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Faculdade de Ciências de Saúde

Medicina Dentária 1® ano


Histologia e embriologia

Tecido nervoso
cont. SNC e SNP

Dra. Verónica Langa


Sistema Nervoso Central (SNC)

Constituido por: cérebro, cerebelo e espinal medula.

• Quando cortados estas estruturas apresentam regiões


brancas (substância branca) e regiões cinzentas (substância
cinzenta).

• Esta diferença de coloração esta relacionada com a


distribuição de mielina.

• A substância branca é constituída por axônios mielinizados,


oligodendrócitos e outras células da glia, não contém corpos
de neurónios.
• A substância cinzenta é formadas por corpos de neurónios,
dendrites, a porção não mielinizada dos axónios e as células
da glia.
Cerebelo (cortex cerebral)

• Na superfície predomina substância cinzenta,


enquanto a substância branca predomina nas
partes mais centrais.

• A substância cinzenta do cerebelo compreende 3


camadas:
1. camada molecular (mais externa);
2.camada das células de Purkinje (camada central);
3.camada granulosa (mais interna).
Cont.
• As células de Purkinje são muito grandes, bem
visíveis e as suas dendrites são muito bem
desenvolvidas, assumindo o aspecto de um leque.
• Estas dendrites ocupam a maior parte da camada
molecular. Por essa razão, as células da camada
molecular estão muitos esparsas.

• A camada granulosa é formada por neurónios


muito pequenos (os menores do organismo) e
organizados de modo muito compacto.
Cont.
Espinal medula
• Num corte transversal, a substância branca localiza-se
externamente e a substância cinzenta internamente, com a
forma de letra H.
Meninges

• O SNC está contido e protegido na caixa craniana e


no canal vertebral, sendo envolvido por membranas
de tecido conjuntivo chamadas meninges.

• As meninges são formadas por 3 camadas, de fora


para dentro:
1.dura-máter,
2.aracnóide e
3.pia-máter.
Dura-máter

• A dura-máter é a meninge mais externa, é constituída por tecido


conjuntivo denso contínuo com o periósteo dos ossos da caixa
craniana.

• A dura-máter, que envolve a espinal medula, é separada do


periósteo das vertebras, formando se entre os dois espacos o
espaço Peridural

• Entre a dura-máter e aracnóide pode ocorrer o espaço subdural.


(ocorre em condicoes patologicas)

• As superfícies internas e externas da dura-máter são revestidas


por epitélio simples pavimentoso.  
Aracnóide

• Apresenta duas partes, uma em contacto com a pia-máter, formando


o espaço subarocnóideo, que contém líquido cefalorraquidiano, e
outra em contacto com a dura-máter que origina o espaço subdural.
• O espaço subarocnóideo constitui um colchão hidraúlico que protege
o SNC de traumatismos.

• A aracnóide é formada por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos e


as suas superfícies são revestidas por epitélio simples pavimentoso
de origem mesenquimatosa.

• A aracnóide forma, em certos locais, expansões que perfuram a


dura-máter e terminam com dilatações fechadas, designadas por
vilosidades das aracnóides.
• Estas vilosidades têm a função de transferir líquido cefaloraquidiano
para o sangue.
Pia-máter

• É muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso, embora


não esteja em contacto directo com células ou fibras
nervosas.

• Entre a pia-máter e os elementos nervosos situam-se


prolongamentos dos astrócitos, que formam uma camada
muito delgada unida fortemente à face interna da pia-máter.

• A superfície externa da pia-máter é revestida por tecido


epitelial pavimentoso.

• Os vasos sanguíneos penetram no tecido nervoso através de


túneis revestidos por pia-máter, os espaços perivasculares.
• Os capilares sanguíneos do sistema nervoso são totalmente envolvidos
pelos prolongamentos dos astrócitos.

Esta caracteristica e o facto de as células endoteliais apresentarem


junções oclusivas, aumenta a impermeabilidade dos capilares
sanguíneos do tecido nervoso e origina a barreira hematoencefálica
(que e uma bareira funcional, que dificulta a passagem de certas
substancias, como alguns antibioticos, agentse quimicos e toxinas do
sangue para o tecido nervoso)
Plexos coróides e líquido cefalorraquidano
• Os plexos coróides são dobras da pia-máter ricas em capilares
fenestrados e dilatados.

• São constituídos por tecido conjuntivo frouxo da pia-máter,


revestidos por epitélio simples cúbico ou cilíndrico.

• A principal função dos plexos coróides é secretar o líquido


cefalorraquidiano (LCR).

• No adulto o LCR é estimado em 140 ml. É um líquido claro, de


baixa densidade, contém algumas células descamadas e
linfócitos.

• É produzido de modo contínuo, e isto explica a saída constante


de líquido nas lesões cranianas que atingem a aracnóide.
Cot.
• O LCR é absorvido pelas vilosidades aracnóides, passando para
os vasos sanguíneos cerebrais. No sistema nervoso central não
existem vasos linfáticos.

• A obstrução do fluxo de LCR, resulta no distúrbio designado


por hidrocefalia.

• Esta situação patológica é caracterizada pela dilatação do


encéfalo produzida pela acumulação de LCR.

• Essa acumulação deve-se a uma diminuição na absorção de


LCR pelas vilosidades aracnóides ou a um cancro do plexo
coróide que produza um excesso de LCR.
Cont.
• A hidrocefalia iniciada antes do nascimento ou
quando a criança é muito pequena causa um
afastamento das saturas dos ossos cranianos e
aumento progressivo da cabeça, podendo
ocorrer convulsões, atrasos mentais e
fraqueza muscular.
Sistema Nervoso Periférico (SNP)

• Os componentes do SNP são os nervos, os gânglios e as


terminações nervosas.

• Os nervos são feixes de fibras nervosas envolvidos por tecido


conjuntivo.

Fibras nervosas
• São constituídas por um axónio e as suas bainhas envolventes.
• Grupos de fibras nervosas formam os feixes do SNC e os
nervos do SNP.
• Todos os axónios do tecido nervoso são envolvidos por dobras
que podem ser únicas ou múltiplas formada por uma célula
envolvente.
Cont.
• Nas fibras perifericas a celula envoltoria e a celula de
Schwann e no SNC são os Oligodendrocitos.
• Os axónios de pequeno diâmetro são envolvidos por uma
única dobra da célula envolvente, constituindo as fibras
amielínicas.

• Nos axónios de maior calibre a célula envolvente forma uma


dobra enrolando em espiral em torno do axónio.

• Quanto maior for o axónio, maior será o número de camadas


envolventes concêntricas provenientes da célula de
revestimento. O conjunto dessas camadas envolventes
concêntricas denomina-se bainha de mielina e as fibras são
chamadas fibras nervosas mielínicas.
Tanto nas fibras mielínicas como nas amielínicas as porções de
camadas envolventes que se prendem internamente ao axónio e
externamente à superfície da célula envolvente, constituem os
mesaxónicos (interno e externo).
Fibras mielínicas

• Nas fibras mielínicas do SNP a membrana plasmática da célula de


Schwann enrola-se em torno do axónio.
• Essa membrana enrolada funde-se, dando origem à mielina, um
complexo lipoproteico branco.

• A bainha de mielina interrompe-se em intervalos regulares, formando


os nódulos de Ranvier, que são recobertos por expansões laterais das
células de Schwann.

• A espessura da bainha de mielina varia com o diâmetro do axónio,


porém é constante ao longo do mesmo axónio.

• Ao microscópio óptico observam-se na mielina fendas em forma de


cones, as incisuras de Schmidt-Landermann, que são áreas onde
permaneceu o citoplasma de célula de Schwann durante o processo
de enrolamento.
Fibras amielínicas
• Tanto no SNC como no SNP nem todos os axónios são
recobertos por mielina.

• As fibras amielínicas periféricas são também envolvidas


pelas células de Schwann, mas neste caso não ocorre o
enrolamento em espiral.

• Uma única célula de Schwann envolve várias fibras


nervosas, cada fibra tem o seu próprio mesaxónio.

• Nas fibras amielínicas não existem nódulos de Ranvier,


pois nelas as células de Schwann formam uma baínha
contínua.
Nervos

• No SNP as fibras nervosas agrupam-se em feixes, dando


origem aos nervos.

• Devido ao seu alto conteúdo em mielina e colagénio, os


nervos são esbranquiçados (excepto nervos muito finos
formados somente por fibras amielínicas).

• O tecido de sustentação dos nervos é constituído por uma


camada fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso, o
epineuro, que reveste o nervo e preenche os espaços entre
os feixes de fibras nervosas.

• Cada um desses feixes é revestido por uma bainha de várias


camadas de células achatadas, justapostas, o perineuro.
Dentro da bainha perineural encontram-se os axónios, cada um
envolvido pela bainha das células de Schwann, com a sua lâmina
basal e um invólucro constituído principalmente por fibras
reticulares sintetizadas, chamado endoneuro.
Gânglios

• As acumulações de neurónios localizadas fora


do SNC recebem o nome de gânglios
nervosos.

• Os gânglios normalmente são órgãos


esféricos, protegidos por cápsulas conjuntivas
e associados a nervos.
Degeneração e Regeneração do tecido nervoso

• Os neurónios dos mamíferos geralmente não se dividem, a


destruição de um neurónio representa uma perda
permanente.

• Os seus prolongamentos, no entanto, dentro de certos limites,


podem regenerar-se devido à actividade sintética dos
respectivos pericários.Por isso os nervos regeneram-se,
embora com dificuldade.

• Os espaços deixados pelas células e fibras nervosas do SNC


destruído por acidente ou doença são preenchidos por células
da glia.
Cont.
• Devido à sua distribuição por todo o corpo as lesões
nos nervos não são raras.

• Quando o nervo é lesionado, ocorrem alterações


degenerativas, seguidas de uma fase de reparação.

• No nervo lesado deve-se distinguir a parte da fibra que


se desligou do seu neurónio (parte distal) e a parte que
continua unida ao neurónio (parte proximal).
Cont.
• O segmento proximal, por manter contacto com o
percário, que é o centro trófico, frequentemente é
regenerado, enquanto o segmento distal degenera
totalmente e acaba por ser reabsorvido.

O corpo delular cujo axónio sofre lesão mostra as


seguintes alterações:
• cromatólise, isto é, dissolução dos corpúsculos de
Nissl;
• aumento do volume do pericário
• deslocamento do núcleo para a periferia do pericário.
Cont.
• Quanto à fibra nervosa , na parte proximal (ligada ao
pericário), uma pequena extensão próxima da lesão
degenera, mas o seu crescimento inicia-se logo que
os restos alterados são removidos por macrófagos.

• Se o crescimento for desordenado, as fibras


nervosas formam uma dilatação muito dolorosa na
extremidade do nervo, chamada neuroma de
amputação
Cont.

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