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Assuntos Tratados

1º Horário:
 Concurso de pessoas (continuação)
 Participação de menor importância
 Desvio subjetivo ou cooperação dolosamente diversa
 Concurso de pessoas em crime omissivo
 Concurso de pessoas em crime culposo
 Circunstâncias incomunicáveis

2º Horário:
 Concurso de pessoas (continuação)
 Circunstâncias incomunicáveis (continuação)
 Extinção da punibilidade
 Causas fora do art. 107, CP
 Causas localizadas no art. 107 do CP

1º HORÁRIO

CONCURSO DE PESSOAS (continuação)

Participação de menor importância


É causa de diminuição de pena (minorante). A lei diz que a pena pode ser diminuída, mas trata-se
de poder-dever. O juiz deve definir qual fração de diminuição deve ser aplicada ao caso concreto
(não existe critério seguro, mas deve-se trabalhar com o critério da culpabilidade – quanto mais
reprovável, menor a diminuição).

A participação pode ser:


- moral: instigação (é o plus, o reforço no plano psicológico do propósito delituoso) ou
induzimento (fazer nascer o propósito delitivo na mente do agente).
- material: auxílio (fornecimento do meio necessário).

Teoria dos Bens Escassos (Gimbernat): consiste em participação de menor importância na


realização de conduta não necessariamente ligada à prática de crimes (quando a participação for
uma colaboração escassa, não será de menor importância – ex.: emprestar arma de fogo).

Executor e Mandante: não são partícipes (são autores) – não podem ser beneficiados com a
participação de menor importância.

Obs.: art. 122, CP – são condutas que em regra são de participação, mas que foram eleitas como
a conduta do tipo, caracterizando a autoria.

DESVIO SUBJETIVO OU COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DIVERSA


(art. 29, § 2º, CP)

Primeira parte do parágrafo (até o ponto e vírgula): desvio subjetivo significa mudança de dolo no
decorrer da conduta.

Segunda parte: resultado previsível (culpa inconsciente – trabalha apenas com a previsibilidade)
não é dolo previsto (dolo direto ou eventual e culpa consciente – neles há previsibilidade
subjetiva). Nesse parágrafo, o legislador levou em consideração a possibilidade de ocorrência de

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um resultado mais grave para quem agiu apenas com culpa inconsciente, impedindo a
responsabilidade objetiva.

Não cabe desvio subjetivo em crime culposo, pois ele significa desvio de dolo.

O desvio subjetivo pode ocorrer tanto na co-autoria quanto na participação.

CONCURSO DE PESSOAS NO CRIME OMISSIVO

Omissivo Próprio ou Omissivo Puro:


a) Quanto ao sujeito ativo pode ser crime comum, ou seja, aquele que pode ser praticado por
qualquer pessoa (ex.: art. 135, CP). Duas exceções: art. 269, CP é crime omissivo puro, mas é
crime próprio (só o médico); e art. 323, CP é omissivo puro, mas é crime próprio.
b) É imposição de dever genérico.
c) Sem resultado material ou natural.
d) Crime unissubsistente (ato único obrigatório) – não cabe tentativa.

Omissivo Impróprio, Comissivo por Omissão ou Omissivo Impuro:


a) Quanto ao sujeito ativo é crime próprio – Garantidor (art. 13, § 2º, CP).
b) É imposição de dever específico de agir.
c) É com resultado material.
d) É crime plurissubsistente – cabe tentativa.
e) Só nesse caso se admite forma culposa, onde não cabe tentativa (exceção).

Não importa para o resultado final do concurso de pessoas (co-autoria e participação) se o crime é
omissivo próprio ou impróprio, pois a resposta será a mesma.

1) Minoritário: para Juarez Tavares não há concurso de pessoas em delito omissivo, pois o dever
de agir é pessoal, portanto intransferível

2) Minoritário: para Nilo Batista crime omissivo não admite co-autoria, mas admite participação,
pois o dever de agir é indecomponível, ou seja, não pode ser fracionado.

3) Majoritário: para Bitencourt tanto é possível a co-autoria (duas pessoas que têm o dever de
garantidor combinam que não vão agir) quanto é possível a participação.

CONCURSO DE PESSOAS NO CRIME CULPOSO

No CP de Portugal vem expressa a possibilidade, mas no Brasil não há previsão expressa e há


divergência doutrinária.

1) Nilo Batista e Régis Prado (minoritário): não é possível nem participação nem co-autoria, pois
os participantes serão sempre autores.

2) Majoritário: para Nelson Hungria é possível a co-autoria, mas não é possível a participação.

3) Rogério Greco (minoritário): é possível a co-autoria. Mas, para ele, também é possível a
participação (crítica: participação é essencialmente dolosa; não é possível na forma culposa).

CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS
(art. 30, CP)

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Judiciais: art. 59, CP.

Legais: qualificadora, elementar, majorante, minorante, agravante e atenuante.

2º HORÁRIO

CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS (continuação)

Qualificadora
Circunstância legal que é inserida em tipo fundamental. O legislador fornece nova pena abstrata
mais severa. Ex.: art. 155 e seu § 5º.

Obs.: art. 258, art. 127, art. 288, CP – não existe qualificadora, pois não há fixação de penas
abstratas mais severas. São causas de aumento de pena.

Elementar
Está prevista no tipo fundamental e sua supressão produzirá atipicidade absoluta ou relativa.

Majorante (causa de aumento de pena)


Está prevista tanto na parte geral quanto na especial do CP, sendo que o legislador, sem alterar a
pena abstrata, determina aumento da pena em quantidade expressamente estabelecida, a ser
utilizada no processo trifásico.

Ex.: art. 29, 70, 71 (parte geral) 121, § 4º, 141, 141, p.u. (parte especial).

Minorante (causa de diminuição de pena)


Está prevista tanto na parte geral quanto na especial do CP, sendo que o legislador, sem alterar a
pena abstrata, determina a redução da pena em quantidade expressamente estabelecida, a ser
utilizada no processo trifásico.

Agravante e atenuante
Residem exclusivamente na parte geral, registrando o legislador a necessidade de elevação da
pena (agravante) ou de redução (atenuante), sem indicar o quantum específico.

Circunstâncias objetivas
Tratam de tempo, lugar, forma ou meio de execução.

Ex.: art. 155, § 1º; 150, § 1º (noite, lugar ermo); 121 § 2º, III (veneno).

Circunstâncias sujetivas
Ex.: art. 61, II, e (ascendente); estado puerperal.

ANÁLISE DO ART. 30, CP

Obs.: para haver comunicação de circunstâncias, estas devem entrar na esfera de


conhecimento do agente. Ex.: “em concurso de pessoas”; “em concurso”; “com o auxílio de seu
amigo” (auxílio é forma de participação) – expressões utilizadas em prova para indicar que entrou
na esfera de conhecimento.

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1) Circunstância Objetiva, se elementar – comunica-se (ex.: particular pode responder por
peculato se estiver em concurso com um servidor público).
2) Circunstância subjetiva, quando não for elementar, não se comunica.
3) Circunstância Objetiva sempre se comunica.

Obs.: Accidentalia delicti, circunstâncias não essenciais; essentialia delicti, são as circunstâncias
essenciais.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

O art. 107, CP traz um rol exemplificativo de causas extintivas da punibilidade (fora desse artigo
existem outras causas extintivas).

CAUSAS LOCALIZADAS FORA DO ART. 107, CP

1) Art. 236, CP – morte de vítima titular de ação penal privada personalíssima;


2) Art. 312, § 3º (peculato culposo) a reparação do dano, se precedente ao trânsito em julgado da
sentença condenatória, extingue a punibilidade.
3) Art. 337, “a”, § 1º − denúncia espontânea antes do início da ação fiscal extingue a punibilidade.
4) Art. 168, “a”, § 2º − antes do início da ação fiscal + pagamento + denúncia espontânea. Essa
causa perdeu a validade em virtude da MP 107/03 transformada na Lei 10.684/03 que criou
causa que extingue a punibilidade: pagamento do tributo a qualquer tempo extingue a
punibilidade (STF e STJ – essa regra aplica-se a qualquer tributo em virtude da isonomia).
5) Art. 16, CP – Arrependimento Posterior.
6) Art. 76 e 89, Lei 9.099 (transação penal e suspensão condicional do processo).

CAUSAS LOCALIZADAS NO ART. 107 DO CÓDIGO PENAL

I – Morte do agente (indiciado, réu ou condenado). Art. 62, CPP – certidão de óbito é o documento
comprobatório da morte.

Obs.: certidão de óbito falsa − doutrina: não há um instrumento de processo penal para destituir o
trânsito em julgado (não pode haver revisão criminal contra o réu); STF/STJ – a decisão que
declara a extinção, com base em documento falso, morte inexistente, é ato inexistente, que não
faz coisa julgada. Não há morte presumida em direito penal (tem que se aguardar a extinção da
punibilidade pelo trânsito em julgado).

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