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UNIDADE DIDÁTICA I
HIGIENE E PRIMEIROS
SOCORROS.

ASSUNTO – 03
NOÇÕES DE PRIMEIRO
SOCORROS 2
3
a) Descrever as três medidas de salva-vidas;
b) Descrever as técnicas de socorro em vítimas
de acidentes diversos; e
c) Descrever as técnicas para o transporte de
feridos.
d) Executar três medidas de salva-vidas;
e) Executar as técnicas de socorro em vítimas
de acidentes diversos; e
f) Executar as técnicas para o transporte de
feridos. 4
I – INTRODUÇÃO
II – DESENVOLVIMENTO
A. As três medidas salva-vidas
B. Técnicas de socorro em vítimas de
acidentes diversos
C. Transporte de feridos

III – CONCLUSÃO

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INTRODUÇÃO
Você é um combatente. O seu objetivo principal é o
combate. Tudo o que você puder fazer para manter-se, e
aos seus companheiros, em condições de lutar, faz parte
da sua missão.
Haverá ocasiões nas quais você dependerá de seus
próprios conhecimentos para salvar sua própria vida ou
salvar a vida de seu companheiro.
Você precisa saber que nem sempre será seu companheiro
o ferido.
E se um dia for você mesmo?
As suas próprias ações decidirão o resultado entre viver e
morrer, ou viver com ou sem um braço ou uma perna.
Você pode proteger-se e aos outros, utilizando o conjunto
de medidas tomadas em relação aos acidentes, antes que
eles possam ser atendidos por pessoal especializado.
Você precisa ter paciência, manter-se calmo. Não perca a
cabeça. Conheça os métodos de primeiros socorros. 6
I – INTRODUÇÃO
II – DESENVOLVIMENTO
A. As três medidas salva-vidas
B. Técnicas de socorro em vítimas de
acidentes diversos
C. Transporte de feridos

III – CONCLUSÃO

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DESENVOLVIMENTO
A - AS TRÊS MEDIDAS SALVA-VIDAS
EM PRIMEIROS SOCORROS
- Estancar a hemorragia
- Proteger o ferimento
- Evitar ou tratar o choque

a. ESTANCAR A HEMORRAGIA
As hemorragias, ou simplesmente,
“sangramentos”, ocorrem quando há o
rompimento de vasos sanguíneos (veias ou
artérias). Elas podem ser:
- Externas
- Internas 8
Procedimentos
Se no cumprimento de sua nobre missão
você ou algum companheiro se ferir, antes de
tratar o ferimento, deverá saber exatamente onde
se localiza, seu tamanho e a gravidade da
hemorragia.
A hemorragia ininterrupta causa choque,
seguida de morte. Para estancar a hemorragia,
coloque o curativo sobre o ferimento e exerça
com a palma e os dedos da mão, abertos, uma
forte pressão contínua e uniformemente
distribuída. O curativo colocado imediatamente
impede que haja infecção.
NUNCA PONHA A MÃO NO
FERIMENTO - MANTENHA-0 LIMPO
- LEMBRETE: Quando o ferido for um
companheiro seu, use o curativo dele. 9
Para estancar hemorragias mais graves, aquela
forte pressão deverá prolongar-se por cinco a dez
minutos. A pressão sobre o ferimento produz dois
efeitos que ajudam o estancamento do sangue.
Comprime os vasos seccionados reduzindo a
expansão do sangue pelos mesmos; Ajuda a manter o
ferimento cheio de sangue, até que ele pare de sair,
devido à formação de coágulo (sangue mais sólido).
Manter o acidentado deitado, com o membro
ferido (braço ou perna) elevado. Nesse caso, verifique
antes se não há problema de fratura. Caso haja,
providencie para que o membro seja provido de talas.
O movimento de um braço ou perna fraturado é
bastante doloroso, aumenta o risco de choque e causa
lesão dos nervos, músculos e vasos sanguíneos.
Estando o membro ferido sem fratura, eleva-o; o
sangue circulará lentamente e conseqüentemente o
risco de hemorragia será atenuado. 10
Uso do torniquete
No caso de perna ou braço ferido, não diminuindo a
hemorragia após o processo de elevação do membro,
aplique o torniquete. Porém, cuidado. O abuso do
torniquete é bastante perigoso. Trata-se de recurso extremo
cujo emprego exige grandes precauções. Se mal
executado, pode causar graves conseqüências, por
exemplo, gangrena. O torniquete deve ser colocado acima
do ferimento; em caso de hemorragia abaixo do joelho ou
do cotovelo, ele deve ser colocado acima destas
articulações.
Para aplicação do torniquete, siga estes passos:
- envolva o local da aplicação com uma bandagem de
proteção;
- o torniquete deve ser feito com uma bandagem de, pelo
menos três centímetros de largura. Se você não a tiver, use
uma gravata, um cinto largo, um lenço dobrado ou mesmo
tiras de pano rasgado de sua gandola. Nunca use barbantes,
cordas, arames ou outro qualquer material que possa
ofender os vasos sanguíneos, os músculos ou os nervos;
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- coloque o pano que vai servir de torniquete sobre a
bandagem de proteção. Dê um nó unindo as duas pontas,
coloque um pedaço de madeira sobre esse nó e amarre-o;
- gire o pedaço de madeira com rapidez de forma a ir
apertando, progressivamente, o pano e, em
conseqüência, o próprio membro;
- quando a hemorragia cessar pare de girar o torniquete e
deixe-o fixo. Para fixá-lo basta pegar as duas pontas de
pano que ficam sobrando acima do nó, passando cada
uma delas por um dos lados do pedaço de madeira e
amarrá-las do outro lado do membro, impedindo assim,
que o pedaço de madeira gire em sentido contrário e
afrouxe o aperto ; e
- nunca deixe o torniquete por mais de QUINZE
minutos. Se passar deste tempo e o socorro médico ainda
não tiver chegado, afrouxe-o por cinco minutos. Se a
hemorragia arterial voltar violentamente quando soltar o
torniquete, deixe-o frouxo só por alguns segundos, em
seguida aperte-o de novo por mais QUINZE minutos.
Repita esta operação quantas vezes forem necessárias.
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ATENÇÃO:
- Nunca esqueça de que a aplicação prolongada
desta técnica de estancamento pode provocar gangrenas e
causar lesões graves com dor permanente.
- Nunca aperte o torniquete além do necessário
para estancar o sangramento.
- Se, em uma das vezes em que afrouxar o
torniquete (mesmo que seja a primeira) a hemorragia não
voltar, abandone-o e aplique somente pressão local.
-A qualquer tempo, se o paciente ficar com as
extremidades dos dedos frias e arroxeadas, afrouxe um
pouco o torniquete, o suficiente para restabelecer a
circulação, reapertando a seguir caso prossiga a
hemorragia. Ao afrouxar o torniquete, comprima o
curativo sobre a ferida. Enquanto estiver controlando a
hemorragia, proceda da seguinte forma:
- Mantenha a vítima agasalhada com cobertores ou
roupas, evitando seu contato com o chão frio e úmido.
- Se o paciente puder engolir, dê-lhe líquidos
13 para
beber.
- Caso esteja inconsciente ou caso haja suspeita de lesão no
ventre, não dê líquidos.
- Em qualquer hipótese, nunca dê bebidas alcoólicas.
Suspeita de Hemorragia Interna
A hemorragia é resultado de ferimento profundo com lesão
de órgão internos. O sangue não aparece. A vítima apresenta:
- Pulso fraco, pele fria, suores abundantes, palidez intensa e
mucosas descoradas , sede , tonturas , podendo estar
inconsciente (estado de choque).
Mantenha o paciente deitado - a cabeça mais baixa do que o
corpo - exceto quando há suspeita de fratura no crânio ou de
derrame cerebral, quando a cabeça deve ser mantida
levantada.
Aplique compressas frias ou saco de gelo no ponto em que a
vítima foi atingida, possível local da hemorragia.
Trate com se fosse um caso de estado de choque e procure o
médico imediatamente.
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b. PROTEGER O FERIMENTO
Procedimentos normais
Se você aplicar convenientemente o curativo de
primeiros socorros, o ferimento ficará protegido do
meio exterior. A sujeira e os germes ficam do lado de
fora. Ao aplicar o curativo não tente limpar o ferimento.
Se há sujeira ou corpos estranhos no ferimento não se
preocupe. Apenas aplique o curativo. Evite tocar no
ferimento com as mãos ou com qualquer outro objeto
que não seja o curativo. Elas deverão exercer uma
pressão uniforme sobre toda a superfície do curativo e
devem vedar suas extremidades a fim de protegê-lo da
sujeira.
Ferimentos leves ou superficiais.
- Limpe o ferimento com água morna e sabão;
- Aplique mercúrio cromo, iodo , mertiolate ou
outro anti-séptico;
- Proteja o ferimento com gaze esterilizada15
ou
pano limpo, fixando sem apertar;
- A menos que saiam facilmente durante a limpeza, não
tente retirar farpas, vidros ou partículas de metal do
ferimento;
- Não toque no ferimento com os dedos, lenços usados
ou outros materiais sujos;
- Mude o curativo tantas vezes quantas sejam
necessárias para mantê-lo limpo e seco; e
- Se posteriormente, o ferimento ficar dolorido ou
inchado, é sinal de infecção, procure um médico.
c. EVITAR OU TRATAR O CHOQUE
O choque é um fenômeno brusco e de muita gravidade
que se evidencia pelo mal estado geral da vítima,
palidez, pele fria, transpiração abundante, agitação,
respiração rápida, pulso acelerado mais difícil de ser
percebido, seguido ou não de perda de consciência. O
choque surge em qualquer acidente. Quanto mais grave
o ferimento, maior possibilidade de sua ocorrência.
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Sinais de estado se choque
- pele: fria e pegajosa;
- suor: na testa e nas palmas das mãos;
- face: pálida, com expressões de ansiedade;
- frio: a vítima queixa-se de sensação de frio, chegando às
vezes a ter tremores;
- Náuseas e vômitos;
- Respiração curta, rápida e irregular.
O que fazer?
Providencie para que o ferido descanse
confortavelmente. Retire todo o equipamento que ele
estiver carregando. Afrouxe o cinto e desabotoe seu
fardamento; seja delicado ao tratá-lo. Evite movê-lo sem
necessidade, Se ele se encontrar em posição anormal e
não havendo fratura aparente, mude-o suavemente para
uma posição mais correta e confortável. Coloque-o numa
posição tal que sua cabeça fique em nível inferior ao resto
do corpo, para que o sangue volte a fluir normalmente
para o cérebro. Nesse caso não devem haver lesões 17
na
cabeça, queixo ou tórax.
LEMBRE-SE: Nunca erga uma perna fraturada
nem movimente um acidentado com fraturas, sem antes
colocar talas no local fraturado, pois sem a imobilização,
pode ocorrer uma lesão vascular ou nervosa, além de dor
acentuada levando ao choque. Mantenha o acidentado
sempre aquecido, enrolando-o num cobertor, casaco ou
japona. Coloque algo macio em baixo dele para protegê-lo
da friagem do solo, por exemplo, roupas (fig 12).
Caso ele esteja inconsciente, deite-o de lado ou de
bruços, sempre com a cabeça levemente virada para o
lado. Desse modo você evita que ele se sufoque com
vômitos, sangue Caso ele esteja consciente, dê-lhe
líquidos quentes. Café, mate ou chocolate estimulam e são
excelentes.
OBS: Aluno! Nunca dê líquidos ao ferido
inconsciente ou a um que esteja com ferimento no
abdômen. Lembre-se! O álcool não é estimulante. 18
I – INTRODUÇÃO
II – DESENVOLVIMENTO
A. As três medidas salva-vidas
B. Técnicas de socorro em vítimas de
acidentes diversos
C. Transporte de feridos

III – CONCLUSÃO

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B - TÉCNICAS DE SOCORRO EM VÍTIMAS DE
ACIDENTES DIVERSOS
1 - Ferimentos Profundos no Tórax
Os ferimentos no tórax que provocam a sucção de ar através
dos mesmos para a cavidade torácica são bastante perigosos.
O ferimento no tórax não é, por si, tão perigoso quanto o ar
que através dele penetra na cavidade torácica. O ar
comprime o pulmão e impede a boa respiração. Nesse tipo
de ferimento a rapidez é muito importante.
AJA CORRETAMENTE E COM RAPIDEZ:
1) Coloque sobre o ferimento uma gaze ou chumaço de
pano para impedir a penetração de ar através do ferimento;
2) Segure o chumaço no lugar. Pressione com firmeza;
3)O cinto ou uma faixa de pano passado fortemente em
volta do tórax, sobre o curativo, será capaz de manter
fechado o ferimento;
4)Não apertar muito o cinto nem a faixa em torno do tórax,
para não prejudicar os movimentos respiratórios da vítima.

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2 - Ferimentos no Abdômen
São perigosos. Haja assim:
1) Não recoloque para dentro qualquer órgão do
abdômen que tenha saído pelo ferimento. Pode causar
infecção e choque grave. Mantenha no lugar, com o maior
cuidado, os órgãos expostos (intestino, estômago, etc).
Evitar ao máximo mexer neles;
2 ) Cubra com uma compressa úmida;
3) Prenda a compressa firmemente no lugar com
uma atadura;
4)O objetivo é proteger os órgãos expostos por
meio de um curativo de pressão.
Não se esqueça: A atadura deverá ser firme, não
apertada. Sob hipótese nenhum dê alimentos ou líquidos
ao ferido. Qualquer líquido tomado pela boca sairá no
intestino e espalhará micróbios no abdômen. Você pode
atenuar a sede do ferido apenas umedecendo seus lábios.
Ele está sujeito a vomitar, portanto, coloque-o de
21 lado
para evitar a asfixia.
3 - Ferimentos na Cabeça
Exceto os de menor gravidade, os ferimentos na
cabeça requerem sempre pronta atenção médica. Faça o
seguinte:
1) Em caso de inconsciência ou de inquietação,
deite a vítima de costas e afrouxe suas roupas,
principalmente em volta;
2) Havendo hemorragia ou ferimento no couro
cabeludo, coloque uma compressa ou um pano limpo
sobre o ferimento. Não pressione.
3) Se o sangramento for no nariz, na boca ou no
ouvido, volte a cabeça da vítima para o lado de onde
provém a hemorragia.
4) Não dê bebidas alcoólicas (fig 18).

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4 - Ferimentos na Mandíbula
Se uma pessoa é ferida na face ou no pescoço,
deve agir no sentido de evitar sua asfixia com o sangue.
Os ferimentos na face e pescoço são em geral
graves, dada a existência de numerosos vasos
sanguíneos nessa região. Inicialmente estanque o
sangue pela compressão sobre a área ferida com o
curativo esterilizado.
A seguir, amarre a atadura a fim de proteger o
ferimento. Se a mandíbula estiver quebrada, amarre a
atadura em redor dela e por cima da cabeça, a fim de dar
apoio. Isso não deve impedir que o sangue saia
livremente da boca. Para não sufocar com o sangue, o
ferido deve sentar-se com a cabeça voltada para baixo.
Essas posições permitirão que o sangue saia livremente
pela boca em vez de ir para o tubo respiratório. Previna
23
o choque.
5 – Queimaduras
As queimaduras externas classificam-se em:
a. Superficiais - quando atingem algumas camadas da pele.
b. Profundas - quando há destruição total da pele.
Classificam-se, também, em graus:
- 1º grau - lesão das camadas superficiais da pele, com
vermelhidão, dor local suportável e não há formação de
bolhas. Exemplo: As causadas pelos raios solares.
- 2º grau - lesão das camadas mais profundas da pele, com
formação de bolhas e flictemas (bolhas maiores) com
desprendimento da pele, com dor e ardência locais de
intensidade variável.
- 3º grau - lesão de todas as camadas da pele com
comprometimento de tecidos mais profundos até o osso.
O risco de vida não está no grau da queimadura; reside na
extensão da superfície atingida, devido ao “estado de
choque” e à maior possibilidade de contaminação
(infecção). Quanto maior a área de pele queimada, mais
grave é o caso. Tem-se uma idéia aproximada da superfície
queimada usando a “regra dos nove”. 24
- cabeça - 9% da superfície do corpo
- pescoço - 1%
- membro superior esquerdo - 9%
- membro superior direito - 9%
- tórax e abdômen (frente) - 18%
- tórax e região lombar (costas) - 18%
- membro inferior esquerdo - 18%
- membro inferior direito - 18%
(a área dos órgãos genitais - 1% está incluída na do tórax
e abdômen).
Pequena Queimadura - a que atinge menos de 10%
de área queimada.
Grande queimadura - a que atinge mais de 10% de
área queimada.
Principais Medidas de Primeiros Socorros
1) Prevenir o estado de choque;
2) Controlar a dor;
3) Evitar a contaminação;
4) Em caso de queimaduras térmicas (líquidos quentes,
fogo, vapor, raios solares, etc: 25
- deite a vítima;
- coloque a cabeça e o tórax da vítima em plano inferior ao
resto do corpo. Levante-lhe as pernas se possível;
- se a vítima estiver consciente dê-lhe bastante líquido para
beber: água, chá, café, sucos de frutas. Nunca dê bebidas
alcoólicas.
- se possível, dê-lhe medicação contra a dor que seja de seu
conhecimento;
-coloque um pano limpo sobre a superfície queimada;
-procure recursos médicos urgentemente: remova-o para um
hospital, se possível em ambulância. Não demore!
5)Queimaduras por agentes químicos (fig 21)
- lave a área atingida com bastante água;
- aplique jato de água enquanto retira as roupas da vítima;
- proceda como nas queimaduras térmicas, não aplique
guaxas , bicarbonato de sódio ou outras substâncias em
queimaduras externas;
- não retire corpos estranhos ou graxas das lesões;
- não fure as bolhas existentes;
- não toque com as mãos a área queimada.
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Primeiros socorros nas pequenas queimaduras
1) Térmicas
- lave com água a pequena área queimada;
- após lavar, tome uma das três providências seguintes,
dependendo de possuir os recursos à mão: ponha sobre a
queimadura uma gaze ou pano limpo embebido numa
solução de bicarbonato de sódio, enfaixando frouxamente;
pincele a queimadura com uma substância anti-séptica
(mercúrio cromo, mertiolate) cobrindo com gaze ou pano
limpo; passo vaselina esterilizada sobre a parte queimada
cobrindo depois com gaze ou pano limpo.
- não fure as bolhas;
- evite tocar na área queimada.
2)Químicas
- lave a queimadura lentamente com grande quantidade de
água;
- cubra com gaze ou pano limpo;
- dependendo da parte atingida (olhos, face, 27órgãos
genitais, boca, etc), procure um médico.
Primeiros socorros nas pequenas queimaduras

3)Queimaduras nos olhos


Podem ser produzidas por substâncias irritantes -
ácidos, água quente, vapor, cinzas, pó explosivo, metal
fundido, chama direta. Tratamento:
- lavar os olhos com água em abundância, ou, se
possível, com soro fisiológico, durante vários minutos;
- vendar o (s) olho (s) atingido (s) com uma gaze
ou pano limpo;
- levar ao médico com a possível brevidade (fig
23).

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6 - Fraturas, luxações e entorses.

Em caso de fratura, o primeiro socorro consiste apenas em


impedir o movimento das partes quebradas, evitando-se
maiores danos. Existem dois tipos de fraturas (fig 24):
- Fechadas ou simples - quando o osso é fraturado e não
perfura a pele;
- Abertas ou expostas - quando o osso é fraturado e pele é
rompida.
Deve-se desconfiar de fratura sempre que a parte suspeita não
possua aparência ou função normais, ou quando haja dor no
local atingido, ou incapacidade de movimentar o membro, ou
posição anormal do mesmo, ou ainda, sensação de atrito no
local suspeito.
a. Fraturas Fechadas ou Simples
Coloque o membro acidentado em posição tão natural quanto
possível, sem desconforto para a vítima.
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Ponha talas sustentando o membro atingido. As talas
deverão ter comprimento para ultrapassar as articulações
acima e abaixo da fratura. Qualquer material rígido pode
ser empregado como tala: tábua, estaca, papelão, vareta de
metal, etc. Use panos ou qualquer material macio para
acolchoar as talas, a fim de evitar danos à pele. As talas
devem ser amarradas com ataduras ou tiras não muito
apertadas, em, no mínimo, quatro pontos.
Abaixo da articulação distal, abaixo da fratura. Acima da
articulação proximal, acima da fratura. Outro recurso no
caso de fratura da perna é aquele que consiste em amarrar
a perna quebrada à outra, desde que sã, tendo o cuidado de
acolchoar entre ambas com lençol ou manta, dobrados.
b. Fraturas Abertas ou Expostas
1) Fixe firmemente o curativo no lugar utilizando-se de
uma bandagem forte (tira de roupa, cinto de guarnição,
cinto de lona, etc);
2)Mantenha a vítima deitada;
30
3) Aplique talas, conforme descrito para fraturas fechadas,
sem tentar puxar o membro ou fazê-lo voltar a sua posição
natural;
4) Não desloque ou arraste a vítima até que a região
suspeita tenha sido imobilizada, a menos que ele se
encontre em iminente perigo.
5) Evite manobras violentas com a vítima (fig 31 e 32).
Tipóia e Aparelhos Para Braço ou Ombro Fraturados
Uma tipóia é o meio mais rápido para apoiar um braço ou
ombro fraturado ou que tenha sofrido uma lesão traumática
qualquer, ou ainda, que se apresenta com dores
acentuadas. Atente para estas informações:
1) Ao colocar uma imobilização o socorrista não deverá,
em hipótese alguma, tentar melhorar a posição do membro
ou segmento afetado. Puxando ou tentando colocar os
ossos no lugar, poderá causar uma lesão a um vaso ou a
um nervo, colocando em risco a integridade física do
paciente e em alguns casos, a própria vida.
• 2) as imobilizações provisórias têm por finalidade
evitar que os segmentos ósseos da fratura se angulem ou se
já estão angulados, que não piorem, a ponto de transformar
31
uma fratura fechada em uma fratura exposta.
c. Coluna Vertebral Fraturada
1) Região cervical
As fraturas da coluna cervical são sempre as
mais perigosas, pois pode haver o corte da medula pelos
fragmentos ósseos, o que levaria à morte. Conserve
sempre a cabeça e o pescoço imóveis , colocando para
apoiar a cabeça, objetos nas partes laterais para evitar a
rotação da cabeça.
Imobilize com tiras do cobertor ou mesmo peças
do uniforme, a região cervical, fazendo um colar
cervical, tendo o máximo cuidado para não movimentar
a cabeça durante a confecção do colar. A fixação desta
imobilização poderá ser feita com o auxílio do cinto ou
do curativo individual.
Nunca vire ou levante a cabeça. O transporte da
vítima deverá ser feito numa padiola dura ou 32numa
prancha.
c. Coluna Vertebral Fraturada
2) Região lombar
Nem sempre é possível ter a certeza de que um
homem tem a coluna vertebral fraturada. Suspeite de
alguma lesão na coluna, principalmente, se o homem
levou forte pancada nas costas. O importante é considerar
que os fragmentos afiados do osso quebrado podem cortar
a medula espinhal, caso sejam movidos. Isso causa
paralisia permanente de certos segmentos do corpo. Se
você suspeitar de que seu companheiro fraturou a coluna,
coloque um cobertor enrolado, mochila ou rolo de pano
debaixo dele, para apoiar a parte lesada, elevando os
fragmentos fraturados. Se for necessário transportar o
homem, coloque-o sobre uma padiola, sem tirar o apoio
colocado debaixo de sua costas. Caso haja necessidade,
ele pode ser carregado em um cobertor, desde que seja em
decúbito ventral (de bruços). Não se deve mover um
fraturado da coluna, mesmo para dar água ou
medicamento por via oral. 33
d. Luxações e Entorses

Toda vez que os ossos de uma articulação ou


junta saírem do seu lugar proceda como no caso de
fraturas fechadas.
1) Coloque o braço em uma tipóia quando
houver luxação do ombro, do cotovelo ou do punho.
2) Trate uma entorse como se houvesse
fratura;
3) Imobilize a parte afetada;
4) Não aplique nada quente sobre a parte
afetada durante 24 horas, no mínimo, o calor
aumentaria a dor e a inchação.
5)O correto tratamento de uma luxação ou de
uma entorse exige o atendimento médico. 34
I – INTRODUÇÃO
II – DESENVOLVIMENTO
A. As três medidas salva-vidas
B. Técnicas de socorro em vítimas de
acidentes diversos
C. Transporte de feridos

III – CONCLUSÃO

35
C - TRANSPORTE DE FERIDOS
A movimentação ou transporte de um acidentado
deve ser feito com cuidado a fim de não complicar as
lesões existentes. O descuido, além de aumentar a
gravidade da lesão, pode produzir a morte. Antes de
providenciar o transporte da vítima:
- Mantenha a respiração;
- Controle a hemorragia;
- Imobilize todos os pontos suspeitos de fratura e
- Evite ou controle o choque.
Como transportar uma Vítima.
Ao remover um ferido para um local onde possa
ser usada a padiola, adote o método de uma, duas, ou três
pessoas para o transporte da vítima, dependendo do tipo e
da gravidade da lesão, da ajuda disponível e do local.
Os métodos que empregam um ou dois socorrista
são ideais para transportar uma pessoa que esteja
inconsciente devido a afogamento ou asfixia. Todavia,
não serve para carregar um ferido com suspeita de fraturas
ou outras lesões. Em tais casos, use sempre o método36 de
três socorrista.
1) Padiolas Improvisadas
a)Padiola feita de vara e cobertor:
Um cobertor, um meio pano de barraca, lona ou
qualquer outro material semelhante, podem ser usados
para leito de padiola. As varas podem ser feitas de
galhos fortes, paus de barracas, etc.
(1) Abra o cobertor, ponha uma vara ao comprido,
fazendo-a passar pelo centro, dobre o cobertor sobre
ela.
(2) Ponha uma segunda vara que passe pelo centro da
nova dobra.
(3) Dobre as extremidades livres do cobertor sobre a
segunda vara.
b) Padiolas feitas de varas e gandolas
Dobre duas ou três gandolas, camisas ou túnicas, de
modo que o avesso esteja para fora. Abotoe-as com as
mangas para dentro. Passe uma vara através de cada
manga.
c) Padiolas feitas de porta ou prancha
Use qualquer objeto de superfície e tamanho adequado
tais como cama de campanha, portas, escadas ou37 varas
amarradas entre si. Se possível, acolchoe
d) Padiolas feitas de varas e sacos
Descosture para abrir os fundos ou corte os
ângulos do saco. Passe duas varas através dele (fig 53).
e) Padiolas feitas de cobertor
Caso não tenha uma vara, enrole em direção ao
centro os dois lados do cobertor, ou meio pano de barraca,
ou uma lona. Use a parte enrolada como punhos, ao
transportar o paciente (fig 54).
2) Transporte a braço
Existem diversos modos pelos quais um ferido
pode ser transportado sem padiola. Empregue o meio de
transporte que seja mais fácil para você, levando em
consideração a gravidade do ferimento, o número de
socorrista disponíveis e a situação.
a)Transporte comum
Segue-o modo mais fácil e mais usado, pelo qual
um homem pode carregar outro, mesmo que se trate de
homem inconsciente. Após levantar o homem do solo,
usando os três primeiros tempos do transporte comum,
38
você pode usar qualquer dos seguintes meios:
b) Transporte nos braços
Bom para curtas distâncias. Carregue a vítima a
boa altura, para reduzir a fadiga. Se o homem tiver a
espinha ou uma perna quebrada, não use este método.
c) Transporte amparado
Segure o punho esquerdo (ou direito) com a mão
esquerda (ou direita) e ponha o braço dele em volta do seu
pescoço. Método útil para homem ferido levemente, como
no caso de pé e tornozelo.
d) Transporte do fardo
Após levantar um homem, segure-lhe um braço e
coloque-se à frente dele. Levante-o sobre as costas. Faça
abraçar seu pescoço. A seguir, passe os braços por baixo
das coxas dele e aperte as mãos.
e) Transporte nas costas
Levante o homem, passe para a frente dele. Segure
sobre seus punhos e suspenda-o de modo que as axilas
dele estejam sobre seus ombros. Método para carregar
39
homem inconsciente, porém sem fraturas.
3) Arrasto de pescoço
Amarre as mãos da vítima em volta de seu
pescoço. Deste modo, poderá engatinhar, arrastando o
homem inconsciente. Nunca tente arrastar assim um
homem que tenha o pescoço ou a coluna vertebral
fraturados. Esse processo permite, que tanto você como a
vítima, permaneçam abaixados no chão e,
conseqüentemente, protegidos.
4) Transporte Rastejante c/ cinturão
Junte dois cintos de guarnição e forme uma tipóia
contínua. Coloque a vítima deitada de costas, passe uma
alça de tipóia pela cabeça dela e enrole-a no peito e por
baixo das axilas dela. Cruze as tiras da tipóia por baixo da
cabeça do homem. Enfie a segunda alça da tipóia pelo seu
braço e ombro. Em seguida, avance rastejando. Este
método só deve ser usado para distâncias muito curtas.
40
5) Outros métodos com mais de um socorrista
a)Transporte duplo cinto
Requer dois socorristas. Quatro cintos de
guarnição ou algo semelhante, são necessários. Faça duas
tipóias contínuas com dois cintos cada uma . Passe uma
alça em torno de cada uma das pernas da vítima. Um
socorrista passa uma alça sobre o ombro direito e o outro
sobre o ombro esquerdo.
6) Transporte com mais de dois socorristas
Se houver mais de dois socorristas, então a tarefa
se torna muito mais fácil. Os socorristas se ajoelham com
um joelho só, enfileirado ao lado da vítima e, com seus
braços a levantam até os joelhos. Erguem-se todos ao
mesmo tempo e levam a vítima para o local desejado.
Havendo mais socorristas, podem cuidar apenas da cabeça
da vítima.
41
III – CONCLUSÃO
a. Avaliação de aprendizagem
- Correção do questionário
1. Citar as três medidas salva-vidas em
primeiros socorros.
2. Quais os procedimentos necessários para
estancar a hemorragia?
3. Quais os cuidados devem ser tomados no uso
do torniquete?
4. Quais cuidados devem ser tomados em caso
de ferimento na cabeça?
5. O que é fratura exposta? E quais cuidados
devem ser tomados? 42
III – CONCLUSÃO
6. Cite duas formas de se imobilizar um
membro fraturado.
7. Cite cinco maneiras de se transportar um
acidentado
8. Explique como se confecciona uma
padiola(maca) improvisada com manta

- Interrogatório
1. Citar as três medidas salva-vidas em
primeiros socorros.
2. Cite a medida principal de primeiros
socorros nos casos de ferimento profundo
no tórax. 43
III – CONCLUSÃO
3. Cite as medidas de primeiros socorros nos
casos de ferimento no abdômen.
4. Cite as medidas de primeiros socorros nos
casos de queimaduras térmicas.
5. Cite os tipos de fraturas
6. Quais são os cuidados que devem ser
tomados caso estejamos prestando os
primeiros socorros em uma vítima de
fratura exposta.

b. Retificação de aprendizagem
- Dúvidas?
- Perguntas? 44

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