Você está na página 1de 8

Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico

DE F@TO & DE DIREITO


Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

Professor(a): ALEXANDRE ABDALA Avaliação: 1ª Atualizado em: 10/04/2010


Disciplina: Direito Processual Civil IV Período: 8º Data: Diversas
Virtus Unita Fortius Agit: "A união faz a força" Elaborado Por: Edson Ramos

quinta-feira 18/03/2010
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV

MEDIDAS CAUTELARES

REVISÃO – MEDIDA CAUTELAR


PROCESSO (MEDIDA) CAUTELAR
Instrumento apto para garantir o direito que virá de futura decisão judicial.

MOMENTO DE INSTAURAÇÃO (art. 796, CPC)


Sua instauração cabe antes (Medida Cautelar Preparatória) ou no curso (Medida Cautelar Incidental) do processo
principal.

COMPETÊNCIA (PARA JULGAR A CAUTELAR) (art. 800, parágrafo único, CPC)


A competência para julgar a Medida Cautelar é do juízo da causa principal, a medida deverá ser endereçada diretamente
ao juízo.

DEFESA (art. 802, CPC)


O requerido terá 5 dias, contados da data da citação ou da efetivação da liminar, para responder.

REQUISITOS PARA PROPOSITURA DA MEDIDA CAUTELAR (art. 801, IV, CPC)


a) fumus boni iuris – Indícios da existência do direito alegado.
b) periculum in mora – Necessidade de concessão da cautelar, por haver perigo de dano irreparável ou de difícil
reparação.

PRINCIPAIS CASOS DE CONCESSÕES CAUTELARES


a) Arresto (art. 813, CPC) – Medida assecuratória da efetividade de futura execução por quantia certa, pela apreensão
judicial de bens do devedor.
b) Seqüestro (art. 822, CPC) – Medida assecuratória de execução para entrega da coisa certa.
c) Produção antecipada de provas (art. 846, CPC) – Medida para realizar imediatamente a prova, devido ao risco de ser
a mesma perdida. Ex: Oitiva da testemunha moribunda.

DIREITO PROCESSO CIVIL III – Prof. Alexandre Abdala

Leitura

Ação Cautelar
Características
– Referibilidade - ligação entre ação cautelar e ação principal
– Temporalidade (ou Provisoriedade) - providência cautelar → eficácia temporal limitada
– Revocatibilidade (ou Revogabilidade) - ser revogável (tornada sem efeito a providência cautelar)
– Modificabilidade - adequação da providência cautelar à situação de perigo de dano irreparável (alteração dos fatos)
– Fungibilidade - possibilidade de substituição da medida cautelar (concessão de medida diversa pelo juiz, no caso de
inadequação da medida requerida pela parte) - está ligada ao “poder geral de cautela”
– Autonomia Formal - processo cautelar:
• autônomo
• acessório ao processo principal

Classificação das Medidas Cautelares


– Quanto à Tipicidade
- Cautelar Nominada e Cautelar Inominada (ou Típica e Atípica)
a) Nominada → Livro III, Capítulo II, CPC (Procedimentos Cautelares Específicos)
b) Inominada → art. 798, CPC (poder geral de cautela)

– Quanto ao Momento de Postulação


- Cautelar Preparatória e Cautelar Incidental (ou Antecedente e Interinal)

1
Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico
DE F@TO & DE DIREITO
Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

a) Preparatória → antecede a propositura da ação principal


b) Incidental → proposta no curso do processo principal

– Quanto à Finalidade e Objeto


a) Cautelar Assecuratória de Bens
- ex: arresto, sequestro

b) Cautelar Assecuratória de Pessoas


- ex: busca e apreensão de incapazes, alimentos provisionais

c) Cautelar Assecuratória de Provas


- ex: produção antecipada de provas, exibição

Tutela Cautelar e Tutela Antecipada


a) tutela cautelar → assegurar o resultado prático de um processo (característica de preventividade, conservabilidade)
b) tutela antecipada → antecipação do próprio resultado final do processo (característica de satisfatividade)

Elementos Subjetivos do Processo Cautelar


– Legitimidade e Competência
a) Legitimidade
- mesmas partes do processo principal:
• autor / réu (processo de conhecimento)
• credor / devedor (processo de execução)

- nomenclatura do CPC para partes na ação cautelar (arts. 801 a 803):


• requerente (autor)
• requerido (réu)

b) Competência
- art. 800, CPC: As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente
para conhecer da ação principal.
Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.
• cautelar antecedente → juízo competente para o processo principal
• cautelar incidental → juízo que já preside o processo principal
• tramitação de recurso → competência do Tribunal (respectivo tipo de recurso) → art. 800, parágrafo único, CPC

- princípio da acessoriedade
- possibilidade de ajuizamento da cautelar em juízo relativamente → local dos bens ou do fato

– Intervenção de Terceiros
- admissão na cautelar:
• assistência
• nomeação à autoria

Elementos Objetivos do Processo Cautelar


– Objetos da Tutela Cautelar
• coisas - ex: arresto, sequestro
• pessoas - ex: separação de corpos, guarda provisória de filhos
• provas - ex: exibição, produção antecipada de provas

– Provas e Instrução do Processo


- instrução sumária (procedimento de urgência) → comprovação da aparência do direito (fumus boni iuris) e do perigo
da demora (periculum in mora)

– Autonomia da Instrução do Processo Cautelar


- processo cautelar → autos próprios → instrução própria
- processo principal → autos próprios → instrução própria

Procedimento da Ação Cautelar


– Petição Inicial

1
Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico
DE F@TO & DE DIREITO
Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

- princípio da inércia da jurisdição


- requisitos → art. 801, CPC: O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará:
I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido;
III - a lide e seu fundamento;
IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;
V - as provas que serão produzidas.
Parágrafo único. Não se exigirá o requisito do no III senão quando a medida cautelar for requerida em procedimento
preparatório.

– Liminar
- possibilidade de concessão da medida cautelar antes mesmo de se ouvir o requerido (inaudita altera pars) → antes de
sua citação
- juiz verifica que o requerido, ao ser citado, poderá tornar ineficaz a medida cautelar (art. 804, CPC)

MEDIDAS CAUTELARES
Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre
dependente.

Art. 797. Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a
audiência das partes.
Comentários: O juiz, de ofício, provocado, poderá emitir cautelar incidental (aquela que cabe apenas no curso do
processo), desde que haja ação de conhecimento, nunca em outra cautelar.

Poder Geral de Cautela – É o poder de criar providências de segurança, fora dos casos típicos já arrolados
pelo Código Civil.

Art. 798. Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz
determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do
julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
Comentários: Poder Geral de cautelar é do juiz, quando ocorre situação de fumus boni iuris (Indícios da existência do
direito alegado) e periculum in mora ( Necessidade de concessão da cautelar, por haver perigo de dano irreparável ou de
difícil reparação).
"O processo cautelar tem por escopo assegurar o resultado principal, e não o direito material da parte. Neste, são
pressupostos indispensáveis para a concessão da liminar o fumus boni juris e o periculum in mora. Não presente qualquer
deles denega-se a liminar".

Art. 799. No caso do artigo anterior, poderá o juiz, para evitar o dano, autorizar ou vedar a prática de determinados atos,
ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução.
Comentários: Ver art. 826 a 838 (caução)

COMPETÊNCIA DA CAUTELAR

Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente para
conhecer da ação principal.
Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.
Comentários: A competência para julgar a cautelar é do juiz da causa principal

Art. 801. O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará:
I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido;
III - a lide e seu fundamento;
IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;
V - as provas que serão produzidas.
Parágrafo único. Não se exigirá o requisito do no III senão quando a medida cautelar for requerida em procedimento
preparatório.

Art. 802. O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar
o pedido, indicando as provas que pretende produzir.
Parágrafo único. Conta-se o prazo, da juntada aos autos do mandado:

1
Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico
DE F@TO & DE DIREITO
Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

I - de citação devidamente cumprido;


II - da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após justificação prévia.

Art. 803. Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os fatos alegados
pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em que o juiz decidirá dentro em 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Se o requerido contestar no prazo legal, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, havendo
prova a ser nela produzida.

Art. 804. É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando
verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução
real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer.

Art. 805. A medida cautelar poderá ser substituída, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pela prestação de
caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou
repará-la integralmente.
Comentários: Quando a cautelar causar grande prejuízo a uma das partes, o juiz, de ofício ou a requerimento de uma das
partes poderá substituí-la por caução ou outra garantia, que pode ser real, vinculada a bens móveis ou imóveis.

Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar,
quando esta for concedida em procedimento preparatório.
Comentários: O prazo previsto no art. 806 é de decadência. Assim, se a ação principal não for proposta no prazo de 30 dias
o juiz decretará, de ofício, a extinção do processo cautelar.

Ver o art. 263 (momento da propositura da ação).

Art. 807. As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e na pendência do processo
principal; mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de
suspensão do processo.
Comentários: inaudita altera pars - A liminar poderá ser deferida sem ouvir o réu, em circunstâncias excepcionais, quando
o juiz verificar que ele, sendo citado, poderá tomar ineficaz a medida ou quando a urgência for tal que não haja tempo
hábil para manifestação da parte contrária.
No parágrafo único está expressa a independência entre as ações (cautelar e conhecimento), a cautelar pode a qualquer
momento, ser, de ofício, revogada pelo juiz se esse crer na inexistência do fumus boni juris e do periculum in mora.
Ver os arts. 265 (suspensão do processo) e 804.

Art. 808. Cessa a eficácia da medida cautelar:


I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806;
II - se não for executada dentro de 30 (trinta) dias;
III - se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento.
Comentários:
I – Prazo de 30 dias;
II – Ex: Se o juiz necessitar do endereço do requerido, e não for indicado, em 30 dias cessa o efeito cautelar;
III – A extinção do processo principal, extingue o processo cautelar, não o contrário.
"As medidas cautelares, tanto preparatórias como incidentais, têm por escopo o equilíbrio entre as partes na composição da
ação principal, sendo consideradas tertium genus do processo contencioso, ao lado da cognitória e executória. Sua
atividade é puramente instrumental, servindo ao processo e não às partes. Extinto o processo principal, com ou sem
julgamento do mérito, deixa de existir a situação de perigo que a cautela visava proteger. Extinção da medida cautelar a
teor do art. 808, inc. III do CPC, pela cessação de sua eficácia. Apelação improvida" (TRF-3ª R., Ac. unân. da 3ª T., publ.
em 21.6.95, Ap. Cív. 94.03.012827- 5, Relª Juíza Ana Scartezzini).

Leitura

EFICÁCIA DA MEDIDA CAUTELAR


O legislador cuidou da eficácia das medidas cautelares nos arts. 807 e 808 do CPC.A medida cautelar pode ser
concedida liminarmente ou apenas na sentença. Sempre que houver concessão da medida cautelar, algumas providências
hão de ser tomadas pela parte interessada para que a medida não perca a sua eficácia. Se tais providências forem
tomadas, a medida cautelar conservará a sua eficácia enquanto pender o processo principal. Do contrário, a medida
cautelar perderá a sua eficácia.

1
Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico
DE F@TO & DE DIREITO
Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

Em virtude do caráter provisório e instrumental da medida cautelar, mesmo que todas as providências sejam
tomadas pela parte interessada, poderá o juiz revogar ou modificar a qualquer tempo a medida cautelar, desde que tenha
havido alguma modificação nas circunstâncias que ensejaram a concessão da medida. No entanto, mantidas as
circunstâncias originais e tomadas as providências mencionadas no art. 808 do CPC, a medida cautelar será mantida
enquanto pender a ação principal.
A primeira dessas providências é executar a medida cautelar em 30 dias. A execução da medida cautelar é feita, em
regra, por mandado a ser cumprido por oficial de justiça. No entanto, a parte que requereu a medida deve tomar certas
providências, necessárias para o cumprimento oportuno do mandado (v. g., o recolhimento de diligências ou a
apresentação de cópias para instrução do mandado). Se, por inércia da parte, a medida cautelar não puder ser executada
em 30 dias, ela perderá a sua eficácia. Porém, caso o atraso decorra de delongas inerentes ao mecanismo judiciário, a
parte interessada não poderá ser prejudicada.
Efetivada a medida, a parte terá 30 dias para a propositura da ação principal. São dois, portanto, os prazos de 30
dias: para executar a medida e, efetivada a cautelar, para propor a ação principal. A exigência de propor ação principal
só tem sentido quando a cautelar for preparatória, já que a cautelar incidente pressupõe ação principal já em curso. O
prazo de 30 dias para a ação principal tem por finalidade evitar que o beneficiado pela medida perpetue suas vantagens,
tomando-se inerte desde a concessão.
O termo inicial da contagem do prazo não é a decisão concessiva da medida, mas a sua execução. Apenas com a
efetivação da cautela é que o prazo fluirá. Não ajuizada a ação principal no prazo, opera-se a decadência do direito à
cautela, cessando a eficácia da medida cautelar. O prazo decadencial não está sujeito a interrupção nem suspensão.
Verificada a decadência, o juiz deverá declará-la de ofício, observando que ela atinge apenas o direito à cautela, e
não a pretensão que será objeto da ação principal. Como a finalidade do prazo decadencial é evitar que o requerente
prolongue em demasia, e em detrimento do réu, a situação provisória obtida com a cautelar, o prazo só deverá ser
observado naquelas medidas cautelares que resultem em alguma constrição para a parte contrária.
Se a medida cautelar não acarreta nenhuma ofensa à esfera jurídica da parte contrária, não haverá
necessidade de obedecer-se ao prazo de 30 dias. É o que ocorre, por exemplo, na produção antecipada de provas.
Homologada a prova, não haverá perda de eficácia apenas pelo transcurso do prazo, sem que tenha havido a
propositura da ação principal. As notificações e os pedidos de exibição também não exigem que se obedeça ao art. 806
do CPC.
Tomadas essas providências - execução da medida em 30 dias e propositura da ação principal, depois de
efetivada a medida, também em 30 dias - a medida cautelar conservará a sua eficácia, mantidas as circunstâncias que
ensejaram a sua concessão, enquanto pender o processo principal. Do contrário, a medida cautelar perderá a sua
eficácia.
Quando a medida cautelar for concedida liminarmente, o prazo para a propositura da ação principal correrá da
data em que a liminar for efetivada. Se a medida for concedida na sentença, só com a sua efetivação é que o prazo
correrá. Executada a liminar, se não proposta a ação principal no prazo decadencial, ela perderá a sua eficácia. Isso não
significa que a ação cautelar deva ser extinta, já que a liminar não se confunde com a própria cautelar. Como ensina
Sérgio Shimura, "O não ajuizamento da ação principal faz cessar os efeitos da liminar, mas não leva à extinção do
processo, que deve prosseguir, para que a final seja extinto com ou sem apreciação de mérito. Por enquanto, o Judiciário
não entregou a prestação jurisdicional por inteiro. Revogada a medida liminar, ficamos com um processo sem
Julgamento da lide (cautelar), desde que a esse ponto processual ainda não se chegou. Revogada a liminar, deve o
processo cautelar caminhar para a sentença final, onde o pedido será apreciado, para a concessão ou não do arresto,
agora com um elemento a mais, que é a não propositura da ação principal"
(A eficácia das medidas liminares, in Repertório de jurisprudência e doutrina sobre liminares, sob coordenação de
Teresa Arruda Alvim Wambier, Revista dos Tribunais, pag. 116).

Art. 809. Os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo principal.
Comentários: “ (... ) o art. 809 do CPC estabelece que os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo
principal, mas isso não significa que a lei processual exige o julgamento simultâneo da ação cautelar e da ação principal"
(ac. unân. da 5ª Câm. do TJSP de 27.8.87, no Agr. nº 91.335-1, Rel. Des. Márcio Bonilha; RJTJSP 110/299).

Art. 810. O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o
juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor.

Art. 811. Sem prejuízo do disposto no art. 16, o requerente do procedimento cautelar responde ao requerido pelo prejuízo
que Ihe causar a execução da medida:
I - se a sentença no processo principal Ihe for desfavorável;
II - se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a citação do requerido dentro em 5
(cinco) dias;
III - se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808, deste Código;
IV - se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor (art. 810).

1
Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico
DE F@TO & DE DIREITO
Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar.

Art. 812. Aos procedimentos cautelares específicos, regulados no Capítulo seguinte, aplicam-se as disposições gerais
deste Capítulo.
CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS
Seção I
Do Arresto
Leitura

ARRESTO – arts. 813 a 821 do CPC

CONCEITO: “medida cautelar de apreensão de bens destinada a assegurar a efetividade de um processo de execução
por quantia certa” (Alexandre Câmara). Para Ovídio Baptista, trata-se de “medida cautelar típica, instituída para
segurança dos créditos monetários”.
Trata-se de medida típica de caráter nitidamente cautelar, por ter clara referibilidade.

CABIMENTO: o artigo 813 do CPC trata do cabimento do arresto. Segundo entendimento doutrinário majoritário trata-
se de enumeração exemplificativa, sendo possível o deferimento do arresto em casos outros que não aqueles descritos na
norma em comento.

O art. 814 do CPC, a seu turno, as seguintes condições para o deferimento da medida: a) prova literal da dívida líquida e
certa (o que equivaleria ao fumus boni iuris) e; b) prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no
art. 813 – (o que equivaleria ao periculum in mora.).
Interpretação do art. 814: A doutrina diverge quanto à exegese do artigo 814. Seria, realmente, exigível, para
deferimento do arresto, a apresentação, pelo requerente, de prova literal da dívida líquida e certa (equiparável quase a
um título executivo) ou a mera probabilidade da existência do direito de crédito já seria suficiente para o deferimento da
medida? Para ALEXANDRE FREITAS CÂMARA, a interpretação liberal se impõe e cita casos que ensejariam monitória.
OVÍDIO BAPTISTA segue a mesma trilha e critica os artigos do arresto, por considerá-los incompreensíveis e em
antinomia com o art. 798 do CPC. HUMBERTO THEODORO, por sua vez, propõe interpretação restritiva, mais
apegada à letra do CPC.

BENS ARRESTÁVEIS: Podem ser objeto de arresto os bens economicamente apreciáveis e passíveis de serem
penhorados. Podem ser bens corpóreos (móveis e imóveis) ou incorpóreos (crédito, ações). Ficam excluídos do alcance
do arresto os bens impenhoráveis – art. 649 do CPC .

PROCEDIMENTO: Aplica-se ao arresto o procedimento cautelar comum.

EFEITOS: Afetação do bem arrestado à futura execução; Perda, pelo Requerido, da posse direta (não do domínio);
direito de preferência: no concurso entre duas penhoras sobre o mesmo bem, terá preferência aquele que primeiro
penhorou a coisa, exceto se o outro credor tiver, antes, obtido o arresto

Art. 813. O arresto tem lugar:


I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação
no prazo estipulado;
II - quando o devedor, que tem domicílio:
a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;
b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe
ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a
execução ou lesar credores;
III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com
algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;
IV - nos demais casos expressos em lei.
Comentários: Arresto é cautelar atípica e serve para garantir a futura execução de uma quantia certa, é decretado quando o
devedor, de alguma forma está se desfazendo de seu patrimônio, e que provavelmente o impossibilitará de satisfazer a
dívida.

Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial:


I - prova literal da dívida líquida e certa;

1
Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico
DE F@TO & DE DIREITO
Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

II - prova documental ou justificação de algum dos casos mencionados no artigo antecedente.


Parágrafo único. Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a sentença,
líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em
dinheiro possa converter-se.

Comentários: O requerente prova que existe a dívida e possibilidade da fumus boni iuris e do periculum in mora.

Art. 815. A justificação prévia, quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e de plano, reduzindo-se a
termo o depoimento das testemunhas.
Comentários: Devido o periculum in mora, a oitiva às testemunhas será feita sem a participação do devedor.

Art. 816. O juiz concederá o arresto independentemente de justificação prévia:


I - quando for requerido pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei;
II - se o credor prestar caução (art. 804).
Comentários: Arresto independente de prévia justificação.

Art. 817. Ressalvado o disposto no art. 810, a sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na ação principal.

Art. 818. Julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em penhora.


Comentários: Se a ação principal der ganho de causa ao requerente o arresto é convertido em penhora.

Art. 819. Ficará suspensa a execução do arresto se o devedor:


I - tanto que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da dívida, mais os honorários de advogado que o juiz
arbitrar, e custas;
II - der fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários do advogado do requerente e custas.

Art. 820. Cessa o arresto:


I - pelo pagamento;
II - pela novação;
III - pela transação.

Art. 821. Aplicam-se ao arresto as disposições referentes à penhora, não alteradas na presente Seção.

Seção II
Do Seqüestro
Leitura

SEQUESTRO – arts. 822 a 825

CONCEITO: “Seqüestro é a medida cautelar que assegura futura execução para entrega de coisa, e que consiste na
apreensão de um bem determinado, objeto do litígio, para lhe assegurar entrega, de bom estado, ao que vencer a causa”
(Humberto Theodoro Júnior)
Trata-se de medida típica de caráter nitidamente cautelar – referibilidade.

CABIMENTO: o artigo 822 do CPC trata do cabimento do sequestro. Trata-se de enumeração exemplificativa.

REQUISITOS PARA CONCESSÃO: como toda e qualquer medida cautelar, são necessários fumus boni iuris e periculum
in mora. Deve ser concedido o seqüestro sempre que se fizer necessária a apreensão de um bem determinado, ameaçado
de dano, dissipação, ocultação etc, com o objetivo de proteger um possível direito do requerente sobre esse bem.

Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro:


I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio
de rixas ou danificações;
II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso,
os dissipar;
III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando;
IV - nos demais casos expressos em lei.

Art. 823. Aplica-se ao seqüestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do arresto.

1
Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico
DE F@TO & DE DIREITO
Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens seqüestrados. A escolha poderá, todavia, recair:
I - em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes;
II - em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.

Leitura

DIFERENÇAS ENTRE ARRESTO E SEQUESTRO:


a) O arresto é medida cautelar que visa assegurar a eficácia de futura execução por quantia certa, já o seqüestro, por sua
vez, protege execução para entrega de coisa certa;
b) O arresto incide sobre quaisquer bens do demandado, enquanto o seqüestro sobre bem específico – daí a necessidade
de se descrever, na petição inicial, o bem a ser seqüestrado e o local em que se encontra;
c) O arresto comporta substituição (art. 805 do CPC), o seqüestro não.

===================
Por enquanto é só.
===================

Próximas aulas:

Prova quinta-feira 15/04/2010

quinta-feira 22/04/2010

quinta-feira 29/04/2010

Você também pode gostar