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Função renal

Fabiana Rocha Araújo


Funções
▷ Eliminação de substancias indesejáveis ao organismo (ex.: ureia,
creatinina, uratos, pigmentos biliares...); Eliminação de fármacos

▷ Recuperar o material filtrado necessário ao organismo como proteínas de


baixo peso molecular, água e eletrólitos;

▷ Manutenção do equilíbrio ácido-básico pela retenção ou eliminação de


água ou eletrólitos;

▷ Produção e liberação de hormônios: controle da pressão sanguínea


(renina) e produção de células sangüíneas vermelhas (eritropoietina).
Fisiologia renal
Taxa de filtração glomerular (TFG)

▷ Volume de plasma filtrado pela cápsula de Bowman do


capilar glomerular por unidade de tempo.

▷ 3 a 6 mℓ/min/kg em cães

▷ 2 a 4 mℓ/min/kg em gatos.
Taxa de filtração glomerular (TFG)
Quando avaliar o sistema urinário?

▷ Checkup

▷ Sintomas diretamente relacionados ao sistema urinário


○ Hematúria, polaciúria, poliúria, incontinência

▷ Sintomas inespecíficos
○ Vômitos, diarreia, emagrecimento...
Avaliação laboratorial do sistema urinário

▷ Exames bioquímicos
○ Ureia
○ Creatinina
○ Eletrólitos (Na, K, Ca, P)

▷ Mensuração da taxa de filtração glomerular (TFG)


○ Depuração da creatinina endógena e iohexol

▷ SDMA

▷ Urinálise
Conceitos importantes

AZOTEMIA UREMIA
Conceitos importantes

DOENÇA INSUFICIENCIA
RENAL RENAL
Ureia

▷ Sintetizada no fígado

▷ Metabolismo de proteínas.

Aminoácido NH3 => Excreção na


Proteínas Rim
s Ureia urina

Fígado
Ureia
 Eliminação

▷ Principalmente por filtração glomerular


○ 50% reabsorvidos passivamente pelos túbulos
○ ↓ fluxo urinário => ↑ absorção ureia

▷ Pequena quantidade excretada pelas Glândulas salivares


○ Degradação em amônia no trato gastrointestinal => absorvida e convertida
em ureia pelo fígado novamente

▷ Ruminantes: flora degrada ureia em aminoácidos => ganho proteico e excreção


de ureia pelo sistema GI.
Condições associadas com alteração da ureia
sanguínea
Aumento Diminuição

Ingestão de proteínas da dieta Baixa ingestão de proteínas

Desidratação ou hipovolemia Esteróides anabólicos

Sangramento gastrointestinal Insuficiência hepática

Redução da TFG Shunt Porto sistêmico

Aumento do catabolismo (febre, doenças


infecciosas)
▷ Inúmeros fatores extra-renais modificam a concentração
sanguínea da ureia.

▷ Não é uma boa variável para afirmar a função renal


Creatinina Sérica

▷ Oriunda da creatina muscular


○ Produção constante

▷ Sofre pouca influencia de fatores extra-renais

▷ A creatinina é excretada do organismo quase que exclusivamente por


filtração glomerular
○ Secreção túbulo proximal (cães machos)

▷ Dieta rica em proteína X creatinina sérica.


Principais fatores associados ao aumento da
creatinina sérica

▷ Redução da TFG.

▷ Lesões pós-renais (ex.:obstrução uretral ou ruptura de


bexiga)

▷ Cromógenos não creatinínicos (cetonas, glicose, carotenos,


vitamina A), oxyglobin
○ [creat] desproporcionalmente maior que [Ureia]
○ [Ureia]/[Creat]: 20:1 (pequenos animais)
10:1 (grandes animais)
Azotemia Azotemia Azotemia
pré-renal renal pós-renal
Obstrução
Hipovolemi Lesão
do fluxo
a Renal
urinário
Azotemia pré-renal

▷ Hipovolemias (desidratação, insuficiência cardíaca e choque)

▷ Diminuição da produção urinária (oligúria, anúria) como tentativa de


conservar o volume plasmático => densidade urinária aumenta
○ Exceção: cães com perda da capacidade de concentrar a urina (diabetes
primário e secundário, hipercalcemia, esteroides...)

▷ Outras alterações: hiperproteinemia (hiperalbuminemia), aumento do VG.


○ Exceção: animais com anemia e hipoproteinemia
Azotemia Renal

▷ Doença renal com perda 75% dos nefrons


○ Capacidade compensatória (hipertrofia)

▷ Nefrose, necrose tubular => Insuficiência renal aguda

▷ Lesão glomerular, nefrite intersticial crônica, pielonefrite,


nefropatia familiar progressiva, cálculos bilaterais =>
insuficiência renal crônica
Azotemia pós-renal

▷ Obstrução do fluxo ou ruptura do sistema urinário inferior


=> anúria

▷ Incapacidade de excretar ureia e creatinina, associada a


contínua produção

▷ Reabsorção pelo abdome ou subcutâneo (ruptura)

▷ Mais comum em machos


Mensuração da taxa de filtração glomerular (TFG)

▷ A dosagem de ureia e a creatinina fornecem informações


grosseiras da TFG.

▷ A azotemia só é detectada após a perda da função de 75% dos


néfrons.

▷ Objetivam avaliar de forma mais precisa e precoce a taxa de


filtração glomerular.

▷ São testes realizados após a avaliação de rotina da função


renal.
Mensuração da taxa de filtração glomerular (TFG)

▷ Para avaliar a TFG utiliza-se como referência uma substância


que, uma vez na circulação sistêmica, será eliminada apenas
pela filtração glomerular.

▷ A depuração de uma substância é definida como a


quantidade de sangue ou plasma completamente liberada
desta substância, por unidade de tempo, através da filtração
renal.
Mensuração da taxa de filtração glomerular (TFG)

▷ Filtradas livremente pelos glomérulos.

▷ Não podem sofrer reabsorção ou secreção renal.

▷ Não podem ser metabolizadas em outros órgãos.

▷ Não podem modificar a função dos rins.


Depuração da creatinina endógena

▷ É necessário:
○ Coletar a urina por um período de 24 horas.
○ Mensurar a creatinina sérica e urinária.

▷ Deve-se obter:
○ Concentração da creatinina plasmática.
○ Concentração da creatinina na urina.
○ Volume de urina produzido (em 24h).
Depuração da creatinina endógena

▷ TFG = U x V/P
○ U = concentração da creatinina urinária (mg/ml)
○ V = volume de urina (ml/kg/min)
○ P = concentração plasmática (mg/ml)

▷ A depuração da creatinina endógena representa bem a TFG

▷ Valores de normalidade:

▷ Cão e gato: 2 a 5 mL/kg/min


Depuração Iohexol

▷ Mais prático pois não há necessidade de coleta de urina.

▷ Usa-se uma substância que também é eliminada apenas


por filtração glomerular.

▷ Fundamento:
○ Administrar o iohexol (600mg/kg, IV).
○ Amostras de sangue seriadas (a cada 30 a 60 min/6h).
○ Interpretar a curva de depuração.
Outros testes

▷  Dimetilarginina simétrica (SDMA)

▷ Mensuração sérica de eletrólitos (potássio, fósforo, sódio e


cálcio).
○ Hipercalemia, hiperfosfatemia, hiponatremia,
hipocalcemia/hipercalcemia
Referências bibliográficas
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
THRALL, M. A.; WEISER, G. ALLISON, R. W. CAMPBELL, T. W. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. 2. ed.
São Paulo: Roca. 2015. 688p.
STOCKHAM, S. L.; SCOTT, M. A. Fundamentos de Patologia Clínica Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan. 2011. 729.
ESTRIDGE, B. H.; REYNOLDS, A. P. Técnicas Básicas de Laboratório Clínico. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2011. 800p.
REGAN, W. J.; ROVIRA, A. R. I.; DeNICOLA, D. B. 2.ed. Atlas de Hematologia Veterinária. 2011. 120p.
 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BUSH, B. M. Interpretação de resultados laboratoriais para clínicos de pequenos animais. 1.ed. São Paulo: Roca, 2004.
376p.
ALMOSNY, N. R. P. Hemoparasitoses em Pequenos Animais Domésticos e como Zoonoses. Rio de Janeiro: L.F. Livros.
2002.
COLES, E. H. Patologia Clínica Veterinária. 3. ed., São Paulo: Manole, 1984. FABRIZIO, G.; BESERRA, H. E. O.;
COSTA, L. D. Citopatologia Veterinária Diagnóstica.1. ed. São Paulo: Medvet, 2014. 163p.
VADEN, S. L.; KNOLL, J. S.; SMITH Jr., F. W. K.; TILLEY, L. P. Exames Laboratoriais e Procedimentos Diagnósticos em
Cães e Gatos. 1. ed. São Paulo: Roca, 2014. 848p.

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