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Introdução

 A destilação como opção de um processo unitário


de separação, vem sendo utilizado pela
humanidade desde o período que passa pela era
dos antigos alquimistas.
 O que, como, quando e porque podemos utilizar
esta operação é objeto de intenso estudo.
 O enfoque atual do processo de destilação é
centrado na busca pela eficiência e
consequentemente redução de energia.
 É objetivo desta parte da disciplina, capacitar
estudantes do curso de química, nos processos
produtivos de unidades purificadoras, através do
melhor entendimento dos fenômenos
observados.

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Principais Definições
 Temperatura de ebulição: temperatura na qual, a
uma determinada pressão, uma substância
experimenta uma mudança do estado líquido para o
estado vapor.
 Temperatura de ponto de bolha: temperatura na
qual uma determinada mistura líquida apresenta a
formação da 1ª bolha de vapor.
 Temperatura de ponto orvalho: temperatura na qual
uma determinada mistura gasosa apresenta a
formação da 1ª gota de líquido.
* Obs: no caso de componentes puros o ponto de
bolha coincide com o ponto de ebulição e o ponto de
orvalho com o ponto de condensação.

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Principais Definições
 Pressão Parcial: a pressão parcial de um gás num
recipiente contendo uma mistura gasosa é definida como
a pressão que esse gás exerceria se estivesse sozinho no
recipiente.
 Pressão de vapor: suponha um líquido num recipiente
fechado. As moléculas do líquido estão em constante
agitação e aquelas que se encontrarem na superfície livre
tem um tendência natural de escaparem da fase líquida,
formando uma fase vapor. Quando este fenômeno
ocorre, um estado de equilíbrio é atingido, e, a pressão
exercida pelo vapor formado é chamada de pressão de
vapor do líquido a temperatura T, desde que a
temperatura seja mantida constante.
 Vácuo: ocorre quando a pressão de um determinado
meio é menor que a pressão externa a ele. (geralmente
essa pressão externa é a atmosférica, ou seja 1 atm).

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Principais Definições
 Calor: é a energia térmica em trânsito, que é
transferida entre os corpos, a diferentes
temperaturas.
 Calor latente: é o calor envolvido na mudança de
estado físico numa dada pressão sem alterar a
temperatura de uma unidade do fluido.
 Calor sensível: é o calor responsável pelo
aquecimento ou resfriamento de uma dada massa
de fluido.
 Estado gasoso: observado quando existe uma baixa
atração intermolecular, permitindo movimentação
rápida e independente entre as moléculas.

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Principais Definições
 Estado líquido:caracterizado por possuir um estado
intermediário de interação molecular, entre o gás e
um sólido.
 Estado sólido: alta interação entre suas moléculas e
forma definida.
 Vapor saturado: é o vapor que em determinadas
condições de temperatura e pressão se encontra
com sua fase líquida, o chamando equilíbrio líquido-
vapor.
 Vapor superaquecido: é o vapor saturado seco fora
da fase de equilíbrio, estando numa temperatura
superior a temperatura de saturação (ebulição).

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Principais Definições
 Líquido saturado: é o líquido que em certas condições
de pressão e temperatura se encontra em equilíbrio
com a sua fase vapor.
 Líquido subresfriado: é o líquido que sob certas
condições de pressão se encontra fora da fase de
equilíbrio estando numa temperatura de saturação.
 Equilíbrio líquido-vapor (ELV) : uma mistura líquida
está em equilíbrio com seu vapor quando o nº de
moléculas do estado líquido que passa para o vapor é
igual ao nº de moléculas do estado vapor que passa
para o líquido.
 Entalpia: é o calor absorvido ou liberado a pressão
constante. Como entalpia é uma função de estado,
seu valor depende somente do conteúdo de calor dos
estado inicial e final.

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Destilação
 Conceito: é uma operação que visa separar os componente
de uma fase líquida através de sua vaporização parcial. Os
vapores são mais ricos nos componentes mais voláteis do
que no liquido, o que possibilita a separação de frações
enriquecidas nos componentes desejados.
 Este processo de separa de líquidos é uma das operações
básicas mais importantes da indústria , que possibilita
separa os componentes de uma mistura líquida na forma
de substâncias puras.
 Processo: as operações de destilação realizam-se em
estágios nos quais duas correntes (um líquido e um vapor)
entram em contato para produzir duas outras corrente
cujas composições diferem das originais.
 De um modo geral, o vapor que sai de um estágio acha-se
enriquecido nos componente mais voláteis. O líquido por
sua vez, sai com menor quantidade de voláteis do que o
líquido alimentado.

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Curvas de Equilíbrio
 Os cálculos de destilação ficam mais
simples quando os dados de equilíbrio
são postos numa curva y vs x,
denominada curva de equilíbrio, onde y é
a fração molar na fase vapor e x e a
fração molar na fase líquida.
 Podemos também utilizar a curva de
equilíbrio no processo de destilação para
determinar as condições de equilíbrio
para cada prato.
 Um dos métodos para calcular o nº de
pratos teóricos necessários para realizar a
separação, é o de McCabe-Thile.

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Definições
 Azeotropia: propriedade na qual o líquido em ebulição de
uma mistura, forma um vapor que tem exatamente a mesma
composição, portanto não podendo separa os componentes
desta mistura como o ponto de ebulição determinado:
– azeótropo de mínimo ponto de ebulição : ocorre quando o azeótropo
formado tem um ponto de ebulição menor que os dos componentes
separadamente.
– azeótropo de máximo ponto de ebulição : ocorre quando o azeótropo
formado tem um ponto de ebulição maior que os dos componentes
separadamente.
 Volatilidade: é um parâmetro que indica a maior ou menor
tendência de uma substância passar do estado líquido para o
vapor. Portanto, quanto maios a pressão de vapor de uma
substância maior é sua volatilidade, pois maior será a
tendência de sua moléculas passarem do estado líquido para
o estado vapor.
– volatilidade relativa : é definida como a razão da volatilidade entre
dois componentes.

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Tipos de Destilação
 Uma destilação pode ser conduzida de uma
variedade de modos, cada um dos quais apresenta
vantagem e desvantagens numa determinada
situação particular. Observa-se, todavia, que os
diversos modos de operar são modificações dos
seguintes métodos que podem ser considerados
fundamentais:
– diferencial
– de equilíbrio (FLASH)
– por arraste de vapor
– fracionada
– extrativa
– azeotrópica

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Destilação Diferencial
 Esta operação também é conhecida como destilação
Rayleigh ou simples, é descontínua. A carga é
colocada no fervedor e aquecida até sua
temperatura de ebulição. Imediatamente depois
vapor formado através de um condensador. Tanto o
vapor, que se encontra enriquecido no componente
mais , como o líquido do fervedor podem ser o
produto da operação podem ser o produto da
operação.
 A aparelhagem utilizada consta de um fervedor que
vai vaporizando a carga, e de um condensador. No
laboratório esta operação é realizada num balão de
vidro de pescoço curto no qual é adaptado o
condensador.

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Destilação de Equilíbrio
 É também chamada de destilação FLASH,
podendo ser realizada em batelada ou em
operação contínua. Este segundo modo de
operar é mais freqüente.
 A alimentação líquida preaquecida é
alimentada num tanque de expansão, no
qual uma parte do líquido vaporiza. O
vapor produzido e o líquido não vaporizado
são retirado continuamente do tanque logo
que se forma.
 Várias unidades do tipo descrito poderão
ser utilizadas em série, de modo a ser
realizada operação multiestágio a fim de
aumentar a flexibilidade deste tipo de
operação.

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Destilação por arraste
 É um método variante de destilação simples,
consiste em injetar vapor vivo no fervedor em vez
de realizar o aquecimento através de um trocador.
 O vapor que sai da mistura arrasta
preferencialmente o componente mais volátil.
 Este método é bastante comum, sendo conhecido
também pelo nome de destilação com vapor.
 Seu maior emprego é a vaporização de misturas
com características desfavoráveis de transferência
da calor ou de líquidos que se decompõem quando
destilados normalmente à pressão atmosférica.
 É utilizada para misturas líquidas insolúveis no
solvente.

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Destilação Fracionada
 As operações até agora descritas propiciam
pouco enriquecimento do vapor produzido.
 Na destilação fracionada opera-se com
vaporizações e condensações sucessivas
num equipamento de menor custo,
conhecido como coluna de fracionamento.
 Só poderá ser utilizada quando os
componentes da mistura tiver pontos de
ebulição bem diferentes.
 As colunas de fracionamento podem ser:
– partos
– recheio
 Este tipo de destilação pode ser efetuada
em batelada ou continuamente.

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Torres de Pratos
 O contato líquido-vapor é feito em estágios, isto é, o
vapor entra em contato com o líquido a intervalos
determinados.
 Tipos de Pratos:
– perfurados
– valvulados
 Zonas de uma coluna:
– zona de stripping ou esgotamento : são estágios nos
quais a concentração de componentes menos voláteis
estão na corrente líquida, de maneira geral, a zona de
stripping encontra-se abaixo do ponto de alimentação.
– Zona de retificação ou enriquecimento : são estágios
nos quais a concentração dos componentes mais
voláteis estão na fase vapor, normalmente esta zona
encontra-se acima do prato de alimentação.

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Tipos de Fluxo em uma Bandeja
 O fluxo em uma bandeja admite dos regimes
diferentes: regime com formação de spray e formação
de espuma.
 Do ponto de vista do fluxo sob a bandeja, podemos
ter:
– fluxo cruzado : o líquido entra por um dos lados do prato,
percorre- e desce para o prato inferior pelo outro lado.
– fluxo dividido : é usado em torres de grande diâmetro, o líquido
entra no centro e flui para extremidades, de onde cai para o
prato inferior, onde o fluxo será das extremidades para o centro.
– fluxo radial : proporciona boa distribuição, sendo utilizável em
torres grandes; sua desvantagem é o alto custo inicial
– fluxo cascata : é usado em torres de grande diâmetro, a fim de
evitar o grande gradiente de altura de líquido, que seria
prejudicial ao fracionamento, constrói-se o prato em degraus,
evitando grandes variações de nível.

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Coluna de Recheio
 Torre de recheio: o contato entre o líquido-vapor é
contínuo, ou seja, ao longo de todo equipamento não
há espaço em que não haja o contato.
 As colunas recheadas são preferidas nas operações em
que colunas de diâmetros relativamente pequenos,
inferiores a 500 mm, são suficientes para operar com a
vazões desejadas de líquidos, ou nos casos em que se
exige baixas quedas de pressão.
 A transferência de massa entre as fases é promovida
pelo recheio, o qual tem função de aumentar a
superfície interna de uma coluna, permitindo o aumento
de contato entre a fase líquida e gasosa.
 A eficiência de uma coluna é associada do recheio, no
qual se procura associar as seguintes características:
área superficial versus volume.

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Tipos de Recheio
 Existem um grande números de tipos de recheios no
mercado mundial, mas apenas um pequenos grupo é
efetivamente usado. Os recheios podem ser classificados
basicamente em dois grupos:
 Randômicos: contituídos de peças de no máximo 90 mm,
que são colocados ao acaso no leito para permitir uma
distribuição desarrumada de seus elementos.
– Aneis de raschig
– Selas de Berl
– Selas Intalox
– Anéis de Pall
– IMTP
 Recheios Estruturados: são todos que podem ser colocados
na torre de uma forma ordenada ou arrumada, sendo, por
isto, muitas vezes, também chamado ordenados ou
arrumados.

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Acessórios
 Condensadores: é o equipamento destinado a promover o
refluxo através da coluna.
– Condensador parcial: implicará sempre na caracterização da
corrente de refluxo na condição de líquido saturado.
– Condensador total: do ponto de vista da caracterização da corrente
de refluxo e produto o condensador total será dimensionado com o
objetivo de obter um líquido saturado ou subresfriado.
 Refervedor: a fonte de energia utilizada para proporcionar a
transferência de massa é normalmente fornecida por refervedor.
Os tipos mais comuns são os refervedores termosifão que
podem ser verticais ou horizontais, os de circulação forçada e os
kettle (chaleiras).
 Demister: consiste em um dispositivo utilizado no topo de um
equipamento e com o objetivo de reter gotículas arrastadas pelo
vapor, aglutinando as gotículas tornando-as maiores e mais
pesadas, permitindo, assim, o seu retorno, por açao da
gravidade, para o sistema.

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Problemas freqüentes em torres
de destilação
 Inundação (flooding): é a excessiva
acumulação de líquido em uma coluna, sendo
que, para colunas de bandejas, essa
ocorrência é normalmente caracterizado
segundo os itens abaixo:
– Spray entre as bandejas: ocorre quando a taxa
de líquido é baixa, permitindo que o vapor
pulverize o filme líquido nas bandejas.
– Formação de espuma entre as bandejas: ocorre
quando a taxa de líquido é alta, associada com
aumento da vazão de vapor. Aumenta-se assim
o nível da espuma entre as bandejas.
– Retorno pelo vertedouro.
– Estrangulamento de líquido.

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Problemas freqüentes em torres
de destilação
 Nível alto: problemas de eficiência de destilação são
associados a esse fato em função de possibilidade de
afogamento de bandejas ou alimentação de vapor.
 Pratos secos: ocorre em função de deficiência no
controle de vazão de alimentação ou refluxo ou
ainda em alguns casos durante a partida pelo FLASH
do líquido de alimentação. A principal conseqüência é
a perda de perfil da coluna, possibilitando o aumento
de pesados no produto destilado.
 Falha no sistema de condensador de topo: acarretará
no aumento de pressão da coluna, elevando assim a
sua temperatura. O aumento de temperatura e
pressão da coluna modificara sempre o seu perfil de
separa, provocando aumento de pesados no topo.

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Problemas freqüentes em torres
de destilação
 Falha no sistema de refervedor: em função de “plugueamento”
nos tubos do refervedor ou mesmo falha de vapor haverá a
diminuição da taxa de vaporização, acarretando aumento de
nível e queda de eficiência nas bandejas.
 Dumping: ocorre quando o líquido passa para o prato seguinte,
através dos orifícios ou válvulas. Tal fato está relacionado à baixa
vazão de vapor ou mesmo a sua distribuição.
 Arraste: ocorre a altas vazões de vapor, consistindo no arraste
de partículas líquida no vapor ascendente diminuindo a eficiência
de contato. Isto é causado por carga excessiva à torre.
 Blowing: consiste na abertura de canais no líquido lançando-o no
prato superior.
 Entupimento dos borbulhadores dos pratos
 Má distribuição de líquido em colunas de recheio
– inclinação da coluna
– formação de caminhos preferenciais no recheio.

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Destilação Extrativa
 A destilação extrativa é utilizada para separa componentes
com volatilidades muito próximas, o que, pelos métodos
convencionais, requer muito mais estágios e razões de
refluxo elevadas. Este método requer menos energia e
muitas vezes o que se economiza paga o equipamento de
recuperação do solvente.
 Consiste em adicionar um outro componente ao sistema,
chamado solvente, que aumenta a volatilidade relativa dos
componente a separar.
 Alimenta-se a mistura de A e B na primeira coluna, chama
de coluna de extração, da qual o componente mais volátil
sai pelo topo. O solvente é alimentado próximo ao topo
dessa coluna e arrasta o componente B para a base, de
onde a mistura B + S segue para o stripper de solvente,
que promove a separação de B e S. o solvente é um líquido
muito menos volátil do que os componente a separar.

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Destilação Extrativa
 O solvente deve possuir semelhança estrutural com o
componente mais pesado, e ainda, deve satisfazer a outros
critérios:
– ser substancialmente menos volátil que qualquer dos
componentes, de interesse, o que facilita sua recuperação.
– dentro desta restrição de volatilidades, seu ponto de ebulição
deverá ser o mais baixo possível, de modo a reduzir a
temperatura de operação.
– o solvente deve ser completamente miscível com ambos os
componentes, no intervalo de concentração envolvido.
– Não deve ser tóxico, inflamável ou corrosivo.
– Não deve reagir com qualquer dos componentes que estão
sendo separados.
– Deve ser estável.
– Seu custo deve ser baixo.

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Destilação Azeotrópica
 O meio mais fácil de separa os componentes de
uma mistura azeotrópica é a destilação azeotrópica,
e consiste em acrescentar um outro componente à
mistura que vai ser separada, como no caso da
destilação extrativa, a diferença reside na
volatilidade do componente acrescentado, neste
caso é essencialmente a mesma dos componentes
a separa, enquanto na destilação extrativa, o
solvente era praticamente não volátil, comparado
com os do sistema. Nestas condições, o
componente acrescentado forma um azeótropo com
um ou mais dos componentes a separar, devido a
diferença de polaridade.
 Ao contrário da destilação extrativa, o agente
acrescentado encontra-se praticamente na porção
superior da coluna e sua concentração decresce na
direção do fervedor.

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Destilação do Petróleo
Diagrama de Fase
Mudança de Fase
Diagrama Pressão Entalpia
Curva de Equilíbrio
Azeótropo
Destilação Diferencial
Destilação Flash
Colunas de Pratos
Coluna de Recheio
Tipos de Fluxo
Zonas de da Coluna
Tipos de Fluxo
Condensadores e Refervedores
Estrangulamento e Retorno
Destilação Extrativa
Destilação Azeotrópica

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