Escolhi o teu trabalho porque foi o 1º que vi e gostei, acho-o
bastante conciso, objectivo e pertinente em relação ao que a tarefa propunha, e que se centrava na definição e num outro entendimento sobre o conceito de biblioteca escolar, no actual contexto de mudança que a Escola e bibliotecas escolares se vêem envolvidas. Partindo de uma nova forma de entender a BE, terão que necessariamente se perspectivar outras e novas práticas, de modo a adequarem-se a estes novos contextos. E, por fim, o cerne da questão que nos reúne aqui nesta acção de formação, entender o valor e o papel da avaliação na gestão da mudança de actuação da BE. Vou apenas destacar os aspectos que não referi no meu trabalho mas com os quais estou plenamente de acordo e que me parecem cruciais no actual contexto em que as Escolas e Bibliotecas vivem. Realço as “ameaças” que indicas e que também a mim me causam alguma ansiedade: - Falta de vontade muitos PB em não aderirem ao cargo a tempo inteiro, mas sim, com uma turma, não reconhecendo o exercício deste cargo no seu pleno, denunciando o reconhecimento de ameaças perante o Estatuto da Carreira Docente actual; - Preguiça (não há outro nome a aplicar, pelo menos em alguns dos “meus” PB) em fazerem formação, porque esta se encontra dispersa das suas áreas de residência! Uma outra questão relevante com a qual estou inteiramente de acordo é o “Reconhecimento do trabalho colaborativo como chave para a mudança de práticas educativas e curriculares em que a BE intervém directamente, por parte dos PB com mais experiência e formação.” E se aliarmos a este factor, como dizes, a “Presença de PB sem experiência na implementação de estratégias de trabalho colaborativo, bem como na gestão de conflitos”, torna-se cada vez maior a dificuldade em estabelecer parcerias, em trabalhar de forma articulada, de forma a conseguir um desenvolvimento curricular com sequencialização e com algum sentido. Um outro aspecto que saliento do teu trabalho é a referência a “Criar laços concelhios e nas escolas com vista à implementação do trabalho colaborativo”, como um desafio/Acção a implementar. Concordo contigo e sobre isto, parece-me que a generalização em todo o país das reuniões concelhias ou interconcelhias de SABE, onde se reúnem coordenadores de BE, bibliotecários e elemento da RBE, constituiu um bom exemplo de Comunidade de Práticas, pois regularmente são discutidas, reflectidas questões/problemas relacionados com a BE, partilham-se exemplos de práticas e de procedimentos, assim como documentos e materiais diversos. Foi unânime a referencia por parte de todos em relação à dificuldade na efectivação da articulação da BE com os docentes, de modo a conseguir-se um apoio da BE no desenvolvimento do currículo. Daí que se depreende que a BE não é vista nem assumida como espaço de aprendizagens, função que o actual conceito de BE prevê. Aliás, grande parte da bibliografia de referência aponta para a importância que a BE pode/deve ter na construção das aprendizagens dos alunos, levando esta questão à necessidade de práticas de avaliação e de uma exaustiva recolha de evidências neste sentido e que farão da BE o centro da escola e valorizada por toda a comunidade educativa. Como reflexão final e depois ter lido, os trabalhos de todos os colegas, constatei que, apesar de na generalidade os factores de mudança terem sido unanimemente referidos, ainda se verificam algumas diferenças, isto é, são referidos alguns indicadores que à partida não decorrem do actual contexto de mudança mas de mau funcionamento das BEs. E refiro este aspecto porque vem dar fundamento à necessidade de algo que regule o funcionamento e o cumprimento das funções de uma BE. Uma vez que a RBE, enquanto instituição superior deveria assumir o papel de regular e exigir o cumprimento do papel das BEs (compreende-se, pois como podemos verificar nos trabalhos de todos os colegas são muitos os factores externos que influenciam o bom ou menos bom desempenho das BEs), surge agora o modelo de Auto-avaliação de Bibliotecas Escolares que apresenta um referencial capaz de “medir” e ao mesmo tempo apontar caminhos para o seu bom e adequado desempenho.