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Romantismo

O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente


intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam os sistemas
de governo despóticos e surgia o liberalismo político (não confundir
com o liberalismo econômico do Século XX). No campo social
imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras.
A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde Resumo feito
dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim por
chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-
Hannah do
se Francisco Goya e Bocage.
2º A.
O Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria
a Alemanha e na Inglaterra. Na Alemanha, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental
importância na unificação germânica com o movimento Sturm und Drang.
O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e
marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente
aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram
surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o
movimento que daria forma ao Realismo.
No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independência política do Brasil em 1822, com
o Primeiro reinado, com a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.

O romantismo seria dividido em 3 gerações:

 1ºgeração — As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo,


o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de
outro. Também destacam-se o nacionalismo, presente da colectânea de textos e
documentos de caráter fundacional e que remetam para o nascimento de uma nação, fato
atribuído à época medieval, a idealização do mundo e da mulher e a depressão por essa
mesma idealização não se materializar, assim como a fuga da realidade e o escapismo.
 2ºgeração — Eventualmente também serão notados o pessimismo e um certo gosto
pela morte, religiosidade e naturalismo.
 3ºgeração — Seria a fase de transição para outra corrente literária, o realismo, a qual
denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irónica
(vide Eça de Queiróz), com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas que
revelam fragilidades.

Individualismo
Os românticos libertam-se da necessidade de seguir formas reais de intuito humano, abrindo
espaço para a manifestação da individualidade, muitas vezes definida por emoções e
sentimentos.

Subjetivismo
O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinião sobre o mundo.
O subjetivismo pode ser notado através do uso de verbos na primeira pessoa. Trata-se sempre
de uma opinião parcelar, dada por um individuo que baseia sua perspectiva naquilo que as
suas sensações captam.
Com plena liberdade de criar, o artista romântico não se acanha em expor suas emoções
pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em sua obra.
O eu é o foco principal do subjetivismo, o eu é egoísta, forma de expressar seus sentimentos.
Idealização
Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas
características. Dessa forma, a mulher é uma virgem frágil, o índio é um herói nacional, e a
pátria sempre perfeita. Essa característica é marcada por descrições minuciosas e muitos
adjetivos.

Sentimentalismo Exacerbado
Praticamente todos os poemas românticos apresentam sentimentalismo já que essa escola
literária é movida através da emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a
desilusão. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoções e são como o relato
sobre uma vida.
O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos sentimentos. E acredita que só
sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo relatado.
Emoção acima de tudo.

Egocentrismo
Como o nome já diz, é a colocação do ego no centro de tudo. Vários artistas românticos
colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os na
obra. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um subjetivismo exagerado.

Natureza interagindo com o eu lírico


A natureza, no Romantismo, expressa aquilo que o eu-lírico está sentindo no momento
narrado. A natureza pode estar presente desde as estações do ano, como formas de
passagens, à tempestades, ou dias de muito sol. Diferentemente do Arcadismo, por exemplo,
que a natureza é mera paisagem. No Romantismo, a natureza interage com o eu-lírico.A
natureza funciona quase como a expressão mais pura do estado de espírito do poeta.

Grotesco e sublime
Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa a idealização do
personagem principal, tornando-o a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto de A
Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda.

Medievalismo
Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio
país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar as
culturas de seu país. Esses poemas se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras
e batalhas.

Indianismo
É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não tinham um cavaleiro para
idealizar, os escritores adotaram o índio como o ícone para a origem nacional e o colocam
como um herói. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau),
segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeito seria o índio, que não
tinha nenhum contato com a sociedade européia.

Byronismo
Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, poeta inglês. Estilo de vida boêmio, voltado para
vícios, bebida, fumo e sexo, podendo estar representado no personagem ou na própria vida
do autor romântico. O byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo
pessimismo, pela angústia.
Romantismo na Literatura –

O Romantismo surge na literatura quando os escritores trocam o mecenato aristocrático pelo


editor, precisando assim cativar um público leitor. Esse público estará entre os pequenos
burgueses, que não estavam ligados aos valores literários clássicos e, por isso, apreciariam
mais a emoção do que a sutileza das formas do período anterior. A história do Romantismo
literário é bastante controversa.
Em primeiro lugar, as manifestações em poesia e prosa popular na Inglaterra são os primeiros
antecedentes, embora sejam consideradas "pré-românticas" em sentido lato. Os autores
ingleses mais conhecidos desse pré-Romantismo "extra-oficial" são William Blake (cujo
misticismo latente em The Marriage of Heaven and Hell - O Casamento do Céu e
Inferno, 1793 atravessará o Romantismo até o Simbolismo) e Edward Young (cujos Night
Thoughts - Pensamentos Noturnos, 1742, re-editados por Blake em 1795, influenciarão
o Ultra-Romantismo), ao lado de James Thomson, William Cowper e Robert Burns. O
Romantismo "oficial" é reconhecido nas figuras de Coleridge e Wordsworth (Lyrical
Ballads - Baladas Líricas, 1798), fundadores; Byron (Childe Harold's Pilgrimage, Peregrinação
de Childe Harold, 1818), Shelley (Hymn to Intellectual Beauty - Hino à Beleza Intelectual,
1817) e Keats (Endymion, 1817), após o Romantismo de Jena.
Em segundo lugar, os alemães procuraram renovar sua literatura através do retorno à
natureza e à essência humana, com assídua recorrência ao "pré-Romantismo extra-oficial" da
Inglaterra. Esses escritores alemães formaram o movimento Sturm und Drang (tempestade e
ímpeto), donde surge então, mergulhado no sentimentalismo, o pré-Romantismo "oficial", isto
é, conforme as convenções historiográficas. Goethe (Die Leiden des Jungen Werther - O
Sofrimento do Jovem Werther, 1774), Schiller (An die Freude - Ode à Alegria, 1785)
e Herder(Auszug aus einem Briefwechsel über Ossian und die Lieder alter Völker - Extrato da
correspondência sobre Ossian e as canções dos povos antigos, 1773) formam a Tríade. Alguns
jovens alemães, como Schegel e Novalis, com novos ideais artísticos, afirmam que a
literatura, enquanto arte literária, precisa expressar não só o sentimento como também o
pensamento, fundidos na ironia e na auto-reflexão. Era o Romantismo de Jena, o único
Romantismo autêntico em nível internacional.
Em terceiro lugar, a difusão européia do Romantismo tomou como românticas as formas pré-
românticas da Inglaterra e da Alemanha, privilegiando, portanto, apenas
o sentimentalismo em detrimento da complicada reflexão do Romantismo de Jena. Por isso,
mundialmente, o Romantismo é uma extensão do pré-Romantismo. Assim, na França,
destacam-se Stendhal, Hugo e Musset; na Itália Leopardi e Manzoni; em
Portugal Garrett e Herculano; na Espanha Espronceda e Zorilla.
Tendo o liberalismo como referência ideológica, o Romantismo renega as formas rígidas da
literatura, como versos de métrica exata. O romance se torna o gênero narrativo
preferencial, em oposição à epopéia. É a superação da retórica, tão valorizada pelos
clássicos.
Os aspectos fundamentais da temática romântica são o historicismo e o individualismo. O
historicismo está representado nas obras de Walter Scott (Inglaterra), Vitor
Hugo (França),Almeida Garrett (Portugal), José de Alencar (Brasil), entre tantos outros. São
resgates históricos apaixonados e saudosos ou observações sobre o momento histórico que
atravessava-se àquela altura, como no caso de Balzac ou Stendhal (ambos franceses).
A outra vertente, focada no individualismo, traz consigo o culto do egocentrismo, vazado de
melancolia e pessimismo (Mal-do-Século). Pelo apego ao intimismo e a valores extremados,
foram chamados de Ultra-Românticos. Esses escritores como Byron, Alfred de
Musset e Álvares de Azevedo beberam do Sturm und Drang alemão, perpetuando as fontes
sentimentais.
O romantismo é um movimento que vai contra o avanço da modernidade em termos da
intensa racionalização e mecanização. É uma crítica à perda das perspectivas que fogem
àquelas correlacionadas à razão. Por parte o romantismo nos mostra como bases de vida o
amor e a liberdade.
Romantismo no Brasil –
De acordo com o tema principal, os romances no Brasil podem ser classificados como
indianistas, urbanos ou históricos e regionalistas.
No romance indianista, o índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica
expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo da pureza e da
inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de
assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto com tudo isso, o indianismo
expressava os costumes e a linguagem indígenas, cujo retrato fez de certos romances
excelentes documentos históricos.
Os romances urbanos tratam da vida na capital e relatam as particularidades da vida
cotidiana da burguesia, cujos membros se identificavam com os personagens. Os romances
faziam sempre uma crítica à sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento
por interesse ou a ascensão social a qualquer preço.
Por fim, o romance regionalista propunha uma construção de texto que valorizasse as
diferenças étnicas, lingüísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa,
e caracterizava-os como uma nação. Os romances regionalistas criavam um vasto panorama
do Brasil, representando a forma de vida e individualidade da população de cada parte do
país. A preferência dos autores era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes
estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar suas condições de
vida.
A primeira geração (nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao
passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde
surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras
características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves de
Magalhães,Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do
Romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais
significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do exílio, I-Juca-Pirama. Araújo Porto
Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense
Entre as principais características da primeira geração romântica no Brasil estão: o
nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo
(linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento
amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e
sentimentalismo.
A segunda geração, também conhecida como Byroniana e Ultra-Romantismo, recebeu a
denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a
morte, amores impossíveis e a escuridão.
Entre seus principais autores estão Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes
Varela, Junqueira Freire e Pedro de Calasans. Álvares de Azevedo fazia parte da sociedade
epicuréia destinada a repetir no Brasil a existência boêmia de Byron. Obras: Pálida à Luz,
Soneto, Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de Abreu escreveu As Primaveras,
Poesia e amor, etc. Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em sua poesia algumas
características da terceira geração do romantismo. Junqueira Freire, com estilo dividido
entre a homossexualidade e a heterossexualidade, demonstrava as idiossincrasias da religião
católica do século XIX.
Já as principais características da segunda geração foram o profundo subjetivismo, o
egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) em Casimiro
de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o
desespero, o satanismo e a fuga da realidade.
Por fim há a terceira geração, conhecida também como geração Condoreira, simbolizada
pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão
ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande
pensador do social e influenciador dessa geração.
Os destaques desta geração foram Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves,
denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras
como Espumas Flutuantes e Navio Negreiro. Sousândrade não foi um poeta muito influente,
mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso
pelos seus poemas românticos.
As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o
abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a
negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.
Essas três gerações citadas acima, apenas se aplicam para a poesia romântica, pois a prosa no
Brasil, não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos - indianista, urbano ou
regional - que aconteceram todos simultaneamente.
No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década de 1880. Com a publicação
de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre formalmente a
passagem para o período realista.

Escritores –

Gonçalves Dias – Protagonista da 1ª Geração do Romantismo

A 1ª Geração do Romantismo teve como principal escritor o maranhense Gonçalves Dias. Ele,
apesar de não ter introduzido o gênero no Brasil (papel este de Gonçalves de Magalhães), foi
o responsável pela consolidação da literatura romântica por aqui.

A exaltação da natureza, a volta ao passado histórico e a idealização do índio


como representante da nacionalidade brasileira são temas típicos do Romantismo presentes
nas obras de Gonçalves Dias. Assim, sua obra poética pode ser dividida basicamente em lírica
(o amor, o sofrimento e a dor do homem romântico - “Se se morre de amor”), medieval (uso
do português arcaico - “Sextilhas de frei Antão”) e nacionalista (exaltação da pátria distante -
“Canção do Exílio”).

Porém, o traço mais forte da obra romântica de Gonçalves Dias é o Indianismo. Ele é
considerado o maior poeta indianista brasileiro e possui em sua obra poemas como “I-Juca
Pirama”, onde a figura do índio é heróica, chegando até a ficar “europeizada”.

Utilizador de alta carga dramática e lírica em suas poesias, com métrica, musicalidade e
ritmos perfeitos, Gonçalves Dias se considerava uma “síntese do brasileiro”, por ser filho de
pai português e mãe mestiça de índios com negros e talvez, por isso, tenha citado tanto as
três raças em sua obra, todas de forma distinta.

José de Alencar – O pai dos Romances Indianistas e Urbanos

Os romances do Romantismo levaram ao leitor da época uma realidade idealizada, com a qual
eles se identificaram (escapismo, fuga da realidade, típica característica do Romantismo).
Entre eles, o romance indianista foi o que mais fez sucesso entre o grande público, por trazer
consigo personagens idealizados, representados por índios. Estes “heróis” eram uma tentativa
dos autores de simbolizar uma tradição do Brasil, o que nem sempre acontecia, devido à
caracterização artificial do personagem, mais “europeizada” ainda que os indígenas de
Gonçalves Dias.

José de Alencar foi o maior autor da prosa romântica no Brasil, principalmente dos romances
indianistas e urbanos. Tentando estabelecer uma linguagem do Brasil, Alencar consolidou a
modalidade no país e lançou clássicos como “O Guarani” e “Senhora”.

O indianismo de José de Alencar está presente no já citado “O Guarani”, além de outros


clássicos como “Iracema” e “Ubirajara”. Alencar defende o estabelecimento de um
“consórcio entre os nativos (que fornecem a abundante natureza) e o europeu colonizador
(que, em troca, oferece a cultura, a civilização). Dessa forma, surgiu então o brasileiro. Em
todo o momento, a natureza da pátria é exaltada, um cenário perfeito para um encontro
simbólico entre uma índia e um europeu, por exemplo.

Já em seus romances urbanos, José de Alencar faz críticas à sociedade carioca (em especial)
onde cresceu, levantando os aspectos negativos e os costumes burgueses. Nestas obras, há a
predominância dos personagens da alta sociedade, com a presença marcante da figura
feminina. Os pobres ou escravos são reduzidos ou quase não têm papel relevante nos
enredos.

Assim é a premissa básica de histórias de Alencar como “Lucíola”, “Diva” e, claro, “Senhora”.
As intrigas de amor, desigualdades econômicas e o final feliz com a vitória do amor (que tudo
apaga), marcam essas obras, que se tornaram clássicos da literatura brasileira e colocaram
José de Alencar no hall dos maiores romancistas da história do Brasil.

Álvares de Azevedo –

Manuel Antônio Álvares de Azevedo, filho do doutor Inácio Manuel Álvares de Azevedo e dona
Luísa Azevedo, foi extremamente devotado à família, como se pode ver pelo início de um de
seus mais célebres poemas:

"Se eu morresse amanhã, viria ao menos / Fechar meus olhos minha triste irmã; / Minha mãe
de saudades morreria / Se eu morresse amanhã!"

Pertenceu à chamada segunda geração do Romantismo brasileiro, influenciada pelo poeta


Byron, cuja poesia se caracterizou pelo ultra-romantismo, subjetividade e pessimismo frente
à vida.

Em todo o mundo, os integrantes dessa tendência romântica olhavam com desencanto para a
vida e consideravam o sentimento do tédio como o "mal do século". Levavam vidas boêmias e
desregradas, o que levou grande parte deles a contrair tuberculose.

A morte constitui o tema de grande parte dos poemas de Álvares de Azevedo. O paradoxo é
que sendo ele o poeta dos versos sombrios e cinzentos, foi também quem introduziu o
humorismo na poesia brasileira, devido à irreverente ironia de alguns dos seus poemas, como
o famoso "Namoro a cavalo" ou "A lagartixa" que começa com os seguintes versos:

"A lagartixa ao sol ardente vive/ E fazendo verão o corpo espicha:/ O clarão de teus olhos me
dá vida/ Tu és o sol e eu sou a lagartixa.

Outro elemento constante em suas poesias é a mulher, ora apresentada como virgem,
bondosa e amada, ora prostituta, ordinária e vadia. Seus poemas também são marcados pelo
patriotismo e o saudosismo da infância, além de certo satanismo, ligado à morbidez e à
rebeldia dos românticos.

Álvares de Azevedo foi vitimado pela tuberculose aos 21 anos incompletos. Todas suas obras
foram publicadas em livro postumamente: os poemas de "Lira dos Vinte Anos", a peça teatral
"Macário", e o livro de contos "A Noite na Taverna".

Gonçalves de Magalhães –

Domingos José Gonçalves de Magalhães, Visconde de Araguaia, era filho de Pedro Gonçalves
de Magalhães Chaves. Formou-se em Medicina, em 1832. Também estudou filosofia com o
orador religioso Monte Alverne, sofrendo a sua influência.

Em 1832 publicou "Poesias" e, no ano seguinte, foi para a Europa aperfeiçoar-se em medicina.
Em 1836, lançou, em Paris, um manifesto do Romantismo: "Discurso sobre a Literatura no
Brasil". Em parceria com Araújo Porto-Alegre e Torres Homem, lançou "Niterói, Revista
Brasiliense". No mesmo ano, editou, também em Paris, "Suspiros Poéticos e Saudades",
considerado o livro que deu início ao Romantismo no Brasil.
No prefácio desse livro, Magalhães expõe os tópicos fundamentais do Romantismo, em sua
primeira fase: religião, individualismo, sentimentalismo, patriotismo, liberdade de expressão,
senso da história e evocação da infância.

De retorno ao Brasil em 1837, foi aclamado chefe da "nova escola". Segundo Antonio Candido,
durante uns dez anos, Magalhães foi "a" literatura brasileira. Levou a sério sua função de criar
uma nova literatura do país recém-independente. Quis, portanto, reformar a poesia lírica e a
epopéia; e dotar a literatura brasileira de teatro, romance, ensaio crítico, histórico e
filosófico.

Além das obras de poesias acima mencionadas, escreveu: "A Confederação dos Tamoios"
(1858), "Os Mistérios" (1858), "Urânia" (1861), "Cânticos Fúnebres" (1864). Foi autor de duas
tragédias, "Antônio José" (1838) e "Olgiato" (1839); dos ensaios de "Opúsculos Históricos e
Literários" (1865); e das obras de filosofia: "Fatos do Espírito Humano" (1858), "A Alma e o
Cérebro" (1876) e "Comentários e Pensamentos" (1880).

Foi ainda secretário do Duque de Caxias, no Maranhão e no Rio Grande do Sul. Em 1847,
entrou para a diplomacia, foi Ministro, em missão especial, no Paraguai, e depois, na Áustria,
nos Estados Unidos, Argentina e Santa Sé. Exerceu ainda o cargo de Encarregado de Negócios
no reino das Duas Sicílias, no Piemonte, na Rússia e na Espanha.

O poema "A Confederação dos Tamoios" causou grande polêmica, devido ao seu caráter
paradoxal, que celebra ao mesmo tempo o índio e o catequizador num poema épico, que
deveria, por suas próprias características, ter apenas um ponto de vista. Assim, foi atacado
por muitos escritores, entre os quais um nome de peso como José de Alencar. Por outro lado,
defenderam-no, entre outros, Monte Alverne e o próprio imperador Pedro 2o, seu amigo.

RESUMO FEITO POR HANNAH DO 2º


ANO “A”
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