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"A religio na poltica fere o estado

laico e no nos representa"


A religio na poltica acaba por estimular no apenas o preconceito (pela
dificuldade de aceitar diferenas), como o dio decorrente de sua demonstrao
pblica do que o crescimento da violncia homofbica claro indcio
A religio pode at ser um veculo para a celebrao do bem comum, mas seu
espao nitidamente diverso.
Na democracia, o bem comum uma construo coletiva e, por natureza,
includente. Quanto mais pessoas fazem parte da deciso, mais ela se legitima.
A religio , por si s, excludente, e seus dogmas sobre o bem e o mal no
esto sob escrutnio popular.
Suas verdades absolutas no fazem parte do ambiente de negociao, prprio
da atividade poltica. Esta busca, ainda, se amoldar vontade social e no
apenas forj-la, como regras rgidas de um credo.

A definio da moral e a punio a quem dela se desvia, que pode ser at


inerente ao religioso, quando consagrado virtude, no tem espao na vida
republicana. Regrar os demais por uma concepo prpria de vida no passa
de um abuso de direito.
A religio na poltica acaba por estimular no apenas o preconceito (pela
dificuldade de aceitar diferenas), como o dio decorrente de sua
demonstrao pblica do que o crescimento da violncia homofbica claro
indcio.
Se as leis de um Estado devem valer ao conjunto de seus cidados, as
religiosas s alcanam aqueles que se entregam a f. A catequese imposta,
mesmo que por vias indiretas, como a de impingir a todos a crena de apenas
alguns, prpria de estados teolgicos.
Alimentado, todavia, por interesses partidrios, dos mais variados matizes e
ideologias, lobbies religiosos esto ganhando trnsito no governo e tambm na
oposio, seduzidos uns e outros pelo volume de potenciais eleitores e pela
enorme penetrao nos meios de comunicao de massa.

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