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Individualismo
Os românticos libertam-se da necessidade de seguir formas reais de intuito humano, abrindo
espaço para a manifestação da individualidade, muitas vezes definida por emoções e
sentimentos.
Subjetivismo
O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinião sobre o mundo.
O subjetivismo pode ser notado através do uso de verbos na primeira pessoa. Trata-se sempre
de uma opinião parcelar, dada por um individuo que baseia sua perspectiva naquilo que as
suas sensações captam.
Com plena liberdade de criar, o artista romântico não se acanha em expor suas emoções
pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em sua obra.
O eu é o foco principal do subjetivismo, o eu é egoísta, forma de expressar seus sentimentos.
Idealização
Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas
características. Dessa forma, a mulher é uma virgem frágil, o índio é um herói nacional, e a
pátria sempre perfeita. Essa característica é marcada por descrições minuciosas e muitos
adjetivos.
Sentimentalismo Exacerbado
Praticamente todos os poemas românticos apresentam sentimentalismo já que essa escola
literária é movida através da emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a
desilusão. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoções e são como o relato
sobre uma vida.
O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos sentimentos. E acredita que só
sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo relatado.
Emoção acima de tudo.
Egocentrismo
Como o nome já diz, é a colocação do ego no centro de tudo. Vários artistas românticos
colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os na
obra. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um subjetivismo exagerado.
Grotesco e sublime
Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa a idealização do
personagem principal, tornando-o a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto de A
Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda.
Medievalismo
Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio
país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar as
culturas de seu país. Esses poemas se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras
e batalhas.
Indianismo
É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não tinham um cavaleiro para
idealizar, os escritores adotaram o índio como o ícone para a origem nacional e o colocam
como um herói. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau),
segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeito seria o índio, que não
tinha nenhum contato com a sociedade européia.
Byronismo
Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, poeta inglês. Estilo de vida boêmio, voltado para
vícios, bebida, fumo e sexo, podendo estar representado no personagem ou na própria vida
do autor romântico. O byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo
pessimismo, pela angústia.
Romantismo na Literatura –
Escritores –
A 1ª Geração do Romantismo teve como principal escritor o maranhense Gonçalves Dias. Ele,
apesar de não ter introduzido o gênero no Brasil (papel este de Gonçalves de Magalhães), foi
o responsável pela consolidação da literatura romântica por aqui.
Porém, o traço mais forte da obra romântica de Gonçalves Dias é o Indianismo. Ele é
considerado o maior poeta indianista brasileiro e possui em sua obra poemas como “I-Juca
Pirama”, onde a figura do índio é heróica, chegando até a ficar “europeizada”.
Utilizador de alta carga dramática e lírica em suas poesias, com métrica, musicalidade e
ritmos perfeitos, Gonçalves Dias se considerava uma “síntese do brasileiro”, por ser filho de
pai português e mãe mestiça de índios com negros e talvez, por isso, tenha citado tanto as
três raças em sua obra, todas de forma distinta.
Os romances do Romantismo levaram ao leitor da época uma realidade idealizada, com a qual
eles se identificaram (escapismo, fuga da realidade, típica característica do Romantismo).
Entre eles, o romance indianista foi o que mais fez sucesso entre o grande público, por trazer
consigo personagens idealizados, representados por índios. Estes “heróis” eram uma tentativa
dos autores de simbolizar uma tradição do Brasil, o que nem sempre acontecia, devido à
caracterização artificial do personagem, mais “europeizada” ainda que os indígenas de
Gonçalves Dias.
José de Alencar foi o maior autor da prosa romântica no Brasil, principalmente dos romances
indianistas e urbanos. Tentando estabelecer uma linguagem do Brasil, Alencar consolidou a
modalidade no país e lançou clássicos como “O Guarani” e “Senhora”.
Já em seus romances urbanos, José de Alencar faz críticas à sociedade carioca (em especial)
onde cresceu, levantando os aspectos negativos e os costumes burgueses. Nestas obras, há a
predominância dos personagens da alta sociedade, com a presença marcante da figura
feminina. Os pobres ou escravos são reduzidos ou quase não têm papel relevante nos
enredos.
Assim é a premissa básica de histórias de Alencar como “Lucíola”, “Diva” e, claro, “Senhora”.
As intrigas de amor, desigualdades econômicas e o final feliz com a vitória do amor (que tudo
apaga), marcam essas obras, que se tornaram clássicos da literatura brasileira e colocaram
José de Alencar no hall dos maiores romancistas da história do Brasil.
Álvares de Azevedo –
Manuel Antônio Álvares de Azevedo, filho do doutor Inácio Manuel Álvares de Azevedo e dona
Luísa Azevedo, foi extremamente devotado à família, como se pode ver pelo início de um de
seus mais célebres poemas:
"Se eu morresse amanhã, viria ao menos / Fechar meus olhos minha triste irmã; / Minha mãe
de saudades morreria / Se eu morresse amanhã!"
Em todo o mundo, os integrantes dessa tendência romântica olhavam com desencanto para a
vida e consideravam o sentimento do tédio como o "mal do século". Levavam vidas boêmias e
desregradas, o que levou grande parte deles a contrair tuberculose.
A morte constitui o tema de grande parte dos poemas de Álvares de Azevedo. O paradoxo é
que sendo ele o poeta dos versos sombrios e cinzentos, foi também quem introduziu o
humorismo na poesia brasileira, devido à irreverente ironia de alguns dos seus poemas, como
o famoso "Namoro a cavalo" ou "A lagartixa" que começa com os seguintes versos:
"A lagartixa ao sol ardente vive/ E fazendo verão o corpo espicha:/ O clarão de teus olhos me
dá vida/ Tu és o sol e eu sou a lagartixa.
Outro elemento constante em suas poesias é a mulher, ora apresentada como virgem,
bondosa e amada, ora prostituta, ordinária e vadia. Seus poemas também são marcados pelo
patriotismo e o saudosismo da infância, além de certo satanismo, ligado à morbidez e à
rebeldia dos românticos.
Álvares de Azevedo foi vitimado pela tuberculose aos 21 anos incompletos. Todas suas obras
foram publicadas em livro postumamente: os poemas de "Lira dos Vinte Anos", a peça teatral
"Macário", e o livro de contos "A Noite na Taverna".
Gonçalves de Magalhães –
Domingos José Gonçalves de Magalhães, Visconde de Araguaia, era filho de Pedro Gonçalves
de Magalhães Chaves. Formou-se em Medicina, em 1832. Também estudou filosofia com o
orador religioso Monte Alverne, sofrendo a sua influência.
Em 1832 publicou "Poesias" e, no ano seguinte, foi para a Europa aperfeiçoar-se em medicina.
Em 1836, lançou, em Paris, um manifesto do Romantismo: "Discurso sobre a Literatura no
Brasil". Em parceria com Araújo Porto-Alegre e Torres Homem, lançou "Niterói, Revista
Brasiliense". No mesmo ano, editou, também em Paris, "Suspiros Poéticos e Saudades",
considerado o livro que deu início ao Romantismo no Brasil.
No prefácio desse livro, Magalhães expõe os tópicos fundamentais do Romantismo, em sua
primeira fase: religião, individualismo, sentimentalismo, patriotismo, liberdade de expressão,
senso da história e evocação da infância.
De retorno ao Brasil em 1837, foi aclamado chefe da "nova escola". Segundo Antonio Candido,
durante uns dez anos, Magalhães foi "a" literatura brasileira. Levou a sério sua função de criar
uma nova literatura do país recém-independente. Quis, portanto, reformar a poesia lírica e a
epopéia; e dotar a literatura brasileira de teatro, romance, ensaio crítico, histórico e
filosófico.
Além das obras de poesias acima mencionadas, escreveu: "A Confederação dos Tamoios"
(1858), "Os Mistérios" (1858), "Urânia" (1861), "Cânticos Fúnebres" (1864). Foi autor de duas
tragédias, "Antônio José" (1838) e "Olgiato" (1839); dos ensaios de "Opúsculos Históricos e
Literários" (1865); e das obras de filosofia: "Fatos do Espírito Humano" (1858), "A Alma e o
Cérebro" (1876) e "Comentários e Pensamentos" (1880).
Foi ainda secretário do Duque de Caxias, no Maranhão e no Rio Grande do Sul. Em 1847,
entrou para a diplomacia, foi Ministro, em missão especial, no Paraguai, e depois, na Áustria,
nos Estados Unidos, Argentina e Santa Sé. Exerceu ainda o cargo de Encarregado de Negócios
no reino das Duas Sicílias, no Piemonte, na Rússia e na Espanha.
O poema "A Confederação dos Tamoios" causou grande polêmica, devido ao seu caráter
paradoxal, que celebra ao mesmo tempo o índio e o catequizador num poema épico, que
deveria, por suas próprias características, ter apenas um ponto de vista. Assim, foi atacado
por muitos escritores, entre os quais um nome de peso como José de Alencar. Por outro lado,
defenderam-no, entre outros, Monte Alverne e o próprio imperador Pedro 2o, seu amigo.