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P o P

$ 5,00
ho 2007 R
nº 01 . Jun

mc fly
o fenômeno adolescente
conquista as platéias adultas

sgt peppers
a obra prima 40 anos depois

nx zero
linkin park
justin timberlake
teatro mágico

jrcomunicações
mika
sombra de freddie mercury?
nova febre da música POP?
a2345556778 er6 o o que faz de Mika o artista do ano?
o gênio
em
palavras

jim hutt
on
..............................
7
drops
linkin park reiventa seu som,
patti smith lança disco de covers,
as novidades do mundo musical

11
1 habemus
pop!
Anúncio de um novo canal de comunicação é
sempre cercado de entusiasmo e empolgação.

garimpo
o teatro é mágico! a febre
Assim, exatamente assim, é que me sinto ao
anunciar o lançamento e apresentar o primeiro
exemplar da Pop!

dos musicais nos palcos e A revista é visceral. É fruto do amor pela


música e do aumento de temperatura corporal
conheça a MOJO BOOKS! que o assunto suscita em cada um.

A música pop, a música de games, a música

13
que fica e a que estávamos quase esquecendo!

Os quarenta anos da música dos Corações Soli-


tários do Sargento Pimenta, e os quatro meses

nx-zero de lançamento do fenômeno Mika. O Teatro de


Revista e o teatro Mágico. Madonna e a música
Gótica alemã. O emo nacional e o gringo.
de disco novo e franja nova
É tudo Pop.

14 É o que a gente gosta de gostar e o que não


pode nem ouvir...

mc fly Eu adoro o que você odeia, e vice versa. E é


assim mesmo. É música!
all about they! conheça esta nova É a música que se ouve escovando os dentes,
mania que conquistou a molecada no Ipod, no carro, no trabalho.

A música que relaxa e excita.

16 A música que move e remove.

A música que fecha e que abre.

sgt. peppers A que a gente faz e que jamais faria.

O velho e o novo.
o clássico completa 40 anos
Tudo aqui.

É maravilhoso apresentar uma revista nova,

20 uma nova visão e nova audição, a nossa.

Pop.

mika
a nova mania
da música pop
Come
25 together,
enjoy
guia
os novos de justin timberlake, ivete the party!!!
sangalo e gram
............................
uma
nova experiencia

mp3
câmera integrada
bluethooth
sony
............ .... ........ ......
bob marley Patti Smith eo
PoP akon velho hábito do cover
páginas 8-10
pato fu

DROPS
DIVULGAÇÃO

Tudo novo
(de novo!)
Novo cd do Linkin Park
mostra re-invenção da banda
por rafael arbulu

Sempre dizem que uma trilogia tem


tudo para ter enorme sucesso...na ter-
ceira e última produção de seja lá o
que diabos for. Com certeza, o Linkin
Park decidiu fugir de tais crendices e se
mostrou reformulado em seu novo álbum.
O vocalista / guitarrista / percussionista
Mike Shinoda disse ter como intenção, no
novo disco, “lançar um novo capítulo. À
meia-noite é onde começa o próximo dia,
e é exatamente onde nós estamos agora:
no dia seguinte”. Não por menos, o novo
cd foi batizado de Minutes to Midnight, o
primeiro dos californianos em uma “tri-
logia” de anos, após os relativos suces-
sos de Live in Texas e Collision Course.
Muito disso se deve à produção, coman-
dada por nada menos que Rick Rubin,
responsável, entre outras coisas, por
Stadium Arcadium, do Red Hot Chili Pep-
pers, e cuida também do novo álbum do
Metallica. A participação dele certamente
dificulta o trabalho de qualquer crítico em
tentar rotular o novo trabalho da banda
liderada por Shinoda e Chester Benning-
ton: Hands hold high parece um coro gos-
pel com dedilhadas rock ‘n roll enquanto
No more sorrow é heavy metal das anti-
gas. “Esquizofrênico” seria uma palavra
bastante adequada para essa produção.
Ironicamente, por mais variado que o
disco possa parecer aos olhos do públi-
co-fã, o Linkin Park ainda se considera o
mesmo de sete anos atrás. “Este disco é
uma combinação de diferentes elementos
de inspiração e coisas que vivemos através
dos anos”, filosofa Shinoda. O guitarrista
Brad Delson assina embaixo, dizendo que
“apesar de ter cem por cento de certeza
de que os fãs vão concordar, nos senti- 3
mos satisfeitos e aliviados de que este é
o melhor disco que podíamos ter feito”. d
Clichês à parte, Minutes to midnight é, z
antes de qualquer coisa, para quem tem
paciência de escutar nu metal, caracter- b
izado pelo começo aparentemente pouco m
trabalhado, mas com marcante evolução
ao longo de seus discos. O disco é bom
e soa agradável à audição mais exigente. 7
.............................
...............................
d r o p s ztunel do
TE M PO
d
paulo ricardo Renato - E tua formação musical o rádio e vinha aquela
qual é? coisa horrorosa, eu
Paulo - Minha primeira referência é morria de medo. Eu não
a Jovem Guarda. Desde garotinho sabia o que tava rolando

1986
adorava contar as músicas, sabia na época (70), mas sentia
todas as do Roberto Carlos da época
alguma coisa errada.
Em Ritmo De Aventura. Na época,
Paulo - Ainda tinha o
inclusive, eu fui manequim infantil,
problema das meninas que
mas parei com oito anos porque
eram inatingíveis, sempre
comecei a achar coisa de veado...
propriedade dos caras
[desculpa a intromissão, mas ima-
mais fortes. Eu tinha um
gina o Renato ter que ouvir esse tipo
Um refrigerado sores legais, talvez hoje estivesse
trabalhando no Banco do Brasil. de coisa?!]
pouco de complexo de
inferioridade, não era
restaurante em Paulo - Eu era crítico de música por Renato - Eu não gostava de bom em nenhum esporte,
trabalho, para ganhar dinheiro e sair Jovem Guarda, de xerox, de coisa
uma fornalha de de casa. Com 18 anos, saí e formei
detestava futebol. Eu só
cantada em português. Com cinco gostava de bicicleta, às
tarde carioca. uma banda, na qual já tinha o aninhos eu já ouvia Beatles... vezes ia pedalando até o
Schiavon. Comecei no Canja e passei
Este o local do para a Somtrês, mas em 83 já tava
Paulo - Eu adoro Beatles, mas com aeroporto...
doze anos eu ainda ouvia muita Renato - Que é longe
crime, onde Tom de saco cheio de escrever. Então um trilha de novela, muito Elton John, pacas. Ao invés de jogar
dia simplesmente deixei de entregar
Leão conseguiu as matérias.
Jackson Five, Stevie Wonder...
Sempre fui apaixonado por música
futebol eu ia ao cinema
ou ficava ouvindo discos
reunir os vocal- Renato- O que você ouve atual- negra. Eu sou carioca, Beatles só foi
em casa. Depois que gan-
mente? pintar pra mim em Brasília...
istas da Legião Paulo - James Brown e Marvin Gaye. Renato - Você morou em Brasília? hei a fama de roqueiro,
Urbana e do Comprei todos do Hendrix, Cult... Paulo - Eu odiava. Porque eu saí do passaram a me achar
Renato - Você gosta de ler? Rio, aí fui morar em Florianópolis, maior perigo, tipo assim,
RPM, e também Paulo - Sim, mas tenho problema maior paraíso, vida de moleque de aquele ali é maconheiro.
dois dos melhores com textos longos, tipo Ulisses. rua, praia, mil gatinhas... Foi um Paulo - Era gozado, pois,
Acho que deveria ler mais os clás- horror. Tinha 12, 13 anos, era uma se você era diferente, era
letristas do rock sicos. época de ajustamento social. Eu não esquisito ou roqueiro.Eu
brasileiro. Não foi Renato - Como você compõem? gostava daqueles guetos, aqui só não fui afetado pelo punk,
Paulo - Normalmente coloco a letra para filhos de militares, todo mundo pois era um puta perfecci-
preciso mais que em cima da melodia... é filho de alguém, não se misturam, onista. Na época eu delirei
uma pergunta Renato - Antigamente eu escrevia não trocam idéias. Tinha acabado muito com o primeiro
disco do Beto Guedes.
as letras antes, e depois ia encaix- de sair do paraíso para o planalto
para disparar o ando nas músicas. Atualmente já central. Eu não acreditava. Sentia Renato - A gente pre-
fogo cruzado. penso mais como é que vai ficar a o ar seco. Não gostava da divisão,
eixão, eixinho, todos os prédios
cisa tomar cuidado com
letra na música e tento fazer junto. esses aí, que eles vivem
iguais... Era uma cidade muito boa pegando idéias da gente.
POP - O que vocês faziam Qual a que você mais gostou de para velho ou criança. Era calmo,
compor? Eu ia gravar “London,
antes de suas respectivas muito playground.
Paulo - “Revoluções Por Minuto”. London” também... A
bandas? Renato - É gozado, pois a gente
Renato - Eu dava aulas de Foi a que me deu mais trabalho. Fiz gente tinha uma música
pegou isso e começou a trabal-
inglês por dinheiro, mas umas cinco versões... chamada chamada “Rev-
har justamente em cima disso.
adorava. Depois que ter- Renato - A que eu mais gosto é “A oluções por Minuto”...
Anarquizar mesmo. Você foi numa
minar as coisas que estou Cruz e a Espada”. Você é quem Paulo - Foi sem querer.
idade foda. Com 16, 17 você bar- Renato - É super, né?
fazendo, pretendo voltar compõem todas?
a dar aula. Eu tentava ser Paulo - Neste disco calhou de a bariza. As turmas são jóias. Supercoincidência. (E por
para os alunos um mentor, maioria das músicas serem minhas. Paulo - E eu ainda usava óculos, os
garotos maiores implicavam comigo.
coincidência também,
alguém em que eles pudes- Mas existem algumas todas minhas pintam no som ambiente,
sem confiar, o que falta Renato - Eu morei dois em Nova
e outras que o Schiavon fez a música
York, entre 67 e 69, com Monkess em seqüência, “A Cruz
muito hoje em dia. Se eu e eu meti as letras...
3 e Jimi Hendrix fazendo shows e a Espada”, do RPM, e
não tivesse tido profes-
do lado e eu nem sabia. Então, “Soldados”, da Legião).
d
quando fui para Brasília, cheguei
z “eu_adoro_Beatles,mas_com sabendo de tudo e aqui não tinha
b doze_anos_eu_ainda entrevista publicada
m ouvia_muita_trilhadenovela, nada. Tinha esquecido como era o originalmente na re-
muito_EltonJohn, Brasil, como era feio esse lugar. Lá vista BIZZ em Junho
JacksonFive,StevieWonder...“ eu tinha tudo, TV a cores (aqui só
de 1986
8 chegou em 72). Aqui meu pai ligava

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..............................
games
DIVULGAÇÃO

top
6
Redescobrindo o Play
Sony se reorganiza na nova geração POP seleciona e
Falha no lançamento. Fato inegável que
aconteceu com o Play3, o que não tira sua
recomenda as 6 melhores
clipes do mês
k
massiva superioridade em relação aos de-
mais, ao contrário do que possam achar.
Muito se disse sobre muita coisa, mas é
bom esclarecer uns tópicos:
O PS3 não perdeu todas as exclusivi-
dades, somente GTA 4. Final Fantasy XIII

1
grace kelly
e Metal Gear 4 são os mais esperados
jogos sonystas. O console foi sucesso de vendas no seu lançamento,
com 2 milhões de vendas entre EUA e Japão, sendo que, hoje, em cada 3
estadunidenses, um tem o aparelho. Todo esse ba-fá-fá se deu pelo simples
motivo de que PSOne e PS2 não tinham concorrentes, o que mudou na nova Mika - Refrão grudento, vocais
geração, com a presença do Xbox360 e o Nintendo Wii. A Sony tem tudo inspirados... o rapaz encarna o Freddie
u
para mais uma vez dominar o mercado. Vida longa ao PlayStation 3! RA Mercury e transforma nossos dias mais
felizes

2
new york, new york

“ comer chocolate é com


o Frank Sinatra - Nada melhor que


olhar para o passado, para entender
o presente e prever o futuro. Com um

sentir um orgasmo!
ótimo interprete cantando uma grande
canção!

3
britney spears
filosofando
alleine zu zweit
Lacrimosa - Boa sonori
dade, arranjos
bem feitos e som esteti
camente belo.
Precisa de mais o quê?

4 vida diet
Pato Fu - A sempre meiga Takai fala
sobre como nos adaptamos a tudo.
“me habituei ao pão light...”

symphaty for the deJávil

5
é de 68.
Rolling Stones - A canção
de film e... A letra
foi trilha de novela,
interi or. De scarado,
fala do demônio
utor. A música é
devasso, íntimo e sed
um abuso de tão boa!

6 music
DIV
UL
GA
ÇÃ
O

3
Madonna - Totalmente
inspirada na d
house francesa, Mado
um hino POP de refrão
nna cria mais z
chiclete b

mc fly
a
m

banda da semana 9
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PoP

Inspiração à moda antiga


Patti Smith e o velho hábito do cover por rafael arbulu
Bob Dylan, Rolling Stones, The Who, caram época, em que Patti Smith, mesmo os roqueirinhos atuais po-
Jimi Hendrix. Todos grandes nomes do hoje com 60 anos, acredita dar conta. dem enriquecer podem enriquecer o
rock mundial que atravessaram a linha “Eu era muito corajosa quando era interesse na vovó-quebradeira quando
do tempo cada qual com sua influên- jovem (...) mas me via como artista. ouvirem-na cantando Smells like
cia. O que esses deuses da arte pode- Agora sou mais confiante como teen spirit, do falecido ídolo-quase-
riam estar fazendo na seção de Drops? cantora.” diz a senhora roqueira. deus Kurt Cobain e seu Nirvana.
Não, os Stones não estão lançando um Contando com convidados como Somente para citar algumas pérolas
disco novo, nem tampouco Bob Dylan Richie Robinson (guitarra do Black do rock and roll (aquelas que fizeram
está sendo aqui transcrito em outra de Crowes) e Sam Shepard, ator, cineasta história meeeesmo!). Vejam o que
suas polêmicas entrevistas. O foco aqui e tocador de banjo, Smith toca com Patti Smith tem a dizer sobre elas:
engloba todos esses nomes, mas gira sua banda de longa data e, não con-

curtas
em torno de outro nome: Patti Smith. tente apenas com covers, incluiu no Jimi Hendrix – Are you experienced?

k
“Fiz essa lista para um possível disco também faixas da Allman Broth- “Ainda hoje vejo o local onde sentei
disco de covers em 1977”, diz a guer- ers Band e Stevie Wonder, e por estar- com ele, na escada do seu estúdio, o
reira ao abri um livro de registros mos falando especificamente de Patti Electric Lady. A primeira vez que a ouvi
familiares. A idéia partiu enquanto Smith, um cunho político não poderia foi com o Isley Brothers em 1964. Nem Coca-Cola
Smith se recuperava de uma queda deixar de estar presente: os fãs po- sabia quem era o Jimi nessa época.” é “top-of-mind”
sofrida naquele mesmo ano. E, trin- dem esperar Everybody wants to rule Após jantar em um hotel alemão com
ta anos depois, nós temos Twelve. the world, do Tears for Fears. “Pop The Rolling Stones – Gimme Shelter a sua namorada, Justin Timberlake, foi
Composto somente por covers dos ou não, ela tem relevância política”. “Nunca entendi o poder dessa música alvo de uma discussão. O pop-star foi
nomes citados acima e muitos out- Smith acredita que cada faixa, inde- até cantá-la. Mick Jagger chama o povo buscar algo no quarto quando teve um
mal entendido com um hospede que
ros, o disco é um compêndio de pendente da época em que foi escrita de ‘filhos’ e expõe guerra e amor, coi-
jogou uma lata de Coca-Cola na cabeça
raridades e pratas musicais que mar- e composta, é bastante típica, mas sas que são igualmente possíveis.”
de Timberlake. Depois do acidente Jus-
tin ficou bravo e foi frio com os fãns.

Is this Love
click Neste ano (2007) o álbum “Exodus” de
Bob Marley fez 30 anos e a gravadora
que o lançou Island Record teve uma
idéia diferente para a comemoração. De-
cidiram lançar o álbum no formato pen
drive. Essa idéia já foi usada antes pela
banda canadense a Barenaked Ladies.

Novos Esportes
pato fu O cantor de musica black Akon está
vila mariana 08.06 cada dia mais louco. Depois do seu
ultimo incidente em shows (simular uma
sena de sexo com uma menor no palco)
o musico resolveu inovar. Desta vez
resolveu jogar um fã do palco. Tomara
que essa moda não pegue.

Download Festival on-line


para os “brazucas”
O Download Festival, evento que vai
ser apresentado na Inglaterra de 8 a
10 de junho, terá transmissão on-line
para os que não podem pegar um avião
e ir até lá. Os interessados podem
acompanhar os shows pelo site www.
downloadfestival.co.uk. O festival
contará com Korn, Linkin Park entre
outros.

3 Fala mal mas paga pau


d Lobão depois de dez anos de criticas
pejorativas à MTV muda o discurso.
z Após a gravação do seu acústico pela
b emissora, foi convidado para mediar
o programa Debate MTV, onde sub-
m stituirá “Cazé” que já apresentava o
programa.

10 FOTOS: CAIO FOCHETTO

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indie-pop
PoP A banda Wonkavision garante que
não tem medo de ser POP. Numa
alternância de vocais masculinos e
femininos, cria uma identidade forte,
arrebatando os fãs moderninhos

garimpo
DIVULGAÇÃO

a pedra
mais alta
por ariane mazza

Lacrimosa Multimídia
Com doze músicos e três artistas olhar. A banda está no palco, to-
circenses, o Teatro Mágico entra em cando com seus rostos pintados. Na
cena. É um projeto multi-artistico que platéia, garotas vestidas de bonecas
usa a música como instrumento prin- correm de um lado para o outro. Na Cds, Dvds... banda gótica quer dominar o mundo
cipal para reunir poesia e circo, fazen- boca do palco, pessoas vestidas de 3
do uma grande mistura de maracatu,
rock, hip hop, música erudita, samba.
palhaços e um rapaz que “brinca”
num trapézio. Assim fica difícil, mas
d
A Hall of Sermon, matendo a tradição de revelar à música de personagens do
Mistura esta que deu mais do que certo. este é o diferencial que torna o Teatro underground, anuncia o lançamento do CD Lichtgenstalt (Criatura da luz), do z
Entre malabares e tecido a trupe do
Teatro reúne um público que lota as
mágico um fenômeno entre todos
os públicos. A trupe apóia a ONG
grupo suíço Lacrimosa, carro-chefe do selo da gravadora e, sensação entre os b
latinos americanos. O disco é constituído de 13 músicas inéditas, gravadas em
apresentações no Brasil à fora. Coisa “Idéias em ação”, que tem o intuito 2005, na Alemanha e tem letras em alemão e inglês. A banda também conta m
rara hoje em dia, principalmente pela levar conhecimento e colaborar no com o apoio da orquestra sinfônica do país e todas as músicas, como nos anti-
ditadura musical que assola as rádios desenvolvimento de todos. Também gos trabalhos, contém composições do vocalista Tilo Wolff. Aproveitando a
e televisões, e deixa pouco espaço tenta mostra as cicatrizes deixadas onda do disco, vai ser lançado no mês que vêm 11
para quem quer divulgar sua arte. na sociedade com a omissão de atos um dvd de clipes inéditos da banda, to-
Liderado pelo vocalista Fernando simples que muda o dia-a-dia de dos com figurino de Anne Nurme e
Anitelli, o Teatro Mágico surgiu com muita gente. Saiba mais sobre a ong produção de Wolff. Os lançamen-
a idéia de levar aos palcos a estrutura no blog: http://ideiasemacao.zip.net. tos serão no evento Ozzfest, dia
de um sarau. E nesse clima, a banda Caso ainda não conheça a banda, o 17 de junho, onde a banda fará
foi ganhando um músico aqui, um material está disponível na internet. uma performance aberta com
trapezista ali formando a companhia, Anitelli diz que o preço dos Cd’s são a nova música de trabalho,
que no último dia 16, comemorou três alarmantes. Pensando nisso, e em que dá nome ao álbum. Dois
anos de vida com muita arte e alegria. quem não tem internet, eles vendem dias antes do evento, haverá
Em dado momento, o espectador seus Cd’s por R$5 nos seus shows. uma grande coletiva de im-
simplesmente não sabe para onde Já venderam mais de 40 mil cópias. prensa no hotel Hilton.

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PoP

A febre do teatro musical


Muito antes da febre, o gênero já fazia grande sucesso por claudia urbaniski
Popular a partir do final do século Ópera”, uma mega-produção com- a seus espectadores. Vencedor do
XIX, o teatro de revista, assim chama- posta por 17 músicos e 38 atores Prêmio Shell (um dos prêmios mais
do por ter seu texto focado na revista, (sem considerar a equipe por trás do importantes para o teatro brasileiro)
ou seja, na recapitulação dos principais espetáculo), custou impressionantes na categoria direção musica.
acontecimentos do país, se destacou 10 milhões de dólares aos produtores. Os musicais chegaram para ficar
por suas cenas de caráter cômico e de Os mesmos que apostam agora em e estão cavando seu espaço em to-
crítica política e social, com números “Miss Saigon”, em cartaz no mês de dos os gêneros: desde comédias
musicais e muita excentricidade. julho no Teatro Abril, em São Paulo. musicais até espetáculos infantis.
A principal diferença entre o an- Numa tentativa de resgatar a iden- A dica é não esperar pra ver e ouvir!
tigo teatro de revista e os mu- tidade cultural brasileira, algumas
V. GONÇALVES
sicais atuais é a legitimidade. produções tupiniquins tentam fazer
As produções feitas hoje são, na sua espetáculos com histórias pertinen-
maioria, cópias daquilo que se produz tes à nossa realidade. Um exemplo
nos EUA, mais especificamente na é o espetáculo “Rádio Nacional – As
Broadway. Não há uma identidade ondas que conquistaram o Brasil”, da
brasileira, nem tampouco um es- Vigone Produções Artísticas. A peça,
forço nesse sentido. O conteúdo é como o próprio nome já diz, conta
‘enlatado’, já vem pronto. Músicos, a história da Rádio Nacional. Com
atores, cantores e bailarinos ensa- um elenco composto por 11 atores
iam exaustivamente para chegar a cantores e 4 músicos, é uma alterna-
uma cópia fiel do original. A beleza tiva brasileira aos ‘enlatados’. Com
e magnitude desses espetáculos um orçamento infinitamente mais
são incontestáveis. “O Fantasma da enxuto, a produção agrada, e muito,

Ouça o disco, baixe o livro


E se o seu disco predileto virasse literatura? por vinicius gonçalves
“I put the grrr in swinger, baby!”, re- Speculum. Embebida em cultura pop, isso, fizemos a proposta e os autores
sponderia o personagem Austin Pow- a coleção propôs um desafio a seus aceitaram o desafio de tentar captu-
ers. Seria como um pacto demoníaco, autores: extrair o mojo de um ál- rar o mojo desses álbuns trabalhá-lo
apostaria Screamin’ Jay Hawkins. bum musical e recontá-lo em ficção para se transmutar em boa ficção
Mostraria como é uma visita à Louisi- literária. Narrativas variadas, com pop. Cabe ao leitor nos dizer se foi
anna, cantaria Muddy Waters. Jogaria amores, brigas, violência — por vezes ‘fisgado’ pelos acordes literários ou
um feitiço no leitor, repetiria Nick Cave. tristes como algumas canções ou com não. Esperamos que sim.”, prossegue.
Três acordes, variações de ritmo, le- o ritmo ágil de um bom rock n´roll Os primeiros quatro volumes serão
tras mágicas, escalas sob medida, — estão espalhadas pela coleção. lançados no próximo dia 2 de dezem-
virtuosismo dos músicos, não im- A MOJO BOOKS tem edição mensal, bro e trazem Technique, do New Or-
porta. They got their mojo working. totalmente gratuita, e foi criada para der, revisto por Ricardo Giassetti, #1
O disco perfeito exala um tipo de o ambiente digital — seus volumes Record, do Big Star, ficcionado por
magia que não entra só pelos ouvi- podem ser baixados em formato PDF. Luiz Cesar Pimentel, Black Celebra-
dos, mas toma sua alma emprestada “A internet é um dos espaços mais tion, do Depeche Mode, recriado por
pelo tempo de algumas faixas. E valiosos para a cultura pop. Então, Danilo Corci e In It for the Money,
o pacto de encruzilhada, aqui, é foi um caminho natural escolher esse do Supergrass, recontado por Delfin.
feito citando nomes da cultura pop. suporte para veicular o projeto”, diz Like a Prayer (clássico da cantora Ma-
Agora, esse feitiço poderoso trans- Danilo Corci, organizador da MOJO donna), re-contando por Alex Oliveira
forma-se em literatura. Se um disco BOOKS, sobre a escolha do formato é um dos últimos lançamentos da
pudesse ser convertido em pala- para a coleção. “Além disso, sempre MOJO e já está esgotado. Vale con-
vras, que história que ele contaria? acreditei que um bom disco pode ferir! Para saber mais sobre a coleção
Com essa proposta surge a coleção ser lido, em todos os detalhes, para MOJO BOOKS, visite o endereço

curtas
MOJO BOOKS, lançada pela revista além da óbvia alusão às letras. Com www.mojobooks.com.br.

3
d
z
O início do fim
De volta às telonas Elizabeth Swann,
Keira Knightley; Will Tunner, Orlando
Bloon, e o Capitão Barbossa, Geofrey
Rush, estão dispostos a ir até o fim do
Jerry Bruckheimer é o ultimo de uma tri-
logia que conquista de adultos a crianças,
juntando trapalhadas, romances e bons
atores com um contexto aventureiro que o
torna um sucesso de bilheteria no mundo
inteiro. VG
noite acha um ovo de dragão. Com o
desenvolvimento da leitura ovo se choca
e dele surge Saphira, um dragão fêmea,
que junto com Aragon vão passar
por varias aventuras até enfrentarem
Blefe ou verdade?
Era uma vez, há mais de 12 anos, um
rockstar chamado Axl Rose, prometeu
lançar um álbum chamado Chinese
Democracy, a promessa não vingou,
k
Galbatorix, um tirano que governa o
mundo para salvar o anti-herói Capitão
b Jack Sparrow, Johnny Deep, da prisão
reino de Alagaësia. O livro escrito por
Christopher Paolini é o primeiro de uma
apesar de quase todo o albúm já ter
cáido nas mãos dos internautas. Um
m de Davy Jones. O filme, Piratas do
Caribe – No fim do mundo, dirigido
Mundo Mágico trilogia e para os fãns de histórias que outro boato, é a possibilidade de sua
O épico conta a história de Eragon, um misturam magias, seres encantados e banda vir ao Brasil fazer um show, no
por Gore Verbinski e produzido por Mineirão, no dia 2 ou 17 de novembro.
jovem que depois de sair para caçar uma grandes batalhas medievais. VG
12
.............................
PoP
explosão
EM O
Melodia, atitude e desilusões amorosas
por vinícius gonçalves

marcam o novo disco da banda NX Zero


Existem duas maneiras de se encarar e apresentar uma banda: pelos fatos
ou pela impressão que esta causa. No caso dos paulistas NX Zero, que
têm idades entre 18 e 19 anos, ambos importam. Vamos primeiro aos
fatos, contra os quais não há discussão.

O conjunto existe há cinco anos, tempo suficiente para lançarem dois dis-
cos, sendo que este, homônimo, é o primeiro por uma gravadora grande,
Arsenal, e já com as quatro mãos de dois midas do gênero na mesa de
som, Rick Bonadio e Rodrigo Castanho.

O clipe da música que abre o disco, “Além de Mim”, tem alta rotação na
MTV e já chegou ao topo do programa “Disk”. No embalo, o quinteto já
rodou do Sul ao Centro-Oeste do país, tocando com bandas como Dead
Fish, CPM22 e Cachorro Grande. No ano passado, levaram de uma tacada
os prêmios de melhor banda e música (“Além de Mim”) em votação popu-
lar no site Zona Punk, à frente de big shots com carreira já sedimentada
nas rodas de pogo.

NX Zero é uma banda que trafega com a cabeça erguida no subterrâneo


do rock, em mistura suculenta do poder de ataque do hardcore sovada em
vocal e camadas instrumentais de melodia. As letras trafegam menos pela
emoção (ou falta de) e mais por viagens interiores. Introspecção que ganha
dramaticidade em camadas de guitarras e sustentação vigorosa da cozinha
bateria e baixo.

“Tarde Demais” é uma bela balada que abre a porta e estende o tapete para
a bate-cabeça e bilíngüe “Uma Chance”. “Mentiras e Fracassos” soa heavy
metal no riff inicial dos guitarristas Gee Rocha e Fi Ricardo até Dani espan-
car seu kit e reconduzir o som para o trilho HC. E “Um Outro Caminho” é
o desfecho que condensa todos os elementos acima – melodia vocal, peso,
quebradas, boas letras, guitarra potente, baixo preciso.

Você pode até duvidar de tudo o que foi dito. Por isso proponho um de-
safio: que coloque o CD para rodar e tire as próprias conclusões. No final,
pode até não concordar comigo, mas não há como ignorar a trupe de fãs que
endossa as conquistas do NX Zero dos primeiros cinco parágrafos.

3
d
z
b
m

13
PoP
all about they!!!
MCFLY
por elaine gomes
Imagine uma banda inglesa que
começa com dois integrantes que
compõem muito bem juntos, que de-
pois recebe os outros dois integran-
tes e entra pro livro dos Recordes
como a banda mais nova a ficar, por
duas vezes, em primeiro lugar no
topo das paradas britânicas. Quem
pensou nos Beatles errou! Esse é o
McFly. O maior fenômeno musical
inglês dos últimos tempos...

Os meninos mandam muito bem,


fazem uma música que é uma
delícia e ainda tem letras de en-
louquecer. Aaah eu disse que eles
são super gatos? Eles são sim...

As fãs do grupo aqui no Brasil


são super dedicadas e organiza-
das. Os sites e as comunidades
deles no Orkut têm tu-do!!!
Um pouco de toda atividade
é pra compensar a falta de
lançamentos nacionais... que-
remos McFly!!!!!

McFly (que tem esse nome por


causa do filme “De volta para
o futuro” – era o sobrenome
do personagem principal Marty
McFly, feito pelo Michael J. Fox)
começa quando Tom Fletcher
fica sabendo que estão fazendo
testes pra uma vaga naquela que
viria a ser a banda Busted. Ele não
consegue a vaga, mas fica amigo
do empresário, que resolve formar
também outra banda, agora com
ele!

Em seguida veio Danny Jones (ex-


atamente de qual planeta ele caiu,
ainda é um mistério), que já tinha
experiência em bandas e compunha
3 bastante. Nessa época, (meio do
ano de 2004) a Universal coloca
d outro aviso na NME- New Musical
z Express, uma revista inglesa espe-
b cializada em música e pelo anúncio,
aparecem Doug e Harry!
m
O McFly está completo! Os quatro
14 se mudam pra uma casa no norte de
Londres onde começam a gravar suas
músicas e a conquistar fãs devotadér-
rimas!

prom i s sa do,
scom
Um tempo depois, eles fazem uma

ro ck d e
lico
participação superespecial num
com u m pú b filme de ninguém menos que a

quist a
banda con
Lindsay Logan... (dizem as boas
e as más línguas que ela teve um

d o ad o le scente caso com Harry. Essas estrelas

além
de Hollywood sofrem né?).Nesse
mesmo ano, eles faturaram o prê-
mio Banda Revelação do Disney
Channel Kid’s Awards 2004.

Quem achava que o McFly era


“só mais uma bandinha” está
hiper mega blaster engana-
doooo. Os caras trabalham
muito, além dos muuuitos
singles (que saem com DVDs,
coisa fiiina); eles regravaram
Lola (do grupo inglês Kinks
– que está numa lista da
Rolling Stone entre as 500
músicas mais importantes da
história) e Dont stop me now
do Queen, o que mostra que
os caras sabem e-xa-ta-men-te
o que estão fazendo. Melhor
pra nós.

Além de fofos e antenados, o


McFly é uma banda engajadér-
rima: tocam no Comic Relief
(evento britânico para angariar
fundos pras crianças carentes
do mundo todo), participam de
uma campanha pra incentivar as
crianças a freqüentar escolas (de
qualidade) e vivem de olho em
projetos sociais bacanas!

just my luck 3
d
é o segundo disco z
b

da banda
m

15
PoP
Quatro décadas a
nos brindava com
Rufem os tambo
Sargento Piment

quarent

3
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b
m

16
atrás um quarteto
uma obra-prima.
ores. A banda do
ta está em festa!

ta anos
3
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m

17
confusão, George cansado, resolve Four e A Day in the Life. O introdução

Há 40 anos os Beatles lançavam seu oitavo Lp. Sgt


Pepper’s Lonely Hearts Club Band foi uma opção aos Beatles por quem as fãs
abandonar a banda. Com a notícia,
os quatro se reuniram e resolveram
o impasse não fazendo mais apre-
instrumental para A Day in the Life é
impensável, a orquestra, o melotron,
os sons indianos... numa gravação de
arrancavam os cabelos e perdiam a voz! Eles estavam cheios dessa histeria. sentações ao vivo. O que diminuía apenas duas faixas de quatro canais!
Depois de Revolver, que já trouxe ares de mudança e é considerado por mui- em muito a pressão e mantinha o Uma nota triste do álbum é que dos
tos o melhor disco dos Fab 4, Sgt Pepper’s levou a arte ao máximo da experi- time jogando “tranquilo” e unido! quatro, apenas dois chegaram aos
mentação. Quando antes eles se arriscavam apenas na música, esse LP era Ainda assim, criaram uma banda sessenta e quatro anos, cantados e
conceitual na capa, no modo de ouvir, nas propostas e também na música. alter ego, a Sgt Pepper’s Lonely planejados em When I’m Sixty Four,
Numa época e que o mundo vivia movimentos isolados- morria Che Hearts Club Band. Duas faixas im- já que John foi morto aos quarenta
Guevara, Gabriel Garcia Marques lançava seus 100 anos de Solidão, e o portantes acabaram ficando de fora: e George morreu com cinqüenta e
Brasil aprovava a constituição da Ditadura com o cerceamento de to- Penny Lane e Strawberry Fields . John oito. Paul tem hoje sessenta e cinco e
dos os meios de comunicação- eles colocaram cores na paleta do futuro. lamentou por muito tempo a inclusão Ringo, sessenta e sete (a mesma idade
John, Paul, George e Ringo voltaram de uma turnê cheia de dores de ca- de Good Morning Good Mornig, que John teria se Chapman tivesse
beça. Em Tóquio, eles não conseguiram se apresentar porque o esquema de segundo ele uma das maiores por- tomado seus remédios naquele dia).
segurança era tão maluco que os deixou presos no Hotel na hora do show... carias que ele compusera na vida! O disco recebeu 4 Grammys (mel-
De lá, seguiram para as Filipinas pra descobrir que foram contratados, não Era a época das drogas recreativas. hor álbum, capa, álbum de música
para cantar, mas para participar de uma recepção da primeira dama Imelda John negou até a morte que Lucy In The contemporânea e engenharia de som),
Marcos. É claro que eles não apareceram na festinha da rainha dos sapatos, Sky with Diamonds tenha sido uma mas curiosamente perdeu a disputa de
mas é uma dica do quanto a idolatria pessoal tinha cansado nossos heróis. alusão ao LSD, que tratava-se de um introdução instrumental de A Day in
De lá, após duas semanas de descanso, seguiram para os EUA para, se- desenho que Julian (seu filho) fizera the Life para a caretíssima Strangers in
gundo George “serem massacrados”. John havia feito um pouco antes ao de uma amiga de escola. Mas a can- the Night. O mundo não estava assim
Jornal Evening Standard a célebre menção á popularidade deles comparada ção é completamente lisérgica e está tão preparado para a Banda dos Cora-
à de Cristo. Na verdade, ele estava fazendo uma crítica à idolatria exagerada aí pra quem quiser ouvir e tirar suas ções Solitários do Sargento Pimenta.
aos Beatles, mas é claro que a interpretação foi oposta!!!!! Depois de tanta próprias conclusões! When I’m Sixty ELAINE GOMES

FOTOS: DIVULGAÇÃO

3
d
z
b
m

18
a capa
Na capa,os quatro fotografados de uniformes
militares multi coloridos cercados da maios salada
social da história! Marlene Dietrich, Bob Dylan,
Freud, Aleister Crowley, Marylin Monroe, Edgar
Alan Poe, Oscar Wilde, Karl Marx, Marlon Bran-
do, Lenny Bruce, Stuars Sutcliffe (antigo baixista
da banda) entre outras personalidades que só com
os Beatles foram capazes de juntar. Diz a lenda que
John insistiu para que Hitler e Jesus Cristo fossem
incluídos na capa, mas não foi ouvido.

“Quando eu ouvi Sgt.


Pepper foi um soco no
estômago, porque a
concepção de disco, de
música, não existia nada
que chegasse perto. É o
Dark Side of the Moon
dos Beatles.”
(Sergio Dias, dos Mutantes)

“A primeira fita cas-


sete que eu tive na vida
foi uma compilação dos
Beatles. Eu copiava os
vinis de uma amiga
minha, tinha tudo em
cassete, e depois eu fui
perceber a quantidade
de música boa que tinha
em Sgt. Pepper.”
(Fernanda Takai, Pato Fu)

“Sgt. Peppers é mara-


vilhoso. Está fazendo 3
quarentinha, mas com d
z
a maior categoria, com
b
carinha de 18.” m
(Roberto Frejat, do Barão
Vermelho) 19
PoP

up
ssumo r a
do POP
Irreverência e som
deliciosamente
POP, fazem de
Mika o artista de
2007

3
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20
3
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z
b
m

21
........
FOTOS: DIVULGAÇÃO

o P “uma porrada de
P
entusiasmo”
por elaine gomes

M ika é uma porrada de sonoridade


e entusiasmo. É de assustar tan-
to talento, tanto ritmo, tanta pilha...
Impossível ouvir sua música e não se
empolgar com riff’s, letras ou batidas
(Love Today é um fenômeno de Super
Bonder cerebral). Até os clipes são bons!
Concorrente poderoso para a cata
lização de atenções que seguia natu-
ralmente para Amy Winehouse,
Mika encanta e hipnotiza. Ele cos-
tura tendências, e passa por cima
das regras musicais regentes, como
se fossem simples banalidades (que
realmente são). A felicidade é ur-
gente e a afetação é na medida certa.
Mika empolga e traz esperan- para piano chamada “Angry” (raiva),
ças no talento livre, no dom e que ele hoje classifica como horrível.
na vontade de cantar por prazer! Quando tinha nove anos, a famí-
É a dulcíssima vingança. A última lia mudou-se para Londres onde
risada da Música Pop, temperada ele sofreu muito na escola com o
com um profundo e genuíno dar de bullyng dos colegas. Os ingleses
ombros pra quem se incomodar. são famosos e mundialmente con-
Esse “não to nem aí” acompanhado hecidos pela “tolerância” com imi-
dos rendimentos inimagináveis que grantes, principalmente libaneses
essa careira promete, soam mais que disléxicos... Tanto que ele acabou es-
irônicos.Mascombinamperfeitamente tudando em casa por um ano inteiro.
com ele. Cazuza adoraria ouvir Mika.

M
Nem Morrissey nos (poucos) mo- ais tarde, estudou arte em Lon-
mentos de felicidade e descont- dres (na mesmíssima escola
ração, seria capaz de imaginar a onde Freddie graduou-se), depois foi
catarse que esse menino magro e para o Royal College of Music, de
cheio de idéias faria Europa afora. onde saiu para gravar seu primeiro
álbum(depois de penar cinco longos

M ichael Holbrook Penniman


nasceu em 18 de Agosto de
1983 em Beirute, no Líbano. Filho
anos de porta em porta de gravadora).
Aos 23 anos, e duas semanas após
lançar o 1º single do ábum “Life in
de mãe libanesa e pai americano. Cartoon Motion”, Mika alcançou o
Quando ele tinha apenas um ano, a topo da parada britânica. O single
família foi forçada a mudar-se para em questão é Grace Kelly que só no
Paris ,fugindo dos conflitos inter- MySpace foi ouvido por meio mil-
nos (pra quem não sabe, Freddie hão de internautas. A BBC fez uma
Mercury -nascido Farrouk Bulsara pesquisa que apontou o rapaz como
em Zanzibar- também fugiu para o artista mais promissor de 2007
a Europa pelos mesmos motivos). (é incrível com os ingleses vão-se
Mika escreveu sua primeira música tornando mais e mais tolerantes...)
aos sete anos, uma instrumental

S eu trabalho já foi comparado ao


de David Bowie, Scissors Sisters,
Robbie Williams e principalmente
Freddie Mercury (já tem comuni-

“a BBC o
apontou
3 como o
d
z artista mais
b
m promissor
22 de 2007”
.......
dade no Orkut suplicando pelo Mika o nome artístico de Dawack ilus-
no Queen...). Mika diz que cresceu trou a capa e os encartes do álbum.
ouvindo mu-si-ca, todo o tipo de Prato preferido: Batata frita com
música, mas não esconde sua admi- Maionese (quem não tiver uma
ração por ídolos específicos como única preferência gastronômica
Elton John (o balanço ao piano en- trash que atire a primeira pedra)
trega) e (adivinhem) Freddie Mercury! Bandas: The Gossip, Tom Waits e da
As peculiaridades e especificidades banda sueca Body Without Organs.
do cantor e compositor, que foram Sonho de consumo: Roupas do
uma enorme pedra no caminho estilista Walter van Beirendonck
musical e de aceitação pelas grava- (só tem uma loja desse cara em
doras, são hoje seu maior trunfo. San Francisco, ele é o máximo, e
Alguém pode, por favor, me ex- tem um pé na nossa Vide Bula)
plicar a indústria fonográfica? Maior medo: água. Nunca en-
trou no mar (nem pretende).
Drops libanês:
Sua banda: Martin Waugh (gui- Mika por Mika
tara e backing vocal) Michael Choi “Eu nasci no Líbano e viajei pra Paris e
(baixo e backing vocal) Cherisse Londres, pulando de país em país como
Osei (bateria) e Luke Juby (tecla- um hippie com meus quarto irmãos e
dos, guitarra e backing vocals) . irmãs. Vindo de lugares e experiências
Sua irmã Yasmine, que trabalha com diferentes das demais crianças, não

“he tried to be
grace kelly”
me encontrei na escola e me escondi Lamento e me desculpo às pessoas
na música, ainda bem novo. Comecei cujas histórias e personagens eu tenha
a escrever músicas quando ainda era tomado emprestadas. Mas lembrem,
criança, não por ambições artísticas, é apenas uma brincadeira caricata!”
mas por ser uma forma fácil de contar
uma história, uma brincadeira e prin- Trecho de Grace Kelly:
cipalmente as verdades. Diga uma boa I try to be like Grace Kelly
verdade através da música e as pes- But all her looks were too sad
soas não ficarão tão chateadas com So I try a little Freddie
você como se tivesse dito cara a cara. Ive gone identity mad!
Eu baseio minhas histórias em todos, I could be brown
e em alguns. Quanto mais eu me en- I could be blue
I could be violet sky
volvia com a música mais eu me dedi-
I could be hurtful
cava a ela. Fiz a escolha final ano pas-
I could be purple
sado e decidi ir atrás do meu sonho. I could be anything you like
Life in a Cartoon Motion é meu Gotta be green
primeiro disco. E veio com o tema Gotta be mean
da idade, e dos acertos com minha Gotta be everything more
transição da infância até hoje. Como Why dont you like me?
é meu som? É o que diz a letra. Why dont you walk out the door!

3
d
z
b
m

23
..............................
PoP

guia
H.I.M
gram
mika
ivete sangalo
páginas 25-28
DIVULGAÇÃO

Justin Timberlake
FutureSex/Love Sounds
por alex oliveira
k
Antes de tudo um apelo. Dê férias para o Sgt.
Peppers, Thriller, Like a Prayer... imagine que
você renasceu musicalmente. De acordo?
Pois agora coloque o FutureSex/LoveSounds
pra tocar. Não tem como não gostar. Dando
nomes aos bois. No ano passado, em meio
a um marasmo no mainstream POP, Justin
Timberlake lança o seu segundo albúm. Fru-
to de uma esperta parceria com o produtor
Timbaland, o ex-Nsync provou que a afirma-
ção “estou fazendo um novo Thriller” não era
um mero devaneio. Ao invés de copiar as fór-
mulas do (ex?) Rei do Pop, Timberlake sacou
que era preciso captar o espirito do clássico
de 82: o comprometimento com a diversão
– e fez, para espanto de todos, com excelên-
cia. Os singles “SexyBack”, “ My Love” e
“What Goes Around” cumprem bem a fun-
ção de abre-alas. A primeira revisita alguma
sonoridade perdida nos anos 80, “My Love”
é genial por unir vertentes tão distintas: o hip
hop, a soul music e o bate-estaca atual (o
falsete é um charme a mais). A balada pop-
grudenta “What Goes Around” usa uma
improvável cítara como base para Justin (em
uma letra bobinha) destilar suas frustrações
amorosas. Uma tríade de canções certeiras
para arrebatar seus ouvidos.Mas não para
por aí. Um disco quando clássico, precisa de
unidade musical. E Future Sex se ouve de
cabo a rabo.Experimente ouvir a jóia “Damn
Girl” e não sentir vontade de cantarolar no 3
ônibus. “LoveStoned” é funk, é soul, é...um
lampejo de criatividade ausente à anos no
d
POP comercial. Reinventar a roda é um clichê z
válido ao ouvir “SexyLadies”: você nem se
importa que é um cover descarado do Prince
b
com produção requintada. Que Justin pode m
não passar de um farsante com bons conta-
tos. O rapaz é bem intencionado, inteligente.
A dinastia POP clama por um novo Rei. 25
............................
..............................
saltar a qualidade musical da “Banda banda e duas (hoje não mais) inédi-

PoP
do Bem”, que acompanhou Ivete no tas: Solitary Man e And Love Said
show. Com intervenções excelentes No.Lançado em 6 de abril de 2004,
conseguiu destacar as qualidades mu- esse trabalho faz aquele tipo “guardo
sicais de cada um de seus integrantes. em local seguro pra ouvir quando

k Pop!
A banda alcançou uma harmonia tão quiser espinafrar alguém”.H.I.M, para
exata que é impossível não atentar quem não sabe, é o precursor e in-
para isso. Quem ouvir o CD vai correr ventor do ainda desconhecido rótulo
kkkkExcelente para comprar o DVD. Impossível deix-
ar os gritos alucinantes dos 65 mil ex-
Love Metal, que mistura as tragédias
e felicidades do amor com temáticas

kkkBom pectadores só na imaginação. É ouvir


pra querer ver. CLÁUDIA URBANISKI
religiosas (o nome da banda denun-
cia: H.I.M = His Infernal Majesty,
ou Sua Majestade Infernal), influ-
kkRegular enciado emparte por Type O-Nega-

kRuim Ivete Sangalo tive e um pouquinho de Lacrimosa,


tudo isso embalado em rock gótico /
Ao Vivo no Maracanã progressivo e muita sombra nos ol-
hos.Enquanto alguns torcem o nariz
Warner só porque existe muita maquiagem
na cara e pinceladas românticas na
kkk música, H.I.M vem angariando fãs e
ganhando relativa (e crescente) fama
Ivete Sangalo – “Juntei o mundo in- aqui no Brasil. RAFAEL ARBULU
teiro, Rio de Janeiro e Salvador”
“Ao vivo no Maracanã” de Ivete San-

J. MONDINO
galo chegou ao mercado brasileiro
com estardalhaço. Em um dia o álbum
já ganhou disco de ouro e caminha a
passos largos para receber o de pla-

H.I.M
tina. O disco, produção lançada pela
Universal Music, priorizou as músicas
inéditas e desconhecidas da maior
parte do público. A primeira faixa do And Love Said No
Mika disco, começa com o grito da galera
(só 65 mil pessoas) num arrepiante
The Greatest Hits
Warner
Life in Cartoon Motion “Ah, ah, uh, uh, o Maraca é nosso”.
Depois de 3 músicas agitadíssimas, o k
Atlantic CD dá uma quebrada de ritmo com,
a não menos interessante, “Coração
k Partio”, que abre a primeira partici-
Parece emo, mas não é. Por mais que
E você se depara no ápice dos prob- as músicas envolvam tragédias amo-
pação especial do álbum: o espan- rosas e o vocalista Ville Valo tente se
lemas. Na faculdade milhares de hol Alejandro Sanz. Aliás, os duetos
trabalhos a serem entregues e, es- mostrar forte naquele corpo anêmico
foram a característica mais marcante com uma tatuagem no caminho da
taticamente, a probabilidade de você do show. Além de Saulo, da Banda
entender estatística é zero. Não há felicidade (não é lá, mas ta quase!),
Eva, e Durval, do Asa de Águia, ha- H.I.M é algo entre o gótico e o hard
pontos médios, você é mediano. bituados com o axé, Ivete recebeu as
Daí liga-se o som. Um cara com um rock. And love Said no é a coletânea
presenças de Samuel Rosa, do Skank, que traz os maiores sucessos da
falsete grita constantemente “re- e do funkeiro Buchecha. É preciso res-
lax, take it easy” e você sai do seu

k
estado de catarse... para entrar em
outro! Mika não é só a nova sensa-
ção do POP, é a terapia em forma
de música. A sessão começa com “
roupa NOVA
Pop Sofisticado
Grace Kelly”. É daquelas músicas que
insistem em não sair da cabeça. Os
vocais a lá Freddie Mercury, o refrão
em escala progressiva (tente imitar é
impossível) – um grude. Segue a sa- Com Back to Black, Amy Winehouse traz sangue jovem ao soul
fada “ Lolipop” e você vai cantarolar
sem constrangimento “suck too high
to my lolipop...” “My Interpretation” Amy Winehouse
é a balada mágica. Se o libanês (que Back to Black kkk
mora em Londres) não te cativou
neste começo apoteótico, prepare- Columbia
se para... “Love Today” e a já citada
“Relax, Take it Easy” que até segunda
Confesso que quando ouvi a inglesa Amy Winehouse imaginei uma
ordem é a música do ano. Na canção diva black das “antigas”, de voz potente que havia lançado um disco
Mika pede descontração: “relaxe, não contemporâneo. Mas assim como Whitney Houston não usa cocaína,
há nada que podemos fazer”. Se é pra as aparências enganam. Recorro ao insepáravel Google e quase caio
ser alienado com estes acordes, sou da cadeira quando vejo uma branquela bocuda e peituda. Mas nada
o primeiro da fila! Não contente de disso importa... o som aqui é o destaque, Hip hop mesclado com
3 transformar tudo em festa ainda tem jazz, soul... É a Motown ressurgida! O disco em questão é “Back to
“ Stuck in The Middle” e “Happy End-
d ing” que ironicamente termina o disco
Black” que como o nome sugere, revisita a black music dos anos 60. Canções como “Rehab”, “You know I´m
z de forma “séria”, mas aí você já está no Good” são exemplos perfeitos de como as gerações e influências musicais se fundem. “Love is a Losing
tomado pela alegria. Mika é consid- Game”, é uma balada tão potente que traduz o sofrimento mesmo antes de você senti-lo. Um sério candidato
b erado um pastiche de ícones do rock. a disco do ano. A produção musical hoje pode parecer cínica e estas homenagens podem soar pretensiosas,
m Ele leva você de volta pra voz do Fred- mas (em tempos de Paris Hiltons e afins) são extremamente bem-vindas. ALEX OLIVEIRA
die Mercury, pro Piano virtuoso do
Elton John e depois te arremessa com
26 toda força pro futuro do Rock’n Roll.
ALEX OLIVEIRA

............................
...............................
marcantes de seu trabalho. A mistura

discografia
entre musicas leves e pesadas sem

k
perder a fluidez do disco. Começam

comentada
atacando com a luxuria de Welcome
to the Jungle, passando por Night-
rain chegam algumas mais leves, com
Paradise City e, Sweet Child O’ Mine,
e terminado com Rocket Queen. O re- DAVID LACHAPELLE

sultado dessa obra prima do HardRock


é nada mais que uma coleção de prê-
mios como: o de álbum de estréia
mais vendido da história do rock,
colocar três musicas no top10 sweet
child o’ mine (1º), paradise city (5º) e
welcome to the jungle (9º), ficou em

Gram
primeiro lugar com CD mais vendido
por cinco semanas foi 15 vezes disco
de platina nos EUA entre outras coisas.
Seu Minuto meu segundo VINICIUS GONÇALVES
Warner
kkk
Depois de um ano e meio de espera
a banda paulista Gram lançou o seu
segundo cd “Seu minuto meu se-
gundo”. Ao contrário da música do
gatinho, eles deixam de lado o rótulo
de “cópia dos Los Hermanos” e fa-
zem um maravilhoso trabalho com
letras fantásticas que falam sobre
amor e problemas sociais. O fato de
deixarem de lado a fase “hermanica”,
abalou os nervos dos hermaníaco,
pois mudaram para hits que lem-
bram muito os famosos “Beatles”.
Mesmo com o sumiço de alguns

Ne-Yo
Fórmula?
“fãs” eles crescem a cada dia. A re-
sponsabilidade que assumiram com
os beatlesmaníacos está sendo muito
bem conservada, já que a banda,
Because of You
antes de formarem o Gram, ganhou EMI Linkin Park tenta re-invenção. Deu certo?
vários prêmios em festivais de cov-
ers. Foram até Londres e ganharam
k Por Alex Oliveira
um concurso que os consideraram O mais novo trabalho deste festejado
nome do R&B norte-americano infe-
Linkin Park
como a banda cover oficial dos Bea-
tles no Brasil. Vida longa ao Gram! lizmente comprova mais uma vez que
ARIANE MAZZA toda a bajulação em torno do artista
não é justificável. “Because of You”, Minutes to Midnight k
como o outro álbum de Ne-Yo, “perde
o gás” (que já não é tanto) antes da Warner
hora. O repertório, como de costume,
é fraco, repleto de faixas repetitivas O segredo de uma banda de sucesso é não descobrir a tal “fórmula do sucesso”.
e monótonas e como manda sua O Linkin Park , em seu terceiro disco de inéditas, parece não ter aprendido a
tradição, uma equipe reunindo nomes lição “Minutes to Midnight” soa como uma banda de... três anos atrás. Não houve
de peso (leia-se grife) foi recrutada evolução.Pra quem não sabe o Linkin Park despontou no cenário musical como
para tentar salvar o álbum do fiasco. expoente do new/nu metal. Era febre e não era dificíl: nem de escutar e nem
O resultado final é um R&B equivo- fazer o som. Bastava um vocalista revoltado com agudos indignos de ópera, um
cado, puxando muito mais para um “mano” do gueto capaz de fazer umas rimas bobas e outros caras sem expressão
Hip-Hop burocrático e previsível, que soubessem tocar algum instrumento ou dominassem as ferramentas de
em que os prestigiados profissionais um bom software musical. Some clipes bacaninhas cheios de efeitos especiais,
não justificam sua fama. O market- megas-turnês... e o conceito de boy band havia evoluído. O new tinha pouco de
ing promocional deve falar mais alto novo e muito de escapismo. Hybrid Theory (2000) era bacana pela novidade.
novamente para “empurrar” o álbum. O som era “modernoso”, as letras gritadas e o álbum teve a sorte de chegar num
Guns and Roses Destaques para a faixa de abertura e
que dá título ao álbum, “Because of
momento de recesso dos grandes gênios do rock. Resultado: estourou. “ In the
end” e seu refrão meloso virou hit. A expectativa pela prova de fogo, Meteora
Appetite for Destruction You”, para a seguinte “Crazy”, com
participação especial de Jay-Z, “Leav-
(2003) provou que estávamos errados. Melodias ruins, letras ruins... disco ruim.
Sucesso de vendas lógico. Mas foi um sucesso fugaz, já que a moda passou, os
Sony ing Tonight”, com a vencedora do Os- emos chegaram e agora Linkin Park? Nesta nova tentativa a banda tinha três
car , Jennifer Hudson, “Ain’t Think- caminhos: continuar com a fórmula anterior, seguir a vertente “emo” ou converter
k ing About You” e para “Go On Girl”,
Poucas bandas na história con- seu som em algo original. Como a última opção, em se tratando de Linkin Park,
faixa que encerra o ‘track list’. “Be- é muito remota, o resultado final não é nenhuma destas opções. Os rapazes não
seguiram fazer uma façanha como cause of You” é mais um álbum de 3
essa. No disco Appetite for destruc- encontram caminho nenhum. Em Given Up a banda falha em ser new metal
tion – Guns N’ Roses – álbum que
Ne-Yo que dependerá certamente de - no novo single “What I´ve Done” falham ao tentar não soar como tal. Aliás os d
uma estratégia pesada de marketing raps de Mike Shinoda foram diminuídos ao extremo – ele aparece em uma ou
abre as portas do mundo musical para para alavancar suas vendas. Porque z
a banda que é liderada pelo frontman outra música. Quando tentam ser emos (“ Shadow of the Day”),se esquecem
Axl Rose, e regida por Slash, Duff e
em termos de qualidade, o débito que a turma do My Chemical Romance fazem isto com genialidade ímpar. b
só aumenta. Ne-Yo tenta desespera- Um lampejo de criatividade surge na pretensiosa “The Little Things Give You
companhia entram para a história da damente soar Michael Jackson sem m
musica. Neste álbum a banda começa Away”, mas aí já estamos no final do disco e o estrago, requisito mínimo do rock,
ter um terço do talento do primeiro. não foi feito.
a definir uma das características mais ELAINE GOMES
27

.............................
........................ ......
........
livros
jogos de pensamentos, do paradoxo

NO ESCURINHO
de Zenão à teoria de Nietzche do
eterno retorno, a caverna de Platão,

do cinema...
entre outros, usando menções fa-
miliares de filmes como Minority
Report e Laranja Mecânica. O livro
em si é um compêndio de famosos
devaneios e surtos dos mais famo- DIVULGAÇÃO

sos à sociedade, pondo em xeque


as idéias mais mundanas do nosso
cotidiano.(Phew!) Depois dessa via-
gem, só mesmo se propondo a brin-
car como o livro sugere: coloque duas
palavras antagônicas, como poder e
impotência, e formule uma filosofia,
tipo “Só o impotente conhece o ver-
dadeiro poder”. Viu como é simples?
Foi baseado nessas idéias que o nome
do original inglês dessa obra também
se tornou referência de um desses jo-
gos: “O Porco que quer ser Comido”.
O Porco Filósofo pode ser encontrado
Anne Rice nas grandes e pequenas livrarias, al-
guns sebos especializados e em seu
O Vampiro Armand maior foco de compras, a Internet,
através das compras on-line, e seu
Rocco preço varia de trinta a quarenta reais
k RAFAEL ARBULU
Uma história legal, cheia de detalhes,
bem escrita. Como todos os outro
livros de Anne Rice “O Vampiro Ar-
mand” é assim. A biografia de um
vampiro. A minha maior dúvida é
saber, afinal, qual é o nome do vam-
piro? Opção a – Armand, nome do
livro, por isso tem o ar de mais certo.
Opção b – Amadeo, nome dado pelo
Marius do vampirinho camarada.
Ou seria a opção c – Andrei, nome
dado pelos pais do menino. Outro
fato curioso dos livros de Rice e que
não podia faltar neste é o fato de

O lixo é o troco
que os vampiros são homossexuais.
A personagem principal protago-
niza uma forte história de amor com
seu “mestre”, banhada de muito
amor, traição, sofrimento e luta. Cult do ano
ARIANE MAZZA
Peter Hayden Por Alex Oliveira
A Vida na Ponta dos Pés
Produção independente
O Cheiro do Ralo
Com Selton Mello, Lourenço Mutarelli
k
“A Europa vivia sob o julgo alemão Brasil, 2007
quando o menino nasceu. Um det-
alhe físico incomum – um dentinho
preto no meio da boca – era como Conseguiu destronar Pequena Miss Sunshine da minha lista de melhor
um presságio da vida dura que ele do ano. Cheiro do Ralo (idem, Brasil, 2007) uma produção nacional
teria até concretizar o sonho de ser com orçamento mínimo, é aquele filme indie, para um público indie
bailarino.” É assim que começa a nar- e baseado num livro... indie. Ou seria cult? Danem-se os rótulos. A
rativa de “A Vida Na Ponta Dos Pés”, história de Lourenço (Selton Mello) e sua loucura progressiva, só
um livro com situações amargas, às poderia ter saído da cabeça insana do homônimo Lourenço Mutarelli,
vezes trágicas, mas que relata, de ma- gênio incompreendido das HQS brazucas. O desenhista que em suas
neira irreverente, todos os percalços tiras flertava com o submundo e personagens saídos do mais imundo
sucedidos ao longo da vida de Peter lodo, transpôs este universo para a literatura, e acabou virando filme. O
Hayden, desde a infância na pequena
diretor Heitor Dhalia (Nina) transforma em imagens não menos deca-
Julian Baggini
cidade alemã Aschaffenburg Am
dentes, esta esfera auto-destrutiva do ser-humano. As reações durante
Main, até a vinda para o Brail. Entre
desilusões, sofrimentos e preconceitos toda a projeção são contraditórias. As risadas vêm com o sentimento
3 O Porco Filósofo – principalmente após a revelação de de desconforto pela desgraça gradual do rapaz, que ao comprar objetos
sua homossexualidade – Peter sem- estimados de seus (desesperados) vendedores, tenta encontrar uma
d Melhoramentos
pre encarou as dificuldades, por mais identidade própria. É assim com o “olho” (o pai ausente) e a “bunda”
z k instransponíveis que pudessem pa- (como forma de uma afirmação sexual mal resolvida). E ainda temos o
Engraçado, metódico, interessante e recer. Regado de muita emoção, é um ralo como símbolo incelébre daquele lugar, daquele homem. “O cheiro
b envolvente, são apenas alguns dos livro com muita força, indispensável estranho? É do ralo?” explica Lourenço. “Não o cheiro é seu, a merda é
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k
muito adjetivos que cabem nesse também para quem precisa de um sua” – retruca um dos personagens num ponto chave da trama. A lógica
trabalho de Julian Baggini. O autor estímulo para superar as adversidades é perversa: o lixo é o troco.
coloca à disposição do leitor vários CLAUDIA URBANISKI
28

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saideira
a virgindade
e a música POP
Há mais ou menos 25 anos atrás o cenário era um grande bolo e de dentro dele saía uma jovenzinha vestida de noiva. Uma “quase
virgem”. O hit Like a Virgin consagra a carreira de Madonna e traz à tona um tema que já estava se tornando um tabu antes
da canção: a virgindade. Se os anos 80 em decorrência da descoberta da AIDS pregava a castidade ou ao menos o sexo seguro,
não seria forçoso afirmar que a canção foi o estopim da associação da música POP com este tema até então “cavernoso”. A letra
é cínica. A primeira impressão é que uma mocinha boba e virgem está falando sobre esta condição. Mas só pelos versos iniciais
“Didn’t know how lost I was Until I found you” já dá pra ver que de casta a moça não tinha nada! Madonna continuaria associar os
problemas da jovem adolescente com “Papa don´t Preach” sobre gravidez precoce, mas este já é outro assunto.

Pulando duas décadas e a música ainda continua apostando na castidade como sucesso. Britney Spears que antes de parir
dois rebentos numa única tacada, era a defensora da causa “faça sexo só depois do casamento”. Ao contrário da sua musa inspi-
radora, a garota forjou uma carreira ensinando passo a passo como provocar sem chegar às vias de fato. A máscara caiu 2 discos
depois já que as vendas pediam por algo mais ousado, e do ex-namorado Justin Timberlake ter declarado num programa de rádio,
que como virgem ela era uma ótima cantora.

No Brasil temos casos diferentes. De um lado a ex- “quase madre teresa de calcutá” Sandy e seus indefectíveis (pra não dizer
insuportáveis) bons modos. Sandy só faltou lançar uma auto-biografia sobre sua virgindade. Não que isto seja relevante, mas a
partir do momento que se é obrigado a conviver com revistas estampando coisas do tipo “Papai não deixa, mamãe não quer” é
revoltante! O clássico “Abre a porta Mariquinha” já era uma metáfora escancarada do que se resumiria a vida da moça.

Wanessa Camargo representa aquelas filhas que deixam a dúvida no ar. Pra desespero das mães que são obrigadas a tentar
identificar aquela cara estranha (pra não dizer safada) de suas filhas. A moça nem negava, nem confirmava. Até que um belo dia (e
todas as filhas que apresentam este comportamento ambiguo fazem isto) ela escancara em plenas páginas amarelas da Veja, que
sua Mariquinha já abriu a porta faz é tempo. Dá-lhe a declaração seguida de mais um cd lançado e temos a nossa velha e amiga
música POP, lançando mais uma vez deste artificio pra se manter em evidência. Ou você acredita que quem consumiu Madonna,
Britney, Sandy e Camargo eram realmente virgens?

Like a viiiiiirrgin!

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CA R T A S
PoP n°1

h
deixem ela em paz! CONSELHO EDITORIAL:
Bom,em primeiro lugar gostaria de dizer que não quero pas- Eduardo Rocha, Tânia Sandroni,
sar a imagem de fã reclamão que não agüenta uma critica,até José Alves Trigo e Marcos Moretti
porque acho isso totalmente idiota.Mas o motivo que me fez
EDITOR-CHEFE:
mandar esse e-mail foi o modo pouco profissional como vocês
Alex Oliveira
“desceram a lenha” na Britney Spears.Concordo com vocês
de que ela não está na sua melhor fase(longe disso),mas acho EDITORES:
que suas criticas deveriam ser baseadas em fatos que real- Vinicius Gonçalves e Elaine
mente aconteceram.porque vocês não verificaram de onde Gomes
surgiu tanto bafafá?A resposta é simples:De algum tablóide
PRODUÇÃO EDITORIAL:
escandaloso sem o mínimo de credibilidade.Pegar carona no
Claudia Urbaniski
que eles escrevem pode até ajudar nas vendas,mas custaria
a credibilidade da publicação de vocês e acho que esse preço REPÓRTER:
ninguém do meio jornalístico estaria disposto a pagar,não Rafael Arbulu
é?Poxa! a imagem dela já está tão manchada e nós fãs temos

t
que nos segurar e ficar aqui quietos lendo tudo isso dêem um REVISÃO:
Ariane Mazza
tempo!Pra encerrar gostaria de dizer que não sou contra
quem a critica,sei que ela às vezes sai um pouco da linha,mas
se essas criticas forem baseadas em fatos verídicos e que
venham a gerar uma discussão saudável e não um ringue de DIRETOR DE ARTE:
xingamentos Marcos Roberto São Paulo Alex Oliveira

Olá, estou surpreso com o para divulgação de bandas


DIRETOR COMERCIAL:
conteúdo das notícias da novas, tanto de gravadoras
Caio Cassinelli
revista e gostaria de para- quanto independentes. É isso.
benizá-los pelo projeto que a Abraço a todos!
primeira vista parece singelo, Caue Veroneze
mas que revela uma amplitude São Paulo
jr

l
cósmica no que diz respeito
ao conteúdo musical, uma
única sugestão que faria seria
a de focar certos conteúdos no
o comunicações

nome do compositor, uma vez POP


que os meros interprétes são É com felicidade, muita Uma publicação da
demasiadamente valorizados. alegria e curiosidade pelos JR Comunicações Ltda.
novos números, que teste Redação: Rua Dom Theodósio,
Abraços...
munho a chegada de POP a 345 Vila Abertina
Abner Fortunato
Novo Horizonte/SP nova revista de música da pra-
ça. Como publisher, vejo que
a chegada de um novo veículo, PARA ASSINAR

u rtaz sangue novo ao Merado


Editorial brasileiro. Parabéns
e até o próximo número!
Horário de atendimento:
de segunda a sexta-feira, das 8 às
20h

b
Caio Figowitz Contato: 55 11 7896-9806
E aí pessoal! São Paulo E-mail: pop@teletarget.com.br
Gosto muito da revista, as
matérias abordam vários as-
suntos que despertam o inter-
esse do leitor, algo difícil de se
q Números atrasados poderão ser
adquiridos diretamente com o
seu jornaleiro, havendo estoque
3 encontrar nas revistas atuais.
disponível, pelo preço da edição
d anterior
Apesar do foco ser mais pop,
z gostaria de ver matérias sobre fale com a POP!
b bandas alternativas, aposto
que existe um grande público cartaspop@jrc.com.br
m www.revistapop.com.br
esperando por isso. E também
poderia ser criada uma seção
30
......
.............................
volt
a
retinapop
.blogspot.com

r a
l tu
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POP
NO
LIQU
IDIF
ICAD
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