Você está na página 1de 9

D A M I A 0 PERES

PROFESSOR DA I N I ~ E R S I D A O EDO PORTO

Primelro Governador 6eral da Madeira

EMP. INDUST. GKÁF. DO PORTO, Lda


178, R. M ~ R T I R E SDA LIBERDADE, 178
/i-.:;::
7
?; ,
..L<
+>
.
O desembargador 5020 Leitão, pij,l-:"f ,..: ' f ' ~ . . I . J I

meiro governador geral da ~ a d e i r h : , - : ' . ; . -


',...--

N i l < l < A S l ) O ;ilgtiiis cios sucessos ocori-idos


iiiis illias iii ilndcirn e l'drto Santo. depois
d o cstnbclcciiiieiito do doiiiiiiio filipiiio, esere-
~ c i <;aspar
i I'riitiioso o segiiiiitc:
«I)cpois elite foi j~ilgado 1'ortiig:il s e r cio
Catliolico Key l'liclilipc Xosso Seiilior, c teve a
posse dellc, tiiaiicloii este L:[: Illin dti Madeira por
C p i 1 1 Zlor. c i ~ < > v ~ r i l : della
i d ~ r o l>cseriibar-
gador .Toao I,cyt50, cliic taiiibeiii tii~lincargo d a
Fazeiid:i d'l!l-Key c da Jtidieatiira. c riiora\.a na
I.'«rtale~a,doiide saliio, licaiido coiii todos o s car-
gos d'aiites, csccl>to n Capitaiiia Jlor de Guerra,
iíepois qiie, ~ 1 inaiidado
e do iiiesiiio Key Vhelippe,
cliegou n a Illia por C;ipitaiii clella c da i10 Porto
Sniito D. hgostiiilio IIerrera, Coiidc d e Laiiqnrotc
.
e Seii1:or cle Forteveiitura.. lia era de 158%) (').
1stas afiriiiaqóes deraiii logar a que tocios os
escritores que se tGeiii ocupado d a liislóri:~das
illias do &Iadeira e Porto Saiito scjniii coricordes
eiii afiriiiar qiic, logo depois de cstal~clccidoo
doininio filipiiio, sofre11 a ~ic!iiii~~istração das
ilhas da .\Iadeira c 1'61-to Saiito iiiiin protuiida
traiisforiii:tçfio, cscrccnilo dcsile 15131 11s fiiiiyòes
dc goveriiador geral-cargo etit5o criado para
anular dcfiiiitivaiiieiitc o podcr político dos capi-
táes-doiinti~rios-o dcsci1ib:irgador João Lcit5o.
Parece-nos, porEiii, qile estas afiriiiac6es de-
veiii ser rectificadas.
O diploiiia de iioiiie:ição (ic João Lcit5o para
o cargo de goveriiador geral !ião é cotihc<:ido;
hi, portili, nos arquivos, outros doc~iiiiciitos
qiie a João 1,eitSo dizeiii i-espeito c c~iicIcvaiii
i~ co~ivic@ío de qtic aquela iioiiicaçáo iiiiiica
cxistiii. O dcsc!nbarjiail«r 1050 LeitRo foi, de
fiicto, uiii govcrtiaclor geral das illia:; dii ?Ia-
deira e I'ôrto Santo, iiias foi-o por ter sicio iiives-
tido em uriia iiiultil>licidadede atril>iiiç6esc rega-
lias por iiiiia sgric dc diploiiias oficiais, diylotiias
esses cliic, ao tiiesiiio teiiipo, provaiii claraiiientc
ter sido s6 ecii 1,582, c riáo ciii l,illl, co111o se tetu
afirmacio, qirc o desciiibargador JoSo 1,eitão
chcgoii Madeira.

O alvarit de 2 dc Jaiieiro de 15112 refere-se


As atribiiiç6cs ju(1icinis :

«liii ell Rey faço saber aos que este allvnra


vyrciii < pella cófiaiiiçn ? tciilio do leceiriceiido
Joaiii Leilão do tncii dcseiriòargiio deseiiibnrgiia-
dor da casa da soprycliiaqaiii qiic nas cotisas de
. .
que o cricarrcpr tiie servir6 beiii.. . . . .. . . . . .
. . . .]<i por heili dc 110 etiivjar ora a illia da
~ii;id'~: e a il1i:i do porto santo pera ticllas ein-
tciiider c provcr tias coiisas da jiistiqa c outros
iicgiiocios dc Iiieii servjqo tia f'oriiia e tilailcira
qiic ilic Iic <leclarado por outras iiiiiihas provi-
xois. . . q ~ i ccllc leva c isto etiiqitatito o Eiilioitver
por ]:c111 c 1i..1o iilandar ho contrayro.. .» (I).

Por uni oittro nlvarci d a tiiestiia data foi


Soáo 1,citáo tioiiiencio provedor cie obras, orffios,
cnl>clas, Iiospitais c albergarias c juiz dos rcsi-
cluos :

«Eu e1 Kej Íaqo sabcr a vos L."O Joain Lei-


tatii do iiicii dcsciiibarguo desetnbargiiacior da
C,~saLia Siiplicn~atii$ ora por incu tiiandado js
a illin da AI,ideira c jllia do Porto Satito pera
etiteiider e prouer tias cousas da justiça e a ou-
tros ncgocios de tiieu serviço ? eii cy por beiii e
iiic prai. qiic eriquaiito nas ditas jlliiis aiidardcs
tciihaes cargiio de prouecr no negocio das obras
orf,l»s çal>ellasliospitlies coiifrarias albargnrias
e nas çousas cios Rcsidos das clitas jllias cozi-
fortiie ao liegiiiictito cliie vos seri1 dado c iiiiniias
ordeiinções e scgiindo tielle for declarado asj
iios cayitollos do iiegitiieiiio nouo q vos iii5dei
dar pelo que triaii~io aos jiiizes vereadores e
prociiradores &a cidade do Fuiichal c das iiiais
villas c I i i g i i ~ ~d:i~ s~lit:ijI11;i t l t i JI:i~lc~ir;ie jl1i;i
cio Porto Saiito e oi11r<1sqii;iesqiic~r otriciacs e
pessoas a que pcricricer qiic vos deixciii eiileii-
der c prover i i n s ~ l i k i soi>r:is orfàos cupelins
1iosyit:ies coiifi:iri:is t~ii:ifiiiias nll>:irg:irias c
residos e vos oheclc~tiiiiciii todo o qiic. acerqii;i
destas coiisns Ihes iri;ititlai~~i~s coiiio por hciii do
dito carguo e licgiiiieiilo e tiiiiiliiis or~leiiaçfiesc
Regiiucnlo iioiio o dciiciii f'axci. soh a!; peiias
qiie Ilics piisertlcs tis qiiaes t'tircis coiii cffcito
exccutai iint~iiellaspessoas q i ~ co asj 1150 c6pri-
reiii.. .isto sc ciiteiidcri ass) ria capitania
do l.'uiichal cotiio iin tle AIacliichiqiic (sic.) d:i
jllia da JIacicira e ti:i do Porto Sariton (').

Pelo alvark dc :> <!e .jiiiieiro clc 1:)OL foi iio-


iiieado provedor da fa~eiida:

«Ku e1 Kej faço saller aos qiie este alliiaKi


vireai que eu e). por hciii c iiie prai; q l i 0 I,.<'"
-
Jolião 1,ejtúo do iucii descitibargiio e desciiihar-
guador da casa d a sopricaçiío qiie ora eriivgo tis
jllias da òladcirn e Porto Saiiito pera etiiteiitler
e proceder tias coiisas cla jiistiqa sirva tiifibeiii
dc provedor de iiijnlia fazenda nas ditas yliias
ciiiqiiáto iiellas estjvcr asg e da iiianejra qiie
seriijrno os prouedores cliic liatei ora fora6 c coti-
forme a seus regitiientos e prouisóes pelo que
iiiãdo aos oficiaes de rrijiilia fazciida lias ditiis
yllins e a qiiaees quer otittos oficiaees e justivs
;i qiic o coiilicciiiit~iitoelcsic pci~teii$erllie deixetil
scriiji. o dito c:irgiio c"io i11i:il averaa de seu
iii5rjiiic1ito orcleiiado V X X rs. c111 cada 1111 alio que
llic ser:ii> pagiios iio alliiiosarif;ido e allfaiidcgua
tln cicl:idc c10 Fiiiiiclinll d o dia qiie cllc I.."" Joliào
T,cytão p:irtjr desta çiclaclc c111cliaiirlc c iiiaiido ao
alliiiosnrilè ou lieccbcdor do dito alliiioxarifado
qiie ora lie Iie ao diaiiitc for llic dce c piigite os
ditos cciiito vyiiitc iiiill rs. cada alio c lhe fi~qa
ilcllcs boiii p~guaniciit<) pci' jtiitejro hc seiii que-
I-rrai allgii5 aos c1ii:irtecs do alio per este soo
alluara gcrall sorii iiiai:: oiitra proiijsâo e pelo
trcllacto dcllc qcic scran rcgislado iio 1,ivro de
siia despem pelo cslirivai) de seli carguo e coilhe-
ciiiiciito do dito I,.'!" Jolião 1.eytão iiiaiido <j Ilie
sejâo Icuados c111 coiitn cada alio y llios Iiasy
l>aguai- e aos vccdores de iiijiilia f a ~ c i i d allios
fi1~8o aseiiitar tio 1.ivro da fazetida.. . o qual
orclciiado hc outro taiito coiiio ate ora oii11er5o
:is pessoiis qiie o dito carguo seriijr8o» (I).

I>ostres clociiriientos cliic acabatiios de trans-


crever se coiiçliie clnraiiieiite qitc sO etii Saiiciro
dc 1852 ,1050 1,citáo partiti para a Madeira. lsto
iiiestiio afirtii:i taiiil-ri.iii o segiiiiite :ilrar:i dc
:iposciitadoi~iadc .í dc Jaiieiro de 1582 :

«I;u cll-Key faço saber aos que este allv"


vji.etn yiic cu Iicy por I>eiiic iiie pras qiie o I2'Io
Joatii 1,cjtaiii do ti~cudcseiiil-rargiio desciiil-rar-
giiador da ciiza diisopricasatii c <luc ora ctiivio
as ilhas da tiiadcjra c porto santo para eiiitetider
e prover nas coiizas da justiça e por provedor
de minlia fii~cridadelas tenha c aja cada aiiilo
emquanto tias ditas yllias estiver e servir o dito
carguo de provedor vyintc mil1 rs. pern sna apo-
sentadoria dc casas e caiiias qiie lie o ~ i t r otatito
como ouverã a s pesoas qiie at&goriio dito cargo
servirã lhc seratii pagos n cust:i clas rciiidas
da yinposição da cidade do fiitiicliall do dia crii
que purtjr dcsta cidade etn cliniite pelo cluc inaiido
ao altnx. oii Recebedor das ditas rciiidas que ora
lie c ao diante for lhe dee c page os ditos vitnte
tiiill rs. cada ano e llic faça delles boiii pagatii.'"
por este seo iillv'" geral1 sciu tiiays outra pro-
visã aos qitarteis do ano por ymtciro e se111
quebra a1lg;n e plo treslado dellc que sera re-
gistado 110 L" cie sua despem plo escrivâo de
seu cargiio c conhecitiieiito do dito leceniceado
Yoarii leitâo tilatido q llie scjatii llevados çada
ano que 1110s asy pagar c aos vedores dc niynlia
fazenda llie façaiii Iiaseiiitar este all"" tio lyvro
d a faz". .. . .. o qual1 qiiero 5 vallia tetilia força
e vigiior cotiio se fose carta feita de ineu iioiiie
por iiiytit assinada c pasada por iiiyiiha cliaiii-
.
celaria. . » ( I ) .

Provado este, tatnbiin, quc João Leitão não


partiu para a Madeira por ter sido notneado
governador geral. Resta-nos por6111, exaiiiiiiar

(1) Arqiziuo (Ia C91~ini.n.\liniicipnl </o Iíirnclinl;


"totiio 2.0, foi. aio C seg.
a liip6tcsc de ter sido iioiiicado para tal cargo
posterioriiieiite. .k ~egiiititcvcrba laiiçada 5 iiiar-
gcii~do registo, feito iia cliancelaria, do nlvar5
de iioiiicaçBo para o cargo de provedor d a fa-
zciida csclarccc o assiiiito iiiostrarido que Joâo
I.eitlio serviii iiqucle cargo durntitc todo o praso
iioriiial, trcs aiios, dcixan<to-os6 eiii 1585 :

«Ao sobredito foi pilssa~la prouisáo p a r a , --


Iliogo l"erti:riiclez Celleiiia tlicsoiireiro iiior lli f
fazer pagniiietito de sctciiia e doiis iiiil e çetii rp :;
cliie Ilic iiioiitarão de SCLIS ordeiiados des o teniliv ,;..
.-
ciii <liic açaboii de d a r siiii Resideiicia ila illia da'.:,
,\ladeira que foi ciii fiiii de dczciiibro do alio de
8.5 até trczc dias dahril do niio dc 586 eti ;i clie-
goii a esttr cida~lede 1,ixboa. E do sobredito se
pos acliii esta vcrba por vcrtude d a dita proui-
sáo c tiáo pasoii pela cliancellaria por assj o
declarar, eiii 1,isboa a xxiij dagosto de i588 anos
-(;aspar Jlaldonado.»

Você também pode gostar