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O QUE FAZER QUANDO AS NOTÍCIAS NÃO SÃO NADA BOAS

Algumas pessoas do cenário bíblico se viram diante de notícias nada boas, e


tiveram como alternativa, tomar uma decisão que mudasse o seu destino, fosse ele com
perspectiva temporal ou não.
Quando recebemos as más notícias, depois de respirarmos fundo, refletimos sobre
o assunto e tomamos uma decisão. A vida é assim mesmo, não se vive apenas de boas
notícias. Qual você quer primeiro, a boa ou a má notícia?
Veremos apenas três exemplos de pessoas que se viram a um passo da morte, e
foram salvos porque tomaram uma decisão.

I – EZEQUIAS - UMA NOTÍCIA DE FAZER DOER A ALMA (ISAÍAS 38.1-22)

1. Para Ezequias, primeiro a má notícia (ou, más notícias) 1) Adoeceu de uma


enfermidade mortal: um tumor, uma úlcera, uma inflamação (v.21). O que
informaram a Ezequias é que a sua doença era extremamente grave; 2) Como
agravante à má notícia da doença, Isaias lhe diz que ele morreria (v.1 c).
2. Mesmo estando quase à morte, Ezequias ainda tinha algo a fazer: “Põe em ordem
a tua casa” (v.1). O que significa pôr em ordem a casa? No caso de Ezequias, em
2 Reis 18.13-16) temos a informação de que ele deixou-se intimidar pela Assíria e
entregou os bens da casa do Senhor.
3. Contextualizando, se recebermos hoje a má notícia de Ezequias, o que devemos
pôr em ordem? Dívidas esquecidas? Perdão não oferecido?
4. Não sei se Ezequias tinha muita coisa a pôr em ordem, só sei que ele tomou uma
decisão diante da morte iminente: “Então virou Ezequias para a parede, e orou
ao Senhor...e chorou muitíssimo” (v.2,3b). Ezequias era um garoto, possivelmente
tivesse apenas 40 anos de idade.
5. Ele recorre à fidelidade e misericórdia do Senhor, lembrando em sua oração o seu
comportamento até ali (v.3a). Deus ouviu a sua oração e lhe acrescentou mais
alguns anos (v.5). Por ter tomado uma atitude Deus o ouviu.

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6. Mas, precisamos analisar que Deus não trabalha com regra geral, mas com
propósitos. Não se encontra nos relatos bíblicos que o que aconteceu com
Ezequias passou a ser algo normal, rotineiro.
7. O que é normal e rotineiro, é que todos nós precisamos pôr em boa ordem a nossa
casa, para podermos ter o encontro com o Senhor. A sua casa é você mesmo.

II – DANIEL - A MORTE E A PROMESSA ANUNCIADAS (DANIEL 12.13)

1. A respeito de Daniel, todos nós os crentes em Jesus, e também alguns não-crentes


conhecem a história da sua fidelidade; de como Daniel e seus amigos, mesmo
tendo sido levados cativos, não deixaram de servir a Deus.
2. Daniel serviu ao Senhor durante os reinados de Nabucodonozor, Belsazar, Dario e
Ciro. Isso não significa que Daniel tinha excelente trânsito político, para estar
sempre apegado aos governos; o fato é que os governantes viam em Daniel um
homem fiel a Deus (Dn 4.18; 5.11,12; 6.28).
3. Daniel foi muito jovem (17 anos) para a Babilônia (605 a.C), serviu ao Senhor
durante o cativeiro até o terceiro ano de Ciro (536 a.C); arredondados, Daniel
viveu 87 anos; ele soube equilibrar a sua vida com os interesses do Reino com os
interesses dos reinos.
4. Assim como aconteceu com Ezequias, Daniel também recebeu a notícia da sua
morte: “Tu, porém, segue o teu caminho até o fim; pois descansarás” (Dn
12.13a). A morte seria um fato para Daniel; para ele só restava aguardar, pois a
decisão ele já tomara 70 anos atrás. Daniel conhecesse Paulo diria como ele: É
acabei a carreira e guardei a fé!
5. A boa notícia para Daniel tem dois aspectos distintos: 1. Ele entraria no descanso;
e 2. Ele se levantaria no fim dos dias para receber a sua herança.
6. Que cada um de nós possa viver a mesma expectativa de Daniel, que morrendo,
ressuscitando receberá a herança.

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III – UM DOS LADRÕES – ENTRAR NO PARAÍSO, APENAS UMA QUESTÃO DE
TEMPO.

1. Tirei da Internet: “A igreja fala pouco de Dimas ou São Dimas, considerado o


Bom Ladrão do estado. Pela tradição cristã, São Dimas é o protetor dos pobres
agonizantes, sobretudo daqueles cuja conversão na última hora parece mais
difícil. Entregam a São Dimas a proteção das casas e propriedades contra os
ladrões. Invocam-no nas causas difíceis, sobretudo nos negócios financeiros, para
a conversão e emenda dos bêbados, dos jogadores e ladrões. É protetor dos
presos e das penitenciárias, dos carroceiros e condutores de veículos. A Igreja
Católica celebra dia 25 de março como dia de São Dimas”
2. O perfil do ‘bom’ ladrão (internet): “O Evangelho fala pouco do Bom Ladrão do
Calvário, bem como de muitos outros personagens. Todavia, a Tradição nos
guardou seu nome, e, embora os críticos o tenham posto em dúvida, a ponto da
Sagrada Congregação dos Ritos, em 1724, ordenar que o Ofício e Missa do
Grande Santo fossem sob o nome de BOM LADRÃO apenas, sem contestar
todavia, o nome que a tradição plurisecular nos guardou de SÃO DIMAS. É uma
sábia reserva da Igreja que não veio absolutamente prejudicar a tradição.
Continuamos pois com os Santos Padres e as tradições que vêm do segundo
século, a chamar ao Bom Ladrão, DIMAS, SÃO DIMAS. Quem era este Santo
original, único, privilegiado que mereceu a honra de ser canonizado pelo Próprio
Divino Salvador na hora solene de nossa Redenção? Foi antes da cruz, um
bandido perigoso da Palestina. De uma família de ladrões. Seu pai era chefe de
bandidos – PRINCEPS LATRONUM. Diversos Santos Padres e Autores, afirmam
ter sido Dimas um dos mais perigosos bandidos da Judéia. Pelo suplício da cruz
que mereceu, bem se vê que grande criminoso deveria ter sido, porque este
horrível suplício estava reservado somente aos grandes criminosos e aos
escravos”.
3. O que o ladrão sabia é que seria executado (Lc 23.32). Ele confessa que não era
gente boa, do tipo que qualquer pai de juízo quer como genro (v.41). Mas ele
também sabia que, por estar a um passo da morte, era apenas questão de horas,
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precisa ser rápido em sua tomada de decisão; não havia tempo para discussões de
caráter jurídico, de habeas corpus, de liminares ou de perdão do imperador.
4. De modo simples, prático e direto, ele diz: “Jesus, lembra-te de mim quando
vieres no teu reino” (v.42). Se ele pedisse isso para nós, fico imaginando que
lembraríamos mesmo. Teria sido um grande risco pedir isso a Jesus? Você teria
coragem de pedir a Jesus a mesma coisa? Deve ter! (“Mas Deus prova o seu amor
para conosco... sendo nós ainda pecadores” Rm 5.8).
5. O ladrão não se justificou diante de Jesus; ele não procurou explicar por que era
ladrão. Ele apenas sabia que estava mal na ‘fita’, e aquela seria a oportunidade
única de mudar a sua história (e mudou!).
6. O ladrão não falou e Jesus também não perguntou sobre o passado. Jesus se
reservou à questão levantada pelo ladrão; Jesus foi direto ao ponto de interesse do
ladrão-confessante: “Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no
paraíso” (v.43).
7. Para Dimas (ou qualquer outro nome que ele teve!), a morte e o paraíso passaram
a ser apenas questão de horas.

CONCLUSÃO
Não gosto de ser catastrófico e nem mesmo apelativo. Não faço apelos
melodramáticos e nem faço com que as pessoas saiam do templo apavoradas.
Mas, por força do ofício da pregação, temos que dizer que há um tempo para ser
observado; dizer que a morte é coisa certa e inescapável (exceção dos que serão
transformados (1 Ts 4.17).
Daniel e Dimas (?) morreram sob a promessa de um tempo melhor. Para Daniel foi
dito que ele ‘entraria no descanso’; para Dimas (?), que ele estava a poucas horas do
paraíso. Eles só ouviram tais palavras porque tomaram uma decisão.
Que Deus dê a todos os nossos ouvintes (e leitores) a oportunidade de decidir.

14/02/2010 - PR. Eli da Rocha Silva


Igreja Batista em Jd Helena – Iatquera – S. Paulo SP

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