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Olá Elisabete!

Escolhi o teu trabalho porque foi o 1º que vi e gostei, acho-o


bastante conciso, objectivo e pertinente em relação ao que a tarefa
propunha, e que se centrava na definição e num outro entendimento sobre
o conceito de biblioteca escolar, no actual contexto de mudança que a
Escola e bibliotecas escolares se vêem envolvidas. Partindo de uma nova
forma de entender a BE, terão que necessariamente se perspectivar outras
e novas práticas, de modo a adequarem-se a estes novos contextos. E, por
fim, o cerne da questão que nos reúne aqui nesta acção de formação,
entender o valor e o papel da avaliação na gestão da mudança de actuação
da BE.
Vou apenas destacar os aspectos que não referi no meu trabalho
mas com os quais estou plenamente de acordo e que me parecem cruciais
no actual contexto em que as Escolas e Bibliotecas vivem. Realço as
“ameaças” que indicas e que também a mim me causam alguma ansiedade:
- Falta de vontade muitos PB em não aderirem ao cargo a tempo
inteiro, mas sim, com uma turma, não reconhecendo o exercício deste
cargo no seu pleno, denunciando o reconhecimento de ameaças perante o
Estatuto da Carreira Docente actual;
- Preguiça (não há outro nome a aplicar, pelo menos em alguns dos
“meus” PB) em fazerem formação, porque esta se encontra dispersa das
suas áreas de residência!
Uma outra questão relevante com a qual estou inteiramente de
acordo é o “Reconhecimento do trabalho colaborativo como chave para a
mudança de práticas educativas e curriculares em que a BE intervém
directamente, por parte dos PB com mais experiência e formação.” E se
aliarmos a este factor, como dizes, a “Presença de PB sem experiência na
implementação de estratégias de trabalho colaborativo, bem como na
gestão de conflitos”, torna-se cada vez maior a dificuldade em estabelecer
parcerias, em trabalhar de forma articulada, de forma a conseguir um
desenvolvimento curricular com sequencialização e com algum sentido.
Um outro aspecto que saliento do teu trabalho é a referência a
“Criar laços concelhios e nas escolas com vista à implementação do
trabalho colaborativo”, como um desafio/Acção a implementar. Concordo
contigo e sobre isto, parece-me que a generalização em todo o país das
reuniões concelhias ou interconcelhias de SABE, onde se reúnem
coordenadores de BE, bibliotecários e elemento da RBE, constituiu um bom
exemplo de Comunidade de Práticas, pois regularmente são discutidas,
reflectidas questões/problemas relacionados com a BE, partilham-se
exemplos de práticas e de procedimentos, assim como documentos e
materiais diversos.
Foi unânime a referencia por parte de todos em relação à
dificuldade na efectivação da articulação da BE com os docentes, de modo a
conseguir-se um apoio da BE no desenvolvimento do currículo. Daí que se
depreende que a BE não é vista nem assumida como espaço de
aprendizagens, função que o actual conceito de BE prevê. Aliás, grande
parte da bibliografia de referência aponta para a importância que a BE
pode/deve ter na construção das aprendizagens dos alunos, levando esta
questão à necessidade de práticas de avaliação e de uma exaustiva recolha
de evidências neste sentido e que farão da BE o centro da escola e
valorizada por toda a comunidade educativa.
Como reflexão final e depois ter lido, os trabalhos de todos os
colegas, constatei que, apesar de na generalidade os factores de mudança
terem sido unanimemente referidos, ainda se verificam algumas diferenças,
isto é, são referidos alguns indicadores que à partida não decorrem do
actual contexto de mudança mas de mau funcionamento das BEs. E refiro
este aspecto porque vem dar fundamento à necessidade de algo que regule
o funcionamento e o cumprimento das funções de uma BE. Uma vez que a
RBE, enquanto instituição superior deveria assumir o papel de regular e
exigir o cumprimento do papel das BEs (compreende-se, pois como
podemos verificar nos trabalhos de todos os colegas são muitos os factores
externos que influenciam o bom ou menos bom desempenho das BEs),
surge agora o modelo de Auto-avaliação de Bibliotecas Escolares que
apresenta um referencial capaz de “medir” e ao mesmo tempo apontar
caminhos para o seu bom e adequado desempenho.

Boas reflexões para todos.


Fernanda Freitas

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