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Barroco

A estética fruto da
Contrarreforma
• Dualismo
• Religiosidade conflituosa
• Irregularidade
• Angústia
• Dramaticidade
• Obscuridade
• Niilismo temático
• Descontentamento (ênfase na dor e na
vergonha)
• Tensão
• Feísmo (locus horrendus)
• Abuso formal, linguagem hipertrofiada
• Transitoriedade da vida
• Carpe Diem
• Cultismo
• Conceptismo
Cultismo (Culteranismo ou Gongorismo)
• Arte sensorial
• Aspecto lúdico das palavras
• Como se diz
• Palavras cultas, arcaísmos
• SENTIR o conflito barroco
• Uso de hipérboles, sinestesias
Corrente, que do peito desatada
Sois por dois belos olhos despedida,
E por carmim correndo desmedida
Deixais o ser, levais a cor mudada.

Não sei, quando caís precipitada


As flores, que regais, tão parecida,
Se sois neves por rosa derretida,
Ou se a rosa por neve desfolhada.

Essa enchente gentil de prata fina,


Que de rubi por conchas se dilata,
Faz troca tão diversa, e peregrina,

Que no objeto, que mostra, e que retrata,


Mesclando a cor purpúrea, e cristalina,
Não sei, quando é rubi, ou quando é prata.
Conceptismo, Conceitismo ou Quevedismo
• Entender o conflito barroco
• Uso da razão
• Uso de paradoxos
• Silogismo e Sofisma (premissa maior, menor
e conclusão)
Meu Deus, que estais pendente em um madeiro,
Em cuja lei protesto viver,
Em cuja santa lei hei de morrer
Animoso, constante, firme, e inteiro.

Neste lance, por ser o derradeiro,


Pois vejo a minha vida anoitecer,
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai manso Cordeiro.

Mui grande é vosso amor, e meu delito,


Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,


Que por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas,a alegria.
 
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se tão formosa é a Luz , por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância
Um soneto começo em vosso gabo
Contemos essa regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.

Na quinta torce agora a porca o rabo:


A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.

Agora nos tercetos que direi?


Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.

Nesta vida um soneto já ditei,


Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei

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