Narrativa transmidiática e a cobertura do

caso Zelaya no grupo Estado de S. Paulo

Autor: Maurício Dias Souza (mestrando PPGCOM/UFSM)
Orientação: Luciana Mielniczuk (doutora, professora PPGCOM/UFSM)

TV Estadão traz
debates sobre o tema
tratado nas reportagens Site do Estado de S.
do grupo Estado. Paulo e a capa da versão
impressa do jornal.
Jornal da Tarde também
tem versão online. Ambos
Páginda de Especiais do trabalham em sistema de
Estadão.com.br sobre o redação integrada e,
caso Zelaya traz parte dos conteúdos são
reportagens, vídeos, aproveitados, como, por
áudios e infográficos. exemplo, as fotos de uma

Versão digital de O
Estado de S. Paulo
traz os mesmos
conteúdos da versão
impressa e da mesma
forma como são
Ao navegar pelos Especiais, o disponibilizados. A
internauta pode optar por escutar navegação imita o
entrevistas veiculadas pela Rádio
Eldorado e disponibilizadas no site
Território. No exemplo acima,
arquivo de entrevista com o

Estadão móvel
Conteúdos
disponibilizados conforme
o modelo do celular:
Móvel (telas maiores)
WAP (telas menores)
Iphone

Estadão.com.br no Desktop - O Widjet do

Página dos especiais multimídia traz infográficos
interativos organizados como uma linha do tempo. A
Twitter da editoria internacional partir do infográfico, o internauta pode procurar
do Estadão.com.br. O último arquivos de texto, áudio, vídeo e fotos dentro da
tweet é sobre o caso Zelaya mesma plataforma.
Estadão permite que o usuário acompanhe as
notícias de última hora (breaking news) mesmo
sem estar o browser aberto. No exemplo, caixa de
diálogo com lide de notícia sobre Zelaya. A caixa
funciona como um link para o site para o site.

Objetivos
O trabalho propõe-se a apresentar os elementos da narrativa transmidiática (JENKINS, 2008), presentes na
cobertura do caso Zelaya feita pelo grupo Estado, constatando, assim se esta forma de apresentação de
conteúdo no entretenimento, dentro da perspectiva da cultura da convergência, pode ser aplicada à narrativa
jornalística. A partir deste estudo, discute-se se a narrativa transmidiática poderia ser uma forma de
convergência de conteúdo jornalístico (SALAVERRÍA; AVILÉS, 2008; e SALAVERRIA; NEGREDO, 2008).
Materiais e métodos
A metodologia empregada para este estudo é a mesma utilizada para a produção do artigo “Aspectos da
narrativa transmidiática no jornalismo da revista Época”, de autoria de Maurício Dias Souza e Luciana
Mielniczuk e aprovado pela SBPJor 2009. A metodologia compreende a comparação das características da
narrativa transmidiática apresentadas por Jenkins (apresentação de conteúdo em múltiplos suportes
midiáticos, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo, acesso autônomo a
cada novo elemento, ponto de acesso à franquia como um todo, participação ativa da audiência e presença de
universo enciclopédico) e a forma como o grupo Estado mostra o caso Zelaya.
(comentários favoráveis e críticas, inclusive com indicação de outras fontes de informação). A questão do
universo, assim como apresentada na ficção, é difícil de ser comprovada. No entanto, não se descarta a
possibilidade enciclopédica do hipertexto multimídia.
Conclusões
Assim como na oportunidade em que se avaliou os aspectos da narrativa transmidiática na revista Época,
constatou-se que o mesmo pode acontecer em outras narrativas jornalísticas em outros grupos de
comunicação. As diferenças percebidas no caso analisado no grupo Estado são a utilização de outras
linguagens jornalísticas (telejornalismo e radiojornalismo), maior exploração do conteúdo em outros formatos
(galerias de fotos e infográfico interativo com linha tempo e links para outros conteúdos), melhor exploração de
outros suportes midiáticos, como o celular, e maior convergência entre os diferentes veículos sem limitar-se,
em um determinado momento, a reproduzir o conteúdo de um suporte em outro. Ressalta-se que os
elementos da narrativa transmidiática, desenvolvida para estudar o entretenimento, contribuem para tornar o
jornalismo mais atrativo, participativo e contextualizado, fazendo com que o público crie um vínculo maior com
o grupo de comunicação.

Resultados Referências bibliográficas

Contatou-se que a narrativa jornalística apresentada pelo grupo Estado no caso Zelaya têm os seguintes
aspectos da narrativa transmidiática: presença de conteúdo em diversos suportes midiáticos
(Estadão.com.br, Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Território Eldorado e TV Estadão, versões para celular
e desktop do Estadão.com.br e versão digital de O Estado de S. Paulo); vários elementos são autônomos e
podem ser acessados individualmente sem prejuízo para o entendimento (reportagens e notícias impressas e
digitais, infográfico interativo e vídeos) e outros acrescentam informações (galeria de fotos e arquivos de
áudio); existem pontos de acesso diferentes (links, tags e ícones) e participação ativa dos internautas/leitores
IGARZA, Roberto. Nuevos médios: estratégias de convergência. Buenos Aires: La Corujía, 2008.
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph, 2008.
MIELNICZUK, Luciana; DIAS SOUZA, Maurício. Aspectos da narrativa transmidiática no jornalismo da revista Época. 7ª SBPJOR,
São Paulo: USP, 2009.
SALAVERRÍA, Ramón; NEGREDO, Samuel. Periodismo integrado Convergencia de de médios y reorganización de
redaccioniones. Barcelona: Editora Sol 90, 2008.
SALAVERRÍA, Ramón; GARCIA AVILÉS, José Alberto. La convergência tecnológica em los médios de comunicación: retos para el
periodismo. In: Tripodos, número 23. 2008.