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TARDE

Olavo Bilac e o Parnasianismo


Mudanças sociais do fim do século XIX criaram, NA
PROSA, terreno fértil para o Realismo e Naturalismo;
NA POESIA, fizeram surgir uma rígida postura
antirromântica;

O Romantismo dava ênfase à expressão da

Introdução subjetividade, em detrimento da forma, vista como


secundária; o Parnasianismo via a necessidade de
retomada da objetividade clássica;

O movimento surge com a publicação da obra Le


Parnasse Contemporain, 1866.
Parnaso é o local
onde residiam
Apolo e as Musas
inspiradoras dos
artistas.

Rafael Sanzio, O parnaso, 1509-1510.


Parnasianismo: uma arte alienada?

Para os parnasianos, a Arte


deveria deixar de estar a serviço
Preocupação com a exaltação do
da humanidade para retomar a si Objetividade;
Belo;
mesma – daí a ideia da “arte pela
arte” ou da “arte sobre arte”.

A arte passa a ser um ofício


Poesia mais cerebral; Alto rigor formal
metódico e meticuloso;
Características temáticas

Predomínio de temas
Descrição objetiva
descritivos (paisagens,
(fotografar por meio de
cenas históricas ou objetos
palavras);
artísticos);

Alusão a elementos da Busca de um ideal de


mitologia grega e latina; perfeição a ser seguido.
Características formais

CULTO À FORMA; RIGOR TÉCNICO; PRESENÇA DE PRECIOSISMO


MÉTRICA, RIMA E VOCABULAR;
RITMO;
Olavo Bilac
◦ Fundou, junto com Machado de Assis, o Grêmio de
Letras e Artes (futura Academia Brasileira de Letras);
◦ Utilizou as características parnasianas de forma rígida,
sem perder certa influência romântica;
◦ Foi responsável pela criação da letra do Hino à
Bandeira e do projeto de Serviço Militar Obrigatório.
◦ Livro publicado em 1919, poucos meses após a morte
do autor;
◦ O volume reúne 99 sonetos que vinham sendo
trabalhados e organizados por Bilac desde 1906;
◦ Alterna sonetos decassílabos (10 sílabas poéticas) e
alexandrinos (12 sílabas poéticas); Tarde
◦ Predomina na obra, tal qual prenuncia o título, a
temática do crepúsculo, outonal. Boa parte dos poemas
trata do fim da vida, da passagem do tempo, da
chegada da morte, da resignação diante da finitude.
Há, portanto, um tom claramente melancólico.
◦ “...La nostra vita è siccome uno arco montando e volgendo... Avemo dunque Che la gioventute nel
quarantacinquesimo anno se compie: e siccome l’adolescenza è in venticinque anni Che procede
montando allá gioventute: cosí il discendere, cioè la senettute, è altrettanto tempo Che succede allá
gioventute; e cosi si termina la senettute nel settantesimo anno... Dov’è da sapere che la nostra
buona e diritta natura ragionevolmente procede in noi, siccome vedemo procedere la natura delle
piante in quelle; e però altri costumi e altri portamenti sono ragionevoli ad uma età più Che ad altre;
nelli quali l’anima nobiliata ordinariamente procede per uma semplice via, usando li suoi atti nelli
loro tempi e etadi siccome al’ultimo suo frutto sono ordinati.”

◦ “... Nossa vida é como um arco subindo e girando ... Temos pois que a juventude no quadragésimo
quinto ano se completa: e já que a adolescência está nos vinte e cinco anos que seguem montando à
Epígrafe
juventude: então a descida, que é o envelhecimento, é tanto tempo o que acontece com a juventude;
e assim o envelhecer termina no septuagésimo ano ... Onde deveria ser conhecido que nossa boa e
reta natureza procede razoavelmente em nós, visto que vemos a natureza das plantas proceder nelas;
e ainda outros costumes e posturas são mais razoáveis ​em uma idade do que em outras; em que a
alma nobre ordinariamente procede de uma maneira simples, usando seus atos em seus tempos e
idades desde que eles são ordenados até o último de seus frutos. "
(Dante, Il Convito, trat. Quarto, cap. XXIV)
Temáticas principais dos sonetos
Hino à tarde
Glória jovem do sol no berço de ouro em chamas,
Alva! natal da luz, primavera do dia,
Não te amo! nem a ti, canícula bravia,
Que a ti mesma te estruis no fogo que derramas!

Amo-te, hora hesitante em que se preludia


O adágio vesperal, - tumba que te recamas
De luto e de esplendor, de crepes e auriflamas,
Moribunda que ris sobre a própria agonia!

Amo-te, ó tarde triste, ó tarde augusta, que, entre


Os primeiros clarões das estrelas, no ventre,
Sob os véus do mistério e da sombra orvalhada,

Trazes a palpitar, como um fruto do outono,


A noite, alma nutriz da volúpia e do sono,
Perpetuação da vida e iniciação do nada.
Ciclo
Pátria
Respostas na sombra
Gioconda

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