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Escolher uma manifestação

artística no meu caso, não foi tarefa


difícil. A 7º arte, ou seja o cinema, é
uma paixão antiga e foi fácil escolher o
caminho a seguir. O difícil foi escolher a
obra e o artista em que me iria basear
para fazer o trabalho. Poderia falar de
vários actores que marcaram a história
do cinema. Marlon Brando e a sua
personagem de “Don Vito Corleone”
no fantástico filme “O Padrinho” serão
para sempre imortais. “Matrix”, muito
mais recente, revolucionou a forma
como os efeitos especiais de hoje são
vistos. Efeitos em câmara lenta ficaram
para sempre conhecidos como o “Efeito
Matrix”. Se a opção fosse um actor mais
recente talvez a escolha recaísse sobre
Russel Crowe ou Leonardo DiCaprio.
Por serem muito mais recentes,
permitiu que eu acompanhasse mais de
perto os seus trabalhos.
Contudo a minha escolha recaiu sobre um grande nome do cinema. Um
homem que revolucionou o cinema pela forma como interpretava e mais
recentemente pela forma como realiza. Falo de Clint Eastwood. Se o actor
escolhido não foi tarefa fácil, escolher a obra ainda se tornou mais difícil.
Contudo a minha opção recaiu sobre o recente filme “Gran Torino”.
Clint Eastwood nasceu em São Francisco, Califórnia no ano de 1930,
contudo cumpriu o seu sonho de se formar na Universidade de Oakland. A
extensa carreira de Eastwood, começou por dividir-se entre pequenas
aparições em filmes e na Tv como Maverick, Tarântula ou Rawhide onde se
destacou com a personagem Rowdy Yates, considerado pelo próprio “O idiota
das planícies”. Clint Eastwood sempre se destacou pelo seu exemplar espírito
critico ao ponto de considerar o filme “Ambush at Cimarron Pass”, onde teve
o seu primeiro papel principal, como um filme muito fraco.
Chegava então a época de 60 que iria marcar para sempre a história do
cinema, lançando Clint Eastwood definitivamente para a ribalta ao interpretar
o misterioso homem sem nome na trilogia dos dólares de Sergio Leone,
revolucionando para sempre os filmes Westerns. Nesta sua caminhada pelos
Westerns destaca-se ainda a parceria com Don Siegel, que teria o seu auge
aquando o lançamento do filme Dirty Harry, na década de 70.
Na década de 80 começa também a produzir, além de representar,
destacando-se em filmes como Bird ou White Hunter Black Heart. Nunca se
afastando dos seus característicos Westerns, Clint sobressaiu na década de 90
com o inigualável “Unforgiven” alcançando 4 óscares da Academia. A partir
daqui fica ainda mais fácil distinguir Clint Eastwood. Alternando entre a
realização e a representação, filmes como Space Cowboys, Mystic River,
Million Dollar Baby, Flags of our fathers, Letters from Iwo Jima e mais
recentemente Changeling e Gran Torino, a obra escolhida.
Explicar Gran Torino e o seu criador não é fácil. Para começar é
necessário explicar o porquê de Gran Torino ser para mim uma obra prima.
Tudo no filme é exemplar. A fotografia, a imagem, os factores históricos e um
tema complicado de se analisar, que até à data nunca tinha sido tão bem
retratado, fazem de Gran Torino mais uma obra mestra de Clint. Quanto ao
tema, a Xenofobia, o filme faz-nos compreender as barreiras existentes entre
os factores humanos e os factores racistas. O filme, num brevíssimo resumo,
relata a historia de um homem aposentado de nome Walt Kowalski que lutara
na guerra da Coreia. Esta guerra soltou dentro de Kowalski um desprezo em
relação ao povo do sudeste asiático tornando-o num homem frio, racista e
xenófebo. A sua personalidade, vai então ser contrariada ao conhecer os seus
novos vizinhos, principalmente Thao e Sue, membros de uma comunidade de
Hmongs (Étnia Asiática). Sendo uma pessoa fechada, Kowalsky é um homem
amargurado com a vida, tendo até dificuldade em relacionar-se com a sua
própria família. Thao e Sue vão preencher o espaço que faltava na vida de
Kowalski fazendo com que este compreenda não só o sentido e o rumo que a
sua vida levou como também algumas verdades sobre si próprio. Eu sou
adepto da acção, nunca pondo de parte o drama e um sentido de realidade
combinados com uma boa história. Gran Torino tem isso e muito mais.
Consegue fazer pensar. Consegue fazer sorrir, porque Clint Eastwood tem
aquele humor característico apenas destinado aos grandes actores. Aquele
estilo duro e ao mesmo tempo Anti Herói, faz-nos sorrir. Mas em Gran Torino é
por pouco tempo, até porque nos deixamos levar pela história e pelo seu
enredo. Gran Torino prende-nos ao ecrã pela mensagem que faz passar. Agora
que o filme está feito deve ser comum no pensamento de muita gente “ Não! O
filme não iria resultar sem Clint Eeastwood”. Isso é um pormenor que nunca
se saberá. A verdade é que Gran Torino é mais uma grandiosa obra de Clint.
A música não fica atrás da qualidade do filme, com Clint a assumir o
papel de Co-autor em algumas musicas que compõem a banda sonora. Ao
contrario de alguns filmes onde a história demora a encontrar o seu próprio fio
condutor, em Gran Torino todos os pormenores são importantes. As cenas
iniciais do funeral da mulher de Kowalski aliado à visível relação deste com os
membros da sua família, dão-nos a entender desde o inicio que Kowalsky é
uma pessoa difícil. Clint consegue fazer a personagem de Kowalsky passar de
“besta” a “bestial” ao longo do filme transformando uma pessoa à partida
despresivel num verdadeiro herói, fazendo da humanidade demonstrada o seu
único poder.
Clint Eastwood é brilhante na verdadeira ascensão da palavra. Por
agora falamos de Clint como bom actor e realizador. Gran Torino é agora um
excelente filme. Nas gerações futuras falar-se-á de Clint como uma lenda, um
génio, um deus do cinema que conseguia transportar a realidade para o grande
ecrã como mais ninguém. Gran Torino será mais uma obra prima de
referencia do séc XXI, obra esta resultante da genialidade de um grande
senhor do cinema de seu nome, Clint Eastwood.

Trabalho realizado por: Fábio Machuqueiro nº8 10ºI


Área de Integração
Curso profissional de Técnicos de Apoio à Infância
Ficha de caracterização – 10ºano – módulo 4 – 2008/09

Nome: _____________________nº ______ Data: 23/04/09

1 - Concerteza que ao longo dos anos tens visto


imensos filmes. Consideras Gran Torino uma obra de
arte ? Justifica a tua resposta tendo em conta a tua
apreciação em relação ao filme.

2 - A história de Walt Kowalski, em Gran Torino,


revela-nos uma problemática dificil de abordar nos
dias que correm. Qual o grande tema evidenciado no
filme Gran Torino?

3 - A personalidade de Kowalski sofre uma grande alteração no decorrer do


filme. Quais as razões para a mudança da sua atitude?

4 - Kowalski acaba por deixar um dos seus maiores bens, o seu Gran Torino, a
Thao. O que achas desta decisão, tendo em conta a sua situação familiar e
tendo em conta o que o seu Gran Torino significava para ele?

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