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O Renascimento Cultural

1. As Faces do Renascimento
Ou “os Renascimentos”
O Termo Renascimento se refere ao movimento político-cultural de
recuperação de valores clássicos e ideais laicos, expressos,
sobretudo nas obras de autores do período de transição entre
Idade Média e Moderna.

Moisés de Michelangelo,
escultura feita para a
O Doríforo, de Policleto tumba do papa Júlio II
(sec. IV a. C.), paradigma (1513-1515 d. C.)
do cânone clássico
masculino.
Muito embora a compreensão de uma ruptura coma Idade Média já ocorresse desde o
Trecento (1300-99), e o termo Renascimento tenha sido aplicado pelo artista Vasari no
Cinquecento, o Renascimento, na historiografia, transcende a arte e tem seus primeiros
exemplos já no século XII.

O Renascimento é um fenômeno que pode ser observado e entendido em três sentidos,


sendo esses o Renascimento Comercial, o Urbano e o Cultural.
O fenômeno dos Renascimentos dão mostras das transformações que a
sociedade europeia sofre entre o fim da Idade Média e início da Moderna, com
o declínio do feudalismo e reascensão dos centros urbanos.

Crises

Sociedade Sociedade
Medieval Renascentista
Na esfera urbana temos o êxodo rural,
com a saída de parte da população dos
feudos e seu assentamento nas cidades,
que voltavam a crescer se beneficiando
da circulação comercial, com a ampla
venda de tecidos, especiarias e a
fundação dos primeiros bancos. Temos
a formação precoce de Estados na
Península Itálica. Esses Estados,
governados por nobres, ditadores e
burgueses, competiam e rivalizavam
entre si, o que impulsionou tanto o
desenvolvimento econômico como o
cultural.
2. O surgimento do Humanismo e a mudança
das ideias
Dentro da lógica de Renascimento Cultural, as ideias
frutificavam, com o resgate de problemas filosóficos
antigos, reinterpretados pelos pensadores do
renascimento, somados aos conhecimentos de outras
culturas, como a muçulmana, que era importada para a
Europa via as rotas comerciais.

Homem Vitruviano,
Leonardo da Vinci, 1490. Se
trata do resgate do ideal
clássico de beleza e
equilíbrio, elaborado pelo
romano Marcos Vitrúvio no
séc. I a. C.
Essa nova filosofia romperá com o pensamento teocêntrico que
dominou a mentalidade medieval. Já no século XIII, Santo
Tomás de Aquino introduziu conceitos como o enfoque no
corporal e não exclusivamente no espiritual, pois “o corpo é o
instrumento da alma”, dando valor e sentido até a partes
repugnadas pela doutrina católica, como os órgãos sexuais.
Mosaico “Salvator
bizantino. Mundi”, da
Vinci, 1500.

Deus e o espírito não serão ignorados ou esquecidos, mas tanto o pensamento como suas
representações artísticas terão, ao longo do Renascimento, como foco o homem e o corpo.
Esse novo movimento, que tem origem na filosofia, será chamado de
Humanismo – o homem no centro. Rompendo com o idealismo de Platão,
predominante na filosofia medieval, os humanistas usarão o homem e seus
sentidos como medida para o mundo, dando valor ao racional e aquilo que pode
ser observado e descrito. Uma revolução científica.

Códice Leicester,
da Vinci.
Projeto de
aeroplano, da
Vinci.
3. O mecenato e as expressões artísticas do
Renascimento

Anunciação, Fra
Angelico, sec. XV.
“Anunciação”, Verrocchio & da
Vinci, 1472-75.
O Mecenato
Mecenato é um termo que indica o incentivo e
patrocínio de artistas e literatos, e mais amplamente,
de atividades artísticas e culturais. O termo deriva do
nome de Caio Mecenas (68–8 a.C.), influente
conselheiro do Imperador romano Augusto, que
formou um círculo de intelectuais e poetas,
sustentando sua produção artística. Durante o
Renascimento essa prática foi bastante utilizada por
nobres, burgueses em ascensão e membros do alto
clero, que buscavam, por meio do patrocínio
demonstrar seu poder e riqueza, incentivando a
difusão de ideais políticos, religiosos e culturais.

Dama com Arminho, da Vinci, 1485-90.


retrato de Cecília Gallerani, encomendado
pelo amante dela,  Ludovico Sforza.
Aqui
A ciência na arte: o homem
do renascimento

São Jerônimo
no Deserto, da
Vinci.
A adoração dos magos
Paisagem do Vale do Arno
O estudo da natureza e a sua representação

Flor estrela de Belém.

A Virgem dos rochedos,


da Vinci, 1486.
A Virgem e o Menino
com santa Ana, da Vince,
1513.
A Criação de Adão, Capela
sistina, Michelangelo, 1508-15.
Inovações técnicas: perspectiva ou o ponto de fuga,
chiaroscuro & Sfumato
“Escola de
Atenas”, Rafael
Sanzio, 1511.
Davi, Michelangelo Buonarroti

Davi de Donatello.

Davi de Verrocchio.
A Última Ceia, Leonardo da Vinci,
O feminino
O desenvolvimento da ideal.
narrativa na pintura.

Judas, o “Aquele que comeu


Pedro e pagamento comigo do mesmo pão
a faca. e o susto. há de me trair.”
Tomé e o
João, como uma toque.
figura feminina.
Mona Lisa, Leonardo da Vinci.
A evolução da técnica ao longo do Renascimento

“Guidoriccio da Fogliano”,
Simone Martino, 1328.
Giotto di Bondone
(1267-1337).

“O beijo de Judas”,
Giotto, 1305.
Gentile de Fabiano (1370-1427).

“A Adoração dos Magos”,


Gentile de Fabiano, 1423.
“O pagamento do tributo”, Masaccio.

“Trindade”,
Masaccio.
Masaccio, 1401-1428.
Andrea del Verrocchio,
1435-1488.

O Batismo de Cristo,
Verrocchio & da Vinci, 1475.
Sandro Botticelli,
1445-1510.

A calúnia de Apeles, Botticelli, 1495.


Leonardo da Vinci,
1452-1519.

“A batalha de Anghiari”,
Cópia (Leonardo da Vinci).
Michelangelo Buonarroti,
1475-1564.

Tondo Doni,
Michelangelo, 1504.
Trecento
X Cinquecento
O Alto Renascimento (1450 – 1527)
4. A difusão do pensamento e das técnicas
renascentistas
5. O fim do Renascimento
A transição: Maneirismo e Barroco
6. O Renascimento é uma volta ao período
Clássico?
Pós crédito
Na esfera econômica temos o reavivamento das rotas comerciais, sobretudo no
Mar Mediterrâneo. Isso leva ao fortalecimento político das cidades (onde o
comércio era realizado) e de suas lideranças – como príncipes e outros
governantes. A circulação de dinheiro e o comércio também possibilita o
surgimento de uma nova classe social, a burguesia, que ascende vendendo
produtos e acumulando capital.

Se trata da transição entre o Feudalismo (Idade Média) e o Capitalismo em sua fase inicial
(Idade Moderna).
Ginevra de’ Benci,
da Vinci, 1478.

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