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MÓDULO XIII
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Licitação: Princípios e Tipos
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. TIPOS DE LICITAÇÃO
A Lei n. 8.666/93 define os tipos de licitação no art. 45, § 1.º, ou seja, a maneira de
julgamento de um procedimento licitatório. Nada impede, entretanto, que leis especiais
disponham de forma diversa, trazendo regras específicas a esse procedimento.
• Menor preço: o proponente vencedor será aquele que apresentar proposta com o
menor valor nominal.
Entre os quatro critérios apontados, dois são objetivos (menor preço e maior lance)
e dois subjetivos (melhor técnica e técnica e preço).
Os tipos melhor técnica ou técnica e preço podem ser adotados no caso de serviços
de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos,
cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento, e de serviços de engenharia consultiva
em geral, principalmente para a elaboração de estudos técnicos preliminares, projetos
básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4.º do art. 45 da Lei n. 8.666/93.
Alguns doutrinadores entendem que, para essas hipóteses, os tipos melhor técnica
ou técnica e preço devem prevalecer. Como são tipos excepcionais, entretanto, não há
como torná-los obrigatórios. À Administração é facultado adotá-los. Para isso, será
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O art. 45, § 4.º, “Contratação de bens e serviços de informática”, dispõe que o tipo
obrigatório para esses casos é o de técnica e preço, permitindo o emprego de outro tipo de
licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
O tipo melhor lance pode ser adotado nos casos de alienações ou de concessões de
direito real de uso (art. 45, § 1.º, inc. IV, da Lei n. 8.666/93). Nos casos de concessão de
uso ou permissão de uso, analogicamente, pode ser usado o tipo melhor lance.
A fase interna tem início com a decisão de realizar o procedimento licitatório. Reúne
todos os atos que, pela lei, devem anteceder o momento da publicação do instrumento
convocatório.
Não há uma definição da seqüência dos atos que devem ser praticados na fase
interna, o que fica a critério de cada Administração. Com a publicação do instrumento
convocatório, encerra-se a fase interna.
Nessa fase, as etapas do processo são perfeitamente definidas e a seqüência deve ser
obrigatoriamente observada:
• edital;
• habilitação;
• classificação;
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• adjudicação;
• homologação.
2.1. Edital
O edital reflete a lei interna das licitações e obriga as partes envolvidas às suas
regras, decorrência do princípio da vinculação ao edital, que deve ser respeitado tanto pela
Administração quanto pelos participantes.
• condições de pagamento.
apresentação das propostas. Esse prazo variará de acordo com a modalidade, o tipo e a
natureza do contrato (art. 21 da Lei n. 8.666/93).
2.3. Habilitação
Nessa fase, o objetivo da Administração Pública é o conhecimento das condições
pessoais de cada licitante. O órgão competente examinará a documentação apresentada,
habilitando-a ou não.
• habilitação jurídica;
• qualificação técnica;
• qualificação econômico-financeira;
• regularidade fiscal;
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2.4. Classificação
É a etapa do procedimento licitatório em que são apreciadas e julgadas as propostas
dos licitantes habilitados. Nesse momento, serão abertos os envelopes das propostas
comerciais.
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Se uma proposta trouxer uma vantagem extraordinária que não esteja explícita no
instrumento convocatório, a Administração deve desconsiderá-la, como se não estivesse
escrita, e julgar apenas a parte que está em conformidade com o instrumento convocatório
(art. 44, § 2.º, da Lei n. 8.666/93).
Quando o tipo for técnica e preço, em primeiro lugar serão abertos os envelopes da
proposta técnica. Concluído o julgamento, abrem-se os envelopes da proposta preço,
havendo o julgamento deste. Encerrado, combinam-se as propostas conforme o critério
determinado no instrumento convocatório. Nesse tipo de licitação, não se faz acordo como
no anterior.
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Adjudicação Homologação
Classificação
Homologação Adjudicação
Para aqueles que defendem que a próxima fase é a adjudicação, após esta, abrir-se-á
prazo para recurso, e o processo será encaminhado a uma comissão superior para
homologação. No caso, a classificação e a adjudicação seriam feitos pela Comissão de
Licitação.
A divergência na doutrina advém do disposto nos arts. 38, inc. VII, e 43, inc. VI,
ambos da Lei n. 8.666/93. Observadas, entretanto, as formas de processamento, é correto
afirmar que o mais adequado é o disposto no art. 43, tendo em vista que o art. 38 trata da
juntada de documentos. Ainda, não é lógico adjudicar antes da homologação pela
autoridade superior, entretanto, se isto ocorrer, não se deve considerar nula a licitação.
2.6. Anulação
Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos em razão de sua ilegalidade.
Quando se fala, portanto, em anulação de uma licitação, pressupõe-se a ilegalidade da
mesma, pois anula-se o que é ilegítimo. A licitação poderá ser anulada pela via
administrativa ou pela via judiciária.
A anulação de uma licitação pode ser total (se o vício atingir a origem dos atos
licitatórios) ou parcial (se o vício atingir parte dos atos licitatórios).
A anulação da licitação, em regra, não gera o dever de indenizar (art. 49, § 1.º),
salvo na hipótese do par. ún. do art. 59 da Lei n. 8.666/93, que disciplina a indenização do
contratado se este não tiver dado causa ao vício que anulou o contrato (indenização pelos
serviços prestados e pelos danos sofridos). Nos casos em que a anulação da licitação
ocorrer após a assinatura do contrato e o contratado não tiver dado causa ao vício, será a
Administração, portanto, obrigada a indenizar.
Há uma corrente intermediária que entende que o dever de indenizar existirá se tiver
ocorrido a adjudicação somente em relação ao adjudicatário, independentemente da
assinatura ou não do contrato.
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2.7. Revogação
Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconveniente ou inoportuna. Desde o
momento em que a licitação foi aberta até o final da mesma, pode-se falar em revogação.
Após a assinatura do contrato, entretanto, não poderá haver a revogação da licitação.
Quanto à indenização, no caso, a lei foi omissa, fazendo alguns autores entenderem
que há o dever de indenizar, fundamentado no art. 37, § 6.º, da Constituição Federal de
1988. A posição intermediária, entretanto, entende que somente haveria indenização nos
casos de adjudicação em relação ao adjudicatário pelos prejuízos que sofreu, mas não pelos
lucros cessantes.
3. SANÇÕES PENAIS
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1. DIREITOS REAIS
1.1. Conceito
É o conjunto de normas que estabelece a relação potestativa entre a pessoa e os
bens; é o estudo da dinâmica da propriedade (o cerne do direito real é a propriedade).
1.2. Características
SA SA SB
SB
Credor Proprietário Indeterminado
Devedor
Relação
Objeto Relação de Objeto Jurídica
Poder
Relação Dívida
Jurídica }Responsabilidade
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1.2.4. Exclusividade
Não existem dois titulares com direitos reais análogos, ou seja, duas pessoas não
podem exercer o mesmo direito real sobre a mesma coisa. No caso de condomínios, esses
não ferem a exclusividade, tendo em vista que cada condômino exerce o seu direito real
sobre parte ideal.
1.2.5. Privilégio
O crédito real não se submete à divisão, tendo em vista a existência de uma ordem entre
os credores, estabelecida por meio do princípio cronológico, ou seja, aquele que primeiro
apresentar o crédito em cartório será o credor privilegiado.
1.2.6. Abandono
O abandono do direito real é a perda de efeitos jurídicos devido à disponibilidade
material da coisa. O abandono e a renúncia, no campo dos efeitos, fazem cessar os efeitos
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jurídicos. A renúncia, no entanto, difere do abandono, visto que a obrigação cessa pela
prerrogativa que o titular tem conferida por norma jurídica (resilição).
1.3. Classificação
O direito real, segundo o disposto no artigo 1.225 do Código Civil, classifica-se em:
Esse rol do artigo 1.225 é taxativo, mas é rol não exaustivo, visto que os direitos
reais de aquisição foram criados por normas especiais, adotando-se o princípio da
taxatividade.
2. POSSE
2.1. Conceito
Para SAVIGNY, posse é “a possibilidade de disposição física da coisa com ânimo de tê-
la como sua e de defendê-la contra terceiros”. Para IHERING, posse é “a exteriorização ou
visibilidade do domínio” (bastaria o ato de propriedade para ser possuidor).
Para o Prof. WALD, posse é “uma situação de fato que gera conseqüências jurídicas”.
Protege-se essa situação de fato, visto que há uma hipótese de que, naquela situação de
fato, exista um proprietário.
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2.2. Teorias
2.4. Efeitos
Em primeiro lugar deve-se distinguir jus possidendi e jus possessionis. Jus
possidendi é a posse que tem por substrato uma propriedade– é o proprietário-possuidor.
Jus possessionis é a posse que não tem substrato jurídico. Tem por substrato uma mera
situação de fato.
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2.5. Espécies
• precária: obtida por meio de uma relação de confiança entre as partes, mas
retida indevidamente.
A posse injusta poderá tornar-se justa quando o vício for sanável. Esse vício será
sanado após um ano e um dia, cessada a violência ou a clandestinidade. A precariedade,
entretanto, não convalesce jamais, ou seja, o vício não poderá ser sanado.
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• Traditio breve manu: é aquela situação em que o possuidor direto passa a ser
possuidor pleno da coisa.
• Traditio longa manu: o possuidor da coisa, apesar de não ter tido disponibilidade
material plena, por ficção, passa a tê-la (ex.: adquire-se uma fazenda de vários
hectares; presume-se que, se o adquirente tomar posse de apenas uma pequena
área, estará tomando posse de toda a área, ficticiamente).
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Composse é a posse comum, exercida por duas ou mais pessoas, sobre parte ideal da
coisa. A composse gera dois efeitos:
O atual Código Civil, no seu artigo 1204, por adotar a teoria de Ihering apenas
estabelece: "Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em
nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade".
• Unilateral:
− disposição;
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− exercício do direito.
• Bilateral:
− constituto possessório: não ocorre a entrega efetiva da coisa e, sim, uma mera
ficção.
• Ninguém pode transmitir mais direitos do que tem, ou seja, a posse é transmitida
com o mesmo caráter que ela possui (ex.: havendo posse precária, se transmitida,
ainda será precária).
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2.7. Sujeitos
2.7.1. Parte
É aquele que tem a relação material com a coisa. É o chamado titular. O incapaz,
para adquirir posse, não precisa estar representado ou assistido, tendo em vista ser a posse
uma relação material e não jurídica.
2.7.2. Procurador
É aquele que recebe, numa relação contratual, o poder de exercer a posse em nome
de outrem.
2.7.3. Gestor
A gestão de negócios é um ato unilateral, ratificado pela parte.
a) Perecimento
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c) Afastamento
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• moderação;
• atual ou iminente;
• posse.
• úteis: aquelas que aumentam a qualidade econômica da coisa por gerar maior
utilidade;
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O possuidor de boa-fé terá direito aos frutos percebidos e colhidos, direito aos frutos
pendentes, e direito à indenização pela produção e custeio (todos os aparatos da coisa).
b) Em relação às benfeitorias
c) Em relação à deterioração
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b) Em relação às benfeitorias
c) Em relação à deterioração
• Constitucional: trata de imóvel. Trabalha com duas hipóteses: pro labore e pro
misero. Ambas tem prazo de cinco anos.
• Legal (Código Civil): trata de móvel e imóvel. Trabalha com cinco hipóteses–
nos móveis: extraordinário (5 anos) e ordinário (3 anos); nos imóveis:
extraordinário (15 anos) e ordinário (10 ou 5 anos). Menciona ainda as duas
modalidades constitucionais e usucapião coletivo (artigo 1228, § 4.º, do Código
Civil).
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• Típicas: são aquelas que tratam da relação material da pessoa com a coisa.
Podem ser: reintegração de posse, em caso de esbulho; manutenção de posse,
em caso de turbação, ou interdito proibitório, em caso de ameaça.
• Atípicas: são aquelas que tratam, além da relação material, da relação jurídica e
suas conseqüências no sistema jurídico. Podem ser: embargos de terceiros
possuidores, nunciação de obra nova, ou imissão de posse (necessita de título).
Regra geral, portanto, em matéria possessória, o juiz não irá decidir domínio;
entretanto, existem duas exceções a essa regra:
• Julga-se pelo domínio quando não se prova posse, ou seja, se nenhuma das
partes provar a posse, o juiz julgará pelo domínio.
O Novo Código Civil sepulta todo o problema no seu artigo 1.210, § 2.º, pois
determina: "Não obsta a manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa". Portanto, pelo novo sistema não
existe "exceptio proprietatis", não podendo ser adotada a Súmula 487 do Supremo
Tribunal Federal.
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DIREITO CIVIL
As ações possessórias, no Código de Processo Civil, são tratadas com quatro regras
fundamentais, quais sejam:
a) Duplicidade
b) Fungibilidade
A ação possessória pode ter seu pedido alterado no curso da demanda possessória,
entretanto, somente no que diz respeito à tutela possessória. É a mutabilidade do pedido no
curso da demanda.
c) Cumulatividade
O pedido não precisa ser exclusivamente possessório. Poderão ser pedidos, também,
indenização, perdas e danos, e multa. Tem todo um caráter patrimonial, visto que, além da
situação possessória, pode-se cumular quanto ao patrimônio.
d) Rito próprio
É um rito especial para a demanda possessória. Começa com uma petição inicial,
que possui os requisitos gerais do artigo 282 e requisitos específicos de ação possessória:
• existência da posse;
Uma vez presentes esses requisitos, o juiz poderá, ao despachar a inicial, praticar
três atos:
• indeferir a inicial;
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DIREITO CIVIL
O réu deve ser citado para a audiência de justificação. Nessa audiência, o réu não
pode apresentar suas testemunhas; não precisa apresentar resposta e não pode apresentar
alegações no termo de audiência. O réu pode contraditar testemunhas do autor e
reperguntar às testemunhas. A partir da audiência de justificação começa a fluir o prazo
para resposta, que será de 5 dias. No mais, segue o rito ordinário da Parte Geral do Código
de Processo Civil.
O possuidor tem posse justa, prazo próximo para usucapião e justo título, e requer
que seja mantido na posse até que seja completado o prazo. Não se pode propor ação
publiciana contra o proprietário, visto que não há prazo e, em regra, o direito possessório é
imprescritível.
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Servidão é um direito real limitado em que o terceiro pode utilizar a coisa alheia.
Para que gere um efeito possessório, são necessárias duas características:
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DIREITO COMERCIAL
O falido não se torna incapaz, nem sequer relativamente incapaz com a declaração
de falência, pois esta não atinge sua capacidade civil. Traz, todavia, algumas limitações no
que se refere a alguns de seus direitos (no que diz respeito à falência).
As restrições são:
• O falido tem suspenso o direito ao sigilo na correspondência (arts. 15, § 2.º e 63,
II, da Lei de Falência). Há quem sustente que esta norma é inconstitucional.
O falido pode ser remunerado pela massa para cumprimento de suas obrigações,
desde que seja uma módica remuneração.
Caso o falido não cumpra com suas obrigações, poderá ter sua prisão administrativa
decretada, que não poderá exceder a 60 (sessenta) dias (não se trata de prisão por dívidas,
mas pelo descumprimento de obrigação).
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DIREITO COMERCIAL
Uma vez declarada a falência, o síndico procederá à arrecadação dos bens do falido.
Está previsto no art. 76 da Lei de Falência e poderá ser feito sob dois fundamentos
distintos, a saber:
• art. 76, caput: permite a restituição com base em direito real ou contrato;
Situações Específicas:
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Certos atos do falido praticados antes da falência podem não gerar eficácia em
relação à massa falida.
•art. 52, LF: o legislador enumera uma série de atos e diz que serão ineficazes,
independentemente da constatação de fraude, basta a mera prática do ato. Trata-se
de ineficácia absoluta.
•art. 53, LF: condiciona a ineficácia à caracterização da fraude, mas não relaciona
atos. Trata-se da ineficácia subjetiva.
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DIREITO COMERCIAL
O bem dado em pagamento volta à massa falida (esses atos não são nulos, são
ineficazes).
A lei quis evitar que o crédito quirografário seja transformado em crédito com
garantia real durante o período suspeito.
Doações com valores irrisórios não são consideradas ineficazes, Ex.: doação de
agendas.
Se o credor possui outros bens que o mantêm solvente, para vender o fundo de
comércio não precisará pedir anuência aos credores.
• também é ato ineficaz reembolso pago a acionista dissidente em S/A, desde que:
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DIREITO COMERCIAL
O ato somente é declarado ineficaz pelo Juiz. Para isso, é necessária a propositura
de ação revocatória.
Essa ação é proposta em face de todos aqueles que foram pagos, garantidos os
beneficiados.
Tramita pelo juízo da falência em rito ordinário e é decidida por sentença, contra a
qual cabe recurso de apelação.
Os contratos bilaterais não sofrem qualquer efeito com a falência. Mesmo com o
término desta, as obrigações devem ser cumpridas. A falência não resolve o contrato.
− o despejo por falta de pagamento apenas poderá ser decretado se o atraso for
superior a dois meses e se o síndico, depois de intimado, deixar de purgar a
mora em 10 dias.
As multas fiscais impostas pela Fazenda Nacional são reclamáveis como encargo da
massa, nos termos do Dec. n. 1.893/81.
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DIREITO COMERCIAL
Exceções ao Juízo Universal da falência. Ações que não se suspendem e não são
atraídas ao juízo falimentar:
O credor trabalhista pode ingressar com reserva de bens na falência se o seu crédito
não foi ainda decidido pela justiça especializada.
• Execuções fiscais – o CTN dispõe que o Fisco não habilita o crédito na falência.
A penhora dos bens recai sobre o rosto dos autos da falência, caso a execução fiscal
esteja em andamento. Se inexistir execução fiscal, o Fisco notificará o síndico para que
pague; se não pagar, ingressa-se com a execução.
Se, à época da declaração da falência, já existia execução fiscal com penhora, não
poderá ser desrespeitada a ordem de classificação dos créditos da falência – o Fisco não
poderá ser pago antes do credor trabalhista.
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DIREITO COMERCIAL
A Súmula n. 596 do STF dispõe que às instituições financeiras não se aplica o limite
de 12%.
Contra a massa não correm juros, mas corre correção monetária. Exceções em que
os juros são computados:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Sistema Constitucional das Crises
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. DO ESTADO DE DEFESA
Qualquer prisão por crime contra o Estado deverá ser imediatamente comunicada
pelo executor da medida ao juiz competente (controle jurisdicional concomitante), que a
relaxará se for ilegal. A comunicação da prisão, que, salvo hipótese de autorização do
Poder Judiciário, não poderá exceder a 10 dias, será acompanhada de declaração, feita pela
autoridade competente, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação. É
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial, e qualquer
pessoa pode impetrar habeas corpus.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
O estado de sítio decretado com base no inciso II do artigo 137, em tese, admite a
suspensão de qualquer direito ou garantia constitucional, desde que prevista na autorização
do Congresso Nacional.
3. OBSERVAÇÕES FINAIS
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DIREITO CONSTITUCIONAL
será encaminhado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional logo que cesse a
medida, nos termos do artigo 141 da Constituição Federal.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1. CONCEITO
2. PRINCÍPIOS
2.1. Formalismo
Os atos e as formas processuais somente dependem de forma determinada quando a
lei assim exigir expressamente, reputando-se válidos aqueles que, realizados de outro
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
modo, lhe preencham a finalidade essencial. É o que diz o art. 154 do Código de Processo
Civil.
2.2. Celeridade
Caracteriza-se pela busca de um processo mais rápido, sem prejuízo da aplicação de
outros princípios. Uma das concretizações desse princípio é a existência da chamada
audiência única, com as fases processuais acontecendo numa única sessão: fase
postulatória, fase instrutória e fase decisória. Vincula-se o princípio da celeridade
processual ao da concentração e ao da oralidade, todos cooperando para que o processo
aconteça de forma célere.
2.3. Dispositivo
Sem o princípio dispositivo não haveria processo, porque este se inicia com a ação e
esta é iniciativa da parte, do interessado, uma vez que a Justiça é inerte. O princípio
dispositivo diz respeito à iniciativa dos interessados que dispõem de seus próprios atos,
acionando ou não a Justiça e, quando a lei assim determina, movimentando ou não o
processo. Está ligado à autonomia da vontade. Também, em virtude desse princípio, o juiz
deverá decidir sobre aquilo que foi alegado pela parte. Não que a vontade da parte
predomine, mas essa vontade é fundamental para provocar a prestação jurisdicional.
2.4. Inquisitivo
Também chamado de inquisitório, nele prevalece a iniciativa do juiz na direção do
processo e, em algumas situações, na condução da prova. Embora o princípio dispositivo
sempre exista em todos os processos, no processo do trabalho prevalece o princípio
inquisitório. Depois de acionada a justiça, o juiz conduz o processo até o final, ainda que as
partes não mais se manifestem. O art. 848 da Consolidação das Leis do Trabalho é um
exemplo da concretização desse princípio: “Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do
processo, podendo o presidente ex officio ou a requerimento de qualquer Juiz temporário
interrogar os litigantes”. O dispositivo em análise não se coaduna com a realidade atual do
processo do trabalho no que se refere ao “presidente” e ao “juiz temporário”, uma vez que,
com a saída dos classistas, o juiz que agora subsiste é o de Direito, não presidindo mais o
órgão jurisdicional, porque não se trata mais de Junta e sim de Vara do Trabalho; é, pois, o
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
juiz do trabalho, pura e simplesmente. Como não há mais o juiz classista, não se pode falar
em juiz temporário.
Afora essa análise, é fato que na Justiça do Trabalho as partes são interrogadas pelo
juiz, não existindo depoimento requerido pela parte contrária, embora isso normalmente
aconteça nas petições iniciais e nas defesas.
2.5. Oralidade
O princípio da oralidade é caracterizado sob quatro aspectos que, reunidos, dão
substância a esse princípio: prevalência da palavra falada, imediatidade do juiz com as
partes, identidade física do juiz com o processo e irrecorribilidade das decisões
interlocutórias.
Tudo isso faz com que a concentração dos atos processuais ocorra de forma mais
efetiva. Na prática, desvirtuando-se a intenção do legislador e a orientação desse princípio,
vemos a prevalência da palavra escrita. (Está claro que não há proibição de que se
peticione e de que se escreva sempre nos autos, mas a escrita deveria ser deixada para
casos estritamente necessários ou para quando a lei determinasse.)
2.6. Concentração
Esse princípio, de certo modo, já restou evidenciado. Estabelece a concentração de
todos os atos do processo em uma mesma audiência, isto é, a postulação do autor, a
resposta do réu, as provas, as razões finais e, finalmente, a sentença. É o que se deduz da
legislação aplicável. Quando puder, o juiz deve buscar concentrar todos os atos numa
mesma audiência, evidentemente, sem prejuízo da verdade e sem cercear a atuação das
partes.
2.7. Eventualidade
Pelo princípio da eventualidade, o autor deve requerer todo o seu direito na inicial e
o réu deve exaurir na defesa toda a matéria. O momento processual para a reprodução da
prova necessária também ocorre em audiência: o reclamante e o reclamado comparecerão à
audiência acompanhados de suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais
provas.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
2.9. “Conciliação”
A conciliação foi elevada à categoria de verdadeiro princípio, tal a importância no
processo atual. A tentativa de conciliação sempre deve vir em primeiro lugar. Quando as
partes transacionam, quando chegam a um acordo, a justiça realmente acontece, porque a
decisão judicial, por mais sábia, sempre contraria interesses. Além do mais, é preferível
que uma disputa seja resolvida pela boa vontade dos litigantes do que pela interferência do
Estado. Observe-se o seguinte artigo: art. 764 – “Os dissídios individuais ou coletivos
submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”.
2.10. Publicidade
Esse princípio garante a transparência para os atos jurisdicionais e para as
audiências públicas, a possibilidade de se examinarem os autos, a possibilidade de se
fiscalizarem os atos da parte contrária, dos procuradores e do juiz, a possibilidade de pedir
certidão dos processos etc., salvo o caso de segredo de Justiça.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Outros princípios poderiam ser apontados; cremos, no entanto, que aqui estão os
mais importantes.
5
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MÓDULO VII
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
1
COMPARATO, Fábio Konder. Ordem Econômica na Constituição Brasileira de 1988. RDP 93/263.
Cadernos de Direito Econômico e Empresarial.
2
GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 4.ª ed. São Paulo: Malheiros, 1998.
p. 215.
1
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
• a sujeição da ordem econômica aos ditames da justiça social (art. 170, caput);
A justiça social é indicada pelo art. 170 da Constituição Federal como uma das
metas da ordem econômica brasileira. O termo justiça social está longe de ter sentido
unívoco, mas, em sentido comum, pode ser entendido como a virtude que ordena para o
bem comum todos os atos humanos exteriores. Assim sendo, a afirmação constitucional
significa que a ordem econômica deve ser orientada para o bem comum.
3
Denominados de “Princípios Gerais Não Positivados” pelo Prof. EROS ROBERTO GRAU. Op. cit. p. 216.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Uma das faces da livre iniciativa se expõe como liberdade econômica, ou liberdade
de iniciativa econômica4, que foi encontrada, em toda a sua plenitude, no Decreto
d’Allarde, de 2-17 de março de 1791, cujo art. 7. º determinava que, a partir de 1.º de abril
daquele ano, seria livre a qualquer pessoa a realização de qualquer negócio ou o exercício
de qualquer profissão, arte ou ofício que lhe aprouvesse, sendo, contudo, ela obrigada a se
munir previamente de uma “patente” (imposto direto), a pagar as taxas exigíveis e a se
sujeitar aos regulamentos de polícia aplicáveis. Logo após, na chamada Lei de Chapelier
(Decreto de 14-17 de junho de 1791), na qual restaram proibidas todas as espécies de
corporações, o princípio foi reiterado.
É possível perceber, assim, como salienta o Prof. EROS ROBERTO GRAU 5, que no
princípio da livre iniciativa, mesmo quando da sua origem, não se consagrava a liberdade
absoluta de iniciativa econômica, ou seja, a visão de um Estado inteiramente omisso, no
liberalismo, em relação à iniciativa econômica privada. Trata-se de uma expressão pura e
exclusiva de um tipo ideal, dado que, nesse estágio, medidas de polícia já eram impostas.
Não se pode perder de vista que a Constituição declara assentar a ordem econômica,
conjuntamente, na livre iniciativa e na valorização do trabalho humano, assinalando que o
objetivo global e último dessa ordenação consiste em “assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social” (art. 170, caput). O texto constitucional, portanto,
permite a imposição de restrições de natureza pública ao exercício da liberdade
empresarial, as quais visaem à realização dos valores ou finalidades superiores, igualmente
expressos como mandamentos constitucionais.
Estando a livre iniciativa ligada ao seu valor social e devendo ser exercida em
conformidade com os objetivos da “ordem econômica” – é o que se encontra estabelecido
na Constituição Federal, repita-se –, apesar do papel primordial que lhe foi atribuído, o seu
valor é relativizado pela própria Constituição. A livre iniciativa – que pode ser entendida,
4
Idem, ibidem. p. 224.
5
Idem, ibidem p. 225
3
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Assim é que, uma vez consagrada a livre concorrência como um princípio da ordem
econômica (inc. IV do art. 170), princípio que a livre iniciativa deve respeitar, a
Constituição estabelece uma distinção entre livre iniciativa e livre concorrência. Desse
modo, a Constituição não considera a livre concorrência uma conseqüência natural ou
necessária da livre iniciativa, mas, sim, o que é consagrado, como atividade econômica
legítima no contexto da ordem econômica constitucional, é a livre iniciativa concorrencial.
Declarando-se, portanto, que a livre concorrência é um princípio ao qual a livre iniciativa
deve se submeter, a Constituição Brasileira rejeitou a concepção dos liberais clássicos do
século XIX, segundo a qual a livre concorrência é uma conseqüência natural da livre
iniciativa. Ao mesmo tempo, a Constituição, adotando uma nova ordem econômica,
consagra o dogma segundo o qual se presume que a livre iniciativa concorrencial é útil à
coletividade.
4
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Essa proteção, entretanto, vai inserta no fim geral e maior, qual seja, “assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social”, demonstrando que a tutela
da concorrência não é um fim em si mesma e poderá ser afastada quando o escopo maior
perseguido pelo sistema assim o exigir.
A Constituição Federal, assim, traz normas especiais sobre a propriedade rural que
caracterizam seu regime jurídico especial, quer porque especificam o conteúdo de sua
função social, quer porque instituem regras sobre a política agrícola e sobre a reforma
agrária, com o fim de promover a distribuição da terra, ou mesmo porque inserem a
problemática da propriedade agrária no título da ordem econômica, preordenando, pois, o
cumprimento de seu fim, ou seja, “assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social”.
A sanção para o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social é a
desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, de acordo e com os
requisitos do art. 184 da Constituição Federal de 1988.
5
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Verifica-se, assim, que o legislador constituinte quis, com esse artigo, deixar claro
que a política agrícola, a assistência financeira e técnica e outros estímulos não
caracterizam reforma agrária, já que não significam intervenção na repartição da
propriedade e da renda da terra.
Há, ainda, como política fundiária, a previsão de a lei poder limitar a aquisição ou o
arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira (art. 190), bem
como o usucapião pró-labore, que tem esse nome porque o título que o justifica decorre do
fato de a área ter sido tornada produtiva pelo trabalho do beneficiário ou de sua família,
cujos requisitos se encontram previstos no art. 191.
6
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MÓDULO VII
DIREITO ELEITORAL
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DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
Pelo sistema proporcional, adotado nas eleições para deputado federal, deputado
estadual e vereador e disciplinado nos arts. 105 a 113 do Código Eleitoral, inicialmente
mais vale a votação do partido que a do candidato, circunstância que deu ao critério a
denominação de colorido partidário.
Partido que não atinge o quociente eleitoral não elege qualquer deputado ou
vereador (salvo se nenhum partido atingir o quociente eleitoral, quando as vagas serão
preenchidas pelos candidatos mais votados independentemente do partido).
As sobras também serão destinadas aos partidos que obtiverem as maiores médias.
Essa técnica da maior média determina que os votos do partido ou coligação sejam
divididos pelo número de cadeiras por ele obtidas mais um, atingindo-se assim a média de
cada um dos concorrentes e o número final de cadeiras a que cada partido ou coligação terá
direito.
Obtido o número final de cadeiras de cada um, estarão eleitos os candidatos mais
votados de cada partido ou coligação, em número capaz de preencher as vagas destinadas à
agremiação.
Exemplo: município no qual sejam apurados dez mil votos válidos (votos dados
para as legendas ou para os candidatos) e que tenha dez cadeiras de vereador a preencher:
O quociente eleitoral é 1.000, ou seja, 10.000 votos divididos por dez cadeiras a
preencher.
O Partido A e seus candidatos somam 5.500 votos. Dividido esse número pelo
quociente eleitoral (5.500 : 1.000 = 5,5), desde logo o partido A terá 5 cadeiras.
1
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DIREITO ELEITORAL
A Coligação B/C e seus candidatos somam 3.800 votos, garantindo desde logo 3
cadeiras (3.800 : 1.000 = 3,8).
O Partido D e seus candidatos somam 700 votos e assim não atingem o quociente
eleitoral (1.000). Com isso, o Partido D não elege nenhum candidato.
Por ora, foram preenchidas oito vagas e restam duas. Essas sobras (duas cadeiras)
serão divididas da seguinte forma:
•divide-se o número de votos do Partido A (5.500) pelo número de cadeiras por ele
obtidas (5) + 1, ou seja, 5.500 : 6, atingindo-se a média 916;
•divide-se o número de votos da coligação B/C (3.800) pelo número de cadeiras por
ela obtidas (3) + 1, ou seja, 3.800 : 4, atingindo-se a média 950.
A maior média foi obtida pela Coligação B/C, que assim ganha mais uma cadeira
(a 4.ª).
Resta, porém, a 10.ª cadeira. Por isso, os cálculos são repetidos, agora
considerando a nova cadeira obtida pela Coligação B/C, nos seguintes termos:
•divide-se o número de votos do Partido A (5.500) pelo número de cadeiras por ele
obtidas (5) + 1, ou seja, 5.500 : 6, atingindo-se a média 916;
•divide-se o número de votos da coligação B/C (3.800) pelo número de cadeiras por
ela obtidas (agora 4) + 1, ou seja, 3.800 : 5, atingindo-se a média 760.
A maior média foi obtida pelo Partido A, que assim ganha mais uma cadeira (a 6.ª).
Nas eleições proporcionais, somente após a apuração dos números finais de cada
partido ou coligação é que interessará a ordem interna de votação individual, ou seja, o
número de votos obtidos por cada candidato. Os lugares que cada partido ou coligação
obtiver serão distribuídos aos seus candidatos mais votados (os 6 mais votados do Partido
A e os 4 mais votados da Coligação B/C ganharão uma cadeira).
2
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MÓDULO VII
DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional Privado
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DIREITO INTERNACIONAL
DIREITO INTERNACIONAL
1. CONCEITO
É o ramo da ciência jurídica que se define pelo conjunto de normas e princípios que
atuam sobre as relações jurídicas nas quais estão presentes elementos estrangeiros. O
Direito Internacional Privado regra o conflito de normas no espaço. Cada país possui suas
próprias normas de direito internacional privado, e, por isso, o juiz, ao aplicar o direito,
fundamenta-se em primeiro lugar na ordem jurídica interna.
2. FUNDAMENTOS
• o comércio internacional;
1
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DIREITO INTERNACIONAL
Quando isso acontece e as pessoas envolvidas não podem ou não têm capacidade de
resolver o problema, alguém, em nome da ordem jurídica, o faz, aplicando à situação em
análise a regra interna advinda do Estado, ou decorrente de um tratado ou dos princípios
conhecidos.
Na vida de um ser humano acontecem fatos que, uma ou outra vez, o liga a pessoas
ou bens existentes em outros países. O homem de hoje é um “homem do mundo”.
Acompanha-o, aonde vá, a sua nacionalidade, um sistema que o protege, que lhe dá
personalidade e o faz apto a adquirir direitos e obrigações. As fronteiras esmaecem e o
ritmo das comunicações e dos meios de transporte – pode-se estar no Japão em menos de
48 horas – implica envolvimento, cada vez maior, de cidadãos de países diferentes e,
portanto, entrelaçamento de regras jurídicas incidentes. Daí o papel do Direito
Internacional Privado, revelando, analisando e solucionando tais situações.
3. ELEMENTOS CARACTERIZADORES
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MÓDULO XIII
DIREITO PENAL
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DIREITO PENAL
DIREITO PENAL
Havendo violência ou grave ameaça por parte de outrem, o crime será de homicídio.
A violência ou grave ameaça exclui a voluntariedade e, por conseqüência, não há se falar
em suicídio.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PENAL
Resposta: Se o agente não tem o dever jurídico de evitar o resultado, é pacífico que
não. Mas no caso do agente que tem o dever jurídico de evitar o resultado e pode evitá-lo,
há duas correntes:
• Magalhães Noronha entende que haverá o crime do artigo 122 do Código Penal
com fundamento no artigo 13, § 2.º, do mesmo diploma;
Não podem ser vítimas: crianças e pessoas com desenvolvimento mental retardado.
Nesses casos o agente responderá por homicídio.
Deve haver seriedade na conduta. Se alguém, por brincadeira, diz para outrem se
matar, e ele se mata, não há dolo.
Não há previsão legal de forma culposa no tipo do artigo 122 do Código Penal.
Livros ou músicas que possam estimular o suicídio não geram a responsabilidade de seus
autores por ausência de dolo em relação a uma pessoa ou a pessoas determinadas.
Deve haver nexo causal (relação de causa e efeito) entre o auxílio prestado e o modo
pelo qual a vítima se matou. Exemplo: no caso de emprestar uma corda e a vítima se matar
com um tiro, não há nexo, assim, aquele que emprestou a corda não responderá por auxílio
ao suicídio.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PENAL
1.4. Pena
No caso de morte, a pena será de dois a seis anos de reclusão; se a vítima sofrer
lesão grave, de um a três anos de reclusão. Concluiu-se que o legislador não quis punir as
outras hipóteses, como a lesão leve e a forma culposa.
1.5. Consumação
Ocorre quando a vítima morre ou sofre lesões graves. Consideram-se a lesão grave
ou a morte elementares do crime (estas geralmente se encontram no preceito primário, mas
no crime do artigo 122 do Código Penal, estão no preceito secundário).
O crime em estudo não admite a tentativa, pois na hipótese em que a vítima sofre
lesão grave, o crime se considera consumado.
Resumindo:
3
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DIREITO PENAL
Nelson Hungria. Outra corrente, seguida por Damásio de Jesus, entende que, estando a
mulher sob a influência do estado puerperal, não se pode exigir dela uma conduta de
cuidado (cuidado do homem comum) e prudência, sendo, portanto, atípico o fato
(incompatibilidade entre a conduta culposa e o estado puerperal).
• Mãe que mata o próprio filho, contando com o auxílio de terceiro: a mãe é
autora de infanticídio e o terceiro também responde por infanticídio.
Durante muitos anos, uma corrente defendida por Nélson Hungria, entendeu ser o
estado puerperal uma condição personalíssima, incomunicável. Para esta corrente, não se
admite co-autoria nem participação em infanticídio. Como a lei não fala em condição de
caráter personalíssimo, essa corrente é minoritária. Vale salientar que Nélson Hungria, na
última edição de sua obra, reformulou a sua posição, passando a sustentar que “em face do
nosso Código, mesmo os terceiros que concorrem para o infanticídio respondem pelas
penas a este cominadas, e não pelas do homicídio”.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PENAL
Se a mãe, durante o estado puerperal, vier a matar outro filho que não o recém-
nascido, cometerá crime de homicídio. Se a mãe, entretanto, por erro, mata outro recém-
nascido, supondo que seja o seu filho, responderá por infanticídio, por aplicação do artigo
20, § 3.º, do Código Penal.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PENAL
O artigo 125 pune com reclusão de 3 a 10 anos o terceiro que provoca aborto sem o
consentimento da gestante.
b) Sujeito passivo
c) Elemento subjetivo
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PENAL
d) Meios de execução
O aborto é um crime de ação livre (pode ser praticado por qualquer meio), mas
desde que seja um meio apto a provocar a morte do feto, caso contrário, haverá crime
impossível.
Manobra abortiva em quem não está grávida constitui crime impossível por absoluta
impropriedade do objeto.
É possível cometer aborto por omissão. Exemplo: gestante que dolosamente não
toma medicamento indicado para evitar o aborto.
Se a gravidez era de gêmeos e a pessoa que praticou o aborto não sabia, há crime
único para evitar a responsabilidade objetiva. Se sabia que eram gêmeos, responde pelos
dois crimes de aborto (concurso formal impróprio ou imperfeito: uma ação, dois
resultados, cuja conseqüência é a soma de penas).
e) Consumação e tentativa
Quem mata dolosamente uma gestante, sabendo que ela está grávida, responde por
homicídio doloso e aborto. Se houver desígnios autônomos as penas serão somadas.
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DIREITO PENAL
Não se exige risco atual, como no estado de necessidade. Ante a simples constatação
de que no futuro haverá perigo, poderá o aborto ser realizado desde logo. Havendo perigo
atual, o aborto pode ser praticado por qualquer pessoa, aplicando-se nesse caso o estado de
necessidade.
O médico não responderá por crime se a gestante mentir, dizendo que foi estuprada,
só para viabilizar o aborto. A gestante, todavia, responderá por aborto e por comunicação
falsa de crime (artigo 340 Código Penal).
9
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PENAL
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MÓDULO VII
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Benefício em Espécie
Benefícios Devidos aos Dependentes dos Segurados
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Benefício em Espécie
Tem por objetivo suprir as necessidades dos dependentes do segurado por ocasião
do óbito deste.
2. REQUISITOS
2.2. Carência
Não há carência para esse benefício.
1
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A morte presumida é uma situação que a lei equipara à morte real. Ex: ausência,
caso a pessoa se encontrasse em local onde ocorreu um desastre, como incêndio ou
desabamento de prédio. Esses indícios são equiparados à morte. Quando a morte for
presumida, a pensão é temporária. Só é definitiva quando houver morte real (enquanto não
houver atestado de óbito, não é definitiva).
3. TERMO INICIAL
Normalmente, o INSS não concede o benefício aos dependentes de 2.ª ou 3.ª classes
antes dos 30 dias da ocorrência do fato, pois esse é o prazo para a 1.ª classe receber (a
partir do óbito). Assim, o INSS não corre o risco de sofrer prejuízo.
Muitas vezes, o INSS exige que os dependentes de 2.ª classe demonstrem que
não há dependentes de 1.ª classe.
4. VALOR DO BENEFÍCIO
Será calculado em 100% do valor a que o segurado faria jus se, ao invés de morrer,
ele tivesse se aposentado por invalidez. É, portanto, o valor da aposentadoria por invalidez.
O cálculo da aposentadoria por invalidez é feito com base em 80% dos maiores
salários de contribuição, compreendidos entre o mês anterior ao requerimento do benefício
e julho de 1994. Os valores encontrados devem ser somados, atualizados e divididos pelo
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
5. TERMO FINAL
O termo final será quando o último dependente com direito a pensão perder a
condição de dependente.
A pensão por morte pode ser cumulada com outros benefícios, exceto com outra
pensão por morte do cônjuge ou companheiro (nesses casos, tem-se que optar).
6. AUXÍLIO-RECLUSÃO
O princípio que deu origem a esse benefício é o de que a pena não pode passar da
pessoa do criminoso. Não pode, dessa forma, atingir a família do criminoso (art. 5.º, inc.
XLV, da CF).
6.1. Requisitos
É considerado de baixa renda o segurado que possui salário igual ou inferior a três
salários mínimos.
6.1.2. Carência
Não há período de carência para o benefício.
Caso o preso continue recebendo remuneração do seu trabalho (o que nunca ocorre
na prática), os dependentes não terão direito ao auxílio reclusão.
Se o preso tiver apenas filhos menores, o Ministério Público não só pode como deve
requerer o benefício.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
12 meses
|_____________|__________________|________________|___________
Preso Fugiu Recapturado
12 meses = período de graça. Os dependentes terão direito ao auxílio-reclusão, pois ele foi
recapturado dentro do período de graça.
12 meses
|_____________|________________________________|_______________
Preso Fugiu Recapturado
Os dependentes não terão mais direito, pois o segurado foi recapturado após o
período de graça, que é de 12 meses.
Ressalta-se, por fim, que a cota-parte de quem deixar de ser dependente transfere-se
aos demais dependentes.
6
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MÓDULO XIII
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo de Execução
Não podemos confundir o depósito do Código Civil (art. 627) com o depósito
processual, pois este tem caráter executivo e é público, não tendo qualquer natureza
contratual. Aqui temos uma relação entre o depositário e o Estado, que se torna perfeita no
momento em que ocorrem a nomeação e a aceitação da parte.
Depositário é auxiliar do juiz, sendo sua longa manus. Conforme dispõe o artigo
139 do Código de Processo Civil, passa a ser um auxiliar do juiz. Aliás, o dispositivo
processual faz menção expressa ao depositário, para não restar dúvida da inexistência
meramente contratual. A partir daí, surgem deveres, direitos e responsabilidades.
O princípio adotado está no artigo 666 do Código de Processo Civil, que estabelece
o menor sacrifício, devendo, em princípio, o devedor tornar-se depositário. A
jurisprudência oscila na hipótese de o executado recusar o encargo sem justificativa,
havendo julgados do Superior Tribunal de Justiça entendendo que ele pode ser compelido,
e outros entendendo que ele não pode ser compelido a aceitar o munus.
Por outro lado, o credor pode impugnar a designação do devedor como depositário,
desde que fundamente tal discordância. O juiz deve, com base no artigo 620 do Código de
Processo Civil, estabelecer a forma menos gravosa ao devedor.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O depositário não pode usar nem fruir da coisa conforme desejar. Aliás, o artigo835
do Código Civil expressamente determina que o depositário responda pelos prejuízos a que
der causa por dolo ou culpa, subjetivamente com base na lex aquilia (art. 186 do Código
Civil). O credor ou terceiro interessado terá, portanto, legitimidade ativa para propor ação
reparatória contra o depositário ou contra o Estado, que é objetivamente o responsável,
conforme artigo 37, § 6.º, da Constituição Federal. Aliás, o Estado não só é responsável
quando o depositário for público, mas também quando for particular, já que o munus
exercido por ele é público. Alguns doutrinadores entendem que é possível a exclusão
estatal, outros entendem que não, no caso de a escolha ser da parte, o que não parece a
melhor posição.
O depositário tem o dever de entregar o bem depositado assim que for determinado
pelo juiz, sob pena de se tornar infiel, gerando até a possibilidade de prisão, conforme
artigo 5.º, inc. LXVII, da Constituição Federal.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Caso o devedor fique como depositário, não deverá ser remunerado, até porque
estará sendo beneficiado por isso.
De acordo com o artigo 680 do Código de Processo Civil, o juiz nomeará perito para
estimar os bens penhorados se não houver na comarca avaliador oficial. O laudo deverá ser
apresentado em dez dias.
•Se o credor aceitar a estimativa feita pelo devedor na nomeação da penhora (art.
481 do Código de Processo Civil). Obviamente deverá ocorrer uma atualização nos
valores.
•Sendo bens de pequeno valor, em que o custo do trabalho é mais oneroso que o
próprio valor da coisa.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
De acordo com o artigo 683 do Código de Processo Civil, a avaliação será repetida:
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
•Leilão: é a hasta pública de todos os bens móveis, exceção feita aos títulos de bolsa
de valores (art. 704 do Código de Processo Civil).
Praça: é a hasta pública de todos os bens imóveis (art. 697 do Código de Processo
•
Civil), excepcionando os alienados antecipadamente.
É bom observar que o leilão é dirigido por leiloeiro público, escolhido pelo credor,
enquanto a praça é dirigida por oficial porteiro no átrio do Fórum. Na penhora de ações,
cuja competência é da Bolsa de Valores, sua arrematação se fará por intermédio de
corretores.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• Avaliação.
•Publicação de editais: visa garantir publicidade à hasta pública, para que um maior
número de pessoas possam se interessar em arrematar os bens. Sua falta gera
nulidade absoluta (art. 694, par. ún., do Código de Processo Civil). O edital deverá
conter a descrição detalhada dos bens, a localização e o valor, além do dia, hora e
local da hasta pública. Será afixado no átrio do Fórum, onde ficam os editais, e
publicado em jornal de ampla circulação, pelo menos cinco dias antes da data
convencionada. O credor beneficiário da gratuidade da Justiça pode publicar no
órgão oficial. Os bens inferiores a vinte salários mínimos não precisam de
publicação de edital.
•Intimação do exeqüente: deve, pelo menos, ser intimado a retirar os editais, não
precisando ser intimação específica. Só quando não houver edital é que deverá ser
especificamente intimado.
3.1. Adjudicação
É a prerrogativa em que o exeqüente tem de adquirir o bem penhorado, nas
hipóteses em que nenhum dos interessados tenha procedido à arrematação em hasta
pública.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• o exeqüente;
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Enquanto o credor pode pagar o preço da avaliação, o devedor terá de pagar o total
do crédito, objeto da execução, incluindo todos os acessórios. O devedor, quando citado, é
chamado a cumprir sua obrigação, e, não o fazendo 24 horas depois de citado, começam os
meios coercitivos. Decorrido esse tempo, também poderá pagar, só que deverá arcar com
as conseqüências da mora. Logo, deverá pagar os honorários advocatícios, os juros, a
correção monetária e o principal.
4.2. Legitimidade
• devedor;
É bom observar que tal ato só pode ser praticado antes da arrematação ou
adjudicação. Uma vez assinado o auto, torna-se impossível a remissão da execução.
Visa, mais uma vez, garantir o menor sacrifício do devedor a que se refere o artigo
620 do Código de Processo Civil, já que qualquer dos familiares do executado tem poder
de impedir que os bens sejam alienados a estranhos. Os familiares podem depositar o valor
estimado dos bens, tornando sem efeito a adjudicação ou arrematação.
Conforme o artigo 787 do Código de Processo Civil, tal faculdade recai ao cônjuge,
aos descendentes e aos ascendentes do devedor.
Como já vimos, o próprio executado não pode remir seus bens, a não ser que pague
a integralidade do débito. O rol do artigo 787 do Código de Processo Civil é taxativo, e a
remição é uma figura excepcional. É óbvio que o companheiro ou a companheira também
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
tem tal prerrogativa, não porque o rol seja exemplificativo, mas sim porque o artigo 226, §
3.º, da Constituição Federal dá essa prerrogativa.
Entre as condições objetivas para remição temos o direito que deverá ser exercido
entre a arrematação dos bens em hasta pública e a assinatura do auto, e nas demais
hipóteses do artigo 788 do Código de Processo Civil. Antes da arrematação ou adjudicação,
não é possível a remição de bens.
O depósito do valor deverá ser feito junto com o pedido de remição. A pessoa
legitimada a remir deve acompanhar o processo expropriatório e não será intimada para
remição. Não se pode esquecer de que a remição pode ser parcial. Porém, se todos os bens
forem arrematados ou adjudicados, a remição só poderá ser total.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
1.1. Juiz
O juiz exerce o papel de maior relevo no processo. A lei confere-lhe os poderes
necessários para zelar pelo processo e solucionar a lide em nome do Estado.
Para desempenhar suas funções, o Estado confere ao juiz poderes que são na
verdade instrumentos para que o juiz possa julgar (artigo 251 do Código de Processo
Penal). Esses poderes são:
•Investidura: a jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido regularmente
investido na função de juiz, atualmente pela aprovação em concurso público de
provas e títulos, observando-se nas nomeações a ordem de classificação (artigo 93,
inciso I, da Constituição Federal).
• Competência: o juiz deve ser o competente para julgar a lide, segundo as regras
de competência previstas na Constituição Federal e em leis infraconstitucionais.
1.2. Autor
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
O Ministério Público atuará sempre no processo penal, seja como autor na ação
penal pública, seja como custus legis, isto é, fiscal da lei, na ação penal privada. Mesmo
enquanto autor da ação penal pública, o Ministério Público não deixa de atuar como fiscal
da lei, em razão dos interesses públicos que representa.
O Ministério Público tem natureza jurídica de parte no processo penal, mas não se
trata de uma parte qualquer, pois age motivado por interesses públicos. Por isso, possui
algumas peculiaridades, como a possibilidade de impetrar habeas corpus e de recorrer em
favor do réu.
Vale lembrar ainda que, conforme dispõe o artigo 68 do Código de Processo Penal,
o Ministério Público também tem legitimidade para promover a ação civil ex delicto em
nome do ofendido se este for pobre. Nesse caso, o Ministério Público atua como substituto
processual.
A atuação do Ministério Público deve ser imparcial, e para que isso seja possível a
Constituição Federal assegura ao órgão como um todo e aos seus membros algumas
garantias. Ao Ministério Público garante: estruturação em carreira, autonomia
administrativa e orçamentária, limitações à liberdade do chefe do executivo para nomeação
e destituição do procurador-geral, vedação de promotores ad hoc etc. Aos membros a
Constituição Federal garante: ingresso na carreira mediante concurso público de provas e
títulos, vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos etc.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
1.2.2. Querelante
Em regra a acusação é feita pelo órgão do Ministério Público.
1.3. Acusado
O acusado é aquele contra quem se dirige a pretensão punitiva estatal. É o sujeito
passivo da relação jurídico-processual.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
•Contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (artigo 5.º,
inciso LV, da Constituição Federal). A ampla defesa compreende a defesa técnica,
exercida por profissional habilitado, e a autodefesa, manifestada no interrogatório,
no direito de audiência com o juiz, possibilidade de interpor recurso etc.
Observação: o acusado poderá, sem o defensor: impetrar habeas corpus, interpor
recurso (salvo algumas exceções), promover revisão criminal, pagar fiança arbitrada
pelo juiz e argüir suspeição.
•Direito de estar em juízo, devendo para tanto ser regularmente citado. Sendo citado,
o acusado poderá ou não comparecer em juízo, conforme sua conveniência. Poderá
até utilizar sua ausência como meio de defesa. Há casos, entretanto, em que a
presença do acusado é obrigatória, como nos crimes inafiançáveis da competência
do Tribunal do Júri, cujo julgamento não se realiza à revelia (artigo 451, § 1.º, do
Código de Processo Penal). Há também outros atos que reclamam a presença do
acusado. “Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que sem ele não possa ser realizado, a
autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença” (artigo 260 do Código de
Processo Penal). Quanto ao interrogatório vale a seguinte observação: o réu pode
calar-se quanto aos fatos, mas deve comparecer para ser qualificado.
•Direito à defesa técnica. “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”
(artigo 5.º, inciso LXIII, da Constituição Federal). “Nenhum acusado, ainda que
ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor” (artigo 261 do
Código de Processo Penal). Se o réu não tiver advogado constituído, o juiz deverá
nomear um. A ausência de defesa técnica gera nulidade absoluta. A defesa deficiente
poderá gerar nulidade, se houver demonstração de prejuízo para o réu.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
A Constituição Federal assegura ao acusado muitos outros direitos em seu artigo 5.º:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar
ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
1.4. Defensor
O defensor não é sujeito processual. O defensor age em nome e nos interesses do
acusado. Exerce a defesa técnica do acusado, que é tão importante e indisponível que
poderá ser exercida ainda que contra a vontade do representado ou mesmo na sua ausência.
No processo civil, o contraditório se designa pelo binômio “ciência necessária e
participação possível”. No processo penal o contraditório deve ser real e efetivo, ou seja,
exige-se no processo penal “ciência e participação necessárias”.
•defensor: é nomeado pelo juiz e pode ser dativo (para o réu que, podendo, não
constitui procurador) ou público (para o réu necessitado que não tem condições de
constituir procurador);
Se o juiz nomear defensor, o réu, a qualquer tempo, poderá constituir outro ou pedir
a substituição do primeiro.
Se o réu tiver condições de pagar procurador e não constituir um, o juiz nomear-lhe-
á defensor dativo, mas nesse caso ser-lhe-ão cobrados honorários advocatícios, arbitrados
pelo juiz.
O defensor nomeado pelo juiz tem o dever de aceitar a função, só podendo recusá-la
por motivo justificado, sob pena de infração disciplinar.
Se existirem vários réus, o juiz deverá nomear um defensor para cada um deles, a
fim de evitar colidência das teses defensivas, o que ensejaria nulidade absoluta.
A falta do defensor, ainda que motivada, não implica adiamento do ato processual,
devendo o juiz nomear ao réu um substituto ad hoc para o ato.
1.5.1. Introdução
O assistente de acusação é parte contingente, eventual, no processo.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Para Tourinho, o Estado não pode intervir, pois o Ministério Público já defende o
interesse público. Não há necessidade de o Estado participar como assistente da acusação.
•No mesmo sentido, o artigo 26, parágrafo único, da Lei n. 7.492/86 (crimes contra
o sistema financeiro), permite a intervenção da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) e do Banco Central do Brasil em alguns casos.
O artigo 270 do Código de Processo Penal dispõe que o co-réu no mesmo processo
não poderá intervir como assistente do Ministério Público, concluindo-se, portanto, pela
impossibilidade da intervenção do co-réu como assistente da acusação. A doutrina,
entretanto, observa a seguinte possibilidade: no processo, um deles é absolvido, o
Ministério Público conforma-se com a decisão e esta transita em julgado, enquanto o outro
é condenado e apela de sua decisão. Aquele que foi anteriormente absolvido
posteriormente pode intervir como assistente da acusação, pois não é mais co-réu.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
título executivo judicial a ser executado no juízo cível, reparando os danos decorrentes do
ato ilícito. É a posição que adotamos.
•Para o Prof. Tourinho, seguido pela maioria, o Ministério Público somente examina
a legalidade da intervenção.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Da decisão que admite ou não o assistente de acusação não cabe recurso, podendo,
entretanto, ser impetrado mandado de segurança. Se o juiz excluir ofendido já habilitado,
caberá correição parcial.
O assistente pode propor perícias, acareações etc., sendo que sobre a proposta o juiz
decide, ouvido o Ministério Público.
c) Aditar o libelo
O prazo para aditamento do libelo é de dois dias, por analogia ao artigo 420 do
Código de Processo Penal. O assistente não pode aditar a denúncia, que é peça exclusiva
do Ministério Público.
d) Aditar articulados
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Apelação interposta pelo Ministério Público deve ser arrazoada no prazo de 3 dias
(artigo 600, § 1.º, do Código de Processo Penal). O recurso em sentido estrito, no silêncio
da lei, deve ser arrazoado em 2 dias, pois é o mesmo conferido ao parquet (artigo 588 do
Código de Processo Penal).
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MÓDULO XIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
Suspensão do Crédito Tributário
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Tais causas estão previstas no artigo 151, alterado pela Lei Complementar n. 104, de
10.01.2001, do Código Tributário Nacional:
• moratória;
• parcelamento.
Em regra, se a lei não fixa prazo para o pagamento do tributo, será este de 30 dias, a
contar da regular notificação do lançamento. Só a lei pode conceder moratória,
prorrogando aquele prazo (lei formal: princípio da legalidade e da indisponibilidade do
interesse público); lei essa da pessoa política competente para criar o tributo.
Cada ente político só pode conceder moratória de seus próprios tributos. Para os
doutrinadores que consideram essa afirmação de maneira absoluta, o artigo 152, inciso I,
alínea “b”, do Código Tributário Nacional – que permite a moratória, em caráter geral, pela
União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência
federal e às obrigações de direito privado – é inconstitucional, por ferir o princípio da
autonomia dos entes federados.
O artigo 38 da Lei n. 6.830/80 (Lei das Execuções Fiscais) estabelece que a ação
anulatória do débito fiscal deve ser precedida pelo depósito integral do montante a ser
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Essa necessidade do depósito prévio veio ressuscitar a regra solve et repete (pague
para repetir). Tal regra não mais vigora em face da inconstitucionalidade acima descrita.
Qualquer decisão administrativa pode ser revista pelo Poder Judiciário, bastando
que a parte sucumbente ingresse com a devida ação (não há trânsito em julgado de decisões
administrativas no Brasil). Enquanto o recurso administrativo estiver tramitando, fica
suspensa a exigibilidade do crédito tributário.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
O novo inciso evidencia o que já vinha sendo reclamado pelos juristas e estava
sendo reconhecido pela jurisprudência: as medidas liminares e a antecipação de tutela,
concedidas em qualquer tipo de ação judicial, possuem o condão de suspender a
exigibilidade do crédito tributário.
1.6. Parcelamento
Para confirmar o entendimento dos doutrinadores citados nesse módulo, sobre o
parcelamento ser uma modalidade de moratória, devemos verificar que o legislador não
criou outra seção dentro do Capítulo III, mas, sim, incluiu o parcelamento na Seção II, a
qual se refere à moratória.
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MÓDULO VII
DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
1. HISTÓRICO
6
FERNANDES, Paulo Sérgio Leite; FERNANDES, Ana Maria Badette Bajer. Aspectos jurídico-penais da tortura. 2.ª ed. Ciência
Jurídica. p.102.
7
QUEIROZ, Carlos Alberto Marchi de. Resumo de Direitos Humanos e da cidadania. São Paulo: Iglu, 2001. p.91-92.
8
SILVA, José Geraldo da. A Lei de Tortura interpretada. Leme: Editora de Direito, 1997. p.14.
1
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DIREITOS HUMANOS
Ainda hoje, sabemos, a tortura grassa no mundo. Há guerras pelo poder, em vários
países, que redundam em atos de tortura e barbárie diária. Na América Latina, até pouco
tempo, em que existiam diversos regimes militares instalados, a tortura foi utilizada para
sua manutenção. Ainda existem guerras religiosas e ideológicas no mundo, além de
discriminação em vários países, atingindo grupos de pessoas, especialmente a mulher, que
também resultam em exercício diário de atos de tortura.
Enfim, a tortura, não há como negar, é prática odiosa presente em todos os períodos
da história da humanidade, hodiernamente mantida: há um longo caminho para o homem
percorrer até eliminar tal prática de seu cotidiano. O homem, incrivelmente, sente prazer
em exercer dominação sobre outra pessoa, e ainda maior se puder impor-lhe sofrimento.
2. A CONVENÇÃO
A Convenção, no seu artigo 1.º, define “tortura” como “qualquer ato pelo qual dores
ou sofrimentos agudos físicos ou mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa a
fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por
ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido, ou seja suspeita de ter cometido; de
intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em
discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por
9
WEISS, Carlos. Direitos Humanos contemporâneos. São Paulo: Malheiros, 1999. p.85.
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DIREITOS HUMANOS
no poder foi a de destruir qualquer movimento democrático, mediante o terror criado pela
série de crimes sexuais”. Essas violações configuravam punição às mulheres em razão de
sua militância ou por sua associação com militantes, tendo sido praticadas para intimidá-
las, para destruir a capacidade de resistirem ao regime12.
Quanto ao estupro, vale lembrar que a Resolução n. 827, aprovada pelo Conselho de
Segurança da ONU, nos termos do Capítulo VII da Carta da ONU, reconhece esse crime
como uma violação aos Direitos Humanitários, daí porque a tendência é entendê-lo, em
algumas situações, como forma de tortura.
Exatamente pelo fato de a integridade física ser objeto de violação diária, há alguma
crítica quanto à parte final do artigo 1.º da Convenção, em que está disposto que “não se
considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam conseqüência unicamente de
sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram”.
CARLOS WEIS diz que essa disposição “abre caminho para que castigos físicos
culturalmente aceitáveis sejam excluídos da proteção internacional, prenunciando a
tormentosa questão do universalismo dos direitos humanos versus peculiaridades culturais
a eles contrárias”13.
12
PIOVESAM, Flávia. Op. cit. p. 193 (rodapé).
13
WEISS, Carlos. Op. cit. p. 85.
14
ALVEZ, J. A. Lindgren. Os Direitos Humanos como tema global. São Paulo: Perspectiva e FUNAG, 1994. p. 59.
4
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DIREITOS HUMANOS
• direito de que a declaração obtida mediante tortura não seja invocada como
prova em qualquer processo;
Finalizando, para garantir que as pessoas não sejam submetidas a atos cruéis,
desumanos ou degradantes, o artigo 16 da Convenção deixa estabelecido que os Estados-
partes deverão coibir atos dessa natureza, ainda que não considerados atos de tortura, nos
termos do artigo 1.º, enfatizando que os dispositivos deverão merecer interpretação ampla,
de molde a não restringir outros de qualquer instrumento internacional ou lei nacional que
proíba os tratamentos ou as penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Por último, o sistema de controle. Da mesma maneira que ocorre com a Convenção
sobre a Eliminação da Discriminação Racial, há três mecanismos de controle, de
monitoramento, que são as petições individuais, os relatórios e as comunicações interestatais,
e o órgão de controle é o Comitê contra a Tortura.
15
ALVEZ, J. A. Lindgren. Op. cit. p. 58.
5
_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
DIREITOS HUMANOS
Não bastante isso, a Carta Constitucional prevê, no artigo 5.º, inciso III, que
“ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante”, também
prevendo, no inciso XLIII, que “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem”.
16
PIOVESAN, Flávia. Op. cit. p. 195.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
DIREITOS HUMANOS
§ 1.º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de
segurança, a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em
lei ou não resultante de medida legal.
§ 2.º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-
las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos.”
Como podemos observar na figura delitiva prevista no artigo 1.º, inciso I, trata-se de
crime comum, podendo ser realizado por qualquer pessoa. Já a figura delitiva do artigo 1.º,
inciso II, trata de crime próprio, cometido por quem possui autoridade, guarda ou
vigilância sobre a vítima, todavia essa vinculação pode ser de caráter público ou privado,
ou mesmo derivar de qualquer poder de fato do agente sobre a vítima. ALEJANDRO DEL
TORO MARZAL apóia essa construção típica por entender que “a tortura deve ser
castigada em si mesma e por si mesma, em razão de seus detestáveis métodos e por seus
fins contrários à liberdade e à dignidade”.17
Apesar das críticas, a Lei n. 9.455/97 veio preencher uma lacuna no direito
brasileiro, uma vez que definiu os crimes de tortura, configurando um instrumento de real
valia na tarefa de eliminar atos de tortura da vida nacional e na construção da dignidade da
pessoa, princípio maior a orientar todo o sistema.
18
ANTÓN, Vives. Apud CIRENZA, Cristina de Freitas; NUNES, Clayton Alfredo. Loc. cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
O parágrafo único do artigo 291, por sua vez, determina a aplicação da composição
civil, da transação penal e da representação (artigos 74, 76 e 88 da Lei n. 9.099/95) aos
crimes de lesão corporal culposa de trânsito (artigo 303), embriaguez ao volante (artigo
306) e “racha” (artigo 308). Devemos interpretar o parágrafo à luz do caput, isto é,
podemos utilizar os institutos mencionados acima, desde que compatíveis com os crimes
indicados no parágrafo. Assim, em relação à lesão corporal, incidem os artigos 74, 76 e 88,
enquanto que à embriaguez e ao “racha” só é viável a transação penal, devido à
inexistência de vítima definida. A aplicação desses institutos se fará no juízo criminal
comum, porque incompatível o procedimento do juizado a essas infrações.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Há, no entanto, à luz da Lei n. 9.099/95, sete infrações que já são consideradas de
pequeno potencial, a saber: 1.ª) artigo 304 (omissão de socorro); 2.ª) artigo 305 (fuga do
local); 3.ª) artigo 307 (violação de suspensão ou proibição para dirigir); 4.ª) artigo 309
(falta de habilitação); 5.ª) artigo 310 (entrega da direção de veículo automotor a
determinadas pessoas); 6.ª) artigo 311 (excesso de velocidade em determinados lugares);
7.ª) artigo 312 (fraude na apuração de crime de trânsito com vítima).
2.ª hipótese: reincidência em crime de trânsito. Nesse caso o juiz poderá impor a
suspensão ou a proibição para dirigir. Trata-se, como se percebe, de uma faculdade do
magistrado, que se norteará pelas circunstâncias do caso concreto. Embora não haja
previsão expressa, aplica-se subsidiariamente o artigo 64, inciso I, do Código Penal
(prescrição da reincidência). Frisamos, ainda, existir entendimento no sentido de que o
crime anterior deve ter sido cometido na vigência do Código de Trânsito Brasileiro.
Nota: o tempo de interdição para as duas hipóteses acima indicadas está previsto no
artigo 293 do Código de Trânsito Brasileiro: dois meses a cinco anos.
•Imposição como medida cautelar: pode ser imposta pelo juiz em qualquer fase do
inquérito policial ou do processo penal, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, mas é necessário
que a ordem pública esteja sob risco. Entenda-se ordem pública como segurança no
tráfego de veículos. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou
da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido
estrito, sem efeito suspensivo (artigo 294, parágrafo único).
crimes culposos de trânsito (homicídio culposo e lesão corporal culposa), nos termos do
artigo 57 do Código Penal. Ocorre que, para o homicídio ou a lesão culposos de trânsito, o
Código de Trânsito Brasileiro previu expressamente a imposição da interdição ora estudada
no preceito secundário da norma, como acima vimos. Restaria a suspensão da autorização
para conduzir veículo automotor, não prevista no Código de Trânsito Brasileiro.
4. MULTA REPARATÓRIA
Trata-se de uma sanção penal com destinação civil, já que se destina à vítima ou
aos seus sucessores, razão pela qual se distingue da multa prevista no Código Penal, na
qual o valor arrecadado é direcionado aos cofres públicos. Distingue-se, outrossim, da
prestação pecuniária (artigo 43, inciso I, do Código Penal), pois essa é sanção alternativa,
substitutiva da pena privativa de liberdade. A multa reparatória, ao contrário, não afasta a
pena privativa de liberdade.
5. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
•Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros. Referida agravante não incide nos crimes de resultado, nos
quais a situação de risco – evidenciada pelo emprego das expressões dano potencial
e grande risco – foi superada pela produção do evento lesivo.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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MÓDULO VII
MEDICINA LEGAL
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MEDICINA LEGAL
1. SEXOLOGIA CRIMINAL
Dispõe o art. 217 do Código Penal: “Seduzir mulher virgem, menor de 18 (dezoito)
anos e maior de 14 (catorze) e ter com ela conjunção carnal, aproveitando-se de sua
inexperiência ou justificável confiança. Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos”.
Para que haja justificável confiança, deve existir uma relação suficientemente longa
e duradoura, estável e equilibrada, sobre a qual possa ser expedida uma sensação de confiar
no parceiro a ponto de se ter com ele uma conjunção carnal.
humanos. Há desde mulheres que, congenitamente, nascem com ausência de hímen, até
mulheres que têm himens que fecham a cavidade vaginal.
• anular: tem uma borda que se implanta na vagina, chamada borda vaginal;
Em cada tipo temos himens com óstio ou orifício pequeno, médio ou grande.
Na maioria das vezes a borda tem certas ondulações, de tal modo que o diâmetro do
óstio, em repouso, sem ser tracionado, é um; uma vez tracionado, ele se apresenta maior. O
diâmetro do orifício, devido a sua ondulação, apresenta-se de uma maneira; se forem
esticadas todas as ondulações, esse diâmetro se apresentará de maneira diferente.
Em 80% dos casos, nas mulheres com himens mais comuns, tendo havido uma
penetração com o pênis, há rompimento da membrana.
O tecido vai se atrofiando até que, após algum tempo, os fragmentos são reduzidos a
meros nódulos na parede vaginal, que recebem o nome de carúnculas mirtiformes. As
rupturas estendem-se da borda ostial até a borda vaginal. Em alguns livros podemos
encontrar a terminologia “ruptura incompleta”, que significa que o hímen rompeu, mas a
ruptura não foi até a borda vaginal.
Em algumas mulheres pode haver uma configuração do hímen que se apresenta com
o óstio bastante irregular, cujas ondulações se aproximam bastante da borda vaginal.
Quando essas ondulações são mais pronunciadas, recebem o nome de “entalhes”.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
MEDICINA LEGAL
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
MEDICINA LEGAL
• Pênis pequeno.
Podem ser encontradas algumas tabelas sobre até quanto tempo após a conjunção se
pode pesquisar a presença de espermatozóides na vagina. Geralmente, as vítimas de
agressão sexual têm uma enorme tendência de, finda a agressão, limpar-se
exageradamente, como se limpassem também quaisquer vestígios de agressão, inclusive
com o uso de ducha vaginal. Para a Medicina, tal fato pode destruir a possibilidade da
prova. Segundo alguns autores, existe a possibilidade de se encontrarem vestígios de
espermatozóides na vagina até 22 dias após a conjunção. Na prática, porém, após cinco ou
seis dias já ficará mais difícil encontrá-los.
O constrangimento não se processa apenas em quem pratica ou deixa que nele seja
praticado ato libidinoso, mas também naquele que é constrangido a presenciar ato
libidinoso diverso da conjunção carnal.
Uma mulher que, mediante violência ou grave ameaça, força um homem a praticar
com ela conjunção carnal não pratica o crime de estupro, não podendo ser considerado
atentado violento ao pudor, pois houve cópula vaginal. Configura-se, pois, o
constrangimento ilegal.
Toda variação da relação heterossexual normal que seja exclusiva, isto é, a própria
pessoa se satisfaz sexualmente, é uma variação anômala (ex.: a masturbação não se trata de
anomalia da sexualidade; porém, se o indivíduo usa a masturbação como substitutivo da
relação sexual normal, ela já é encarada como anomalia).
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MEDICINA LEGAL
b) Pedofilia
É a predileção sexual por crianças. Compreende desde os atos obscenos até a prática
de manifestações libidinosas.
c) Anafrodisia
d) Frigidez
e) Erotismo
f) Auto-erotismo
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
MEDICINA LEGAL
g) Impotência
Pode ser coeundi, que é a incapacidade para o ato sexual; generandi, que é a
incapacidade para gerar (no homem); e concipiendi, que é a incapacidade para gestar (na
mulher).
h) Erotomania
O indivíduo é levado por uma idéia fixa de amor e tudo nele gira em torno dessa
paixão. Normalmente são castos e virgens (amor platônico).
i) Exibicionismo
O exibicionismo é uma das manifestações mais comuns das demências senis. Nos
idosos ocorre nos processos de demenciação senil (arteriosclerose) e na demenciação pré-
senil (mal de Alzheimer). As demências pré-senis são doenças específicas.
j) Narcisismo
• Fase narcísica: cuidados com o aspecto. Quando essa fase se mantém além da
adolescência e impede o relacionamento com o sexo oposto, trata-se de
anomalia.
k) Mixoscopia
l) Fetichismo
parte da pessoa ou com um objeto a ela pertencente. Adora determinada parte do corpo
(mãos, seios) ou objetos (calcinhas, sutiãs) pertencentes à pessoa amada.
m) Lubricidade senil
n) Pluralismo
Manifesta-se pela prática sexual grupal, de que participam três ou mais pessoas.
Traduzem um elevado grau de desajustamento moral e sexual (ménage à trois etc.)
o) Gerontofilia
p) Riparofilia
q) Urolagnia
É o prazer sexual pela excitação de ver alguém no ato de urinar ou apenas de ouvir o
ruído da urina.
r) Coprofilia
s) Coprolalia
t) Edipismo
u) Bestialismo
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MEDICINA LEGAL
v) Sadismo
w) Masoquismo
x) Necrofilia
y) Pigmalionismo
1.4.2. Homossexualismo
Tanto o homossexualismo masculino, também chamado de uranismo ou pederastia,
como o homossexualismo feminino (lesbianismo), do ponto de vista fisiológico, são
anomalias. A Organização Mundial de Saúde, entretanto, considera o homossexualismo
como doença e não como anomalia.
a) Intersexualismo
b) Transexualismo
c) Travestismo
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MEDICINA LEGAL
2. ABORTO
O aborto define-se como morte fetal, não importando em que momento. A vida
humana inicia-se no momento da fecundação, com direitos legais (ex.: mulher viúva só
pode casar-se 10 meses após a morte do marido, para preservar os direitos sucessórios do
ser embrionário).
Em relação aos meios químicos, não existe uma substância especificamente feticida.
Existem substâncias tão tóxicas que, pela fragilidade do feto, são capazes de matá-lo e,
assim, provocar aborto. Existem drogas, como as prostaglandinas, que provocam contração
do útero, com dilatação e expulsão do feto.
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MÓDULO VII
PORTUGUÊS
Conjugação Verbal
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PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
Conjugação Verbal
1. CONJUGAÇÃO VERBAL
, viges, vige,
Viger – defec.: não possui o eu no presente do
vigemos, vigeis, não existe
indicativo
vigem
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PORTUGUÊS
, aboles, abole,
*Abolir – defec.: não possui o eu no presente
abolimos, abolis, não existe
do indicativo
abolem
* Muitos verbos seguem abolir, repetindo as mesmas falhas. São estes os principais:
aturdir, banir, brandir, brunir, carpir, colorir, delinqüir, delir, demolir, exaurir, explodir,
extorquir, fremir, fulgir, haurir, latir, puir, ruir, retorquir, tinir, ungir.
Indicativo
Presente: ele tem – ele contém – ele detém – ele entretém – ele retém
eles têm – eles contêm – eles detêm – eles entretêm – eles retêm
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PORTUGUÊS
Observação: Seguem o verbo ter: abster-se, ater-se, conter, deter, entreter, manter,
obter, reter e suster.
b) derivados de vir
Indicativo
Indicativo
ele constitui
ele subtrai
ele extrai
ele remói
Indicativo
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PORTUGUÊS
Indicativo
Indicativo
Subjuntivo
Indicativo
Subjuntivo
Indicativo
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PORTUGUÊS
Subjuntivo
Presente: – – – – –
Indicativo
Subjuntivo
Presente: – – – – –
Formas Nominais
Gerúndio: vigendo
j) adequar (não possui as formas rizotônicas [eu, tu, ele e eles do presente do
indicativo] e também todo o presente do subjuntivo); no restante possui conjugação
normal
Indicativo
Subjuntivo
Presente: – – – – –
l) precaver (não possui as formas rizotônicas [eu, tu, ele e eles do presente do
indicativo] e também todo o presente do subjuntivo); no restante segue o verbo
paradigma (vender, por exemplo)
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
PORTUGUÊS
Indicativo
Subjuntivo
Presente: – – – – –
m) reaver (não possui as formas rizotônicas [eu, tu, ele e eles do presente do
indicativo] e também todo o presente do subjuntivo); segue o verbo haver nas formas em
que há a letra V:
Indicativo
Subjuntivo
Presente: – – – – –
Indicativo
Subjuntivo
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
PORTUGUÊS
Indicativo
Subjuntivo
Indicativo
Subjuntivo
Observação: Por ferir, conjugamos: aderir, advertir, aspergir, aferir, auferir, cerzir,
compelir, competir, concernir, conferir, conseguir, consentir, convergir, deferir, despir,
diferir, divergir, discernir, divertir, gerir, deferir, desferir, desservir, diferir, digerir, expelir,
impelir, indeferir, inerir, inferir, ingerir, inserir, investir, mentir, perseguir, preterir, propelir,
prosseguir, refletir, repelir, repetir, revestir, seguir, servir, sugerir, vestir e outros.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
PORTUGUÊS
EXERCÍCIOS
( ) remedia ( ) remedeia
() ( ) precavenha ( ) precaveja
d) É viável que a prefeitura _______________ suas escolas. Em um caso, uma cidade não
_______________ por motivos políticos.
( ) proveja ()
( ) computa ()
( ) contribui ( ) contribue
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
PORTUGUÊS
( ) interviu ( ) interveio ()
( ) requereram ( ) requiseram
GABARITO
a) medeiam, remedeia
b) intervêm,
c) reouve,
d) proveja, proveu
e) provêm, prevêem
f) , contribui
QUESTÕES DE PROVAS
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
PORTUGUÊS
a) Não adianta buscar soluções que não se adéqüem ao caso concreto, nem se embasem na
lei.
d) Pleitea-se o que não se pode obter e opta-se por uma solução à margem da lei.
b) Se reaverem seus bens antes da audiência, os autores não se oporão ao fim da demanda.
c) Porque não crêem na parte contrária, os réus mantêm uma atitude reservada.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
PORTUGUÊS
GABARITO
1–A
2–B
3–C
4–D
5–C
6–A
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MÓDULO VII
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
• se o ato infracional for grave, que tenha repercussão social ou, ainda, para a
segurança do próprio adolescente ou da ordem pública, a autoridade policial não
libera o adolescente, ainda que os pais compareçam. Nesse caso, a própria
autoridade policial irá encaminhar o menor ao Ministério Público imediatamente,
junto com as peças que tiver. Se não for possível a apresentação imediata ao
Ministério Público, o menor deverá ser encaminhado a uma entidade de
atendimento, que deverá apresentá-lo no prazo de 24h. Na falta de uma entidade
de atendimento, o menor deve ficar numa dependência de uma Delegacia,
separado dos maiores, pelo prazo máximo de 24h.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
O uso de algemas, em qualquer situação (tanto para o maior quanto para o menor), é
regulado por um decreto estadual. É uso necessário para garantir a ordem pública; assim,
no caso de existir essa necessidade, podemser utilizadas, em algumas hipóteses, em
adolescentes. Criança não pode ser algemada em nenhuma hipótese.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
• Advertência.
• Perda da guarda.
• Destituição de tutela.
O ECA também tem uma previsão de medida cautelar no art. 130: poderá o juiz
determinar a retirada dos pais do lar desde que haja maus tratos, opressão ou abuso sexual,
ou seja, ao invés de encaminhar o menor ao abrigo, o juiz pode determinar que os pais se
retirem da casa.
4. RECURSOS
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
• Há o juízo de retratação.
• Tem efeito devolutivo, mas o juiz pode conceder o efeito suspensivo sempre que
houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. O efeito suspensivo é
obrigatório para a apelação de sentença que defere a adoção internacional. Em se
tratando de Ação Civil Pública (art. 225, ECA), permite-se a concessão de efeito
suspensivo para evitar dano irreparável à parte.
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MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
c)Incorre no vício de desvio de poder a autoridade que, embora incompetente para prover
sobre a matéria, remove servidor público movida por sentimento de animosidade política.
d)O nomeado para cargo público que não tomar posse no prazo legal deve ser demitido.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
1. O usucapião:
a)só pode atingir imóveis da União quando concedido por razões sociais;
b)pode atingir imóveis de autarquias;
c)não atinge os bens de uso comum, mas pode atingir os bens dominiais;
d)jamais atinge qualquer bem público.
3. Com dez anos de exercício de posse, foi proposto o pedido de usucapião. Não
poderá, porém, ser acolhido, porque:
a)em ação reintegratória de três anos antes, promovida a ação contra terceiro, argüido
também por esse usucapião, fora a possessória julgada improcedente;
b)foi notificado o autor, dois anos antes da propositura, de que sua posse era ilegal;
c)apenas deixara o autor placa fixada no imóvel, em que se arrogava a propriedade, tendo-a
cercado sem que concretizada estivesse sua posse;
d)não quitara os tributos que incidiram sobre o solo.
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
2. É declarável a falência:
a) da sociedade de economia mista;
b) do espólio do devedor comerciante;
c) dos menores com mais de 16 anos que mantenham estabelecimento comercial sem
economia própria;
d) da mulher casada que, sem autorização do marido, exerce o comércio, por mais de três
meses, fora do lar conjugal.
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Indique a situação que não representa justa causa para rescisão do contrato de
trabalho pelo empregador:
a) Desídia no desempenho das respectivas funções.
b) Decretação da prisão temporária do empregado.
c) Prática constante de jogos de azar.
d) Violação de segredo da empresa.
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
3. As eleições:
a) para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputados realizam-se, respectivamente,
segundo o princípio majoritário e pelo sistema proporcional;
b) para Presidente da República e governadores de estados realizadas pelo sistema
majoritário terão segundo turno se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta dos
votos válidos no primeiro, computados os votos em branco e os nulos, legítima
expressão da vontade popular;
c) para a Câmara dos Deputados e para as Assembléias Legislativas realizam-se pelo voto
distrital misto, sendo majoritárias relativamente à metade das vagas e proporcionais
quanto às demais, mediante lista fechada elaborada pelos partidos políticos;
d) pelo sistema proporcional, para deputados federais e estaduais, não admitem coligações
partidárias, considerando-se a desfiguração delas resultante para os votos de legenda.
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1. Aquele que mata alguém “sob a influência de violenta emoção, provocada por ato
injusto da vítima”, incidirá, na ausência de outras circunstâncias, no crime de
homicídio doloso praticado na sua forma:
a) simples, servindo a “violenta emoção” nas condições acima como uma agravante
genérica;
b) qualificada;
c) privilegiada;
d) simples, servindo a “violenta emoção” nas condições acima como uma atenuante
genérica.
2. (Del.Pol./SP – 1/96) O inciso V do art. 121 do Código Penal prevê, como forma
qualificada, a prática do crime de homicídio “para assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime”. Essa circunstância é um
bom exemplo para explicar o que são crimes:
a) conexos;
b) complexos;
c) preterdolosos;
d) plurissubjetivos.
1
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. Penhora. Execução:
a)Nada impede que mais de uma penhora recaia sobre o mesmo bem em execuções
diversas promovidas por credores diferentes. A intervenção da União, de suas autarquias e
de empresas públicas em concurso de credores ou de preferência não desloca a
competência para a justiça federal.
b)O juízo deprecado é competente para apreciar os incidentes relacionados com a penhora,
a avaliação e a alienação do bem penhorado.
c)Em concurso de credores, prevalece o credor com nota de crédito industrial, como
privilegiado, ao crédito de honorários advocatícios fixados nos próprios autos.
d)A penhora de renda diária de empresa executada exige a nomeação de administrador, que
submeterá à aprovação judicial a forma de administração e o esquema de pagamento,
devendo ele comunicar à Junta Comercial que entrou no exercício das suas funções e
prestar contas mensalmente nos autos da execução.
3. O fato de não serem adjudicados bens que, levados a leilão, deixarem de ser
arrematados:
a)impede que a Fazenda Pública requeira um segundo leilão;
b)não acarreta a extinção do processo de execução;
c)torna impossível a substituição do bem penhorado;
d)enseja a extinção do processo de execução.
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
1
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
3. Cada Estado parte tomará as medidas necessárias para estabelecer sua jurisdição
sobre os crimes de tortura e sobre todo ato de qualquer pessoa que constitua
cumplicidade ou participação na tortura, nos seguintes casos, exceto:
a) quando os crimes tenham sido cometidos em qualquer território sob sua jurisdição ou a
bordo de navio ou aeronave registrada no Estado em questão;
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
5. Para garantir que as pessoas não sejam submetidas a atos cruéis, desumanos ou
degradantes que não constituam tortura tal como definida no art. 1.º, os Estados
partes deverão coibir:
a) atos dessa natureza;
b) reabilitação;
c) cooperação com outros Estados;
d) reparação e indenização justa e adequada.
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. É correto afirmar sobre o § 3.º do art. 10 da Lei das Armas de Fogo “Suprimir ou
alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato”:
a)É inadmissível a forma tentada por se tratar de crime culposo.
b)É crime próprio, posto que só o possuidor pode cometê-lo.
c)A competência é da Justiça Comum Estadual, embora o comportamento típico vise burlar
o controle de armas realizado pelo SINARM, órgão federal.
d)A pena é de reclusão de um a quatro anos.
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
5. A multa reparatória:
a)poderá exceder o valor do prejuízo demonstrado no processo, desde que haja justa causa;
b)é uma sanção de natureza exclusivamente civil, portanto, idêntica à prestação pecuniária
prevista no art. 43, inc. I, do Código Penal;
c)pode ser imposta em substituição às penas privativas de liberdade previstas para os
crimes de trânsito;
d)consiste no pagamento de quantia, mediante depósito judicial, em favor da vítima ou de
seus sucessores, sempre que houver prejuízo material decorrente de crime de trânsito.
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
1. Anafrodisia é:
a) uma forma de sadismo;
b) uma forma de pigmalionismo;
c) a insaciabilidade masculina aos atos venéreos;
d) a ausência ou a perda da libido no homem.
2. Auto-erotismo é:
a) a gratificação sexual sem parceiro, por auto-estimulação das zonas erógenas;
b) a gratificação sexual sem parceiro, independentemente da estimulação sexual das zonas
erógenas;
c) o prazer sexual desencadeado ao imaginar atos venéreos;
d) o delírio pelo amor sensual.
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
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_________________________________________________________________________MÓDULO XIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
5. O Juiz da Infância e Juventude ou o Juiz que exerce essa função, não aplicará
nenhuma medida sócio-educativa, desde que reconheça na sentença:
I - estar provada a inexistência do fato.
II - não haver prova suficiente da existência do fato.
III – não constituir o fato ato infracional.
IV – não existir prova suficiente de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
a)Todas as alternativas acima estão corretas.
b)Apenas a I e a II estão corretas.
c)Apenas a I e a III estão corretas.
d)Apenas a I e a IV estão corretas.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XIII
GABARITO – PROVÃO
CURSO ANUAL – OPÇÃO 3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D. Administrativo A A D C B D C D C B
D. Civil C C D B A C C B A B
D. Comercial C D C B A E B C C B
D. Constitucional D D C A A E A A C A
D. do Trabalho A C C C A A A A D A
D. Econ. e Financeiro C A E E C A D D B A
D. Eleitoral B A A D D E B D D B
D. Internacional A D B A B D A E A C
D. Penal B A A E D E D B B E
D. Previdenciário A A B B B A B A E D
D. Proc. Civil E B B A D E C B A D
D. Proc. Penal D D D B C C B C B B
D. Tributário B C A C B B A B A B
D. Humanos C B D A C C D A B D
Leg. Penal Esp. A/B D A/C B A B B C/D C B/D
Medicina Legal D C D B B C A A B D
Tutela D D E E C B E C E C