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A AGRICULTURA PORTUGUESA

E A POLÍTICA AGRÍCOLA
COMUM
A agricultura portuguesa e a Política Agrícola Comum

A Política Agrícola Comum


(PAC)

• Criada nos finais dos


anos 50 do século XX;
• Objetivo: promover a
autossuficiência alimentar na
então “Europa dos Seis”;
• Fez parte integrante do
Tratado de Roma e entrou
em vigor em 1962.
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Objetivos da Política Agrícola Comum (PAC)

•Tendo
Aumentar a
por base estes• objetivos,
Assegurarfoium • Garantir
adotado a
um conjunto
produtividade
de medidas de daincentivo
nível à
deprodução,
vida segurança
que dos
garantiam
agricultura (…); a obtenção
aos agricultores equitativo à
de preços abastecimentos;
razoáveis,
escoamento da produção população
e proteção aduaneira aos
produtos comunitários. agrícola (…);
• Estabilizar os • Assegurar
mercados; preços razoáveis
aos

www.proder.pt
consumidores.

Fonte:
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Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola


(FEOGA)

Esta política protecionista


• Instrumento tinha
de financiamento daoPAC;
inconveniente de
isolar o mercado interno das flutuações de preços
• Representava uma parte substancial do
nos mercados internacionais.
orçamento comunitário e incorporava duas secções
distintas:

• FEOGA- • FEOGA-
Garantia Orientação
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 A Europa viu-se, então, a • Os excedentes tinham


braços com enormes de ser retirados do
excedentes de produção mercado para evitar
(cereais, carne de bovino, um colapso dos preços
leite...). no produtor.

Este aspeto foi


conseguido através
das ajudas ao
armazenamento
ou à exportação
de produtos para
os países terceiros.
Fig. Campo de cereais, região da Beira Litoral
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• Perante os factos, em 1980, estabeleceram-se


restrições à produção, de que são exemplo:
• Com a implementação desta política, os agricultores
das grandes explorações passaram a ter
financiamentos provenientes do FEOGA muito
elevados (80% do total destinava-se
• as famosas a apenas de
• a obrigatoriedade 20%não
dos agricultores,
quotas o que fazcultivo
leiteiras deles um grupo
de uma de pressão
parte das
com bastante poder).
(1984); terras aráveis (pousio) em
explorações de elevadas
dimensões.

Fig. Exploração agrícola, região do Oeste


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A reforma de 1992

• Maio
 de 1992:
A reforma profunda
veio reforma
substituir da PAC; no mercado
a intervenção
agrícola
• Devido para a garantiacustos
aos elevados de preços por esquemas
envolvidos na sua de
pagamento
manutenção;direto aos agricultores.
•Devido também à ideia de pressão
Visou fundamentalmente, de outros
o incentivo a umapaíses,
para que a menos
produção Comunidade Europeia
intensiva baixasse
de forma os apoios
a diminuir os
à agricultura, a
excedentes, nobeneficiar
sentido deoliberalizar
ambienteoemercado
a reduzir os
agrícola.
custos.
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 Os agricultores reagiram negativamente às novas


medidas, tendo-se gerado alguma conflitualidade em
resultado das alterações introduzidas.

Fig. Manifestação de agricultores


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 A reforma de 1992

• Foram criados novos mecanismos de


controlo da produção e reforçadas as
dimensões ambientais, estruturais e

Fonte: www.europa.eu
florestais, numa evolução sem precedentes.
• Evidenciou progressivamente algumas
fragilidades, tendo surgido, neste contexto, a
Agenda 2000.
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ATIVIDADE

1. Refira o objetivo inicial da criação da PAC.

2. Enumere os seus objetivos.


.
3. Indique o instrumento de financiamento da PAC.

4. Indique o objetivo da reforma da PAC em 1992.


Verificar resposta
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Agenda 2000

•ADeuincorporação
ênfase a todas
de propostas
as funçõesdedanatureza
PAC: económicas,
ambiental e
ambientais
de garantiaeda
rurais;
qualidade e segurança dos alimentos
foi também uma das características da Agenda 2000;
• Foi criado o chamado 2.º pilar da PAC, que se
pretende afirmar como uma nova política de
• A Agenda 2000 foi concebida para cobrir um período
desenvolvimento rural (multifuncionalidade,
que ia de 2000 a 2006.
sustentabilidade e competitividade são conceitos-chave);
• 2.º pilar inclui as medidas de acompanhamento criadas
em 1992, que são financiadas pelo FEOGA-Garantia, e as
medidas estruturais financiadas pelo FEOGA-Orientação.
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 Em junho de 2003, foi aprovada uma


nova reforma, justificada por novos desafios,
dos quais se destacam:

• tomar as decisões • capacitar • facilitar as


de produção, por a PAC de negociações
parte dos agricultores, fornecer na OMC;
em função do serviços
mercado e não da públicos; • agilizar a PAC
política de subsídios; para responder a
problemas
relacionados com
o alargamento.
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 A reforma da PA C de 2003

• Reforma mais ambiciosa que a PAC conheceu até


agora, com quatro objetivos primordiais:

• estabelecer • preparar o • responder melhor


uma maior alargamento da UE; às novas
conexão entre solicitações sociais
a agricultura • tornar a PAC em matéria de
europeia e os mais compatível preservação do
mercados com os pedidos ambiente e de
mundiais; dos países qualidade dos
terceiros. produtos;
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 Junho de 2003: acordo que alterou a PAC e


introduziu novos princípios e/ou mecanismos:

• a dissociação das • a condicionalidade


ajudas em relação aos (…);
volumes produzidos (…);

• a compatibilidade com • uma gestão flexível


as regras da OMC (…); da PAC (…);

• a redistribuição pública dos direitos de pagamento


atribuídos às explorações (…);

• a disciplina • 2007: é criada uma organização


financeira (…); comum única dos mercados (…).
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 A reforma da PAC imprimiu maior simplificação e


transparência, incentivando a procura de maior
sustentabilidade e uma reorientação clara para o
mercado.
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“Exame de saúde” da Política Agrícola Comum -


2008

• Constituiu
• Centrou-se
a última nas
etapa
seguintes
do processo
questões:
de reforma
da PAC, iniciada e ainda não terminada.

• Visava modernizar, simplificar e racionalizar a PAC


• esimplificar
remover restrições
o aos agricultores,
• adaptar os ajudando-os
• responder aa
reagir melhor
Regime de aosmecanismos
sinais do mercado
de e novos
a enfrentar
desafios
novos desafios. mercado a novas
Pagamento ambientais
Único (RPU) oportunidades (…).
(…); (…);
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 A PAC pós-2013

• Visa ajudar os agricultores a adaptarem-se à


evolução das necessidades do mercado e garantir
um abastecimento alimentar sustentável.
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Reflexos da PAC na agricultura portuguesa

•Quando
As
A explorações
Ospopulação
emde
planos 1977
agrícola
Portugal fezo Fatores
pedido de adesão à
que
agrícolas
era
então
idosa
produção eram
CEE, de agrícola possuía um peso
ee iletrada;
o setor potenciavam uma
pequena dimensão
significativo
comercialização na economia portuguesa,
real incapacidade
eassentavam
formadas por
encontrando-se, umporém, técnica
numa deepenetrar
economicamente
nos
elevado
estruturanúmero
estagnado e com carências estruturais.
fundiária mercados mundiais.
médio de blocos
desajustada para O défice da balança
dispersos
rentabilizare os
com
comercial do setor
falta de
investimentos era significativo.
infraestruturas
indispensáveis;
adequadas;
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 Dadas as características do setor,


o tratado de adesão, para além de:

• prever um • reconheceu a • e integrou


longo período especificidade cláusulas
de transição; da agricultura defensivas, de
portuguesa; proteção e de
salvaguarda (…).

Fig. Paisagem do Douro


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 Mesmo com estes mecanismos de proteção, Portugal


sofreu como que duas vezes o impacte da adesão:

• primeiro momento • depois (após a reforma


(aquando da sua entrada na da PAC de 1992):
CEE e, em resultado da
aplicação da PAC): - as suas explorações
mais competitivas sofrem
- sofreu uma reestruturação um choque externo, que
forçada das suas estruturas levou ao despedimento
agrícolas, com o de muitos trabalhadores
desaparecimento de agrícolas e ao abandono
muitas das pequenas do mundo rural.
explorações familiares;
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A partir da reforma da PAC de 2003

• Imprimiu-se
• Colocou-se
uma maior
também
simplificação
uma particular
e
transparência,
atençãoincentivou-se
nos serviços aque
procura
o agricultor
de uma maior
sustentabilidade
presta à sociedade,
e uma reorientação
garantindo:
clara para o
mercado, colocando uma particular ênfase na política
de desenvolvimento rural.
• uma produção • a manutenção •ea
alimentar do espaço preservação
segura e de rural; do ambiente e
qualidade; da paisagem.
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 Com a reforma da PAC


em 2013 e o novo quadro
para o período de 2014 a
2020

Fonte: www.cm-vminho.pt
• Portugal vai receber 7,7
mil milhões de euros,
menos 500 milhões do que
no pacote financeiro de
2013.
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 Apesar da redução Uma delas é a inclusão


orçamental, a PAC do nosso país nos
contém alterações que apoios europeus a
beneficiam Portugal. projetos de regadio.

Outra mudança foi o Na prática, a situação


valor mínimo das ajudas permite o financiamento
diretas por hectare a da última fase do projeto
cada agricultor (…). do Alqueva (…).

Fig. Barragem do Alqueva


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 Apesar da redução • Existe ainda uma majoração


orçamental, a PAC em 10% da percentagem das
contém alterações ajudas europeias aos
que beneficiam agricultores de países sob
Portugal. resgate financeiro.

• Outra alteração é a
liberdade dada aos
Estados-Membros para
a aplicação das regras
comunitárias.
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Fig. Redistribuição das ajudas diretas - aproximação de um terço da diferença


entre o nível atual e 90% da média comunitária em 2020
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ATIVIDADE
1. Enumere os objetivos primordiais da reforma da PAC de
2003.
2. Indique três fatores que potenciavam a real
incapacidade da agricultura portuguesa penetrar nos
mercados mundiais.
3. Aponte duas alterações contidas na PAC que
beneficiaram a agricultura portuguesa.

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Fim da apresentação

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