Você está na página 1de 47

Fábio Victor da Fonte Monnerat

Direito Processual Civil

Normas Fundamentais do Processo Civil Brasileiro

Prof. Fábio Victor da Fonte Monnerat


Procurador Federal – Advocacia-Geral da União
Mestre e doutorando em Direito Processual Civil pela PUC/SP
Coordenador do Curso de Pós Graduação em Direito Processual Civil da ESA/OAB-SP
Membro da Comissão de Processo Civil da OAB Nacional
Autor dos livros: “Introdução ao Estudo do Direito Processual Civil (5ª ed.)
e “Súmulas e Precedentes Qualificados”, ambos pela editora Saraiva
Conteúdo Programático:

1- Parte Geral: Teoria das normas fundamentais do processo civil brasileiro

1.1 - Conceito e caracterização das normas fundamentais


1.2 - Fontes das normas fundamentais
1.3 - Estrutura das normas fundamentais
1.4 - Destinatários das normas fundamentais
1.5 - Funções das normas

2 – Parte Especial: As normas fundamentais em espécie


2.1 – Análise dos dispositivos constitucionais e legais que consagram normas
fundamentais
2.2 – Análise dos principais desdobramentos concretos das normas
fundamentais
Parte Geral: Teoria das normas fundamentais do processo civil brasileiro

1. Fontes do Direito Processual Civil

2. As normas processuais na Constituição e na legislação infraconstitucional

3. O estabelecimento de uma sintonia fina com a Constituição Federal de


1988 e o Código de Processo Civil de 2015

4. A nova estrutura do Código de Processo Civil

5. Consagração de normas fundamentais


Parte Geral: Teoria das normas fundamentais do processo civil brasileiro

Conceito e características: normas que possuem a capacidade de


influenciar em todo o processo e em, praticamente, todas as técnicas
processuais
Critérios para caracterização das normas

1. Critério Topológico

2. Critério Hierárquico

3. Critério sistemático/funcional
Parte Geral: Teoria das normas fundamentais do processo civil brasileiro

Onde estão consagradas de normas fundamentais?

1. Constituição Federal: art. 5º, inc. XXXV, LV, LVI, LXXVIII, entre outros incisos;
art. 93, IX

2. Os 12 primeiros artigos do CPC 2015

3. Normas fundamentais espalhadas pelo NCPC: ex.: Art. 190; arts. 926 e 927;
art. 928, 489, §1º

4. Desdobramentos relevantes de normas fundamentais: regras concretas Ex.:


932, p.u.; 771
Parte Geral: Teoria das normas fundamentais do processo civil brasileiro

Estrutura normativa das normas fundamentais

1. Princípios processuais

1.1 - Princípios Constitucionais


1.2 - Princípios no CPC

2. Regras processuais

2.1 - Regras constitucionais (de competência e organização judiciária)


2.2 - Regras infraconstitucionais (de competência, de organização judiciária e
normas procedimentais)
Parte Geral: Teoria das normas fundamentais do processo civil brasileiro

Características e funções das normas fundamentais constitucionais

1. Possuem status de direitos fundamentais

2. São cláusulas pétreas

3. Possuem dupla dimensão: objetiva e subjetiva

4. Possuem aplicabilidade imediata

5. Possuem vários destinatários


Parte Geral: Teoria das normas fundamentais do processo civil brasileiro

Funções das normas fundamentais constitucionais

1. Função fundamentadora

2. Função interpretativa

3. Função limitadora

4. Função supletiva

5. Conflito de princípios e proporcionalidade


Normas fundamentais em espécie (I)

Princípios do devido processo legal e princípio da conformidade com


a Constituição Federal expresso no CPC/2015

Art. 5º, LVI, CPC: “LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal”

Art. 1º, CPC: “O processo civil será ordenado, disciplinado e


interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos
na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.”

1. Aspecto histórico
2. Aspecto simbólico
3. Aspecto pedagógico
Normas fundamentais em espécie (II)

Princípios da inércia jurisdicional e impulso oficial

“Art. 2º, CPC: “O processo começa por iniciativa da parte e se


desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.”

1 - Vedação de instauração de procedimento ‘de ofício’

2 - Vedação de sentença ultra ou extra petita

3 - Possibilidade/dever de dar andamento ao feito “de ofício”,


salvo expressa previsão legal
Ex.: requerimento de início do cumprimento de sentença
4 – Dever de verificação e correção de nulidades absolutas
(matérias de ordem pública)
Normas fundamentais em espécie (III)

Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional

Art. 5º, XXXV, CF: “A lei não excluirá da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça a direito”

Art. 3º, CPC: “Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional


ameaça ou lesão a direito”
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução
consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.
Normas fundamentais em espécie (III)

Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (cont.)

1. Direito de acesso à Justiça


 Justiça multiportas

2. Direito à resposta jurisdicional, justa, efetiva e em tempo


razoável

3. Garantia de tutela preventiva (inibitória)

4. Direito de ação como direito de participar


Normas fundamentais em espécie (III)

Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (cont.)

1. Direito de acesso à Justiça

2. Direito à resposta jurisdicional, justa, efetiva e em tempo razoável

3. Garantia de tutela preventiva (inibitória)

4. Direito de ação como direito de participar

5. Acesso à Justiça e “Justiça Multiportas”


Normas fundamentais em espécie (III)

Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional e condições da


ação no CPC/2015

1- Novo tratamento dado às condições da ação


1.1 - Legitimidade e interesse (art. 17 a 20)
1.2 - Supressão da impossibilidade jurídica do pedido
1.3 - Supressão da expressão “condições da ação”
2 - Especialmente sobre a ilegitimidade passiva (arts. 338 e 339 CPC)
2.1 - Concretização dos princípios da preferência pelo exame do mérito e
da cooperação
2.2 - Alegação em preliminar de contestação
2.3 - Oitiva do autor e possibilidades: alteração do sujeito passivo,
formação de litisconsórcio passivo ou manutenção do réu
Normas fundamentais em espécie (III)

Princípio da preferência pela solução consensual de conflitos

1. Auxiliares do juízo (mediadores e conciliadores)

2. Possibilidade de Câmaras privadas de solução consensual de


conflitos

3. Câmaras públicas de solução consensual de conflitos envolvendo o


Poder Público

4. OBRIGATORIEDADE DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO


(ART. 334, CPC), que só poderá ser dispensadas caso as duas partes
manifestem o desinteresse ou se o direito não admitir autocomposição.
Normas fundamentais em espécie (IV)

Princípio da efetividade (dimensão da inafastabilidade)

Art. 4º, CPC: “As partes têm o direito de obter em prazo razoável a
solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”

1. Princípio da preferência pelo julgamento do mérito:

Ex1.: No 1º grau de jurisdição - Art. 317, CPC: “Antes de proferir decisão sem
resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se
possível, corrigir o vício.”

Ex2.: Nos recursos - Art. 932 p.u., CPC: “Antes de considerar inadmissível o
recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que
seja sanado vício ou complementada a documentação exigível”.
Normas fundamentais em espécie (IV)

Princípio da duração razoável do processo

Art. 5º, LXXVIII, CF: “a todos, no âmbito judicial e administrativo,


são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.”

1- Direito das partes

2 – Dever dos magistrados e dos administradores da Justiça

3 – Influência no legislador

 As diversas variantes que influenciam a caracterização da


duração razoável
Normas fundamentais em espécie (V)

Princípios do contraditório e ampla defesa

Art. 5º, LV, CF: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são


assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.”

Art. 9º, CPC: “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que
ela seja previamente ouvida.”
 Exceções (adiante)

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual
deva decidir de ofício
Normas fundamentais em espécie (V)

Princípios do contraditório e ampla defesa (cont.)

1. Binômio: informação e reação (ciência e resistência)

2. Possibilidade de ampla participação das partes em todo o


desenvolvimento do processo

3. Vedação das “decisões surpresas”, ainda que a matéria possa


ser verificada de ofício
Ex1.: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica:
art. 133 e seguintes do CPC
Ex2.: O momento procedimental de inversão do ônus da prova
(art. 373, §1º do CPC)
Normas fundamentais em espécie (V)

Princípio do contraditório e tutela provisória (exceção ao


contraditório prévio)

Art. 9º, CPC:


Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311,
II e III do CPC;
III - à decisão prevista no art. 701 do CPC

1. Contraditório postergado

2. Execução provisória
Normas fundamentais em espécie (V)

Princípio do contraditório e tutela provisória (exceção ao


contraditório prévio) – cont.

 A concessão da tutela provisória sempre se dá em detrimento das


garantias do contraditório e da ampla defesa e portanto, só se
justificam quando a não concessão ofender princípios e garantias de
igual status constitucional que devem prevalecer a luz do caso concreto

 Ainda assim, o sistema deve prever mecanismos de equilíbrio


voltados a resguardar eventuais equívocos e restaurar o status quo nos
casos de após uma cognição exauriente o medida concedida se mostre
injustificada
Normas fundamentais em espécie (V)

Princípio do contraditório e tutela provisória (exceção ao


contraditório prévio) – cont.

(I) - Tutela de urgência: espécie de tutela provisória concedida em


função do risco de inefetividade ou inutilidade do provimento
jurisdicional definitivo por força do tempo necessário a atividade
de cognição exauriente somada a probabilidade de vitória do
autor

(II) - Tutela de evidência: espécie de tutela provisória concedida


em função da altíssima probabilidade de vitória do autor sem a
necessidade de demonstração de urgência
Normas fundamentais em espécie (V)

Princípio do contraditório e tutela provisória (exceção ao


contraditório prévio) – cont.

1 – Pressupostos da Tutela de Urgência (art. 300, CPC)


Elementos que evidenciem a probabilidade do direito, E;
Perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo

2 – Pressupostos da Tutela de Evidência (art. 311, II e III, CPC)


2.1 – Quando as alegações de fato puderem ser comprovadas
apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento
de casos repetitivos ou em súmula vinculante

2.2 – Quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em


prova documental adequada do contrato de depósito
Normas fundamentais em espécie (VI)

Dever de Motivação das decisões judiciais

Art. 93, IX, CF: “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação”

Art. 11, CPC: “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário


serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Normas fundamentais em espécie (VI)

Dever de Motivação das decisões judiciais

1 – Relação com o princípio do contraditório na perspectiva de consideração


judicial

2 - Direito das partes de terem todos os seus argumentos de fato e de


direito considerados e motivadamente afastados

3 - Dever de fundamentação analítica

4 - Concretização das hipóteses de cabimento dos embargos de declaração


por omissão
Normas fundamentais em espécie (VI)

Dever de Motivação das decisões judiciais e sua concretização no


art. 489, §1º CPC

Art. 489, § 1º, CPC: “Não se considera fundamentada qualquer


decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:”

I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,


sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador
Normas fundamentais em espécie (VI)

Dever de Motivação das decisões judiciais e sistema de precedentes


de acordo com o art. 489, §1º, V e VI do CPC

Art. 489, § 1º, CPC: “Não se considera fundamentada qualquer


decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:”

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem


identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente


invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da cooperação
Art. 6º, CPC: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.”
 Passividade X Atividade X Cooperativo
1. Todos são responsáveis por uma tutela jurisdicional justa, efetiva e em
tempo razoável;
2. Poder dever do juiz de remover obstáculos que impeçam o julgamento de
mérito (ex.: art. 321)
3. Poder dever do juiz de efetivar os comandos jurisdicionais inclusive de
ofício (ex.: art 537)
4. Dever das partes de colaborarem e removerem obstáculos que impeçam a
efetiva prestação jurisdicional (Ex.: art. 774, V e p.u.)
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da cooperação (cont.): formas de incidência

Ex1.: Art. 321, CPC “O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes
de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser
corrigido ou completado”
Ex2.: Art. 319, §1º, CPC: “§ 1º Caso não disponha das informações previstas
no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências
necessárias a sua obtenção.” (nome, endereço e qualificação do réu)
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da Boa-fé

Art. 5º, CPC: “Aquele que de qualquer forma participa do processo


deve comportar-se de acordo com a boa-fé.”

 Boa-fé objetiva = norma de conduta com capacidade de impor e


proibir comportamentos além de criar situações jurídicas ativas e
passivas
 Desdobramentos do princípio da boa-fé objetiva
1. O princípio funciona como um critério hermenêutico interpretativo
Art. 322, CPC “a interpretação do pedido considerará o conjunto da
postulação e observará o princípio da boa-fé”
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da Boa-fé (cont.)

 Desdobramentos do princípio da boa-fé objetiva (cont.)


1. O princípio funciona como um critério hermenêutico interpretativo
(cont.)
Art. 389, § 3º, CPC: “a decisão judicial deve ser interpretada a
partir da conjugação de todos os seus elementos e em
conformidade com o princípio da boa-fé.”
2. A boa-fé cria deveres anexos ou colaterais;
2.1 - Para as partes
2.2 - Para o juiz
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da Boa-fé (cont.)

 Desdobramentos do princípio da boa-fé objetiva (cont.)


2. A boa-fé cria deveres anexos ou colaterais;
2.1 - Para as partes (cont.)
Exs.: Art. 77, CPC:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de
que são destituídas de fundamento;
III – não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à
declaração ou à defesa do direito”, entre outros deveres processuais.
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da Boa-fé (cont.)

 Desdobramentos do princípio da boa-fé objetiva (cont.)


3 – A boa-fé regula (e limita) o exercício de direito
Ex1.: Proibição de provocar incidente manifestamente infundado;
Ex2.: Vedação de interposição de recurso com intuito manifestamente
protelatório
Ex3.: Vedação de comportamentos incoerentes
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio do duplo grau de jurisdição

 Não há previsão constitucional expressa


 Conclusão pela consagração implícita
 Previsão da estrutura do Judiciário e tribunais com competência
para julgar recursos na Constituição Federal
 Regra absoluta ou que admite exceções?
 Decisões de competência originária do STF
 Embargos Infringentes nas execuções fiscais
 Processos em curso nos Juizados especiais
 Especialmente sobre a recorribilidade das interlocutórias
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio do juiz natural
Art. 5º, LIII, CF: “ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente.”
Art. 5º, XXXVII, CF: “não haverá juízo ou tribunal de exceção”
 Importância da normatização infraconstitucional
1. Juiz competente
2. Juiz imparcial
3. Impossibilidade de “escolha do juiz”
Ex.: Hipóteses de prevenção do juízo
4. Vedação de tribunais de exceção
5. Reserva de plenário
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio do juiz natural (cont.): Normas de repartição de
competência
1. A competência como pressuposto processual de validade
2. Fontes de normas de competência
3. Parâmetros normativos definidores da competência
3.1 - Normas excepcionais e específicas definidoras da
competência
3.2 - Critérios de repartição de competência: matéria, pessoa,
valor, função e território
3.3 Metodologia de aplicação das normas de repartição de
competência
4. Classificação da competência
4.1 - Competência Absoluta e competência relativa
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da definitividade (coisa julgada)

Art. 5º, XXXVI, CF: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”

Art. 502, CPC: “Denomina-se coisa julgada material a autoridade que


torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a
recurso.”
 Coisa julgada meramente formal?
 Hipóteses de relativização da coisa julgada
 Ação rescisória
 Ação declaratória de inexistência
 Impugnação do cumprimento de sentença
Normas fundamentais em espécie (VI)
Principios da igualdade e o dever o juiz de promover o contraditório,
eficiência, moralidade e bem comum

Art. 7º, CPC “É assegurada às partes paridade de tratamento em


relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.”

Art. 8º, CPC: “Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a
dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a
Normas fundamentais em espécie (VI)
Ordem de preferência de julgamento

Art. 12º, CPC: 2. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente,


à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.”

 Exceções:
1. as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou
de improcedência liminar do pedido;
2. o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica
firmada em julgamento de casos repetitivos;
3. as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 ;
4. julgamento de embargos de declaração e agravo interno;
5. as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ;
6. causas criminais em caso de cumulação de competência
7. a causa que exija urgência no julgamento
Normas fundamentais em espécie (VI)

Princípio da assistência judiciária integral e gratuita

Art. 5º, LXXIV: “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos, CF: “O Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”

Art. 134, CF: “A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inc. LXXIV do
art. 5º da Constituição Federal.
Normas fundamentais em espécie (VI)

Princípio da assistência judiciária integral e gratuita (cont.)

Custos financeiros do processo

1. Custas processuais

2. Despesas processuais

3. Honorários Advocatícios

 Requisitos para a concessão da Gratuidade da Justiça:

 Hipossuficiência econômica

 Afirmação da parte, como possibilidade de impugnação da pare contrária


ou controle de ofício pelo juiz e tribunal
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da assistência judiciária integral e gratuita (cont.)

Ônus do adiantamento e dever de pagamento

1. Custas processuais: dispensa de adiantar e dever de ressarcir a parte sob


condição suspensiva se não alcançada condições de pagamento em 5 anos (art. 98,
§3º CPC)

2. Despesas processuais: Mesma dinâmica das custas (art. 98, §3º CPC), salvo
perícia

2.1 – Perícia: custeio ou realização pelo Estado

3. Honorário advocatícios: condenação da parte sob condição suspensiva se


não alcançada condições de pagamento em 5 anos (art. 98, §3º CPC)
Normas fundamentais em espécie (VI)

Princípio da igualdade e segurança jurídica


Resultado do processo: vinculação dos juízes e tribunais aos
precedentes qualificados e dever de respeito a jurisprudência

Art. 5º, CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, (...)

Art. 926, CPC “Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e


mantê-la estável, íntegra e coerente.
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da igualdade e segurança jurídica (cont.)
 Jurisprudência persuasiva e precedentes vinculantes

1 - Jurisprudência: conjunto de julgamentos reiterados sobre a mesma


questão de direito pelos tribunais, no mesmo sentido.
2 - Precedentes: único julgado, em regra não vinculante salvo de qualificado
3 - Precedentes qualificados: Julgamento proferidos em procedimentos
previstos em lei voltados a consagração de uma tese, apta a expressar o
entendimento do Tribunal sobre uma questão de direito e a ser aplicada nos
demais casos que envolverem a mesma matéria
4 - Súmulas: representação formal da jurisprudência pacífica, ou dominante,
que emerge de um procedimento específico de reconhecimento da pacificação ou
domínio do entendimento jurisprudencial
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da igualdade e segurança jurídica (cont.)
 Art. 927, CPC: “Os juízes e tribunais observarão” (obrigatória)
I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II – os enunciados de súmula vinculante
III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução
de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional, do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – orientação do Plenário e do órgão especiais aos quais estiverem
vinculados
Normas fundamentais em espécie (VI)
Princípio da igualdade e segurança jurídica (cont.)

 Dos tribunais uniformizarem sua jurisprudência

 Dever dos tribunais respeitarem a jurisprudência

 Dever dos demais juízes e tribunais obedecerem a jurisprudência e


determinados precedentes

 Mecanismos aplicação de precedentes e aceleração do procedimento

 Possibilidade de modulação de efeitos de novos entendimentos vinculantes

Você também pode gostar