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LEI Nº 11.

340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006


TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a


violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação
dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção
às mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.
A doutrinadora Letícia Franco de Araújo fez a seguinte distinção
das expressões comumente utilizadas em apresentações sobre a
violência contra a mulher e a violência doméstica:
Violência contra a mulher é qualquer ação ou
conduta que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no
âmbito público como no privado motivada
apenas pela sua condição de mulher.
Violência doméstica é a violência perpetrada no
lar ou na unidade doméstica, geralmente por
um membro da família que viva com a vítima,
podendo ser homem ou mulher, criança,
adolescente ou adulto.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 em seu art. 5 prevê:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
"I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição"
E vai além ao art. 226 § 5º:
"Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher."
São direitos ditos de aceleração positiva, tratam desiguais os desiguais, para
que a igualdade seja estabelecida mais rapidamente. Ou seja, para que se
estabeleça a igualdade, é preciso reforçar condições para que ela seja
atingida mais depressa.
Foi exatamente esta diferença (desigualdade biológica)
que tem fortes reflexos físicos, pois a ninguém
é desconhecido que a mulher mediana é
mais fraca fisicamente
que o homem.
A lei Maria da Penha foi pensada no sentido de dar às mulheres o
atendimento e o apoio legal necessário simplesmente por elas serem
as vítimas mais comuns do homem.
À primeira vista, portanto, é possível que se entenda que a Lei 11.340/06
é inconstitucional. Fere claramente a igualdade de gêneros preconizada na
Carta Magna.

Mas Rui Barbosa já esclarecia, fundeado em Aristóteles:

“ a igualdade consiste em aquinhoar


iguais igualmente e os desiguais na
medida de suas desigualdades.
A lei não deve se prestar nem para a vingança,
nem para o mau uso da mulher, nem para
solucionar problemas conjugais, mas sim para
fazer cessar uma violência real e efetiva.
Homens não são favorecidos pelo microssistema
instituído com vistas à proteção das mulheres.

Não obstante, o ordenamento jurídico ampara o


homem vítima de violência.

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