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(-Que levas, cruel Morte?- Um claro dia.

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Que levas, cruel Morte?- Um claro dia.
- A que horas o tomaste?- Amanhecendo.
- Entendes o que levas?- No o entendo.
- Pois quem to faz levar?- Quem o entendia.
Seu corpo quem o goza?- A terra fria.
- Como ficou sua luz?- Anoitecendo.
- Lusitnia que diz?- Fica dizendo:
Enfim, no mereci Dona Maria.
Mataste quem a viu?- J morto estava.
- Que diz o cru Amor?- Falar no ousa.
- E quem o faz calar?- Minha vontade.
Na corte que ficou?- Saudade brava.
- Que fica l que ver?- Nenha cousa;
mas fica que chorar sua beldade.
Lus de Cames
(1598 soneto 158)
Sonetos, de Lus de Cames Texto-base: CAMES, Lus Vaz de. Os Lusadas de Lus Cames. Direo
Literria Dr. lvaro Jlio da Costa Pimpo. Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante
Brasileiro A Escola do Futuro da Universidade de So Paulo Permitido o uso apenas para fins
educacionais. Texto-base digitalizado por: FCCN - Fundao para a Computao Cientfica Nacional
(http://www.fccn.pt) IBL - Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro (http://www.ibl.pt) Disponvel em:
http://web.rccn.net/camoes/camoes/index.html Agradecimentos especiais Dra. Maria Teresa
Perdigo Costa Bettencourt d'vila, herdeira do Dr. lvaro Jlio da Costa Pimpo (responsvel pela
direo literria da obra-base), que gentilmente autorizou a publicao desta obra.

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