Teologia Moral Fundamental • Teologia Moral ou Ética Teológica? • Ethos, Ética e Moral • Robinson Crusoé e o índio Sexta-Feira • ETHOS: o Caráter, o modo de ser, hábito, costume, modo de comportamento de uma sociedade. (=Cultura) • ÉTICA: reflexão sobre suas ações, leva a elaboração de determinadas normas de caráter mais formal. (algo do sujeito) • MORAL: ação mais espontânea, sem demasiada reflexão, enquanto ética seria o ato humano visto sob o ponto de vista da reflexão. (aprendido do grupo) • Intimamente ligados. Riscos • Um determinado Ethos não pode ser considerado bom em si. Só porque é costume não quer dizer que seja bom (p.e.raciscmo). • A moral é intra-sistêmica, com o risco de não questionar o ethos. • Ética: papel de questionar o comportamento, vendo a realidade ‘de fora’, distanciando-se. • Grande desafio: desassociar moral e cultura. Ética Cristã
• Os seguidores (as) de Cristo têm um modo de
atuar no mundo diferente das demais pessoas? • Como isso se deu no início do Cristianismo? • Que inspirações temos para hoje? Carta a Diogneto (sec. I) • Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular. (...) • Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. • Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira. Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os neonatos. Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito. Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne. Moram na terra e são regidos pelo céu. Moral do NT • Duas tendências exegéticas: • Jesus como "lei nova", Jesus seria o novo legislador, que vem ocupar o posto de Moisés. Propõe a lei nova no sentido de que suas exigências éticas integram e aperfeiçoam as da antiga ou primeira aliança, deixando abolidas as normas de caráter ritual do AT.
• Aspecto utópico da moral neotestamentária. O
mandamento da não-violência ou da não-resistência ao agressor, o perdão gratuito e universal, o amor aos inimigos não são realizáveis a não ser na perspectiva do reino de Deus. O mesmo deve-se dizer da pobreza evangélica, do serviço e da doação total dos bens, coisas somente realizáveis no horizonte do reino inaugurado por Jesus. • Aspectos a ser considerados
▫ Em primeiro lugar, a moral neotestamentária tem
sua raiz no AT, passando, porém, pela mediação do judaísmo palestinense e helenista do século I d.C.
▫ Matiz judaica e grega
• A moral do Reino de Deus • O cumprimento da Lei • O mandamento novo e supremo • O caminho dos discípulos ▫ O primeiro âmbito no esquema de Marcos é o da relação de casal. ▫ Um segundo problema é o do uso dos bens materiais, especialmente da riqueza. ▫ Um terceiro âmbito se refere às funções e autoridade. • A moral evangélica na perspectiva do Reino de Deus está marcada por duas características: o seguimento de Jesus, proclamador do reino de Deus, e a exigência radical e máxima do amor. • Paulo de Tarso ▫ A vida no Espírito ▫ Liberdade e lei ▫ O homem novo nas diversas situações históricas. Vaticano II • Jesus Cristo, grande referencial ético. Seu agir nos convida a agir. (‘Vá e faça a mesma coisa’) • O Espírito do Ressuscitado é a grande Lei Moral do NT (Paráclito). • Adequação nossa à mensagem de Cristo (Reino) = Conversão. Não meramente ‘espiritual’, mas de empenho em favor da causa de Jesus. • Tensão entre o ser e o ser chamado a ser. Acenos Históricos da TM • Primeiros séculos: fé e ação unidas. Os Santos Padres não escrevem sobre moral, mas sobre a vida espiritual. Crer é fazer. • Idade Média – Exitus et Reditus (Tomás de Aquino). Aplicar-se para a vida boa, da visão beatífica. • Século XVI, Trento – emancipação da TM do corpo teológico. Distanciamento bíblico (bíblia era coisa de protestante!). Aproximação jurídica. • Século XVII – manuais para confessores. Casuística (valorização detalhada dos pecados: como, quando, quantas vezes, por que,....). • Casos paradigmáticos. • Desvalorização do contexto pessoal. Dura Lex, sed Lex (a Lei é dura mas é lei). • Mentalidade corrente: existe uma lei universal, válida para tudo e todos, que deve ser obedecida (Lei Natural). (nome de destaque: s. Afonso M. Liguorio). • Rigorismo. Vaticano II e TM • Optatam Totius, 16 (1965) • De igual modo, renovem-se as restantes disciplinas teológicas por meio dum contato mais vivo com o mistério de Cristo e a história da salvação. Ponha-se especial cuidado em aperfeiçoar a Teologia Moral, cuja exposição científica, mais alimentada pela Sagrada Escritura, deve revelar a grandeza da vocação dos fiéis em Cristo e a sua obrigação de dar frutos na caridade para vida do mundo. Formação da Consciência Moral • A consciência é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser. Graças à consciência, revela-se de modo admirável aquela lei que se realiza no amor de Deus e do próximo. Pela fidelidade à voz da consciência, os cristãos estão unidos aos demais homens, no dever de buscar a verdade e de nela resolver tantos problemas morais que surgem na vida individual e social. • Ver: Apostila p. 13 Método da TM • A TM sempre iniciará seu discurso descrevendo o fato em si mesmo, tentando entender todas as nuances possíveis envolvidas; • em seguida, pedirá ajuda às ciências sociais a fim de clarear tal fato; • num terceiro momento, vem a iluminação cristã, pondo a pessoa no centro das atenções de Deus • num último momento, retornar ao acontecido para lhe dar iluminações possíveis. Risco de uma Moral Burguesa • Matriz européia. Preocupação conjugal. • Frei Beto: “basta ser casado e ter uma mulher...então pode ter latifúndios, empresas, jogatinas, pode ter tudo: desde que aquilo seja legal, é moral. • A moral cria, na América Latina, um modelo clericalizado de evangelização, fortemente marcado pelo moralismo farisaico, o que esvazia a experiência cristã. • É uma Igreja que evangeliza ensinando verdades a serem repetidas, aceitas, proclamadas, sem ensinar a experiência teologal, a experiência de Deus, e principalmente, a experiência de oração”. CRISE ÉTICO-MORAL, HOJE Frei Nilo Agostini • A MODERNIDADE A afirmação da autonomia (≠ heteronomia) Uma autonomia questionada. O processo de secularização (independência da religião). • A CRISE EM NOSSO DIA-A-DIA O indivíduo “perdido” A crise afetiva e espiritual A busca de novas religiosidades A sexualidade: o que dizer? • O modo de viver a sexualidade explica muito da crise (solidão...) que o ser humano vive hoje. Eixos a alteridade (ser face ao outro). a humanização (na superação do isolamento), a integração da masculinidade e da feminilidade.