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Alterações da

Linguagem

FERNANDA UZEDA
Definição de Linguagem

A LINGUAGEM é a
“expressão do
pensamento por meio de
palavras”.
 A palavra pode ser falada ou
escrita. Estas duas formas de
manifestação do pensamento
constituem o último elo da
cadeia de processos psíquicos
que, iniciando-se a percepção,
terminam com a expressão da
palavra falada ou escrita.
Definição de Linguagem

A linguagem é considerada como um


processo mental de caráter essencialmente
consciente, significativo e orientado para o
social. Entretanto, não se pode afirmar
categoricamente que em todo seu curso a
linguagem seja inteiramente consciente.
Definição de Linguagem

A linguagem “permite não somente a


transmissão dos conhecimentos adquiridos ao
longo do processo histórico pelo qual o
homem se torna progressivamente o senhor
da natureza, mas dá-lhe também um meio de
conhecimento, a possibilidade de abstrair dos
primeiros sinais da realidade seu aspecto
profundo e as leis que regem os objetos e
fenômenos da natureza”.
Definição de Linguagem

A linguagem possui as seguintes finalidades:


 Comunicação social.
 Expressão de vivências externas (pensamentos,
sentimentos.
 Organização da experiência sensorial e dos
processos mentais.
 Tradução dos estímulos externos.
 indicação e descrição das coisas.
 transmissão de conhecimentos.
 Regulação da conduta.
Alterações quantitativas
AFASIAS:

Conceito: As afasias são distúrbios de


linguagem causados por lesão das áreas corticais de
associação responsáveis pelo processamento
lingüístico.
Definições: PERDA DA FALA EM CONSEQÜÊNCIA
DE UMA DESORDEM CEREBRAL. PERDA TOTAL OU PARCIAL
DA LINGUAGEM FALADA COMO CONSEQÜÊNCIA DE UMA
LESÃO CEREBRAL.
SÃO TRANSTORNOS DA LINGUAGEM ASSOCIADOS A
UM ATRASO NA AQUISIÇÃO DA MESMA, À COMPREENSÃO E A
EXPRESSÃO DEVIDO A UMA LESÃO DO SISTEMA NERVOSO
CENTRAL. A AFASIA PODE SER CONGÊNITA OU ADQUIRIDA
POR ALGUMA LESÃO CEREBRAL.
Alterações quantitativas
AFASIAS:
Afasia Motora (expressiva ou de Broca): constitui uma
apraxia verbal. Os pacientes conseguem utilizar os músculos
fonadores para outros fins que não a fala. Trata-se de uma afasia
não fluente. O discurso emitido com grande dificuldade,
caracteriza-se por frases curtas ou simplesmente fragmentos de
palavras e pela perda da estrutura gramatical. A afasia motora está
relacionada a lesões na região póstero-inferior do lobo frontal
esquerdo (Área de Broca).
Alterações quantitativas
AFASIAS:
Afasia Sensorial (receptiva, ou de Wernicke): Esta afasia
corresponde a uma agnosia verbal. Há perda da capacidade de
compreender a linguagem, e a audição, por definição não está
prejudicada. É uma afasia fluente, mas o paciente tem dificuldade
em compreender a própria fala, as palavras são pronunciadas de
forma defeituosa. As capacidades de repetição e de nomeação
estão comprometidas. A sintaxe também pode estar alterada
Alterações quantitativas
AFASIAS:
Alterações quantitativas
AFASIAS:
Afasia de condução: Na afasia de condução, há fluência, a
compreensão é normal, mas a capacidade de repetição e a de
nomeação estão comprometidas. Esse tipo de afasia está
relacionado a lesões no fascículo arqueado que conecta a área de
Wernicke com a de Broca.
Afasia Global: na afasia global – relacionada a lesões das
áreas de Broca e Wernicke -, a expressão, a compreensão e a
repetição são normais.
Afasia Transcortical: sua principal característica é a
preservação da capacidade de repetição. Trata-se de uma afasia
não-fluente, podendo estar a capacidade de compreensão
comprometida ou não.
Afasia Anômica: na afasia anômica, há dificuldade em
nomear objetos. A expressão, a compreensão e a repetição são
normais.
Alterações quantitativas

Agrafia: caracteriza-se pela incapacidade isolada para


escrever. Também pode estar associada às afasias.
Alexia: na alexia, perde-se a capacidade para a leitura.
Pode ocorrer isoladamente ou associada às afasias e agrafias.
Aprosódia (hipoprosódia): ocorre respectivamente, perda ou
diminuição da modulação afetiva da fala, que se torna
monocórdica, monótona. Pode haver também perda ou diminuição
da capacidade de compreender a prosódia da fala das outras
pessoas. Esse distúrbio está relacionado a lesões do hemisfério
direito.
Hiperprosódia: caracteriza-se por uma acentuação da
inflexão verbal; uma fala enfática. Ocorre na mania.
Mutismo: significa ausência da fala. Pode expressar
negativismo (silêncio deliberado) ou inibição psíquica (no esturpor
esquizofrênico, depressivo, histérico ou do delirium).
Alterações quantitativas

Logorréia: a logorréia (ou verborréia, ou verborragia) refere-se


à uma expressão verbal aumentada. O paciente fala o tempo todo e é
difícil interrompê-lo. Ela é observada tipicamente nos estados
maníacos.
Oligolalia: a oligolalia (laconismo) refere-se a uma expressão
verbal diminuída, mas não abolida. Consiste no oposto da logorréia. É
observada nas mesmas situações em que o mutismo pode ocorrer.
Hiperfonia: representa uma elevação do volume da voz, isto é,
falar excessivamente alto.
Hipofonia: é uma redução do volume da voz, ou seja, falar
muito baixo, o que pode tornar impossível entender o que é dito.
Taquilalia ou Bradilalia: referem-se respectivamente, a um
aumento e a uma diminuição da velocidade da expressão verbal.
Latência da Resposta: refere-se ao tempo que o paciente
demora para responder às perguntas do examinador, podendo estar
aumentada ou diminuída.
Alterações qualitativas

Ecolalia: consiste na repetição, como um eco, da última ou últimas


palavras faladas pelo entrevistador (ou pessoa no ambiente), dirigidas
ou não ao paciente. Ocorre na esquizofrenia catatônica, no autismo e
na demência.
Palilalia: consiste na repetição involuntária da última ou últimas
palavras que o próprio paciente falou. Ocorre na demência.
Logoclonia: é semelhante a palilalia, só que a repetição é apenas das
últimas sílabas. Também é tipicamente encontrada na demência.
Estereotipia verbal: consiste numa repetição monótona, inadequada e
sem sentido comunicativo de palavras ou frases. Ocorre na
esquizofrenia catatônica e na demência.
Mussitação: o paciente fala com uma voz sussurrada, em volume muito
baixo e monótono, quase sem mover os lábios; fala para si próprio, e
de forma incompreensível. Ocorre na esquizofrenia.
Solilóquio: refere-se ao comportamento de falar sozinho. É um
indicador de alucinações auditivas.
Alterações qualitativas

Neologismos: consistem em palavras novas, criadas pelos


pacientes, ou palavras já existentes às quais é atribuído um novo
significado. São encontrados principalmente na esquizofrenia.
Jargonofasia: representa uma completa desorganização da
linguagem, cuja sintaxe se torna inteiramente incoerente. Palavras
reconhecíveis, em geral articuladas corretamente, são emitidas de
forma caótica e ilógica, podendo ainda ser misturadas à neologismos.
Este distúrbio ocorre na esquizofrenia e na afasia sensorial.
Parafasias: referem-se à deformação ou troca de palavras,
podendo ser literais ou verbais. A parafasia literal caracteriza-se pela
substituição de uma palavra por outra de som semelhante, como faca
por vaca. A parafasia verbal é caracterizada pela substituição de uma
palavra por outra semanticamente relacionada, como faca por garfo.
Coprolalia: este distúrbio é caracterizado pela presença de
palavras obscenas, vulgares ou relativas a excrementos. Quando se
constitui num tique verbal, é típica da síndrome de Tourrette.
Alterações qualitativas

Glossolalia: é como se o indivíduo estivesse falando outra


língua. Ele produz sons incompreenssíveis.
Maneirismos: no maneirismo verbal, a fala torna-se pouco
natural, afetada, seja quanto à escolha das palavras (rebuscamentos,
uso de palavras “difíceis”, formalismo exagerado, assim como uso
excessivo de diminutivos, gírias, etc.), e à pronúncia e ao sotaque.
Pedolalia: na pedolalia, o paciente fala com voz infantilizada.
Para-respostas: são respostas disparatadas em relação às
perguntas . Por exemplo: “Qual é o seu nome?” – resposta: “acho que
vai chover hoje!”. Este distúrbio ocorre na esquizofrenia e na
demência.
A Linguagem nos principais transtornos mentais

Na Mania: o paciente em geral fala alto, está logorreico e apresenta


taquilalia, hiperprosódia, e diminuição da latência da resposta, podendo
apresentar ainda coprolalia, em função da perda da autocensura.
Na Depressão: tipicamente, na depressão há oligolalia ou mutismo,
bradilalia, hipofonia e aumento da latência de resposta, podendo
apresentar hipoprosódia ou aprosódia.
Na Esquizofrenia: podem ocorrer mussitação, solilóquio, jargonofasia,
neologismos, maneirismos, para-respostas, aprosódia. Particularmente no
subtipo catatônico, podem ser observados mutismo, ecolalia, e
estereotipia verbal.
Na Demência: pode haver afasias (com parafasias), ecolalia, palilalia,
logoclonia, jargonofasia, para-respostas e aprosódia.
Nos Transtornos conversivos/dissociativos: pode haver mutismo,
pedolalia (na puerilidade histérica) e glossolalia (em estados de transe
psicogênicos).

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