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] vejo o educador, antes de mais nada, 2 “O educador, como outros profissionais 4 “Agora pergunto – que seria formar o
como um ser humano e, como tal, podendo ser contextualizados, é um construtor da história,
educador, conforme a compreensão
sujeito ou objeto da história. Como objeto, sofre na medida em que, para isso, aja anteriormente estabelecida? Formar o
a ação do tempo e dos movimentos sociais, sem conscientemente. […] Se verdadeiras estas educador, a meu ver, seria criar condições para
assumir a consciência e o papel de interferidor reflexões, compreendo o educador como um que o sujeito se prepare filosófica, científica,
nesse processo. Não toma, para sim, em sua sujeito, que, conjuntamente com outros técnica e afetivamente para o tipo de ação que
prática, a forma de ser autor ou ator da história. sujeitos, constrói, em seu agir, um projeto vai exercer. Para tanto, serão necessárias não só
Aqui, certamente, não desempenha o papel de histórico de desenvolvimento do povo que se aprendizagens cognitivas sobre os diversos
educador, na sua autenticidade, como a traduz e se executa em um projeto pedagógico”campos de conhecimento que o auxiliem no
entende. Como sujeito da história, compreendo (LUCKESI, 2012, p. 27). desempenho do seu papel, mas –
o educador, o autêntico educador, como ser especificamente – o desenvolvimento de uma
humano que constrói, pedra sobre pedra, o atitude, dialeticamente crítica, sobre o mundo e
projeto histórico de desenvolvimento do povo” 3 “[...] a ação pedagógica não pode ser, em sua prática educacional” (LUCKESI, 2012, p. 29).
(LUCKESI, 2012, p. 27). hipótese alguma, entendida como se fosse uma
ação neutra” (LUCKESI, 2012, p. 28).

5 “O educador nunca estará definitivamente 6 “O ideal seria que educador e educando,


‘pronto’, formado, pois que a sua preparação, a conjuntamente, conseguissem, atuando
sua maturação se faz no dia a dia, na meditação praticamente no e com o mundo e meditando
teórica sobre sua prática. A sua constante sobre essa prática, desenvolver tanto
atualização se fará pela reflexão diuturna sobre conhecimentos sobre a realidade como atitudes
os dados de sua prática. Os âmbitos de críticas frente a mesma. De fato, aprendemos
conhecimento que lhe servem de base não bem, com mestria, aquilo que praticamos e
deverão ser facetas estanques e isoladas de teorizamos” (LUCKESI, 2012, p. 29).
tratamento do seu objeto de ação: a educação.
“Penso que a didática, para assumir um papel significativo na formação do
educador, deverá mudar os seus rumos. Não poderá reduzir-se e dedicar-se
tão somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais se possa
desenvolver um processo ensino-aprendizagem, mas deverá ser um elo
fundamental entre as opções filosófico-políticas da educação, os conteúdos
profissionalizantes e o exercício diuturno da educação. Não poderá continuar
sendo um apêndice de orientações mecânicas e tecnológicas. Deverá ser,
assim, um modo crítico de desenvolver uma prática educativa, forjada de um
projeto histórico, que não se fará tão somente pelo educador, conjuntamente
com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade. [...] A
didática, ao exercer o seu papel específico, deverá apresentar-se como elo
tradutor de posicionamento teóricos em práticas educacionais”
(LUCKESI, 2012, p. 33-34, grifos nossos).

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