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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO
_____________________________________________________________________________________

FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Industrial

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

ANÁLISE DE ABERTURA DE CAPITAL


EMPRESA: FRIBOI

PROFESSOR: HÉLCIO

GRUPO:

ANNA CAROLINA DE PAIVA

DANIEL PINHO

LEONARDO BORGES

RÔMULO GOMES
1. OBJETIVOS IMEDIATOS DA EMISSÃO DA AÇÃO

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Dentre os objetivos mostrados no prospecto podemos elencar: expansão da
capacidade operacional das plantas de abate, através da aquisição de novos
equipamentos e ampliação das áreas disponíveis.
Além disso, os recursos também serão destinados ao capital de giro, bem
como aquisição de empresas, ou ativos, na indústria de carne bovina.
A decisão quanto à utilização de recursos para a expansão da capacidade
operacional das plantas de abate ou para as aquisições deverá ser tomada após a
avaliação econômica e legal das oportunidades de aquisições ou investimentos de
expansão que vierem a ser identificadas, de forma a agregar valor aos acionistas.
A estratégia prevê a utilização desses recursos como forma de acelerar o
crescimento da empresa. A empresa acredita que apesar dos mercados de
produção de carne bovina brasileira e argentina serem fragmentados, esses
oferecem oportunidades de aquisições, não podendo prever quando as aquisições
irão ocorrer e quais valores serão envolvidos nas aquisições futuras.
É importante ressaltar que a empresa cita como fatores de risco a execução
da estratégia para prosseguir desenvolvendo seus negócios e aumentar a receita e
rentabilidade futura.
Dessa forma quanto à utilização dos recursos, pode-se dizer que:

Uso Percentu
al
Investimentos de capital para expansão da capacidade 70%
operacional/aquisição de empresas e/ou plantas de abate Capital de 30%
giro

Não haverá qualquer recebimento de recursos provenientes da venda das Ações


por parte do Acionista Vendedor na Oferta Secundária.

2. IMPACTOS ASSOCIADOS À EMISSÃO


A principal vantagem da abertura de capital para a Friboi é o fato de que os
novos recursos terão prazo indeterminado, não apresentando esses valores prazos
fixo para resgate. A remuneração do capital integralizado depende, ainda, do
sucesso do empreendimento, estando seu pagamento vinculado às condições
econômicas e financeiras apresentadas.
No Brasil, o processo de abertura de capital traz vantagens adicionais
determinadas principalmente por nosso cenário econômico de altas taxas de juros e
restrições de créditos de longo prazo.
As taxas de juros praticadas no mercado são historicamente mais elevadas
que o retorno médio dos ativos de empresas nacionais, inviabilizando seu
crescimento e aumento de competitividade mediante uma estrutura de capital mais
alavancada.
Dessa forma, a principal vantagem será um menor risco financeiro da
empresa diante de uma maior capitalização, melhores condições de liquidez para os
acionistas realizarem seu patrimônio, incentiva a profissionalização das decisões da
empresa, facilitando inclusive o processo sucessório, dado que se trata de uma
empresa de base familiar, e também melhora a imagem institucional da companhia
pela exigência de transparência e qualidade das informações publicadas.
Ressalta-se ainda que ao aderir a Friboi irá aderir ao Novo Mercado que é um
segmento de listagem destinado à negociação de ações emitidas por companhias
que se comprometam, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança

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corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela legislação. Sendo as
principais inovações do Novo Mercado, em relação à legislação:
Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos
controladores quando da venda do controle da companhia (tag along).
Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em
circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do
capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo Mercado.
Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato
unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por
cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes.
Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais
(ITRs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA,
disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais –
entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos
de caixa.
Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às
Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas
companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém
demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de
caixa.
Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões
internacionais IFRS ou US GAAP.
Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais
(IANs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA,
disponibilizado ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a
quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da companhia
detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de
Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução
dessas posições.
Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma
vez por ano.
Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos
eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc.
Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes
relacionadas.
Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e
derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores.
Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando
25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia.
Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de
mecanismos que favoreçam a dispersão do capital.
Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos
societários.
Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses
compromissos deverão ser aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no
Estatuto Social da companhia.
Além dessas regras ressaltamos as exigências previstas na Lei das SAs que
prevêem novas exigência e responsabilidades, como a distribuição obrigatória de
dividendos, levantamento e publicação periódica de informações ao mercado.
Dessa forma, haverá elevação dos custos administrativos com a criação de
departamento de relações com o mercado, taxas da CVM e das Bolsas de Valores,
contratação de serviços mais qualificados de auditoria independente, etc.

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Assim a abertura de capital se mostra uma importante fonte de recursos
permanentes para a empresa, estando atrelando, às decisões financeiras da
empresa, determinado sua rentabilidade e risco. Evidentemente, respeitando suas
características e condições de investimento e financiamento, com o objetivo de
maximizar seu valor de mercado.

3. COMPENSAÇÃO DE CONTAS

A tabela a seguir apresenta o endividamento de curto e longo prazo, do


patrimônio líquido e a capitalização total em 31 de dezembro de 2006, calculada de
acordo com as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil em bases efetivas e conforme
ajustada de forma a refletir o recebimento de recursos provenientes da Oferta
Primária de R$1.200.000,00, antes da dedução das despesas estimadas, sem
considerar as Ações Suplementares. Não houve qualquer alteração significativa na
capitalização desde 31 de dezembro de 2006.
Efetiva Conforme ajustada
(em R$ milhões) (em R$ milhões)
Caixa, bancos e aplicações financeiras 261,1 1.461,1

Total do endividamento de curto prazo 653,6 653,6

Total do endividamento de longo prazo 2.040,0 2.040,0

Total do patrimônio líquido 183,0 1.383,0

Capitalização total (1) 2.876,6 4.076,6

1
Capitalização total é a soma do endividamento de curto e longo prazo e do patrimônio líquido.

4. MOTIVO DA EMISSÃO

Serão listado algumas vantagens e pontos fortes da empresa que a tornam


interessante para que haja intenção de compra em uma oferta:

Liderança de mercado e reconhecimento de marca. A Friboi é o maior


produtor e exportador de carne bovina da América Latina. Adicionalmente, é o
segundo maior exportador de carne bovina do mundo, sendo que a carne bovina in
natura produzida no Brasil e na Argentina só pode ser exportada para países que
consomem cerca de 50% das importações mundiais de carne bovina in natura e
acreditamos ser o maior exportador de carne industrializada do mundo. São
também o terceiro maior produtor de carne bovina do mundo. São líderes em
vendas de carne bovina para o mercado doméstico. Acredita-se que a posição de
liderança no mundo os permitirá aproveitar oportunidades de mercado,
possibilitando expandir os nossos negócios e aumentar sua participação nos
mercados domésticos e internacionais. As marcas "Friboi", "Swift", "Maturatta",
"Cabana Las Lilas", "Organic Beef", "Anglo", "Mouran" "Plate" e "La Blanca" são
amplamente reconhecidas como símbolos de qualidade nos mercados em que são
comercializadas, o que os proporciona manter e ampliar sua liderança.

Baixos custos de produção. Além dos baixos custos de produção que


possuem pelo fato de suas operações estarem localizadas e eficientemente

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estruturadas no Brasil e na Argentina, sua estrutura de custos é ainda beneficiada
pelos seguintes fatores:

• Custo atrativo de gado: O preço do gado no Brasil varia conforme a região


produtora. Adquire-se gado de mais de 12.000 criadores situados nas mais diversas
regiões do Brasil. Em razão desses dois fatores, conseguem obter um custo médio
do gado mais atrativo em relação aos seus competidores locais e globais.

• Escala de produção: Sua escala de produção os permite otimizar a produção e


diluir os custos fixos, o que os proporciona uma rentabilidade maior em relação aos
competidores.

• Eficiência logística: A diversidade geográfica das plantas, localizadas em oito


estados brasileiros e três províncias argentinas, os proporciona baixos custos no
transporte tanto do gado até as plantas de abate como dos produtos até os
clientes. A frota própria de caminhões de dois pavimentos garante a preservação da
qualidade do gado durante o transporte. Há também uma frota de caminhões
especiais para transporte de contêineres destinados à exportação, assegurando a
manutenção de temperaturas adequadas, bem como a preservação das
características dos produtos. Ademais, conta-se com um pátio de contêineres
próximo ao porto de Santos, melhorando a eficiência logística. Os centros de
distribuição estão localizados estrategicamente próximos aos principais mercados
consumidores, rodovias e portos do país, visando à distribuição eficiente dos
produtos tanto para o mercado interno como para o mercado externo.

Instalações modernas estrategicamente localizadas. Há investimentos na


expansão de dos negócios por meio de aquisições de plantas, construção de novas
plantas e aumento da capacidade produtiva das instalações. As plantas de abate
estão estrategicamente localizadas em diversos estados brasileiros, o que os
permite mitigar riscos de restrições de exportação de carne in natura causados por
eventuais problemas fitossanitários (tais como febre aftosa) em determinadas
regiões do país. As unidades produtoras de carne industrializada contam com
tecnologia de ponta em processamento de carne bovina, mantendo os mais altos
padrões de produtividade, qualidade e segurança alimentar. Acreditam que a planta
localizada na Cidade de Rosário, Argentina, é uma das unidades de produção de
carne industrializada mais modernas do mundo.

Ampla linha de produtos que otimiza o aproveitamento da carcaça. Há uma


ampla linha de produtos de carne bovina in natura e de carne industrializada, o que
os permite otimizar a utilização da carcaça do boi e melhorar a rentabilidade. São
capazes de direcionar a produção de modo que usem todos os cortes da maneira
mais rentável, agregando valor em todas as etapas de produção, quer seja em
carne in natura ou em carne industrializada.

Distribuição global com base diversificada de clientes. A base diversificada


de clientes e os canais próprios de distribuição os proporcionam um maior potencial
de crescimento e diminuição do risco de dependência de determinados clientes. Os
produtos são exportados para mais de 500 clientes localizados em mais de 110
países, sendo que nenhum desses clientes foi responsável por mais de 4,5% da
receita operacional bruta de vendas em 2006. No Brasil, os produtos são vendidos
para mais 6.000 clientes, incluindo varejistas, restaurantes e curtumes, sendo que
nenhum deles foi responsável por mais de 1,4% da nossa receita operacional bruta
de vendas em 2006. Há relacionamento de longo prazo com os grandes
distribuidores de carne bovina internacionais. Além disso, tem-se subsidiárias no

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Chile, Egito, Estados Unidos, Inglaterra e Rússia que atuam como distribuidores de
nossos produtos naqueles países, o que os possibilita atender melhor os clientes,
garantir o acesso a tais mercados, otimizar seu mix de produtos e, ao mesmo
tempo, aumentar a rentabilidade por meio da redução dos custos operacionais.

Histórico de sucesso em aquisições. Tem-se um histórico de sucesso na


aquisição e integração de empresas adquiridas, resultando em ganhos de escala e
aproveitamento de sinergias operacionais com manutenção das margens. Nos
últimos 5 anos, adquiriram diversas plantas de abate e unidades produtoras de
carne industrializada no Brasil e na Argentina resultando em um aumento da
capacidade produtiva de abate de gado em cerca de 12.100 cabeças/dia, o que os
permitiu alcançar e consolidar sua liderança de mercado, aumentar a diversificação
geográfica das plantas e ampliar os mercados de atuação. O EBITDA foi de R$286,8
milhões em 2004, R$345,1 milhões em 2005 e R$564,9 milhões em 2006 com
margens de 9,1% em 2004, 9,6% em 2005 e 14,2% em 2006. Em razão da sua
liderança, escala, solidez financeira e experiência na execução de aquisições e
integração de empresas adquiridas, acreditam estar bem posicionados para atuar
como um dos principais agentes na consolidação da indústria de carne bovina no
Brasil e no mundo.

Administração experiente e especializada no setor. A equipe da Friboi de


Administradores possui profundo conhecimento do setor de produção de carne
bovina, alguns deles possuindo mais de 20 anos de experiência na administração
da Companhia. A Administração é um dos principais fatores responsáveis pelo
histórico de crescimento, transformando a Companhia em um dos principais players
da indústria de carne bovina no mundo.

O preço por Ação foi fixado após a conclusão do procedimento de


coleta de intenções de investimento, conduzido pelos Coordenadores da
Oferta.

Preço (R$) Comissões (R$) Recursos


Líquidos (1) (R$)

Por Ação Ordinária 8,00 0,32 7,68


Oferta Primária 1.200.000.000,00 48.000.000,00 1.152.000.000,00
Oferta Secundária(2) 400.000.000,00 16.000.000,00 384.000.000,00
Total 1.600.000.000,00 64.000.000,00 1.536.000.000,00

(1) Sem dedução das despesas da Oferta.

(2) Os valores acima indicados não incluem as Ações Suplementares.

5. IMPACTO DA DÍVIDA (EFEITO DA ALAVANCAGEM)

Segue abaixo o Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultados encontrados no


prospecto. A seguir, iremos mostrar alguns índices financeiros e discutir o efeito da emissão de
ações.

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INDICADORES: 2004 2005 2006
ANÁLISE DINÂMICA (FLEURIET):
NCG (A.O.-P.O.) 585 638 894
CAPITAL DE GIRO (P. PERMANENTE - A. PERMANENTE) 297 293 1.327
SALDO EM TESOURARIA (A.F. - P.F.) -564 -687 -393
NCG / VENDAS 18,5% 17,8% 22,5%
CG / VENDAS 9,4% 8,2% 33,5%
ST / VENDAS -17,9% -19,2% -9,9%
LIQUIDEZ CORRENTE (ATIVO CIRCULANTE/PASSIVO CIRCULANTE) 1,02 0,96 1,45
LIQUIDEZ SECA (ATIVO CIRCULANTE-ESTOQUE)/PASSIVO
CIRCULANTE 0,73 0,58 0,86
LIQUIDEZ GERAL (ATIVO CIRCULANTE+REALIZÁVEL À LONGO
PRAZO)/(PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO) 1,33 1,18 1,06
LIQUIDEZ IMEDIATA (DISPONIBILIDADE/P.C.) 0,23 0,26 0,24
GIRO DE ESTOQUES (X) A.A. (CMV/ESTOQUES) 9,16 5,69 4,62
GIRO DE DUPLICATAS RECEBER (X) A.A. (VENDAS/DUPLICATAS A
RECEBER) 6,70 9,27 5,73
GIRO DE CONTAS A PAGAR FORNECEDORES (X) A.A.
(CMV/FORNECEDORES) 22,04 15,15 9,82
PMR (DIAS) (360/GIRO DE DUPLICATAS A RECEBER) 53,73 38,85 62,86
PMP FORNECEDORES (DIAS) (360/GIRO CONTAS A PAGAR
FORNECEDOR) 16,33 23,77 36,67
PME (DIAS) (360/GIRO DE ESTOQUES) 39,3 63,3 77,9
ENDIVIDAMENTO GERAL ((P.C.+E.L.P.)/ATIVO TOTAL) 88,4% 98,3% 124,3%
COBERTURA DE JUROS (X) (JUROS/L.O.) 761,0 -166,6 109,6
MARGEM BRUTA (LUCRO BRUTO/RESULTADO OPERACIONAL
LÍQUIDO) 19,0% 19,5% 23,5%
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (MARGEM CONTRIBUIÇÃO/VENDAS) 10,5% 9,2% 13,5%
MARGEM OPERACIONAL (EBIT/RESULTADO OPERACIONAL
LÍQUIDO) 4,8% 2,3% 6,9%
MARGEM LÍQUIDA (LUCRO LÍQUIDO/RESULTADO OPERACIONAL
LÍQUIDO) 3,4% 1,6% 4,5%
ROA (LUCRO LÍQUIDO/ATIVO TOTAL) 7,1% 2,7% 6,8%
ROE (L.L./P.L) OU (NOPAT-JUROS LIQUIDOS)/E 23,8% 14,7% 98,5%
NOPAT (LO - I.R.) 100,500 54,800 162,200
GRAU DE ALAVANCAGEM (D/E) 84,52% 191,15% 1192,62%
ROCE (NOPAT/(D+E)) 12,06% 4,99% 6,86%
GAF (ROE/ROCE) 197,00% 294,95% 1436,87%
CAPITAL EMPREGADO (D+E) 833,1 1099,1 2365,5
EVA (ROCE - WACC) X C.E. 37,93419 -27,74241 -15,44905
D - E.L.P
E - EQUITY
WACC DA FRIBOI SEGUNDO LAUDO DE AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA JUNHO DE 2008 - EMPRESAS DO
GRUPO OSI:

OSI Moy Kitchen Albert Van


Brasil Park Range Zoonen
Taxa Livre de Risco 2,30% 2,30 2,30% 2,30% 2,30%
%
Risco Pais 2,00% 0,00 0,00% 0,00% 0,00%
%
Premio de Mercado 6,57% 6,57 6,57% 6,57% 6,57%
%
Beta 0,57 0,57 0,57 0,57 0,57
desalavancado
Estrutura de 43,70% 43,70 43,70% 43,70% 43,70%
capital alvo (D/E) %
Beta realavancado 0,73 0,75 0,75 0,75 0,75
Risco de mercado 4,81% 4,90 4,90% 4,94% 4,90%
%
% Equity 69,60% 69,60 69,60% 69,60% 69,60%
%
9,11% 7,20 7,20% 7,24% 7,20%
%
8
Custo da divida 5,83% 5,83 5,83% 5,83% 5,83%
antes dos impostos %
Aliquota de 34,00% 28,00 28,00% 25,50% 28,00%
imposto %
% Debt 30,40% 30,40 30,40% 30,40% 30,40%
%
Kd 3,05% 4,20 4,34% 4,20%
%
WACC 7,51% 6,29 6,29% 6,36% 6,29%
%

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WACC = Ke[E / (E + D + PS)] + Kd[D / (E + D + PS)] + Kps[PS / (E + D + PS)]
Ke = custo do patrimônio líquido;
Kd = custo das dívidas após impostos;
Kps = custo das ações preferenciais;
E / (E + D + PS) = proporção, em valor de mercado, do patrimônio líquido em relação ao valor do mix de financiamento;
D / (E + D + PS) = proporção, em valor de mercado, da dívida em relação ao valor do mix de financiamento;
PS / (E + D + PS) = proporção, em valor de mercado, das ações preferenciais em relação ao valor do mix de financiamento.

Exercício Social findo em 31 de dezembro de

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006


R$ milhões (exceto dados operacionaiss operacionais e porcentagens)
Receita Líquida Combinada 650 890 1.212 1.363 1.914 3.158 (3) 3.577 (3) 3.968 (3)
EBITDA Combinado (1) 32 51 73 150 178 287 (4) 345 (4) 565 (4)
Margem EBITDA (%) (2)
4,9% 5,7% 6,0% 11,0% 9,3% 9,1% 9,6% 14,2%
(1) Vide Glossário para a definição de EBITDA.
(2) A margem EBITDA é calculada através da divisão do EBITDA pela receia operacional líquida de vendas.
(3) Receita Líquida Pro Forma.
(4) EBITDA Pro Forma.
2004 2005 2006
CAPITAL EMPREGADO (D+E) 833,10 1099,10 2365,50
EVA (ROCE - WACC) X C.E. 37,93 -27,74 -15,45
O EVA foi calculado com base no WACC fornecido pelo laudo de avaliação EMPRESAS DO GRUPO OSI:

GRAU DE ALAVANCAGEM (D/E) APÓS A EMISSÃO 147,51%


ENDIVIDAMENTO GERAL APÓS A EMISSÃO 65,53%

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Nota-se que a empresa de 2004 a 2006 passou por um período de alta
alavancagem que pode ser explicado por uma política agressiva de investimentos a
partir de 2004.

Conforme o balanço demonstra seu Ativo Imobilizado dobrou no período,


enquanto sua dívida de longo prazo caracterizado pela conta empréstimos e
financiamentos saltou 6 vezes.

Em 2006 o grau de alavancagem da Friboi era de 1192%, e seu endividamento


era de 122,8%. Esse alto grau de endividamento atrelado ao baixo Lucro
Operacional acabou por gerar Valores Econômicos Adicionados negativos no ano de
2005 e 2006 conforme tabela acima.

Ressalta-se ainda que a Friboi é uma empresa com 56 anos de experiência no


mercado de carne bovina, encontrando-se na fase de maturidade e por isso pode
ter adotado essa postura de investimentos tentado alavancar seu resultados.

Nota-se também que seu Lucro Operacional no período era muito pequeno e
que mais da metade advinha de operações financeiras o que é uma situação
insustentável no Longo Prazo.

Dessa maneira, essa política mais agressiva a partir de 2004 poderia levar a
empresa a uma situação de insolvência dado que seu custo de capital era maior
que o retorno do capita empregado, conforme pode ser visto nas tabelas acima.

Assim, acreditando no seu negócio e visando diminuir o risco financeiro da


empresa a Friboi resolveu abrir o Capital de sua empresa a partir de 2007 e seu
grau de alavancagem após a emissão caiu para 147,51% e seu endividamento geral
caiu para 65,53%.

6. COMO A EMPRESA PRETENDE AUMENTAR SEU VALOR

O objetivo da empresa é continuar a crescer, alcançar posição de liderança na


indústria global de carnes bovinas, aproveitar as oportunidades de consolidação do
setor no mundo, a abertura e o crescimento dos mercados internacionais, e ao
mesmo tempo alcançar taxas de retorno atrativas para seus acionistas. A seguir são
listados os principais elementos da estratégia da Friboi:

Buscar oportunidades de investimentos e aquisições. Os mercados de produção


de carne bovina brasileiro e argentino são extremamente fragmentados. Tem-se
posição de liderança nos mercados brasileiro e argentino, mesmo abatendo apenas
7,6% do total de gado abatido no Brasil em 2006 e 2,6% do total de gado abatido
na Argentina em 2006. Nos Estados Unidos, por exemplo, os 5 maiores produtores
de carne bovina detêm cerca de 78,0% do total do gado abatido no mercado.
Acredita-se que esse movimento de consolidação da indústria de carne bovina
ocorrerá também no Brasil e na Argentina. Muitos dos nossos concorrentes no Brasil
e na Argentina não possuem escala e estrutura de capital adequadas para competir
de maneira eficaz. Constantemente, realiza-se investimentos na ampliação da
capacidade produtiva, na aquisição de equipamentos, em manutenção e em
qualificação da mão-de-obra. Além disso, monitora-se, continuamente, o mercado
buscando oportunidades de aquisição e de parcerias estratégicas no mundo que

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ofereçam novos mercados, novos produtos, ganhos de escala e capturas de
sinergias operacionais, aproveitando a experiência na execução de aquisições e
integração de empresas adquiridas. Em 2005, iniciou-se o processo de
internacionalização, adquirindo a Swift, maior produtora e exportadora de carne
bovina da Argentina e, recentemente adquirida a norte americana SB Holdings e
suas subsidiárias, Tupman Thurlow, Astro Sales Internacional e Austral Foods, uma
das maiores distribuidoras de produtos industrializados de carne bovina no mercado
norte-americano.

Continuar a crescer nos mercados internacional e doméstico. Pretende-se


crescer de maneira sustentável no mercado internacional de carne bovina,
investindo em novos mercados e desenvolvendo e consolidando os mercados em
que já atuamos. Ao mesmo tempo, continuaremos a investir na ampliação e
consolidação da nossa liderança nos mercados domésticos do Brasil e da Argentina.
Pretende-se manter um mix balanceado de vendas para o mercado interno e para o
mercado externo. Com isso, a empresa acredita estar bem preparada para manter a
receita e rentabilidade, mesmo em condições adversas de mercado, como, por
exemplo, barreiras fitossanitárias, flutuações na taxa de câmbio e barreiras
comerciais na exportação de carne bovina. Atualmente, existem barreiras
comerciais e fitossanitárias para exportação de carne bovina in natura produzida no
Brasil e na Argentina para os Estados Unidos, Canadá, México, Coréia do Sul e
Japão. Esses países representam aproximadamente 50,0% da importação de carne
bovina in natura no mundo. A Friboi acredita que será capaz de ingressar em novos
mercados de exportação à medida que as barreiras comerciais existentes sejam
reduzidas ou eliminadas e as vantagens competitivas e experiência em exportações
deverão conceder uma vantagem competitiva no início das atividades nesses
mercados.

Continuar a reduzir custos e a aumentar eficiências operacionais. A empresa


pretende continuar a ser um dos produtores de carne bovina com uma das
estruturas de custo mais eficiente do mundo, buscando sempre melhorar os
processos produtivos e logísticos, investir em tecnologia da informação e em
qualificação profissional, além de aproveitar os ganhos de escala e as sinergias
capturadas nas aquisições.

Expandir a participação de produtos mais rentáveis na receita. Pretende-se


otimizar o mix de produtos, a fim de aumentar a participação de produtos com
maior rentabilidade na receita e maximizar a rentabilidade do gado abatido nas
plantas. Nesse sentido, está havendo investimento em marketing, desenvolvendo
linhas especiais de carnes bovina in natura e de pratos prontos elaborados
(feijoada, hambúrguer, carne cozida, estrogonofe, almôndegas ao molho, entre
outros). Além disso, a empresa conta com uma extensa linha de produtos
industrializados e em conserva (carne bovina em conserva, salsicha, mortadela
fiambre, patês em latas e vidro, entre outros), que também a aumentam a
rentabilidade.

7. PERSPECTIVA DE AUMENTO DO VALOR DA EMPRESA

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A perspectiva de aumento de seu valor se dará pela política mais agressiva de
investimentos que fora iniciada em 2004 e com a reestabilização do grau de
alavancagem e endividamento iniciado em 2004. C

Assim os recursos dos novos acionistas conforme serão basicamente aplicados


em capital de giro e futuramente na aquisição de novos ativos que possa agregar
valor a empresa.

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