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1
Ver a interessante entrada postada na Wikipedia: Liberte, Égalité, Fraternité. Disponível em:
<http://en.wikipedia.org/wiki/Libert%C3%A9,_%C3%A9galit%C3%A9,_fraternit%C3%A9>. Acesso:
10 fev. 2009.
2
A esse respeito, cf. MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo
Gustavo Gonet. Hermenêutica constitucional e direitos fundamentais. 1. ed. 2. tiragem. Brasília: Brasília
Jurídica, 2002. p. 108.
3
PISARELLO, Gerardo. Los derechos sociales em el constitucionalismo democrático. Disponível em <
http://www.juridicas.unam.mx/publica/rev/boletin/cont/92/art/art7.htm >. Acesso em: 27 Dez 2008.
4
Interessante observar, por exemplo, que o sufrágio censitário somente foi abolido na França em meados
do século XIX, a despeito de a Declaração dos Direitos do Homem e dos Cidadãos, de 1.789, dispor que
“os homens nascem e são livres e iguais em direitos” (artigo primeiro). A propósito, é de se registrar que
a Constituição Francesa de 1.795 dispunha expressamente sobre o mínimo de bens necessários à
aquisição da qualidade de eleitor (art. 35).
propositalmente já reduzia o alcance da igualdade em benefício dos proprietários do
sexo masculino.
5
LANDER, Edgardo. Ciências sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. Disponível em: <
http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/lander/pt/Lander.rtf>. Acesso: 16 mar. 2009.
6
Olympe de Gouges (pseudônimo de Marie Gouze) foi decapitada em 1.793, acusada de ser uma contra-
revolucionária. Opositora declarada da escravidão, de Gouges expôs sua veia feminista com a publicação
e submissão à Assembléia Nacional da França, em 1.791, da Declaração dos Direitos da Mulher e da
Cidadã, ressaltando que o sexo feminino havia sido posto de lado na Declaração dos Direitos do Homem
e dos Cidadãos de 1.789. Tal atitude lhe custou a vida após ter sido denunciada como
contrarevolucionária e “mulher desnaturada”.
7
CASTRO, Ana Rubio. Ciudadania y sociedad civil: avanzar em la igualdad desde la política. Por um
nuevo pacto social. Disponível em <http://www.laguachimana.org/content/ncc/ciudadania-y-sociedad-
civil-avanzar-en-la-igualdad-desde-la-politica>. Acesso: 11 mar. 2009.
discurso, estava a idéia de que a razão – na qual se fundavam os métodos liberais –
levaria ao descobrimento da verdade e à concretização do universal, de modo que a
exclusão de determinados grupos dos processos de tomada de decisão não afetaria o
conteúdo moral do que dali viesse a emergir. Tal postulado, arremata a autora,
“permitió sostener que los derechos del hombre y del ciudadano expresados en 1789,
eran los derechos de toda la humanidad” e assim explica-se por que
durante tanto tiempo se haya creído que los derechos humanos de los
varones son los derechos humanos de la humanidad y que se haya tenido que
esperar a 1993, dos siglos más tarde, para que se reconociera, en Viena, que
la violación de los derechos de las mujeres es un grave atentado contra los
derechos humanos. Lo que viene a demostrar que la pretendida neutralidad y
racionalidad del sujeto cognoscente no es tal.”8.
11
CAPLAN, Luciana. ob. loc. cit.
12
O termo “patriarcalismo” é utilizado por Flores em detrimento de “patriarcado” com o objetivo de
afastar “las posiciones estáticas que nos inducen a pensar en una estructura de opresión autônoma con
rspecto al resto de opresiones y dominaciones que dominan en las relaciones sociales capitalistas”. Sendo
assim, o termo patriarcalismo “ten más que ver con el conjunto de relaciones que articulan un conjunto
indiferenciado de opresiones: sexo, raza, género, etnia y clase social, y el modo en que las relaciones
sociales particulares combinan uma dimensión pública de poder, explotación o estatus con una dimensión
de servilismo personal”. Cf. FLORES, Joaquín Herrera. Descubriendo al depredador patriarcal.
Disponível em: <http://aulavirtual.upo.es:8900/webct/urw/lc102116011.tp0/cobaltMainFrame.dowebct>.
Acesso: 13 mar. 2009.
si só pode servir de justificação à discriminação, exclusão ou inferiorização,
em nome de direitos colectivos e de especificidades culturais13.
13
SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução: para ampliar o cânone do reconhecimento, da diferença
e da igualdade. Disponível em <http://www.ces.uc.pt/emancipa/research/pt/ft/intromulti.html>. Acesso:
13 mar. 2008.
14
FLORES, Joaquín Herrera. Ibidem.
15
Ob. loc. cit.
16
Por exemplo, aquelas que uma mesma pessoa possa sofrer como mulher, negra, trabalhadora, latina,
pobre etc.
17
FLORES, Joaquín Herrera. Ibidem.
altura, peso, voz e tantas outras características fazem dos seres humanos diferentes entre
si, assim como o fazem classe social, língua, território de origem, educação etc.
18
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens. Disponível em
<http://www.scribd.com/doc/1902944/Discurso-Sobre-a-Origem-da-Desigualdade-Entre-os-Homens>.
Acesso: 13 mar. 2009.
19
SANTOS, Boaventura Sousa. ob. loc. cit.
material, do “empoderamento dos seres humanos, desde uma perspectiva de integração,
em oposição às práticas hegemônicas de exclusão, para assegurar-lhes dignidade”, o
que, longe de implicar “uma redução dos seres humanos a uma condição idêntica”,
importa na “garantia concreta de condições idênticas de viver suas diferenças”20.
20
CAPLAN, Luciana. Ob. loc. cit.
21
CASTRO, Ana Rubio. Ibidem.
22
Idem, ibidem.
las divisiones constitutivas del orden social –relaciones de dominación y de
explotación instituidas entre las clases sociales y, como consecuencia, entre
los sexos-, han sido y siguen siendo las que han situado a hombres y mujeres
en diferentes espacios y les han inducido a asumir disposiciones distintas
ante el mundo23
23
FLORES, Joaquin Herrera. Claves de democracia paritaria. Disponível em
<http://aulavirtual.upo.es:8900/webct/urw/lc102116011.tp0/cobaltMainFrame.dowebct>. Acesso: 17 mar.
2009.
24
Idem, ibidem.
25
Idem. Descobriendo al depredador patriarcal. loc. cit.
26
A propósito, Flores refere alhures que a política é “tanto una ‘construcción simbólica’ de la realidad,
como una ‘relación social’, y, por tanto, ni puede darse en el vacío, ni basarse en separaciones absolutas
de los fenómenos o ámbitos de la acción. Lo simbólico y lo social se entrecruzan en el ámbito de lo
político. La continua y compleja construcción de signos, símbolos, representaciones y significados, en
que consiste el proceso cultural 60, tiene como impulso las reacciones que llevamos a cabo frente al
entorno de relaciones que mantenemos con los otros, con nosotros mismos y con la naturaleza. Estas
reacciones, a su vez, son producto de su inserción en un circuito de reacción cultural que permite a los
seres humanos construir los productos culturales necesarios para explicar, interpretar e intervenir sobre
dichos entornos de relaciones: de ahí, las estrechas relaciones que los procesos culturales mantienen con
la actividad política, entendiendo ésta como la praxis de apertura y dinamismo de las potencialidades
humanas de creación de mundos nuevos”. FLORES, Joaquín Herrera. El derecho desde el feminismo: três
mecanismos de funcionamiento del patriarcalismo. Disponível em <http://www.poder-
judicial.go.cr/secretariadegenero/documentacion_relevante/Material_cursos_de_penalizacion/Tema%202/
HERRERA%20FLORES,%20El%20derecho%20desde%20el%20feminismo.pdf>. Acesso: 17 mar.
2009.
27
CASTRO, Ana Rubio. Ob. loc. cit.
Com Castro concorda Flores, ambos salientando em uníssono que, embora a
paridade e a representação tenham a inquestionável virtude de aproximar as mulheres e
articular os excluídos, é necessário ir além, para incidir diretamente sobre as origens das
desigualdades e subordinações a que são submetidos os coletivos, sob pena de as bases
hegemônicas do patriarcalismo permanecerem imunes e dispostas a atuar contra os
direitos das mulheres e das minorias excluídas28. Para tanto, Herrera Flores indica três
chaves: 1. o estabelecimento de um espaço29 em que não prevaleça a dicotomia público-
privado e sua correlata relação de submissão dominante-dominado; 2 – pôr-se contra a
dicotomia teoria-prática, mediante a identificação, a apreciação e a produção de textos
que tratem, em consonância com a realidade, dos vários tipos de desigualdades que
incidem sobre as diferentes relações, e não com a subreptícia intenção de, pelo discurso,
legitimar determinadas situações de poder; e 3 – enfrentar a dicotomia abstrato-
concreto, a fim de que se possa trabalhar materialmente na alteração da realidade
patriarcal, que mascara exclusões concretas sob o disfarce de inclusões abstratas ou
ideologicamente determinadas30.
28
FLORES, Joaquín Herrera. Claves de democracia paritaria. loc. cit.
29
Também é Flores quem esclarece que “espaço” não é algo concreto, tangível, mas sim o esquema de
ação possível sobre as coisas, o marco de interpretação e referência sobre os fenômenos, assim
considerados objetos materiais, instituições ou mentalidades. É ali que se desenrola a atividade política –
esta, sim, concreta e material. Assim sendo, define “espaço” como “el proceso de construcción simbólica
de esquemas de acción que, por un lado, conforma identidades y sentidos y, por otro, determina las
relaciones sociales en función de la configuración que asuman las siguientes coordenadas: centro-
periferia, consenso-conflicto, y nosotros-ellos”. E complementa: “El espacio patriarcal de organización
social funciona, primero, estableciendo un centro –lo público, masculino, blanco, occidental– y una
periferia –lo privado, femenino, étnico, indígena; segundo, creando una configuración institucional que
regule el conflicto social – papel básico del orden institucional– discriminando, directa o indirectamente,
a los que están relegados a la periferia; y, tercero, conformando una identidad y un sentido social basado
em la diferenciación arbitraria entre los incluidos y los excluidos, entre los idénticos y los diferentes,
entre los iguales y los desiguales. (FLORES, Joaquín Herrera. El derecho desde el feminismo... Loc. cit.).
30
FLORES, Joaquín Herrera. Claves de democracia paritaria. loc. cit.
31
“La modernidad há interpretado lo privado como um espacio de no ingerencia; como un espacio de
apropiación de si [...] Lo doméstico es la esfera privada em feminino, em negativo, un espacio de
privación de si...” (MESTRE, Ruth Mestre i. Dea ex machina: trabajadoras migrantes y negociación de la
igualdad. Disponível em:
<http://aulavirtual.upo.es:8900/webct/urw/lc102116011.tp0/cobaltMainFrame.dowebct>. Acesso: 19 mar.
2009). O paralelo com o postulado liberal da não intervenção do estado na economia é intuitivo.
família, como modelo de autoridade e legítimo titular dos direitos proclamados como
universais32.
Está claro que, para o predador patriarcal, não há ninguém melhor do que uma
mulher - frágil “por natureza” - invisível para desempenhar tarefas cuja relevância é
geralmente negada, a despeito de dizerem respeito diretamente às necessidades humanas
de cuidado e afeto37. E essa invisibilidade serve ao predador de diferentes maneiras: por
um lado, permite que as situações desiguais se perpetuem como fenômenos naturais e,
portanto, imutáveis em essência; por outro lado, permite que essas situações não causem
desconforto a “os” iguais, que, as olhando, mas não as vendo, fazem da exploração do
corpo, da energia e do tempo alheios fatos corriqueiros do dia-a-dia.
34
Mestre i Mestre salienta ser características dos trabalhos de cuidado: serem, desde sempre, assinados às
mulheres, realizarem-se no âmbito privado-doméstico e não serem considerados realmente trabajos que
seam base suficiente para la titularidade de derechos. Cf. MESTRE, Ruth Mestre i. Hilando fino:
migraciones autónomas de mujeres para trabajar em la indústria del sexo. Disponível em:
<http://aulavirtual.upo.es:8900/webct/urw/lc102116011.tp0/cobaltMainFrame.dowebct>. Acesso: 20 fev.
2009.
35
Firmino Alves Lima assim define o ato discriminatório: “distinção desfavorável fundada em um
determinado motivo, desprovida de razoabilidade e racionalidade e, portanto, antijurídica” (LIMA,
Firmino Alves. O princípio da proibição de discriminação no direito do trabalho. Disponível em < http://
aulavirtual.upo.es:8900/webct/urw/lc102116011.tp0/cobaltMainFrame.dowebct>. Acesso: 20 mar. 2009.
36
A definição do comércio sexual como trabalho, sua correlação com a função cuidadora e, em virtude
disto, sua correlação com o trabalho doméstico é assim defendida por Mestre i Mestre: “si por trabajo
cabe entender toda actividad humana dirigida a satisfacer las necesidades básicas para producir y
reproducir la vida humana, las actividades sexuales o que implican la utilización de energías sexuales son
trabajo puesto que están dirigidas a cubrir las necesidades humanas de (procreación y) placer [...]. Así, el
trabajo sexual es una forma de trabajo emocional, que requiere y comercializa cuidado. En este sentido, al
igual que hemos afirmado (con mayor o menor éxito) que el cuidado de ancianos y niños es trabajo o que
el trabajo doméstico es trabajo que puede ser comercializado, podemos afirmar que el trabajo sexual es
trabajo”. Cf. MESTRE, Ruth Mestre i. Hilando fino... Loc. cit.
37
A propósito do tema e sua associação, tanto com o trabalho doméstico, como sexual, confiram-se as
seguintes passagens: “Cuando las familias (es decir, las mujeres) ya no aceptan como única ni principal
función el trabajo reproductivo, recurrir al servicio doméstico es um camino intermedio para cubrir las
necesidades, también afectivas, del ambito doméstico-familiar” (MESTRE, Ruth Mestre i. Dea ex
machina...loc. cit). E “el trabajo emocional es uno de los aspectos más relevantes en la interacción entre
las trabajadoras sexuales y sus clientes y va dirigido no sólo a suavizar y prevenir situaciones
desagradables o violentas o a hacer bien su trabajo demostrando atención, sino también a crear la
distancia necesaria y la separación entre su trabajo y su vida, a crear distancia emocional y desarrollar un
sentido de profesionalidad. La necesidad de crear la distancia emocional con el trabajo que se realiza es
en muchos casos un indicar de que el trabajo que se realiza es trabajo emocional o contiene una dosis
fuerte de emocionalidad; del mismo modo, el grado de profesionalidad que se alcanza se puede medir con
la capacidad de crear esa distancia” (Idem. Hilando fino... loc. cit.).
exemplo, dos imigrantes ilegais, que submetem-se ao tratamento discriminatório como
condição para o atendimento, ainda que em grau mínimo, dos anseios de dignidade que
lhes fazem deixar a terra pátria. À invisibilidade, soma-se, assim, o silêncio, e a ordem
hegemônica segue inabalada, mas não por consentimento, como pregava Rousseau, e
sim como conseqüência de uma relação de poder desproporcional, de cariz político-
social, qualificada pela concentração do poder, da autoridade e da renda na mão de “os
iguais”.
38
LOPES, Otávio Brito. A questão da discriminação no trabalho. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_17/Artigos/art_otavio.htm>. Acesso: 23 mar. 2009.
39
CEPAL; PNDU; OIT. Emprego, desenvolvimento humano e trabalho decente: a experiência brasileira
recente. Set. 2008. Disponível em:
<http://www.cepal.org/brasil/noticias/noticias/3/34013/EmpregoDesenvHumanoTrabDecente.pdf>. p. 47.
Acesso: 23 mar. 2009.
que mais sofre com essa mazela40, fato que expõe a face perversa das opressões
sobrepostas a que já nos referimos. Como destacado em estudo elaborado
conjuntamente pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, o Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Organização Internacional do Trabalho,
Também é a OIT que adverte que, no atual cenário global de crise econômica, o
índice de desemprego tende a aumentar em 7,4% para as mulheres, contra 7% previsto
para os homens. Já a previsão de incremento da vulnerabilidade no emprego apresenta
uma variação de 50,5% a 54,7% para as mulheres e de 47,2 a 51,8% para os homens43.
44
PIOVESAN, Flávia; GUIMARÃES, Luís Carlos Rocha. Convenção sobre a eliminação de todas as
formas de discriminação racial. Disponível em
<http://www.saude.sp.gov.br/resources/profissional/acesso_rapido/gtae/saude_pop_negra/convencao_sob
re_a_eliminacao_de_todas_as_formas_de_discriminacao_racial.pdf >. Acesso: 31 mar. 2009.
O aperfeiçoamento da legislação prosseguiu com a Lei 9.459/97, que confere
maior amplitude às formas de discriminação criminalizadas, para, ao lado dos critérios
de cor e raça, incluir os de etnia, religião e procedência nacional. A mencionada lei
perfila-se, portanto, aos termos da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação Racial, ao englobar os critérios de cor, raça, etnia e procedência, mas
vai além, para também tipificar como delito condutas que revelam discriminação de
índole religiosa. Mas não é só: um novo parágrafo foi acrescentado ao art. 140 do
Código Pena, para prescrever pena de reclusão de um a três anos e multa na hipótese de
injúria consistente na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou
origem, contra detenção de um a seis meses ou multa nas hipóteses em conotação
discriminatória45.
45
Idem, ibidem. Os autores destacam, ainda, as seguintes leis como exemplos de legislação contra
práticas discriminatórias no Brasil: “a) a Lei n. 2.889/56 (que define e pune o crime de genocídio); b) a
Lei n. 4.117/62 (que pune os meios de comunicação que promovem práticas discriminatórias); c) a Lei n.
5.250/67 (que regula a liberdade de pensamento e informação, vedando a difusão de preconceito de raça);
d) a Lei n. 6.620/78 (que define os crimes contra a segurança nacional, como incitação ao ódio ou à
discriminação racial); e) a Lei n. 8.072/90 (que define os crime hediondos, dentre eles o genocídio,
tornando-os insuscetíveis de anistia, graça, indulto, fiança e liberdade provisória); f) a Lei n. 8.078/90
(que trata da proteção ao consumidor e proíbe toda publicidade discriminatória); g) a Lei n. 8.081/90 (que
estabelece crimes discriminatórios praticados por meios de comunicação ou por publicidade de qualquer
natureza) e h) a Lei n. 8.069/90 (que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, afirmando que
estes não podem sofrer qualquer forma de discriminação)”.
46
Art. 2º da Lei 11.340/06.
47
Cf., por exemplo, MOREIRA, Alexandre Magno Fernandes. A lei Maria da Penha e a criminalização
do masculino. Disponível em <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3317/Lei-Maria-da-Penha-e-a-
criminalizacao-do-masculino>. Acesso: 31 mar. 2009.
assim, com a ideologia que situa a mulher no estado de natureza e a submete à lei do
mais forte, representando valorosa conquista na batalha pela satisfação dos anseios de
dignidade do gênero feminino.
49
CAPLAN, Luciana. ob. loc. cit.
50
PIOVESAN, Flávia. Ações afirmativas no Brasil: desafios e perspectivas. Disponível em
<http://aulavirtual.upo.es:8900/webct/urw/lc102116011.tp0/cobaltMainFrame.dowebct>. Acesso: 30 abr.
2009.
estimular a inserção e inclusão de grupos socialmente vulneráveis nos
espaços sociais. Com efeito, a igualdade e a discriminação pairam sob o
binômio inclusão-exclusão. Enquanto a igualdade pressupõe formas de
inclusão social, a discriminação implica na violenta exclusão e intolerância à
diferença e à diversidade. O que se percebe é que a proibição da exclusão,
em si mesma, não resulta automaticamente na inclusão. Logo, não é
suficiente proibir a exclusão, quando o que se pretende é garantir a
igualdade de fato, com a efetiva inclusão social de grupos que sofreram e
sofrem um consistente padrão de violência e discriminação51.
51
Idem, ibidem.
52
Fonte: http://www.casadeculturadamulhernegra.org.br/rn_aa_aacurso03.htm.
53
Idem.
54
Fonte: http://www.ipas.org.br/amparo.html.
do Reino Unido55 - o que, por si só, revela a importância de conquistarem-se e
manterem-se novos espaços de luta e resistência na constante batalha pela igualdade
material, não só apenas, mas também no campo de batalha jurídico.
55
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Affirmative_action
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
OIT: mulher negra é maior alvo de discriminação no país. Agência estado. 10 mai.
2007. Disponível em:
<http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/estado/2007/05/10/ult4530u46.jhtm>.
Acesso: 23 mar. 2009.