Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LIME
Quem entende ?
NO PRÓXIMO NÚMERO :
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
EDITORA LAUDES S. A.
REDAgAO DE PR ADMINISTRADO
Caixa Postal 2.GGG Rim Silo Rafael. 38. ZC00
ZC-00 20000 Rio de Janeiro (GB)
20000 Rio de Janeiro (GB) Tels. : 268-9981 e 2G3-27!)S
O POEMA DA AGUA
Todo auténtico poeta ó alguém que se habituou a ver e
ouvir... Percebe, através das imagens e dos ruidos da realidade
cotidiana, o que esta oculta e revela ao mesmo tempo. E comu
nica as suas intuigóes ao leitor que o saiba ler.
A AGUA MULTIFORME
— 281 —
Sussurro: 'Cumpra-se a santa vontade de Deus!'
Por que tua alma concebe tantos anelos sem rumo ?
Desejas ser feliz ? Pois bem ; sé como a agua.
Sé como a agua, cheia de oblacao e heroísmo :
Sangue no cálice, graca de Deus no batismo.
Sé como a agua, dócil á lei infinitamente sabia,
Agua que ora ñas ¡grejas, onde se encontra benta.
E que no lago cantarola, agitando o barquinho.
Desejas ser feliz ? — Pois bem ; sé como a agua.
Traze, cantando, o traje ccm que o Senhor te veste,
E nunca estejás triste, pois é pecado estar triste.
Deixa que em ti se cumpram os fins da vida ;
Sé declive, nao rocha. Transforma-te,
E torna-te vinho onde ao Senhor isto agrade.
E, prosseguindo no encalco da tua meta, sussurra :
'Cumpra-se a sania vontade de Deus!'
Se assim fizeres, obierás grande tesouro de bens:
Se fores brum&, serás bruma de ouro ;
Se fores nuvem, a (urda te dí.rá o vermelho do seu poente;
Se fores fonte, em teu seio verás o sol a tremular;
As tuas ondas teráo filetes de ámbar.
Se fores lagos, se fores océano, a ¡ua te prateará.
Se fores torrente, terás espuma de iris cambiante em cores
E um leque de arco-iris em flor, se fores cascata".
Assim me falou a agua em mística censura,
E eu, persuadido pelo sanio conselho da Bruxa,
Sabendo que é o Pai quom faia durante a noite,
Clamei com o Apostólo: "Senhor, que queres que eu faca?"
K. B.
282 —
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XIV — N? 163 — Julho de 1973
Em sinlese : Jesús propós o amor aos ¡nimigos como urna nota tiplea
da Magna Carta do Reino de Deus. Contrapóe-se assim á antiga mentali-
dade dos judeus que, julgando-se o povo escolhido por Deus, toleravam
ou nutriam o menosprezo, se nao o odio, para com os nSo-judeus. De
maneira geral, a moral judaica pré-cristá ensinava cada judeu a tratar os
outros homens como estes o traiassem.
Jesús exige o amor até aos inimigos, ou seja, que se pague o mal
com o bem. Tal procedimento só é possível ao homem que participe do
amor ilimitado de Deus mediante a filiacáo divina. Os cristaos, feitos filhos
de Deus pelo batismo, tém a obrigagáo de imitar o Pai Celeste e procurar
tornar-se perfeitos como o Pai Celeste é perfeito ; Este dá o seu sol e a
sua cliuva indistintamente a bons e maus.
— 283 —
4 «PERGUNTK K RESPONDEREMOS» 163/1973
— 284 —
■<AMAI OS VOSSOS INIM1GOS»
— 285 _
6 :PliltGUNTE K RESPONDEREMOS» 1«3/1!)73
— 286 —
■A:\1A1 OS VOSSOS INIMIGOS»
— 287 —
8 -PKRGUNTK K IlKSl'ONDKRKMOS.- \K\/\<m
"O melhor dos goím merece a morte" (Rabí Schlmeon ben Jocha!,
t 150 aproximadamente).
— 288 —
«AMAI OS VOSSOS INIMIGOS» 9
— 289 —
10 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS* 1(3/1973
Amos 9,7: "Por ventura, nao sois vos para Mlm, ó fllhos de Israel,
como os filhos dos etíopes 1 — diz o Senhor. Acaso nao flz sair Israel da
térra do Eglto, como tiz salr os filisleus de Caftor, e os sirios de fluir?"
— 290 —
*AMA1 OS VOSSOS INIMIGOS» 11
— 291 —
12 <PERGUNT1-: K RESPONDEREMOS» 1(13/197:5
— 292 —
• AMA1 OS VOSSOS INIMIGOS; 13
— 293 —
11 <PERGUNTE K RESPONDEREMOS» 163/1973
Bibliografía:
Léon Bloy
— 294 —
O futuro religioso de Israel:
_ 295 —
lt; PERGUNTE K RESPONDEREMOS» 1153/1973
— 296 —
JUVENTUDE ISRAELITA E FÉ 17
2. Quatro orientagoes
— 297 —
18 PERGUNTE E RESPONDEREMOS» KÍ3/1973
— 298 —
JUVENTUDE ISRAELITA E FÉ 19
resenha de livro
Paz pela oracáo, por Jofio Mohana. — Ed. Agir, Rio de Janeiro 1973;
262 pp.
Todo livro sobre a oracSo, desde que bem escrito, merece ser jubilo
samente saudado, pois toca um elemento vital ou de prlmelra importancia
para todo homem (aínda que se diga ateu). Tal ó o caso do novo livro de
Mohana. O autor é médico e sacerdote, que em obras sucesslvas vem apli
cando seus conheclmentos de teología e psicología á explanacSo de temas
atuais.
"Paz pela orasáo" nao é um tratado difícil, reservado a especialistas,
mas urna serle de reflexfies redlgidas em estilo simples e agradável, ilus
tradas por metáforas e casos concretos, que revelam a experiencia de vida
do autor e seu ampio cabedal literario. O livro compreende tres partes:
"A oracáo questlonada", em que o autor procura dissipar as objeefies que
se possam fazer contra a prátlca da oracáo (esta serla perda de tempo,
coincidiría com o trabalho simplesmente dito...); "A oracáo descoberta,
onde Mohana trata do modo de orar, lembrando que em toda e qualquer
sltuacfio podemos orar, mesmo quando cansados (o santo bispo Fénelon
dizia: "Se Oeus te aborrece, dize-lhe Isso mesmo"); "A oracSo vlvenclada",
em que o autor mostra como oracSo e vida cotidiana se entrelacam.
Entre outras, é digna de nota a sec&o que trata do blndmlo "oracSo
particular e oracáo comunitaria". Urna e outra sfio necessárlas para urna
(Continua na pág. 307)
oqq
Muitos tém investigado:
— 300 —
ENIGMAS I)AJLHA I)K PASCO A 21
— 301 —
22 «PERGUNTK E Hl-:SI->ONDKHEMO^_ni3/l973
— 302 —
ENIGMAS DA ILHA PE PASCOA 23
— 303 —
21 _ -PERGUNTI-: K RESPONDEREMOS* 1(3/1973
— ;íO I —
ENIGMAS DA ILHA DE PASCOA 25
1 Foi ao passar por Tahiti em tal data que o autor destas linhas teve
o citado jornal em máos.
— 305 _
2o «PERGUNTE E RESPONDEREMOS^ 163/1973
Prosseguiu o repórter:
Continuou o jornalista:
— 306 —
ENIGMAS DA ILHA DE PASCOA 27
resenha de livro
(Continuacao da pág. 299)
— 307 —
Quem entende?
— 308 —
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS 29
1. Fundamentacáo psicológica
— 309 —
30 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 163/1973
— 310 —
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS 31
— 311 —
-PERPUNTE K RESPONDEREMOS» 103/1973
— 312 —
SIMBOLISMO TX)S NÚMEROS 33
— 313 —
31 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 1G3/1973
— 314 —
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS 35
— 315 —
3(1 .PERGUNTH E RESPONDEREMOS- 1(3/1973
— 316 —
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS 37
— 317 —
38 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 163/1973
— 318 —
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS 39
— 319 —
■10 «PERGUNTEJS RKSPONnEKKMOS ■> Jj)3/lü73
— 320 —
.SIMnoMSMO IXXS NÚMIOROS 41
3. Cabala e Gcmatría
— 321 —
42 .PKKGUNTK 15 RIvSPONDKRKMOSf 1fí3/l!)7."S
— 322 —
SIMKOUSMO DOS NÜMKKOS 43
'eres = térra,
shaiiiayiin - céus,
yam — mar,
tehom = abismo.
— 323 —
44 «PERGUNTK E RESPONDEREMOS» 163/1973
— 324 —
SIMBOLISMO DOS NÚMEROS 45
— 325 _
4(i < PEllCUN'TE E RESPONDEREMOS* 1G3/1973
(T). Com efeito, ¡ota e eta (as duas primeiras letras do nome
Jesús, em gregoj dáo o total de 18, ao passo que Tau (T), sim-
bolo da cruz, teni o valor de 300. — Também este autor cristáo
cedeu, no caso, a divagaqóes da fantasía. Como quer que seja,
o exemplo mostra bem como é faina é arbitraria es'sa tática,
pois quem a aplica pode provar a seu gosto conclusóes contra-
ditórias sobre o mesmo assunto.
6 7 2
1 5 9
8 3 4
— 326 —
SIMBOLISMO DOS NÜMEROS 47
Nao se pode provar, nem pela razáo nem pela Biblia, que os
números tenham, por sua natureza mesma, valor simbólico e
que encerrem misterios reservados a iniciados na ciencia dos
números (numerologia). Quem queira cultivar numerologia,
aplique-se á matemática ñas grandes escolas científicas abertas
ao público em geral. Os números sao instrumentos da razáo e
da lógica, subordinados as exigencias do intelecto humano; a
fantasía e a imaginagáo háo de se subordinar ás regras do pen-
samento guiado pela evidencia objetiva e universal (patente a
todos os homensj. Ora na gematria e, em geral, na mística
ocultista dos números, tem-se a inversáo dos valores: a imagi
nagáo arbitraria comanda livremente, assujeitando a razáo e o
bom senso ás suas propensóes.
Blbllogralia:
— 327 —
48 -PEIICUNTF, E RES PON DEREMOS. 10,3/1073
— 328 —
certo que poderiam ensinar o século XX a recolocar Deus em
primeiro lugar ñas expressoes da civilizagáo e da técnica.
E em nossos días, embora a Jerusalém nova tenha tudo
o que compete a urna grande cidade moderna, basta caminhar
pelas rúas de Jerusalém (principalmente da Cidade Velha, en
cerrada em seus muros) para sentir quanto o senso de Deus
ai está presente : muitos e muitos dos trajes de israelitas, cris-
taos e muculmanos sao testemunhos de que a consciéncia da
presenga de Deus está viva nos homens e ñas mulheres de
Jerusalém.
Em suma, o visitante aquí se retempera nos valores mís
ticos, transcendentais, que a civilizagáo ocidenta!, empenhada
em construir máquinas e foguetes, muito tem perdido. Os orien
táis gostam de dizer que, colocados no Oriente, é das suas
térras que se origina a luz (LUZ); isto até certo ponto é ver-
dade também no plano espiritual. Para nossos países mate
rializados, reduzidos ás vezes a condigóes de um pretenso
agnosticismo ou de laicizagáo artificial, o Oriente e a Térra
Santa tém urna mensagem altamente positiva a dar: ajudam o
homem ocidental a se reencontrar como homem (por vezes,
tornamo-nos máquinas) e como filho de Deus (temos o senso
da eternidade indelevelmente impresso em nos).
Por isto fica aqui urna reflexáo : como seria para desejar
que muitos cristáos (e nao cristáos) do mundo inteiro — espe
cialmente do Brasil, já que construimos a Igreja no Brasil —
viessem a Jerusaiém e aos lugares bíblicos adjacentes a fim
de se restaurar espirituslmente ! Por mais paradoxal que pa-
rega, tal viagem tem muito de um "retiro espiritual", pois ajuda
a meditar. Alias, varias excursóes de interesse religioso e cul
tural tém sido organizadas nos últimos tempos a partir de di
versos pontos do Brasil, em demanda da Térra Santa. Nao
valeria a pena interessarmo-nos pelas possibilidades de parti
cipar de alguma délas, sabendo nos que, em grupo, as coisas
sao mais facéis ?
2) Outro tópico que muito me tem impressionado aquí,
é a necessidade de compreendermos o próximo com seus
problemas.
Passando pelas cidades do país de Israe!, dep3ramo-nos
com judeus e árabes que certamente tém graves problenus
no seu coragáo.
Os israelitas trazem, consciente ou inconscien.emente, a
marca do seu passado agitado ou dessa misteriosa historia
de "povo escolhido" : o sofrimento e, ao mesmo tempo, o de-
sejo de se libertar definitivamente da instabilidade e insegu-
ranga caracterizan! muitos israelitas individualmente o, mais
ainda, os grupos de israelitas. Quantos nao tiveram se.is país
ou irmáos vitimados pelos acontecimentos de 1933-1945 n?.
Europa ! Quantos mesmos nao escap3rsm, por um tris, da es-
poliagáo e da cámara de gas ! É táo ccmum ouvírem-se t?.is
relatos em Israel. Sentem-se vivamente as conseqüéncias des-
sas peripecias recentes no povo judeu que hoje habita Israel.
Os árabes tém historia muito diferente, sem dúvida, em-
bora se digam os filhos de Abraáo por moio de Ismael, como
os judeus sao filhos de Abraáo por via d3 Jaco ou Israel. Os
dois povos sao muito próximos um do outro pela origem, mas
muito diversificados pelo seu passado. Conquistadores e domi
nadores de outrora, os árabes hoje no país de Israel passam
por momento difícil e angustiante ; isto se pode perceber, com
clareza, em suas fisionomías, atitudes e conversas. A juven-
tude árabe do país de Israel, vendo-se em tal situagáo, julgan-
do-se privada de perspectivas alvissareiras para o seu futuro
aquí, tem emigrado em proporcóes vultosas ; partem para o
América do Norte ou do Sul ou para a Australia, a fim de pro
curar trabalho e estudo, valendo-se de parentes ou amigos
que já emigraram, ou aceitando a aventura do incerto ! — Este
fato merece atengáo nao somente do ponto de vista etnológico
e humano (urna populacáo deixa seu torráo natal, porque este
Irte parece inóspito), mas também — e muito — do ponto de
vista cristáo. Sim ; numerosos dos árabes que emigram, sao
cristáos ; quando partem, a presenca crista no país de Cristo
é atenuada; ela vai sendo assim cada vez mais rarefeita. Te-
.mos, é verdade, a presenga crista, na Palestina, de peregrinos
ou déü'estrangeiros aqui residentes; trata-se, porém, de estran-
geirós. A populagao nativa crista vai diminuindo.. .
Este problema tem preocupado a S. Igreja e pede de nossa
parte ao menos a contribuicao de nossas oragoes, para que,
apesar das novas circunstancias políticas que regem a Térra
'Santa a presenga crista ai nao sofra detrimento. Haja voca-
cóes sacerdotais nativas ; haja Religiosas consagradas a Deus
e á catequese, a partir das familias árabes de Israel !
Muitas outras reflexoes poderiam ser aqui desenvolvidas,
em estilo de conversa familiar. Deixemo-las para outra ocasiao,
ou seia para o momento, já bem próximo (se Deus quiser), em
oue poderei ver de novo e abragar os irmáos e amigos no
Brasil, . . nesse Brasil que o Senhor colocou á nossa dispo-
sig"áo com suas ¡mensas riquezas materiais e espirituais, a fim
de que elas frutifiquem para a gloria de Cristo !
Estévao Bettencourt O. S. B.