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Welfare State
O legado da economia política
clássica
Existem duas questões que estão quase
sempre presentes nos debates sobre o
Welfare State:
1) “A distinção de classe diminui com a
extensão da cidadania social?” Por outras
palavras será que o Welfare State poderá
vir a transformar fundamentalmente a
sociedade capitalista?
2) “Quais são as forças causais por trás
do desenvolvimento do Welfare State?
Estas questões já são bastante antigas e
foram realizadas por economistas do
século XIX.
Economia Política do Welfare
State
Actualmente, a ciência social
contemporânea distingue-se da
economia clássica, devido a dois factores
cientificamente considerados vitais. O
primeiro, define-se como ciência positiva
e afasta-se da prescrição normativa. O
segundo, deve-se ao facto de os
economistas políticos clássicos não se
interessarem pela diversidade histórica.
A produção mais recente tem como foco
o relacionamento do Estado com a
Economia definidos pelos clássicos do
séc. XIX.
A abordagem de sistemas/
estruturalista
A teoria dos sistemas ou estruturalista, utiliza
uma visão holística para interpretar a lógica
do desenvolvimento.
Concentra a sua atenção nas leis de
movimento dos sistemas.
Dá mais ênfase as semelhanças do que às
diferenças entre as nações.
Como é industrializada ou capitalista faz com
que se sobreponha às variações culturais ou
diferenças nas relações de poder.
Segundo esta perspectiva o Welfare State é
possibilitado pelo surgimento da burocracia
moderna como forma de organização
racional, universalista e eficiente. Este tipo de
raciocínio veio inspirar a “lógica do
industrialismo”, segundo o qual o Welfare
State emerge à medida que economia
industrial moderna vai destruindo as
instituições tradicionais.
A abordagem institucional
Os economistas políticos clássicos
deixaram bem explicito o motivo pelo
qual as instituições deviam influenciar o
desenvolvimento do Welfare State.
Os liberais tinham medo que a
democracia viesse a comprometer os
mercados e instaurasse o socialismo.
Uma variante recente e interessante
desta teoria afirma que os Welfare States
surgem mais depressa em economias
pequenas e abertas, que são mais
vulneráveis aos mercados internacionais.
Esta abordagem também se depara com
problemas empíricos importantes, pois
afirmava que quanto mais se ampliassem
os direitos democráticos maior seria a
probabilidade de se desenvolverem os
welfare states.
A classe social enquanto agente
político
Esta teoria distingue-se das anteriores,
pois centra o seu estudo nas classes
sociais, encarando-as como os
principais agentes de mudança.
Mais ao dar maior ênfase às classes
sociais não significa que se “esqueça”
da importância do poder estruturado.
Esta teoria supõe que os welfare states
“sociais-democratas”, estabelecem as
fontes de poder cruciais para os
assalariados e como consequência
acabam por fortalecer os movimentos
dos trabalhadores.
Continuação
O problema mais difícil desta tese é
especificar as condições para a
mobilização de poder, pois este varia de
fontes que variam do numero de eleitores
à negociação colectiva. A mobilização de
poder depende do nível de organização
dos sindicatos, do numero de votos e dos
lugares obtidos no parlamento pelos
partidos de esquerda e trabalhistas.
Resumindo, para esta teoria devemos
pensar em termos de relações sociais e
não em categorias sociais.
O que é o Welfare State?
Uma definição comum, é a “que ele
envolve responsabilidade estatal no
sentido de garantir o bem-estar básico
dos cidadãos”.
A primeira geração de estudos
comparativos iniciou-se com a definição
atrás referida. A intenção teórica
preocupava-se em testar a validade dos
modelos teóricos conflituantes da
economia política.
É complicado avaliar os estudos desta
primeira geração, pois não existem
demonstrações convincentes de alguma
teoria em particular.
Continuação
Os estudos que existem tentam explicar o
Welfare State, dando demasiada importância
aos gastos, o que nem sempre é bom, a
abordagem qualitativa contradiz a
sociológica.
E ao classificar os welfare states de acordo
com os gastos leva a crer que todos eles
contam igualmente, e não é verdade
A segunda abordagem surge da distinção
clássica entre welfare states residuais e
institucionais.
No primeiro o Estado só assume
responsabilidades quando a família ou o
mercado são insuficientes e tenta limitar a
sua prática a grupos sociais marginais e
merecedores.
Continuação