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O Coelho Branquinho e a

Formiga Rabiga
Uma História Tradicional
Portuguesa

Escrita por: Alice Vieira

Ilustrada por: João Tinoco


Um dia o Coelhinho Branquinho Saiu cedo de casa para ir à
horta buscar uma couve para o seu caldinho. Ao voltar,
encontrou a porta fehada a sete chaves e sete cadeados.

- Como é possível? – exclamou ele espantado. Deixei a porta aberta


e encontro - a trancada? Alguém deve ter entrado sem eu
dar por isso.
Bateu uma, bateu duas, bateu três vezes.
De dentro, uma voz estranha perguntou:
- Quem está aí?
O coelhinho fez-se valente:
- Sou eu, o Coelho Branquinho
Que fui à horta buscar uma couve para o meu caldinho.

De dentro veio uma gargalhada:


Pois eu
sou a Cabra Cabrês
Que te salto em cima
e te faço em três!
Tremeu o coelhinho sem saber o que fazer.
Lembrou-se então de um cão, seu amigo, que vivia numa
quinta ali perto.
Por favor vem comigo!
Em minha casa
está a cabra Cabrês
que me salta em cima e me faz em três!

O cão suspirou:

Cheguei da caça,
estou cansado.
Procura ajuda
noutro lado.
Tremeu o coelhinho sem saber o que fazer.
Lembrou-se então de um boi , seu amigo, que pastava
num prado ali perto.
Por favor vem comigo!
Em minha casa
está a cabra Cabrês
que me salta em cima
e me faz em três!

O boi suspirou:

Puxei o arado,
estou cansado.
Procura ajuda
noutro lado.
Tremeu o coelhinho sem saber o que fazer.
Lembrou-se então de um galo , seu amigo, que cantava
empoleirado numa cancela ali perto.

Por favor vem comigo!


Em minha casa
está a cabra Cabrês
que me salta em cima
e me faz em três!
O galo suspirou:

Fiz nascer o sol,


estou muito cansado.
Procura ajuda
noutro lado.
Chorava o coelhinho a sua triste sorte quando sentiu um
ligeiro formigueiro pelas pernas acima e ouviu uma vozinha
que dizia:
Por mais que trabalhe ,
nunca estou cansada.
Eu irei contigo
à cabra malvada.

Era a sua amiga formiga,


atarefada como sempre, quem
assim lhe falava. Mais animado o
Coelhinho Branquinho pôs-se a
caminho e em menos de três
saltos e vários ziguezagues,
estava diante de casa.
Antes que a cabra tivesse tempo dizer fosse o que
fosse, a formiga perguntou, cá de fora:
- - Quem está aí?
- Ouviu-se uma gargalhada:

Sou eu a cabra Cabrês,


Que te salto em cima
e te faço em três!

A resposta da formiga não se fez


esperar:
Pois eu
Sou a Formiga Rabiga
Que te salto em cima
e te furo a barriga!
Se bem o disse, melhor o fez: entrou pelo buraquinho da
fechadura, saltou para cima da cabra e tantas picadelas lhe ferrou que
a Cabra Cabrês aos coices e aos pinotes, rebentou com a porta, fugiu
pela estrada e nunca mais foi vista.

O Coelhinho Branquinho e a
Formiga Rabiga puderam assim
entrar em casa, pôr a couve na panela e fazer a sopa para o jantar.
Comeram a melhor sopa de todos os dias das suas vidas.

Acreditam ?
Fim
Trabalho realizado por:

Sónia Maia

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