Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Colégio Master
1° ano – LITERATURA
Profª: Asenate Brasil
GREGÓRIO DE MATOS
(BOCA DO INFERNO)
• POEMAS:
- SATÍRICOS
- LÍRICOS
- ERÓTICOS
- RELIGIOSOS / SACROS
Pequei, Senhor, mas não porque hei
pecado, Se uma ovelha perdida e já cobrada
Da vossa alta clemência me despido; Glória tal e prazer tão repentino
Porque quanto mais tenho delinquido Vos deu, como afirmais na sacra história.
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,
Se basta a voz irar tanto pecado, Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
A abrandar-vos sobeja um só gemido: Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha; Muitos mulatos desavergonhados,
Não sabem governar sua cozinha, Trazidos sob os pés dos homens nobres,
E podem governar o mundo inteiro. Posta nas palmas toda a picardia,
Porém se acaba o Sol, por que nascia? Começa o mundo enfim pela ignorância,
Se formosa a Luz é, por que não dura? E tem qualquer dos bens por natureza
Como a beleza assim se transfigura? A firmeza somente na inconstância.
Como o gosto da pena assim se fia?
"O todo sem a parte não é o todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.