A Lúcia trata de forma clara e sistematizada os temas de trabalho que lhe
foram propostos. Revela que está bem documentada, pois fundamenta o que diz. Gostaria, no entanto, de comentar o excerto da parte introdutória que refere que “A actual legislação relativa ao professor bibliotecário foi mais um passo para destacar a valorização da BE e de a “levar” ao pré-escolar e 1ºCEB de forma sistemática, pois quem está fisicamente distante da escola-sede tem dificuldade em se envolver e reconhecer o valor da BE”. Penso que sempre foi passada a ideia, de forma bem incisiva, (pela REDE, pelos coordenadores interconcelhios...), que um coordenador de Agrupamento deverá ter bem presente que é importante ser feito um trabalho contínuo em articulação com todas as escolas desse Agrupamento e que têm sido mesmo dadas directrizes de forma a que essa articulação se processe. Entendo que não temos apenas de levar a BE ao pré-escolar e 1ºCEB, mas serem encontradas estratégias de forma a que eles venham até nós (à escola-sede). Considero igualmente que as dificuldades que sentimos com o envolvimento dos docentes e com o reconhecimento do valor da BE na articulação curricular não têm necessariamente a ver com a distância física. Ao meu lado - na Sala dos Professores, em Conselho Pedagógico...- tenho colegas que estão longe da realidade biblioteca, dos seus objectivos e da sua importância (apesar das evidências e do papel interventivo da Coordenadora no Conselho Pedagógico); não vão com os alunos à BE, não articulam, nem sequer aí entram; no entanto, há professores “de fora”, da Pré e do 1º Ciclo, que têm revelado abertura, têm expressado o seu reconhecimento do tal VALOR da Biblioteca Escolar e, de facto, têm sido desenvolvidas dinâmicas em articulação. Através do levantamento dos pontos fortes e fracos que a colega faz da BE, bem como do conhecimento que tenho de outras bibliotecas escolares, fico com a ideia que não há grandes discrepâncias entre umas e outras. Alguns pontos que consideramos fracos, na nossa BE, não o são noutra; contudo, na outra, por sua vez, verificam-se pontos fracos que na nossa não o são, por exemplo. Na análise que a Lúcia faz da BE onde exerce funções, refere um constrangimento que, a meu ver, é avassalador, que é a burocracia, a qual “retira tempo para a acção directa com os utilizadores e organização dos recursos”. Parece- me que essa burocracia que está subjacente ao modelo de avaliação acaba, realmente, por contrariar ou, mais precisamente, retardar os pressupostos enunciados no próprio modelo.