar uma seleção no Real e reter apenas o aspecto
correspondente ao nosso ponto de vista.
NECESSIDADE DE UMA ORIENTAÇÃO
POSITIVA DA ATENÇÃO

• Captar a situação tal qual como ela é vivida


• Conhecer as expressões daquilo que é significativo do ponto de vista
psicológico: a) expressões diretas (sorriso, braços contraídos em
torno do corpo, mudança brusca de assunto, por exemplo); b)
observação de si mesmo; c) observação da evolução da própria
situação de relação.
PERCEPÇÃO "INTERIOR" DO QUE SE TEM
A DIZER
ESCOLHA SEU CÓDIGO DE TRANSMISSÃO.

• Palavras

• Adaptação ao interlocutor
CAUSAS DE DISTORÇÃO

• a) a maneira de falar ou de articular a linguagem utilizada;


• b) a influência das circunstâncias externas (tempo disponível, perturbações eventuais
vindas do exterior, interrupções, etc...);
• c) a influência das próprias circunstâncias da relação: quadro social no qual tem
lugar a comunicação, posição espacial dos parceiros, posições hierárquicas ou de
status de um e de outro, diferenças ou semelhanças de sexo, idade, grupo de
pertencimento
A "RECEPÇÃO" DA COMUNICAÇÃO -
PERTURBAÇÕES

• a) Interpretação pessoal - por exemplo, deslocamento do acessório e


do essencial no conteúdo ouvido, significações pessoais dadas às
palavras, aos gestos, atenção canalizada a certas partes e não a outras,
no conteúdo da mensagem etc;
• b) Deformações devidas às atitudes pessoais do "receptor" ao receber a
mensagem: má preparação, humor, momento do dia, colisão com preocupações
de outra natureza, precipitação, prevenção consciente ou não consciente contra o
"emissor", influência das entrevistas anteriores, influência da ideia a priori sobre
a 'comunicação nessa situação, influência (já vista a propósito do emissor) da
ideia que ele faz sobre as opiniões do outro a seu respeito, influência das
variáveis da situação aqui e agora, etc..,;
• c) Avaliação do conteúdo da mensagem a partir do sistema
pessoal subjetivo das opiniões e das crenças no receptor ou
mesmo, simplesmente, do seu próprio vocabulário.
VARIÁVEIS DA ENTREVISTA

• Tempo
• Espaço
• O enquadramento intervém, por sua vez, sob dois aspectos: o quadro-ambiente
da entrevista e o quadro sócio institucional no qual ela se desenvolve
• Pertencimento: status social do entrevistador e do entrevistado
• Estereótipos dos grupos sociais de pertencimento
A ENTREVISTA COMO MOMENTO VIVIDO
PELAS DUAS PESSOAS PRESENTES

• Expectativas de cada parte


• Reações afetivas imediatas
• Interações
INDUÇÃO

• A intervenção orienta a resposta do cliente


• É a influência exercida sobre a resposta pelo modo de intervir na
relação
• Conceitos = noções de sentido e conteúdo
• Valores = concepções morais ou critérios de julgamento
ATITUDES ESPONTÂNEAS

• Reação à entrevista em si mesma – prolongar ou encurtar


• Sensibilidade a determinados aspectos existenciais
• Reação à pessoa do entrevistado
FACILITAR A EXPRESSÃO DO CLIENTE

SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES INTERIORES PESSOAIS E MORAIS


• Medo da entrevista
• Medo dos silêncios
• Dificuldade de manter-se em atenção vigilante, sem tomar iniciativa
• Temor de manipular o cliente
IMPERATIVOS PARA O ENTREVISTADOR

• Acolhida - o cliente não tem a obrigação de responder às perguntas ou reagir


• Estar centrado no que é vivido pelo cliente, não no relato
• Interessar-se pela pessoa, não pelo problema
• Respeitar o cliente
• Facilitar a comunicação e não fazer revelações
PRÓXIMO ENCONTRO

• Atividade prática sobre a dinâmica da entrevista


REFERÊNCIAS

• SPANOUDIS, S. Conhecer o outro na entrevista. Revista Daseinsanalyse. Associação Brasileira


de Daseinsanalyse, nº 4, 1978. Disponível em
http://server2.docfoc.com/uploads/Z2015/11/22/7oG9M69dq8/e13f70e12872d4cd352e039ee0b3
6c13.pdf

• MUCCHIELLI, R. A Entrevista Não-Diretiva. São Paulo: Martins Fontes, 1978. p. 11-51

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