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LEGISLAÇÃO
PARA EMPRESAS

1
+ 2

DIREITO DO TRABALHO
+ 3

DISPOSIÇÕES GERAIS

 LEI N.º 99/2003 de 27 de Agosto – Código do


Trabalho

 LEI N.º 35/2004 de 29 de Julho – Regulamenta o


Código do Trabalho.
+ 4

NOÇÃO E ESTRUTURA
DO DIREITO DO TRABALHO
+ 5

NOÇÃO E ESTRUTURA DO DIREITO


DO TRABALHO

Direito do Trabalho – Conjunto de normas de


conduta social cujo objecto, caracterizado pela
autonomia, regula as relações de trabalho
subordinado.
+ 6

NOÇÃO E ESTRUTURA DO DIREITO


DO TRABALHO

 Objecto do Direito do Trabalho:


 Relações individuais de trabalho – entre trabalhadores, representando os
interesses individuais.
 Relações colectivas de trabalho – entre trabalhadores e entidades
patronais, o que engloba os sindicatos, as associações de classe, que
representam os trabalhadores, ou seja, os interesses colectivos.
+ 7

BASES CONSTITUCIONAIS
DO DIREITO DO TRABALHO
+ 8

PRINCÍPIOS DA CRP

 Art. 47.º - Liberdade de Trabalho – “Todos têm o


direito de escolher livremente a profissão ou o género
de trabalho...”. “Todos os cidadãos têm o direito de
acesso à função pública, em condições de igualdade e
liberdade, em regra por via de concurso”.
 Art. 53.º - Segurança no emprego – “É garantida
aos trabalhadores a segurança no emprego, sendo
proibidos os despedimentos sem justa causa ou por
motivos políticos ou ideológicos”.
+ 9

PRINCÍPIOS DA CRP

 Art. 58.º - Direito ao trabalho – “Todos têm direito ao


trabalho”.
 Art. 59.º - Direitos do trabalhadores – Trabalho
igual/salário igual; Descanso semanal e férias periódicas
pagas; à prestação de trabalho em condições de higiene,
segurança e saúde; à assistência material, quando
involuntariamente se encontrem em situação de
desemprego; à assistência e justa reparação, quando
vítimas de acidentes de trabalho.
+ 10

PRINCÍPIOS DA CRP
Relações Colectivas de Trabalho

 Art. 54.º - Comissões de trabalhadores – “É direito dos


trabalhadores criarem comissões de trabalhadores para defesa
dos seus interesses e intervenção democrática na vida da
empresa”.
 Art. 55.º - Liberdade sindical – “É reconhecida aos
trabalhadores a liberdade sindical, condição e garantia da sua
unidade para defesa dos seus direitos e interesses”.
 Art. 56.º - Direitos das associações sindicais e contratação
colectiva – “Compete às associações sindicais defender e
promover a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores
que representam”.
 Art. 57.º - Direito à greve e proibição do lock-out.
+ 11

CONTRATO DE TRABALHO
E CONTRATOS AFINS
+ 12

CONTRATO DE TRABALHO

Noção – Art. 10.º C.T.:


 “É aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante
retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras
pessoas, sob autoridade e direcção destas”.

 São três os elementos essenciais que permitem caracterizar o


contrato de trabalho:
 a prestação de actividade pelo trabalhador;
 a sua subordinação às ordens, direcção e fiscalização do empregador;
 a retribuição como contrapartida do trabalho prestado.
+ 13

CONTRATO DE TRABALHO

Assim,

O acordo para prestação de trabalho voluntário


ou gratuíto – não é contrato de trabalho.
O contrato de prestação de serviços – não é
contrato de trabalho.
+ 14

FONTES INTERNACIONAIS
DO DIREITO DO TRABALHO

Paula Cruz
+ 15

FONTES INTERNACIONAIS

 Fontes internacionais:
 Direito Internacional (OIT)
 Direito Comunitário do Trabalho.

Art. 8.º da CRP


“As normas constantes de convenções internacionais regularmente
ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua
publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o
Estado Português”.
“As normas emanadas dos orgãos competentes das organizações
internacionas de que Portugal seja parte vigoram directamente na
ordem interna, desde que tal se encontre estabelecido nos
respectivos tratados constitutivos”.
+ 16

OIT- Organização Internacional do


Trabalho

 Data da criação: 28 de Junho de 1919 (como parte do


Tratado de Versalhes). É uma agência especializada da
ONU.
 Objectivos: Melhorar as condições de Trabalho.
 Composição: Representantes dos Governos dos Estados-
membros; Representantes das confederações sindicais dos
Estados-membros; Representantes das associações
patronais dos Estados-membros.

Paula Cruz
+ 17

FORMA DO CONTRATO DE TRABALHO


E TIPOS DE CONTRATO
+ 18

FORMA DO CONTRATO DE
TRABALHO

 Regra geral: O contrato de trabalho não está, em


princípio, sujeito a forma escrita, podendo, pois, ser
celebrado verbalmente.

 Unicamente quando a lei o exija, deve o contrato de


trabalho ser celebrado por escrito. É o caso dos contratos
descritos no art. 103.º do Código do Trabalho.
+ 19

TIPOS DE CONTRATOS

 Contrato-promessa.

 Contrato de trabalho a tempo parcial.


 Contrato de trabalho a termo certo.
 Contrato de trabalho a termo incerto.
 Contrato de teletrabalho.
 Contrato de comissão de serviço.
+ 20

CONTRATO DE PROMESSA

Art. 94.º do C.T.

 Deve constar de documento escrito;


 Espécie de trabalho;
 Retribuição;

O não cumprimento dá lugar a responsabilidade nos


termos gerais;
 Não haverá execução específica.
+ 21

PERÍODO EXPERIMENTAL
+ 22

PERÍODO EXPERIMENTAL

Arts. 104.º e ss do C.T.

O período experimental constitui uma fase da relação


contratual entre trabalhador e empregador em que se
permite que um e outro avaliem, perante o seu
funcionamento concreto, se aquela corresponde aos seus
interesses, necessidades e expectativas, e se deve, por
isso, prosseguir.
+ 23

PERÍODO EXPERIMENTAL

DURAÇÃO
 90 dias para a generalidade dos trabalhadores;
 180 dias para cargos de complexidade técnica, responsabilidade, especial
qualificação ou confiança;
 240 dias para directores e quadros superiores;
 30 dias para contratos a termo de duração igual ou superior a 6 meses;
 15 dias para os restantes contratos a termo;
 Máximo de 180 dias para os contratos de comissão de serviço.
+ 24

PERÍODO EXPERIMENTAL

 Durante o período experimental qualquer das partes


pode denunciar o contrato não havendo direito a
qualquer indemnização, salvo acordo escrito em
contrário;
 Se o período experimental tiver durado mais de 60
dias haverá que respeitar um pré-aviso de 7 dias;
O período experimental começa a contar-se a partir
do início da execução da prestação do trabalhador,
incluindo a formação que não exceda metade desse
período.
+ 25

PERÍODO EXPERIMENTAL

A contagem do período experimental só inclui os dias


em que haja efectiva prestação de trabalho – ou seja,
não contam, para este efeito, os dias de faltas, mesmo
justificadas, de licença ou de suspensão do contrato
de trabalho (Art. 106.º n.º 2 do C.T.).
+ 26

PERÍODO EXPERIMENTAL

Se, por ex., no decurso do período experimental de 90 dias


iniciado a 1 de Março, o trabalhador sofreu fracturas e
ferimentos na sequência de um acidente de viação, tendo ficado
impedido de trabalhar durante um mês e meio, este período não
é considerado para efeitos de contagem daquele, que irá
terminar, não já no início de Junho, mas a meio de Agosto.
+ 27

DIREITOS, DEVERES E
GARANTIAS DAS PARTES
+ 28

DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS


DAS PARTES

Os trabalhadores e empregadores devem agir de


boa-fé, no cumprimento das suas obrigações
decorrentes da relação jurídico laboral (art. 119.º
C.T.).
+ 29

DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS


DAS PARTES

Alguns deveres do empregador (art. 120.º C.T.):


 Respeitar e tratar com urbanidade e probidade o
trabalhador;
 Pagar pontualmente a retribuição, a qual por sua vez deve
ser justa e adequada ao trabalho;
 Contribuir para a elevação do nível de produtividade do
trabalhador, nomeadamente proporcionando-lhe formação
profissional.
+ 30

DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS


DAS PARTES

Alguns deveres do trabalhador (art. 121.º C.T.):


 Respeitar e tratar com urbanidade e probidade o
empregador e trabalhadores;
 Assiduidade e pontualidade;
 Cumprir ordens e instruções do empregador em tudo o
que respeite à execução e disciplina do trabalho.
+ 31

DIREITOS, DEVERES E GARANTIAS


DAS PARTES

Algumas garantias do trabalhador (art. 122.º C.T.):


É proibido ao empregador:
 Baixar a categoria do trabalhador, salvo nos casos previstos no
Código e em IRCT.
 Ex. Art. 313.º C.T./Requisitos:
 Necessidades prementes da empresa ou estrita necessidade do trabalhador;
 Acordo entre empregador e trabalhador;
 Autorização da IGT.

 Diminuir a retribuição, salvo nos casos previstos na lei e


em IRCT (ex. Art. 186.º CT).
+ 32

O DIREITO À FORMAÇÃO PROFISSIONAL


+ 33

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

 Princípio geral – Art. 123.º C.T.:


 Deveres do empregador, do trabalhador e do Estado.

 Objectivos da formação – Art. 124.º C.T.:


 Qualificação inicial / Formação contínua.

 Formação contínua – Art. 125.º C.T.:


 A formação deve abranger 10% dos trabalhadores sem
contrato a termo da empresa;
 Mínimo de 20 horas anuais (35 horas a partir de 2006).
+ 34

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Formação contínua

 Direito individual à formação – Art. 162.º R.C.T.:


 O direito individual à formação vence-se no dia 1 de Janeiro de cada
ano civil;
 No ano da contratação, o trabalhador tem direito à formação, após seis
meses de duração do contrato, em horas proporcionais àquela duração;
 Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem direito a receber a
retribuição correspondente ao crédito de horas p/formação que não lhe
tenha sido proporcionado (art. 169.º R.C.T.).
+ 35

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Formação contínua

 Art. 163.º R.C.T.:


 Formação certificada, realizada através de uma ou mais
acções de formação;
 Realizada directamente pelo empregador ou por
entidade formadora acreditada.
+ 36

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Formação contínua

 Crédito de horas para formação contínua:


 Possibilidade de o trabalhador utilizar o crédito de horas de
formação contínua anuais, se esta não for assegurada pelo
empregador ao longo de 3 anos, por motivo que lhe seja
imputável, para frequência de acções de formação por sua
iniciativa, mediante comunicação ao empregador com
antecedência mínima de 10 dias (art. 168.º R.C.T.).
+ 37

CONTRATO A TERMO
+ 38

CONTRATO A TERMO CERTO

 A lista do art. 129.º é exemplificativa;

 Todas as necessidades temporárias da empresa passam a


poder ser preenchidas com este tipo de contrato;

A prova dos factos que justificam o termo é do


empregador.
+ 39

CONTRATO A TERMO CERTO

CONTRATOS SUCESSIVOS:

Considera-se, em regra, com as excepções do art. 132.º n.º 2, sem


termo o contrato celebrado entre as mesmas partes, quando a
cessação seja por motivo imputável ao empregador e seja admitido
outro trabalhador para o mesmo posto de trabalho antes de decorrido
1/3 de duração do contrato e renovações.
+ 40

CONTRATO A TERMO CERTO

PREFERÊNCIA NA ADMISSÃO:
 Até 30 dias após a cessação do contrato, o trabalhador
tem, em igualdade de condições, preferência na
celebração de contrato sem termo;
 Se não o fizer, o empregador deverá indemnizar o
trabalhador em três meses de retribuição base;
O trabalhador alega a violação e o empregador prova que
ela não ocorreu.
+ 41

CONTRATO A TERMO CERTO

DURAÇÃO – Art. 139.º n.ºs 2 e 3 do CT:


 Três anos e duas renovações;
 Findas as condições referidas, pode ter mais uma
renovação com o mínimo de um ano e máximo de três
(aumento da TSU);
 No caso de lançamento de nova actividade e contratação
de desempregados de longa duração, o máximo é dois
anos;
 No caso de contratação de primeiro emprego, a duração
máxima é 18 meses.
+ 42

CONTRATO A TERMO CERTO

TAXA SOCIAL ÚNICA (Art. 172.º RT/138.º CT):


 Possibilidade de aumento em função do número de
trabalhadores contratados a termo.
 Não aplicável a contratos de trabalho a termo
celebrados com trabalhadores:
 À procura do primeiro emprego;
 Desempregados de longa duração.
+ 43

CONTRATO A TERMO CERTO

TAXA SOCIAL ÚNICA (Art. 172.º RT/138.º CT):


 A cargo do empregador:
 Acrescida de 0,6% a partir do 4.º ano e duração do
contrato.
 Acrescida de 1% a partir do 6.º ano de duração do
contrato.
 Possibilidade de compensação do aumento da TSU,
quando o contrato a termo passe a sem termo (redução
relativamente a esse trabalhador).
+ 44

CONTRATO A TERMO CERTO

CADUCIDADE – Art. 388.º C.T.


O contrato caduca no termo do prazo se:
 O empregador informar por escrito com 15 dias de
antecedência;
 O trabalhador informar por escrito com 8 dias de
antecedência.
 Se a iniciativa for do empregador, o trabalhador terá
direito a uma indemnização de:
 3 dias de remuneração, por mês completo, se o contrato
não tiver excedido 6 meses;
 2 dias se o contrato tiver excedido 6 meses.

Paula Cruz
+ 45

CONTRATO A TERMO INCERTO

 A lista do art. 143.º é exaustiva;

 Dura pelo tempo necessário para completar a razão


que lhe deu origem.
+ 46

CONTRATO A TERMO INCERTO

CADUCIDADE – Art. 389.º C.T.

Prevendo-se a ocorrência do termo:

 Se durou até 6 meses – 7 dias;

 Se durou até 1 ano – 30 dias;

 Se durou mais de 2 anos – 60 dias.

O trabalhador pode denunciar o contrato:

 30 dias se durou 6 meses ou mais;

 15 dias se durou menos.


+ 47

DURAÇÃO DO TRABALHO
+ 48

DURAÇÃO DO TRABALHO

ART. 155.º C.T.

TEMPO DE TRABALHO: Considera-se tempo de


trabalho qualquer período durante o qual o trabalhador
está a desempenhar a actividade ou permanece adstrito à
realização da prestação, bem como certas interrupções e
intervalos.
+ 49

DURAÇÃO DO TRABALHO

Considera-se compreendidas no TEMPO DE TRABALHO:


 As interrupções ocasionais, quer as inerentes à satisfação de
necessidades pessoais inadiáveis, quer as consentidas pelo
empregador;
 As interrupções ditadas por motivos técnicos, climatéricos ou
económicos;
 Os intervalos para refeições, caso o trabalhador fique em local onde
possa ser chamado em caso de necessidade;
 As interrupções impostas por normas de HST, instrumento de
regulamentação colectiva ou regulamento interno.
+ 50

DURAÇÃO DO TRABALHO

PERÍODO NORMAL DE TRABALHO:


O período normal de trabalho não pode exceder 8 horas
por dia, nem 40 horas por semana;
 Há tolerância de mais 15 minutos para terminar trabalhos
começados, mas devem ser pagos quando perfizer quatro
horas ou no fim do ano;
 Quem trabalhe exclusivamente nos períodos de descanso
semanal dos restantes trabalhadores pode prestar mais 4
horas diárias.
+ 51

DURAÇÃO DO TRABALHO

ISENÇÃO DE HORÁRIO DE TRABALHO


Arts. 177.º e 178.º C.T.
 Tem que haver acordo escrito enviado à IGT (Inspeção Geral
do Trabalho).
 Situações em que é possível:
 Cargos de administração, direcção, confiança, fiscalização ou
apoio aos titulares desses cargos;
 Execução de trabalhos preparatórios que pela sua natureza só
possam ser efectuados fora dos limites dos horários normais;
 Exercício regular da actividade fora do estabelecimento, sem
controlo de hierarquia.
+ 52

DURAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO SUPLEMENTAR – Art. 197.º C.T.

 Trabalho prestado fora do horário de trabalho:


 Trabalho diurno prestado para além dos limites diários;
 Trabalho nocturno prestado fora do horário de trabalho;
 Trabalho prestado em dia de descanso semanal.

 Só pode ser prestado nos seguintes casos:


 Acréscimos eventuais e transitórios de trabalho e não justifique a
admissão de trabalhadores contratados a termo;
 Motivo de força maior;
 Indispensável para prevenir ou reparar graves prejuízos para a empresa
ou sua viabilidade.
+ 53

DURAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO SUPLEMENTAR – Art. 200.º C.T.


 Limites:
 2 horas / dia normal de trabalho;
 Número de horas igual ao período normal de trabalho, em dia
de descanso semanal (obrigatório ou complementar) e nos
dias feriados.
 Limites anuais em função da dimensão da empresa:
 175 horas ou 150 horas/ possibilidade de alargamento por IRCT.
+ 54

DURAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO SUPLEMENTAR – Art. 201.º C.T.

 Trabalho a tempo parcial:


 Regra:
 Limite anual = 80 horas.
 Excepção:
 Por acordo escrito: 130 horas/ano.
 Por IRCT(Instrumentos de regulação do contrato de trabalho):
200 horas/ano.
+ 55

DURAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO SUPLEMENTAR

 Remuneração (art. 258.º C.T.):


 50% na primeira hora;
 75% nas horas ou fracções subsequentes;
 100% por cada hora, em dia de descanso semanal
(obrigatório ou complementar) e em dia feriado.

Pagamento só é exigível se verificada uma das condições do


n.º 5 do art. 258.º
+ 56

DURAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO A TEMPO PARCIAL


Arts. 180.º a 187.º C.T.

Há trabalho a tempo parcial, ou part-time, quando o


número de horas que, por semana, o trabalhador se
compromete a prestar é igual ou inferior a 75% da
duração, no mesmo período semanal, do que é prestado
em regime de trabalho completo, em situação comparável.
+ 57

DURAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO A TEMPO PARCIAL


Arts. 180.º a 187.º C.T.

Exemplo:

Se numa empresa, a duração do trabalho semanal for de


40 horas/semana, o trabalho em part-time terá duração
igual ou inferior a 30 horas/semana.
+ 58

DURAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO A TEMPO PARCIAL


Arts. 180.º a 187.º C.T.
 Trabalho prestado em todos ou em alguns dias da semana;
 Contrato de trabalho celebrado por escrito;
 No contrato deve constar a indicação do período normal de
trabalho diário e semanal com referência comparativa ao
trabalho a tempo completo;
 Passagem a tempo completo, mediante acordo escrito com o
empregador.
+ 59

FÉRIAS
+ 60

FÉRIAS

Arts. 190.º-201.º e 493.º RT/211.º-223.º CT

 Direito a Férias:
 Vence-se no dia 1 de Janeiro de cada ano civil;
 Adquire-se com a celebração do contrato de trabalho – duração
mínima 22 dias úteis;
 No ano da contratação: após 6 meses de trabalho, direito a 2 dias de
férias por cada mês compelto de trabalho, até ao máximo de 20
dias (art. 212.º).
 Aumento até 25 dias úteis de férias, concedido ao trabalhador que
não falte ou falte justificadamente.
+ 61

FÉRIAS

 Duração mínima: 22 dias úteis.

 Majoração das férias:


 3 dias até ao máximo de 1 falta ou 2 meios dias;
 2 dias até ao máximo de 2 faltas ou 4 meios dias;
 1 dia até ao máximo de 3 faltas ou 6 meios dias.
+ 62

FÉRIAS

 Direito a Férias nos contratos de trabalho com


duração até 6 meses (art. 214.º CT):
 2 dias/mês completo;
 Gozo imediatamente anterior ao da cessação do contrato de
trabalho, salvo acordo das partes.
+ 63

FÉRIAS

 Acumulação de férias (art. 215.º CT):


 Até ao primeiro trimestre do ano civil seguinte;
 Por acordo das partes;
 Gozo das férias no estrangeiro junto de familiares do
trabalhador.
 Gozo das férias (art. 217.º CT):
 Período mínimo: 10 dias úteis consecutivos;
 Gozo interpolado: por acordo;
 Mapa de férias: elaborado até 15 de Abril e afixado até 31 de
Outubro.
+ 64

FÉRIAS

Doença no período de férias


(Arts. 219.º CT / 191.º - 201.º RT)

 Suspensão das férias desde que o empregador seja


informado, prosseguindo logo após alta.
 Prova da doença:
 Estabelecimento hospitalar;
 Declaração do Centro de Saúde;
 Atestado médico.

Paula Cruz
+ 65

FÉRIAS

Doença no período de férias

 Fiscalização da doença:
 A requerimento do empregador, por médico designado pela
Segurança Social da área de residência do trabalhador /
médico indicado pelo empregador caso não seja indicado
pela Segurança Social no prazo de 24 horas.
 Reavaliação da situação de doença (art. 194.º RT).

Paula Cruz
+ 66

RETRIBUIÇÃO
+ 67

RETRIBUIÇÃO

Art. 249.º e ss C.T.

 Retribuição: Contrapartida do trabalho – inclui a


retribuição base e todas as prestações regulares e
periódicas.
 Retribuição base + diuturnidades.
 Modalidades de retribuição: Certa / variável /mista.
+ 68

RETRIBUIÇÃO

Arts. 364.º C.T./381.º C.T./301.º R.T.

 Mora salarial: Obrigação de pagamento de juros de


mora. Inibição da prática de certos actos (ex.
distribuição de lucros).

Paula Cruz
+ 69

RETRIBUIÇÃO

Retribuição no período de férias:

 Retribuição + Subsídio de férias: (retribuição base


+ prestações contributivas que sejam contrapartida do
modo específico da execução do trabalho).
 Bonificação de dias de férias (art. 213.º C.T.) não tem
consequências no montante do subsídio de férias (art.
493.º R.C.T.).

Paula Cruz
+ 70

RETRIBUIÇÃO

Subsídio de natal
Art. 254.º C.T.

 Valor: Igual a um mês de retribuição.

 Pago até 15 de Dezembro.

 Proporcional ao tempo trabalhado.

Paula Cruz
+ 71

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


+ 72

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Modalidades de extinção da relação laboral


(art. 384.º C.T.)

 Caducidade – Art. 387.º e ss.


 Revogação – Arts.393.º e ss.
 Resolução – Arts. 396.º e ss.
 Denúncia – Arts. 447.º a 450.º.
+ 73

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Caducidade – Art. 387.º C.T.


Causas da caducidade:
 Verificando-se o termo do contrato (contratos a termo;
 Impossibilidade do trabalhador/empregador;
 Reforma do trabalhador (velhice/invalidez).

 Caducidade do contrato a termo certo (art. 388.º C.T.)


 Caducidade do contrato a termo incerto (art. 389.º C.T.)
+ 74

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Revogação – Art. 393.º C.T.


 Cessação do contrato por acordo;
 Exigência de forma escrita (art. 394.º C.T.):
 Menções obrigatórias: data de celebração e de início da produção
dos efeitos do acordo;
 Compensação pecuniária global – se existir, presunção de
liquidação de todos os créditos vencidos à data da celebração do
acordo (n.º 4).
 Cessação do acordo de revogação (art. 395.º C.T.):
possível desde que as assinaturas do acordo de revogação
não tenham sido reconhecidas pelo notário
presencialmente.
+ 75

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Resolução – Art. 396.º e ss C.T.


 Despedimento por justa causa por facto imputável ao
trabalhador;
 Despedimento colectivo;
 Despedimento por extinção do posto de trabalho;
 Despedimento por inadaptação;
 Despedimento por justa causa por iniciativa do
trabalhador por facto imputável à entidade patronal.
+ 76

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Despedimento por justa causa:


 Procedimento disciplinar (art. 371.º C.T.);
 Suspensão judicial do despedimento: através de
providência cautelar a apresentar no prazo de 5 dias úteis
a contar da recepção da comunicação do despedimento
(art. 434.º C.T. / 34.º a 40.º C.P.T.).
 Impugnação do despedimento (art. 435.º C.T.).
+ 77

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO
EFEITOS DA ILICITUDE DO DESPEDIMENTO:
 Indemnização ao trabalhador por danos patrimoniais e
não patrimoniais causados (art. 436.º C.T.);
 Reintegração no posto de trabalho sem prejuízo de
categoria e antiguidade (art. 436.º C.T.) – pode optar até à
sentença do tribunal (art. 438.º C.T.).
 Compensação (art. 437.º C.T.) – Direito a receber as
retribuições que deixou de auferir desde a data de
despedimento até à data do trânsito em julgado da decisão
do Tribunal (prestações intercalares) (n.º 1).
+ 78

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

A este montante de compensação deduzem-se:


 As importâncias recebidas em virtude do despedimento e que
não seriam auferidas se este não ocorresse (n.º 2);
 O montante do subsídio de desemprego auferido pelo
trabalhador (a ser entregue pelo empregador à Segurança
Social) (n.º 3);
 O montante das retribuições correspondentes ao período
decorrido desde o despedimento até 30 dias antes da
propositura da acção, se esta não for proposta nos 30 dias
subsequentes ao despedimento (n.º 4).
+ 79

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Indemnização em substituição da reintegração


(art. 439.º C.T.):
O trabalhador pode, em substituição da reintegração,
optar entre uma indemnização, cabendo ao tribunal fixar o
montante, entre 15 a 45 dias de retribuição base e
diuturnidades por cada ano completo ou fracção de
antiguidade, atendendo ao valor da retribuição e ao grau
de ilicitude (n.º 1).
A indemnização não pode ser inferior a 3 meses de
retribuição base e diuturnidades (n.º 3).
+ 80

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Regimes especiais de indemnização

Trabalhadora grávida, puérpera ou lactante – Art.


439.º n.º 4 C.T. – Art. 51.º n.º 7 C.T.
 30/60 dias retribuição base + diuturnidades/ano
completo ou fracção de antiguidade, desde a data do
despedimento até ao trânsito em julgado.
+ 81

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Regimes especiais de indemnização

Trabalhador representante sindical, membro da comissão de


trabalhadores ou membro do conselho de empresa europeu
Art. 456.º n.º 5 C.T. / Art. 439.º n.ºs 4 e 5 C.T.
 30/60 dias retribuição base + diuturnidades/ano completo ou
fracção de antiguidade, desde a data do despedimento até ao
trânsito em julgado.
 Não podendo ser inferior a 6 meses.
+ 82

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Regras especiais relativas a contratos a termo – Art. 440.º


C.T.
Sendo declarado o despedimento ilícito:
 O empregador é condenado no pagamento da indemnização pelos
prejuízos causados, não inferior ao valor das retribuições que deixou
de auferir desde a data do despedimento até ao termo (certo ou
incerto) ou até ao trânsito em julgado, se o termo ocorrer
posteriormente (n.º 2 alínea a).
 Na reintegração do trabalhador, caso o termo ocorra posteriormente
ao trânsito em julgado (n.º 2, alínea b).
+ 83

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Denúncia – Art. 447.º e ss C.T.


 Aviso prévio do trabalhador em como pretende cessar
o contrato de trabalho. Prazos:
 Mais de 2 anos: 60 dias;
 Até 2 anos: 30 dias.

Se for contratados a termo:


 Igual ou mais de 6 meses: 30 dias;
 Menos de 6 meses: 15 dias.
+ 84

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO

Denúncia

 Abandono do trabalho:
 Ausência do trabalhador superior a 10 dias úteis seguidos;
 Vale como denúncia do contrato de trabalho e constitui o
trabalhador na obrigação de indemnizar o trabalhador pelos
prejuízos causados (art. 448.º C.T.).
+ 85

RELAÇÕES COLECTIVAS DE TRABALHO


+ 86

ASSOCIAÇÕES SINDICAIS

Tipos:
 Sindicatos;
 Federações;
 Uniões;
 Confederações.
+ 87

ASSOCIAÇÕES SINDICAIS

 Sindicato: associação permanente de trabalhadores para a defesa e


promoção dos seus interesses sócio- profissionais;

 Federação: associação de sindicatos de trabalhadores da mesma


profissão ou ramo;

 União: associação de sindicatos de base regional;

 Confederação: associação nacional de sindicatos.


+ 88

ASSOCIAÇÕES SINDICAIS

Direitos:
 Celebrar convenções colectivas de trabalho;
 Prestar serviços de carácter económico e social aos seus
associados;
 Participar na elaboração da legislação do trabalho;
 Iniciar e intervir em processo judiciais dos seus
associados;
 Participar em processo de reestruturação de empresas;
 Estabelecer relações ou filiar-se em organizações
sindicais internacionais.
+ 89

ASSOCIAÇÕES SINDICAIS

Exercício da actividade sindical na empresa:

A associação sindical tem direito a:


 Instalações dentro da empresa se esta tiver mais de 150
trabalhadores;
 Se tiver menos de 150 trabalhadores os delegados sindiciais
deverão ter acesso a instalações dignas e apropriadas quando
requeridas;
 Afixação de informação sindical;
 Informação e consulta sobre a evolução recente e provável da
empresa, económica, do emprego, organização do trabalho ou
dos contratos de trabalho.
+ 90

ASSOCIAÇÕES PATRONAIS

 Associação de empregadores: organização


permanente de pessoas singulares ou
colectivas, titulares de empresas que tenham
habitualmente trabalhadores ao seu serviço;

 Federação: Organização de associações de


empregadores do mesmo sector de actividade;

 Confederação: Organização nacional de


associações.
+ 91

ASSOCIAÇÕES PATRONAIS

Direitos:
 Celebrar convenções colectivas de trabalho;
 Prestar serviços de carácter económico e social aos seus
associados;
 Participar na elaboração da legislação do trabalho;
 Iniciar e intervir em processo judiciais dos seus
associados;
 Participar em processo de reestruturação de empresas;
 Estabelecer relações ou filiar-se em organizações
sindicais internacionais.
+ 92

IRCT

 As disposições dos instrumentos de


regulamentação colectiva de trabalho (irct), só
podem ser fastadas por contrato de trabalho se
estas forem mais favoráveis (e se não forem
imperativas);

O empregador deve afixar na empresa a


indicação dos irct aplicáveis.
+ 93

IRCT

Convenção colectiva:
 Compete ao Estado promover a contratação
colectiva de modo a o maior número de
trabalhadores estarem incluídos;

 As associações sindicais e patronais ou empresas


subscrevem as convenções colectivas.
+ 94

IRCT

Convenção colectiva / conteúdo geral:


 Relações entre as partes outorgantes;
 Formação profissional dependente das necessidades
dos signatários;
 Condições de HST da prestação do trabalho;
 Direitos e deveres de empregadores e trabalhadores;
 Processos de resolução de conflitos de trabalho,
instituindo mecanismos de conciliação e arbitragem;
 Definição de serviços mínimos em caso de greve.
+ 95

IRCT

Convenção colectiva / conteúdo obrigatório:


 Designação das entidades celebrantes;
 Nome e qualidade em que intervêm os representantes das
entidades celebrantes;
 Área geográfica e âmbito do sector de actividade e profissional
de aplicação;
 Data de celebração;
 Prazo de vigência, caso exista;
 Valores expressos da retribuição base para todas as
profissões e categorias profissionais;
 Número de empregadores e trabalhadores abrangidos pela
convenção colectiva.

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