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em 1998
Criou a CATEQUESE POÉTICA e o CORPOEMA
Poeta marcado pela intensidade – a agressividade
somada à simplicidade no fazer poético
Agitador cultural, sua poesia é engajada sem ser
engajada, inconformada sem ser inconformada.
o CÓDIGO DAS ÁGUAS = tentativa de conciliar 2
coisas opostas: o método, a codificação com a
inconstância da água
O prazer em fazer a poesia no cotidiano e no
transitório
A palavra primitiva, a anterior à própria palavra
A poesia da mutabilidade
A inconstância da água na poesia
A transição da vida, da palavra, da água
O dinamismo constante
O CÓDIGO DAS ÁGUAS é poesia em movimento e
este movimento é ultrapassar-se, ir além. E,
principalmente, ir mais fundo
A linguagem para falar do imemorial e do anterior
à memória também é outra: requer uma palavra
anterior à palavra
Parte 1 - POEMAS
ANÁFORA Me somo
E fico um
Me multiplico
E permaneço um.
ANÁFORA
Me divido.
ou
E continuo um.
POLISSÍNDETO Me diminuo.
E resto um.
Me escrevo
E sou nenhum.
O ESPELHO I
Ah! Então é isto!
O Espelho:
O espelho
na conquista da máscara
definitiva é onde o pássaro do tempo
pousa.
no prelúdio da morte capturada
Se reflete,
se debate ferido, aferido.
O espelho, este
labirinto de Creta. Este
E deflagra a morte provável.
dédalo de meandros.
Esta verdade nua
e crua. Esta vertigem,
este hieróglifo de luz
O ESPELHO II
O espelho sujo
deforma a imagem: do rosto.
O espelho dentro do rosto
Não o rosto
como o rosto espesso, diverso, esparso
diante do espelho.
estúpido, estranho
Guardo na infância
andorinhas escrevendo
no ar Entendi minha escrita
ao entender a escrita da andorinha
Hoje
recolho ainda
andorinhas escrevendo
no ar