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--- O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BEs: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (PARTE I) ---

--- PLANO DE AVALIAÇÃO – Leitura e Literacia ---

Avaliação entendida como instrumento pedagógico e de melhoria contínua, implicando:


 conhecimento do impacto que as actividades realizadas pela e com a BE vão tendo no processo de ensino e na
aprendizagem
 reflexão sobre as práticas com vista à melhoria do desempenho – identificação dos pontos fortes e fracos, verificando até
que ponto a missão e os objectivos estabelecidos estão a ser alcançados
 aferição da eficácia dos serviços prestados e da satisfação dos seus utilizadores
 identificação de problemas, recolha de evidências, análise, Relatório/ comunicação de resultados (resumo), Plano de acção e
respectivas mudanças, impactos/divulgação e consequentes reajustes
 resultado global da auto-avaliação da BE a ser integrado na auto-avaliação da escola. O relatório final de auto-avaliação,
integrado no relatório anual de actividades da escola, constitui um instrumento que descreve os resultados da auto-
avaliação e que delineia o conjunto de acções a ter em conta no planeamento de acções futuras a desenvolver, sendo
apresentado junto dos órgãos de gestão e de decisão pedagógica
O Modelo de Auto-avaliação
 é de utilização flexível, permitindo ajustes
 é exequível, através da escolha de metas atingíveis e em consonância com as condições de trabalho existentes (actualmente
de muita sobrecarga)
 faz formalizar e implementar procedimentos que levam a algumas rotinas de funcionamento, de modo a tornarem-se
práticas habituais

Neste entendimento, apresentamos o Plano de Avaliação para o domínio Leitura e Literacia assente nos
seguintes problemas/Diagnóstico:

Reduzida taxa de leitura dos membros da comunidade. Dificuldade na leitura / compreensão e nas comunicações oral e escrita. Pouca
variedade lexical.
A BE, em parceria com o Departamento de Línguas, tem tentado contribuir para a melhoria da compreensão de textos e da comunicação
oral/escrita por parte dos alunos, bem como incrementar a leitura junto da comunidade educativa.
Estando a leitura e a literacia na base de todas as competências que se pretende que os alunos desenvolvam e atendendo à relevância
das muitas leituras no quotidiano das nossas vidas - presentes nas mudanças constantes e céleres no acesso à informação - quer seja de
utilidade prática, quer concorra para a intervenção cívica, quer seja apresentada em textos poéticos para deleite e prazer, consideramos
prioritário intervir nesta área. Para esse fim temos vindo a desenvolver projectos que visam a formação do leitor e a promoção da
leitura. Destacamos o projecto “Leituras & Leituras”, em desenvolvimento, de que destacamos os ateliês em funcionamento, a Feira do
Livro e o Concurso de Poesia que este ano incluirá, também, a Prosa.
No final do ano lectivo anterior fez-se a seguinte Reflexão final - houve um aumento na taxa de leitura, quer pelo funcionamento dos
ateliês de Expressões e Ler Sem Medo, com o contributo do ateliê de Expressividades para a consecução dos anteriormente
mencionados, quer pela rotação das obras do PNL pelas turmas de 7º, 8º e 9º anos, quer também pela actividade da Maleta da Leitura.
As turmas em que houve recurso às bibliotecas pessoais também registaram níveis de leitura apreciáveis, pelo testemunho dos
professores de 11º e 12º anos, verificando-se apresentações orais de obras lidas. Acrescenta-se, igualmente, o empréstimo domiciliário.

As actividades desenvolvidas pela BE e por todos os que colaborativamente trabalharam em parceria igualmente convergiram para que
estas metas fossem conseguidas.

Mantêm-se os mesmos Objectivos Gerais, inseridos no projecto Leituras & Leituras,


Formar leitores - introduzir a leitura no quotidiano / Contribuir para o desenvolvimento de leitores confiantes e competentes / Abordar a formação de
leitores como um processo de ensino-aprendizagem
Combater os baixos níveis de literacia - motivar para a leitura nas suas várias dimensões / Incentivar o prazer da leitura no quotidiano
Desenvolver nos alunos competências de leitura - Desenvolver competências necessárias às exigências profissionais e de cidadania do mundo actual /
Contribuir para o pleno exercício da cidadania

Estes contribuem para a concretização dos objectivos específicos do PEE:


1 - Qualificar os alunos ao nível da língua materna e da matemática;
2 - Promover estilos de vida saudáveis;
3 - Formar para a sociedade do conhecimento;
4 - Promover projectos de intervenção em contexto escolar (apoios educativos);
5 - Promover uma cultura de trabalho, esforço e auto-motivação.

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Tipo de avaliação de medida a empreender:

B1. Evidências
Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura na escola.
(Centrado no processo: actividades e serviços)

• colecção: quantidade, qualidade e adequação


• empréstimo domiciliário *Estatísticas de requisição e uso de recursos relacionados
• actividades desenvolvidas no âmbito da animação e promoção com a leitura
da leitura: encontro com escritores, pequenas
homenagens/comemoração de efemérides, café-concerto, *Estatísticas de utilização informal da BE
sessões de poesia, Maleta da Leitura, Feira do Livro, sessões
de leitura, concursos de leitura, convite às famílias para *Estatísticas de utilização da BE para actividades de leitura
leitura conjunta e partilhada com os respectivos educandos - programada/articulada com outros docentes
Plataforma Moodle / Blogue da BE.
• actividades desenvolvidas no âmbito do PNL *Registo de actividades/projectos
• articulação da BE com a BM/outras instituições
• actividades de promoção de leitura informativa *Questionário aos docentes (QD2)
• actividades que promovam a leitura em ambiente digital -
blogue no âmbito do Ateliê “Ler sem medo”;… *Questionário aos alunos (QA2)
• organização e difusão de recursos documentais que,
associando-se a diferentes temáticas ou projectos, suportam a *Questionário aos EE (QA2)
acção educativa e garantem a transversalidade e o
desenvolvimento de competências associadas à leitura.

Evidências
B3.
Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos
alunos, no âmbito da leitura e da literacia. (Centrado nos impactos)

*Trabalhos realizados pelos alunos


• ateliês: Expressividades, Expressões, Ler Sem Medo, Clube de
*Avaliações dos alunos pelos conselhos de turma
Artes Visuais, Literacia Estatística. Clube de Teatro.
*Questionário aos docentes (QD2)

*Questionário aos alunos (QA2)

Metodologia de Operacionalização
Para cada factor crítico de sucesso, a BE deverá recorrer a vários tipos de instrumentos de recolha de evidências para
verificar, em que nível, o indicador correspondente foi atingido.

Instrumentos de Recolha de Evidências


As evidências revelam o trabalho realizado, as actividades desenvolvidas e os resultados e o impacto alcançados.
No caso do modelo de auto-avaliação, as evidências incidem sobre:
- os processos – qual é o trabalho realizado e como;
- os resultados e impactos – como é que os serviços estão a corresponder às necessidades dos utilizadores; como é que
a acção da BE exerce influência sobre as actividades de docentes e alunos; como é que a BE ajuda a atingir
determinados objectivos do PEE; como é que o trabalho da/com a BE concorre para os objectivos curriculares, etc.
Que evidências recolher?
1. Dados quantitativos relativos ao funcionamento da BE / 2. Consultas a professores, alunos e EEs
3. Observação e análise de recursos e de actividades / 4. Análise de documentação

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Dados quantitativos relativos ao funcionamento da BE
Taxa de utilização dos equipamentos, da BE, de leitura em presença;
Frequência com que são realizadas actividades com recurso à BE (de promoção da leitura, etc.);
Quantidade de livros e outros materiais adquiridos anualmente;
Orçamento anual afecto à BE;

Consultas a professores, alunos, EEs e outros


Questionários a alunos, professores, EEs;
Grelhas de observação/comentários (orais ou escritos) sobre actividades realizadas;
Comentários (orais ou escritos) sobre actividades articuladas entre a BE a sala de aula (promoção da leitura, etc.);
Reuniões e encontros para auscultação com alunos, professores, colaboradores;
Reuniões e encontros com a direcção e outras estruturas da escola;
Reuniões e encontros de trabalho e auscultação com a equipa;
Conversas informais;
Os questionários serão aplicados a uma amostra – 20% do total dos professores; 10% do total dos alunos, abrangendo
os vários níveis de ensino; e 10% do total de Encarregados de Educação.

Observação e análise de recursos e de actividades


Observação de alunos em trabalho na BE;
Realização de actividades específicas (observação individual ou grupos de alunos);
Utilização livre da BE: recursos utilizados, actividades realizadas;
Trabalhos realizados pelos alunos, na BE e em sala de aula;
Análise dos recursos da BE em função da utilização que é feita;
Análise do ambiente de trabalho na BE: por exemplo, organização do espaço, localização dos recursos;

Análise de documentação
Documentos que regulam a actividade da escola (PEE, RI, etc.);
Documentos relativos à actividade da BE: Plano de Acção, PAA, relatórios de actividades; regulamentos e políticas da BE;
Actas e registos de reuniões na escola (com direcção da escola, departamentos e outras estruturas);
Actas e registos de reuniões com elementos exteriores (biblioteca municipal, redes de escolas, associação de pais, etc.);
Documentos e recursos de apoio produzidos pela BE: por exemplo, guiões no âmbito do funcionamento da BE, guias de leitura, guias
informativos;
Documentos e materiais para actividades de ensino realizadas pela BE;
Documentos e materiais para cursos de formação realizados ou apoiados pela BE;
Registos de actividades/projectos no âmbito do apoio ao currículo;
Planos de trabalho e planificações conjuntas envolvendo a BE e os docentes (áreas curriculares e não curriculares);
Recursos Web 2 utilizados pela BE no âmbito de actividades (por exemplo, fóruns de leitura, blogue);
Documentos relacionados com estratégias de comunicação, divulgação e marketing;
Registos fotográficos ou vídeo de projectos e actividades;

Análise e tratamento dos dados


Os elementos recolhidos (evidências) são sujeitos a uma análise e apreciação. Os dados estatísticos, por exemplo, serão
objecto de uma análise que vai permitir quantificar certos aspectos relativos, quer ao funcionamento da BE, quer à
forma como o trabalho é percepcionado e apreciado pelos utilizadores da BE.
Os dados recolhidos serão objecto de tratamento quer sob a forma de gráfico, quer em grelhas de sistematização da
informação. - A construção de uma ferramenta online para a aplicação do Modelo, prevista pela RBE, constituirá um
grande auxiliar das escolas e bibliotecas.
A análise dos elementos recolhidos vai permitir verificar, em que nível, o indicador correspondente foi atingido.

Relatório de auto-avaliação
A análise dos dados recolhidos dará origem ao relatório de auto-avaliação. Nele são identificados os pontos fortes e os aspectos que
necessitam de melhoria.
As áreas que precisam de melhorar merecem de todos os envolvidos uma leitura atenta, que perspective os factores envolvidos,
devendo conduzir à elaboração de um plano de acção que possa, efectivamente, ser implementado e desenvolvido.
O modelo de auto-avaliação inclui um modelo para o relatório final:

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Modelo de Relatório de auto-avaliação
Secção A – elementos relativos ao domínio avaliado.
Secção B – elementos relativos ao trabalho desenvolvido nos restantes domínios.
Secção C – síntese referente à avaliação nos quatro domínios.

Comunicação da Informação
A comunicação dirige-se à direcção e ao conselho pedagógico. Os resultados da auto-avaliação da BE integram a
auto-avaliação da Escola.
O ciclo de quatro anos permite a realização da auto-avaliação aos quatro domínios. No final desse ciclo, a escola possui
informação sobre a sua BE que deve ser integrada na avaliação interna da Escola.

Intervenientes

 pb, com apoio da equipa: implementação do processo; recolha das evidências; análise, tratamento e interpretação dos
dados; elaboração do relatório e divulgação do mesmo; elaboração de um plano de melhoria.
 Direcção: acompanhamento do processo.
 Professores e alunos - participação activa através das respostas a questionários, colaboradores na recolha de evidências.
 Conselho Pedagógico: divulgação e reflexão, aprovação do domínio a avaliar/ relatório final e plano de acção a
implementar.
 Encarregados de Educação: questionários sobre a leitura e utilização da Biblioteca pelos seus educandos.
 Coordenadora Interconcelhia - “Critical friend”

Calendarização

Período de avaliação Acções a desenvolver


1º Período - Avaliação Diagnóstica
- Apresentação do modelo à escola – sub/coordenadores, EEs
- Escolha do domínio (Domínio B – Leitura e Literacia)
- Elaboração do Plano de Avaliação
- Elaboração do cronograma de acções
- Recolha de dados estatísticos da biblioteca
- Aplicação das grelhas de observação (1º momento)
- Preparação/adaptação dos instrumentos de recolha de dados
- Selecção da amostra: escolha de um grupo de alunos, professores e
EEs para realização dos questionários.
2º Período - Aplicação dos questionários. (1º momento)
- Análise documental
- Tratamento de dados
3º Período - Aplicação dos questionários. (2º momento)
- Aplicação das grelhas de observação (2º momento)
- Recolha de dados estatísticos
- Análise documental
- Análise e tratamento de dados
- Reflexão sobre os resultados e posicionamento da Biblioteca no perfil
de desempenho atingido
- Elaboração do relatório a apresentar no Conselho Pedagógico e à
Direcção
- Elaboração de um Plano de Melhoria

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É necessário que se congreguem esforços, em trabalho colaborativo e cooperativo da Escola, onde
todos assumam a sua responsabilidade e todos se unam em torno da busca de soluções partilhadas e
reflectidas para os problemas identificados.
Decorrente da experimentação do Modelo de Auto-Avaliação das BEs no ano transacto, apresentamos
algumas acções já em desenvolvimento:
 Convite às famílias - nos 7º, 8º e 10º anos, mensalmente, para incrementar a leitura por prazer, em família, leitura
de um conto (3 contos por período, votada a ordem de preferência na recepção) e preenchimento de ficha de
opinião no moodle (na aula, para quem não tenha Internet, com a ajuda do professor)
 Comemoração do Mês Internacional das BEs
 Visitas Guiadas à BE pelas turmas dos 7º e 10 anos
 Ateliês em funcionamento
 PNL em desenvolvimento
 Maleta da Leitura
 Participação no blogue da BE

Limitações/constrangimentos
- Sobrecarga horária dos colegas da equipa, dificultada pela atribuição dos Ateliês em tempos não-lectivos
- Sobrecarga de horário dos professores
- Sobrecarga dos horários lectivos dos alunos
- Avaliação que, a ser implementada em toda a sua extensão, consome muitos recursos da equipa e da
escola e que espartilha o trabalho com utilizadores
- Escasso envolvimento dos EE
- Excessiva carga burocrática nas escolas
- Pelo acima indicado, falta de recursos humanos

BIBLIOGRAFIA
Gabinete da Rede das Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (2009)
Texto da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Parte I)
Basic Guide to Program Evaluation. Disponível em
http://www.managementhelp.org/evaluatn/fnl_eval.htm#anchor1585345

a formanda Isabel Maria Doutel Seca


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