Um+dia+na+vida+de+Bach+e+outras+hist Rias Vers o Final PDF

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FICHA CATALOGRÁFICA
B732 Borges, Rafael Garcia, 1979-

Um dia na vida de Bach e outras histórias / Rafael Borges -
1. ed. - Pelotas, Edição Independente, 2021.
67p. ; 21cm
ISBN:978-65-00-32716-8
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1. Um dia na vida de Bach. 2. J. S. Bach: Fatos, anedotas e breve
biografia
I. Título CDD: 780
CDU: 78:37
Imagem da capa: Retrato de Johann Sebastian Bach - Elias Gottlob Haussmann.
O capítulo 1 - “Um dia na vida de Bach” - é adaptado do capítulo “Bach” do livro “The private
life of the great composers” de John Frederick Rowbotham, ISBISTER and Company
Limited, 1892. Domínio Público.
FORMANDO FILHOS MUSICAIS
UM DIA NA VIDA DE BACH E OUTRAS HISTÓRIAS
05

APRESENTAÇÃO
09
UM DIA NA VIDA DE BACH
31
J. S. BACH: FATOS, ANEDOTAS
E BREVE BIOGRAFIA
47
RESUMO ILUSTRADO DE SUA VIDA
55
CONHECENDO SUA OBRA:
MÚSICAS “FÁCEIS” DE ESCUTAR E 10 GRANDES OBRAS
71
PÁGINAS PARA COLORIR
81
SOBRE O AUTOR
RAFAEL GARCIA BORGES

[Esta página foi intencionalmente deixada em branco.]

APRESENTAÇÃO
“Não Riacho, mas Oceano deveria ser seu nome”*

- Beethoven

Como era a rotina do maior compositor dentre todos?
Muitas pessoas declaram que livros SOBRE compositores

não ensinam sobre música, pois nele não estamos
aprendendo a conhecer a obra do compositor. Ok. Mas,
pense comigo: quantas vezes você já se interessou por
algo somente por conhecer a história da vida de alguém?
Histórias conectam!
Ao ouvirmos alguma história sobre um compositor nos

sentimos um pouco mais próximos dele. Não dá vontade
de conhecer como era sua música?
Este é o meu objetivo aqui. Trazer você e sua família para

mais perto de Bach, para que aos poucos vocês tenham
tanto o desejo de conhecer mais a sua vasta obra quanto
também aprender mais sobre música.
Nesse pequeno livro vamos imaginar como seria um dia

na vida de Johann Sebastian Bach, sua rotina de trabalho,
como ele compunha, como era sua vida em família…
* N. A.: O sobrenome “Bach” significa “riacho, ribeiro”.

FORMANDO FILHOS MUSICAIS 05
APRESENTAÇÃO
Você precisa ter em mente que faremos um exercício de

imaginação, mas baseado nos costumes da época e nas
informações disponíveis acerca de sua vida.
Tenho certeza de que ao ler este livro, será desperto em

você o desejo de melhor conhecer a música de J. S. Bach.

Por isso, preparei ao longo dele sugestões de músicas e
playlists para escuta em família, e também muitas
informações musicais.
Além de conhecermos como era o dia de Bach, também

teremos:
• um capítulo com fatos, anedotas e uma breve biografia;
• um resumo ilustrado de sua vida;
• uma playlist com obras “fáceis” de escutar (para você já

ir aprendendo a gostar de sua música);
• uma lista com comentários e links de Dez Grandes

Obras de J. S. Bach e;
• páginas para colorir, para os pequenos se entreterem

enquanto escutam as histórias e as músicas.
Embora eu não indique música como fundo para

atividades, nesse caso pode ser interessante tocar
baixinho as músicas de Bach enquanto você lê este livro
para seus filhos.
06 RAFAEL GARCIA BORGES

APRESENTAÇÃO
A ideia seria “recriar” o clima da época em que ele viveu

e compôs suas músicas
Então, disponibilizo aqui a mesma playlist das “obras

‘fáceis’ de escutar” caso você queira colocar uma trilha
sonora para a leitura.

Spotify YouTube
Mas não deixe esses tesouros musicais somente como

fundo musical! Reserve momentos no dia para também
escutarem as playlists juntos, prestando atenção nas
melodias, nas combinações de instrumentos, nas
sensações que cada obra desperta em vocês.
Conversem sobre isso!
Caso você tenha adquirido também o audiobook, ele já

está ambientado com música e sonoplastia.
A versão em audiobook, além de narrar as histórias deste

livro também possui uma serie de mini-episódios com
conteúdos musicais e curiosidades que enriquecerão sua
leitura.
A seguir, a lista de mini-episódios para quem adquiriu a

versão em audiobook do livro:
RAFAEL GARCIA BORGES 07

APRESENTAÇÃO
1. A escola de St. Thomas

2. Cravo
3. Família Bach
4. Retrato de Bach
5. Contraponto
6. Fuga

7. Bach como improvisador
8. Moteto
9. Velocidade de escrita de Bach, Mozart e Handel e
Beethoven
10. O Cravo bem temperado
11. Órgão
12. Paixão e Oratório
13. A Missa em Si menor
14. Oratório de Natal e Cantatas
15. Suítes
Se você quiser adquirir o audiobook, clique aqui
Espero de coração que você e sua família apreciem este

material preparado com muito carinho sobre a vida e a
obra do grande compositor Johann Sebastian Bach!
Boa leitura, e abra os ouvidos! (Efatá!)
“Para a glória do Deus Altíssimo somente, e que meu próximo possa ser
instruído por meio disso.”

- Epígrafe do Pequeno Livro de Órgão de J. S. Bach

08 RAFAEL GARCIA BORGES



"A intenção e objetivo final de toda música não deve ser outro senão a glória de
Deus e o refrigério da alma."

- Johann Sebastian Bach

LEIPZIG, 1743
É
uma magnífica noite de verão, o sol se encaminha para
descansar em meio a um pôr do sol rosado e as
velas estão sendo acesas nos subúrbios e na cidade de

Leipzig. Janela após janela exibem suas pálidas
iluminações, e sobre as ruas e praças grupos de pessoas se
reúnem ao crepúsculo nas portas das casas para fofocar
regularmente sobre os eventos do dia anterior. Seguindo
pelas ruas da cidade chegamos em pouco tempo à Escola
de St. Thomas, uma instituição dedicada ao cultivo da
música, das artes e da linguagem, de aparência pouco
pretensiosa na forma de construir, e não muito abenço-
ada com dotes justos e receitas abastadas.
Escola de St. Thomas ou Thomasschule, fotografia de 1896.

Observe no canto inferior direito uma estátua em homenagem a J. S. Bach

Uma pequena parte da escola é destinada a uma casa de

moradia. A janela principal desta casa fica no térreo,
voltada para a rua. À medida que avançamos pelas
avenidas crepusculares, nos aproximando dela, vemos que

a janela está iluminada, e ressoando dentro da sala
aumentam os sons de um antigo hino luterano, cantado
com tamanha beleza de entonação e profundidade de
sentimento que o caminhante menos musical se sentiria
constrangido a parar e ouvir o concerto incomum que
ocorria lá dentro.
Se entrarmos na sala, iremos encontrá-la cheia de

pessoas, a maioria delas rapazes e donzelas de várias
idades. Todos estão agrupados ao redor do cravo, onde
está sentado um homem nobre e majestoso, com uma
daquelas perucas que eram a moda da época, e vestido
com o casaco e calções até os joelhos que são o traje de
todos os membros masculinos da assembléia além da
idade da infância. Ele parece completamente absorto da
terra olhando para cima enquanto está sentado ao cravo
tocando as notas do coral e juntando-se ao coro geral com
sua voz profunda e sonora. Seu rosto é um pouco grande e
pesado, mas possui uma expressão de supremo

12

Um sarau musical na casa dos Bach. Fotogravura sobre pintura de Toby Edward Rosenthal, 1870.

poder intelectual. Tem uma testa larga e expansiva, olhos

singularmente simples e tímidos (totalmente em
desacordo com seu rosto), uma boca ao mesmo tempo
delicada, refinada e expressiva, um nariz pesado e um
grande queixo duplo.
Este é Johann Sebastian Bach, o pai dos músicos, e ele

próprio descendente de gerações de músicos - o maior
homem de uma raça musical, os quais se reuniam uma vez
por ano em Eisenach, na Alemanha, sendo o número de
cento e cinquenta músicos, todos de nome Bach, e que
mantinham crônicas de seus vários ramos que, sob o no-

-me de "Arquivos dos Bachs", ainda podem ser vistas na

Biblioteca Real de Berlim.
Este é Johann Sebastian Bach, e ao seu redor na sala

estão seus numerosos filhos e filhas, todos cantando no
coral. Sua esposa também está lá, com sua voz melodiosa
se mesclando com o resto, enquanto - assim como as
outras mulheres da assembléia - dedica-se ao trabalho de
tricotar e cantar sentada em um banquinho.
Terminado o hino,
Bach chama seu filho,
Philip Emmanuel, para
improvisar no cravo; e
imediatamente um me-
nino inteligente e bri-
lhante sai da multidão e,
sentando-se diante do
instrumento, come-ça a
improvisar em um estilo
muito livre e irrestrito,
enquanto se-us irmãos e
irmãs se aglomeram
para ouvir e O cravo Bach no Museu de Instrumentos Musicais de Berlin.
Possivelmente foi de propriedade de Wilhelm Friedemann Bach,
que supostamente herdou de seu pai J.S. Bach.

14
seu pai o olha com orgulho paternal. Bach empregou um

sistema de educação diferente de todos os seus outros
filhos com Philip Emmanuel. Enquanto com àqueles
educou-os nos princípios mais estritos do contraponto, e
os manteve em regras rígidas de harmonia e forma com a

mais inflexível severidade, na facilidade de Emmanuel ele
encorajou a liberdade, nutriu o gênio natural do menino
para derramar melodia improvisada, e até mesmo lhe
ordenou que quebrasse as regras se pudesse fazê-lo com
destreza.
Após uma bela explosão de música de suas mãos jovens,

Wilhelm Friedemann é chamado para exibir seus poderes;
e então um estilo completamente diferente é apresentado.
As complexidades mais intrincadas da fuga são
estabelecidas e reveladas por esse artista; apenas as
harmonias mais estritas são usadas; o sujeito e o contra-
1
sujeito são misturados, variados e imitados de maneiras
incontáveis e desconcertantes, mas em todos os casos sem
infringir a menor regra da ciência musical. Bach bate
palmas quando Wilhelm termina, em sinal de aprovação
cordial. Ele coloca uma das mãos na cabeça de Philip
Emmanuel e diz: "Aqui está o meu experimento musical!…"
e a outra ele coloca sobre Wilhelm Friedemann
completando
1 Termos referentes à composição da forma musical chamada Fuga.
completando: "…mas aqui está o herdeiro da minha

ciência!"
Em seguida, senta-se ao cravo e improvisa de maneira

divina e magistral, em meio à atenção extasiada de seu

círculo familiar. Toda a atenção que puderam lhe dar foi
enfaticamente merecida, pois - com exceção de Handel,
que era seu igual - não havia nenhum outro improvisador
ao teclado na Europa que pudesse superar seu pai. Pintar
as maravilhas de seu desempenho seria uma tarefa
complicada e quase impossível. Basta dizer que, junto com
os efeitos mais recônditos da ciência profunda, ele não
desdenha misturar a leveza e a alegria de um bom humor.
Executa uma Giga e depois passa a uma Gavota, dança
tocada de forma provocante, o que faz com que todos os
presentes se sintam inclinados a dar piruetas pela sala; e
então, inesperadamente, lhes dá uma imitação de um gato
deslizando pelas teclas do cravo, o que faz com que todos
riam.
O grande relógio da lareira indica que chegou a hora da

ceia e, na conclusão da última peça, os membros
femininos da família se retiram para fazer os preparativos
necessários para a refeição da noite. Os irmãos saem da
sala um após o outro e Bach, sozinho, está ocupado
afinando seu cravo.
16
Embora a ceia
esteja pronta em
dez minutos ele
ainda tem tempo,

pois possui tal
habilidade em a-
justar o complica-
do mecanismo Detalhe da parte interna de um cravo.
de pena do instrumento (detalhe na imagem abaixo), que a

qualquer momento consegue afinar o cravo mais teimoso
em menos de um quarto de hora.
Seu ouvido sensível exige

que o instrumento seja
mantido em perfeita
afinação e, em quaisquer
meros dez minutos, ele
gosta muito de recorrer a
esse trabalho útil e
indispensável. Na ocasião,
ele termina a tarefa dentro
do tempo necessá- rio e
acaba de afinar a última
Detalhe do plectro (pena), mecanismo

corda para sua satisfação
que pinça as cordas do cravo.

quando um de seus filhos mais novos entra correndo na

sala com o anúncio de que a ceia está pronta.
Com a mão no ombro do menino, Bach sai do melhor

cômodo da casa, onde a reunião musical acabara de
acontecer, e segue para a cozinha. Aqui, em uma grande
mesa, está uma ampla refeição de schinken e belegtes
2
butterbrod, acompanhada por uma grande jarra de cerveja
3
de Nuremberg; e para esta ceia frugal toda a família se
senta. Em sua conclusão, a Bíblia da família é trazida com
grande cerimônia e colocada diante do chefe da casa. O
livro parece bem gasto e, observando a inscrição no início,
percebemos que pertenceu à família Bach por seis
gerações. O grande compositor virou as páginas com
reverência até encontrar um lugar adequado para começar
a ler em voz alta.
Em seguida, todos cantam um hino e se ajoelham para

as orações, ao término das quais se preparam para
descansar.
2 Presunto.
3 Sanduiche aberto.

18
Acima: Folha de rosto da Bíblia de J. S. Bach. Observe detalhe de sua assinatura no canto inferior direito.
Abaixo: detalhe interno da mesma Bíblia com anotações de J. S. Bach.

Na manhã seguinte, Bach acorda cedo - o primeiro na

casa; e quando o desjejum está pronto, já escreveu há duas
horas, fazendo um progresso considerável em um
elaborado moteto no qual está empenhado. Embora um

escritor razoavelmente rápido, ele nunca atingiu a
velocidade da luz de Handel ou o ritmo impetuoso de
Mozart. Uma razão muito convincente causava este atraso.
Bach gostava de
copiar e recopiar suas
composições, sendo um
calígrafo impecável; e
cada vez que ele copiava,
fazia alguma mudança
importante no manuscrito,
sobre o qual frequente-
mente exigia grandes
pensamentos e reflexões
até finalizá-lo.
Ele teria dito que esperava
fazer uma composição
melhor cada vez que a
copiasse, pois nunca
poderia deixar de ver uma Manuscrito do Moteto “Singet dem Herrn ein neues”
(Cantai ao SENHOR um cântico novo), BWV225

chance de melhoria enquanto tivesse o papel diante de si.

20
De acordo com essa teoria da escrita, ele poderia ter

trabalhado em uma única peça durante toda a sua vida, ou
pelo menos ter imitado Beethoven na abundância de suas
correções; e sem dúvida o teria feito, não fosse que ele

tivesse que compor a música para quatro igrejas, o que lhe
dava muito o que fazer e não lhe permitia descansar sobre
os remos.
Devido a essa abundância de ocupação, ele se habituou

a escrever música em todos os momentos e estações.
Compôs um dos livros de "O Cravo Bem-temperado"
durante uma viagem, aproveitando as oportunidades que
a parada em uma hospedaria poderia lhe proporcionar e
escondia-se para trabalhar em sua obra-prima imperecível
em lugares tão improváveis como a cozinha de uma
pousada, um quarto no sótão, o topo de uma diligência, ou
mesmo uma beira da estrada. Ele tinha um profundo
desprezo por aquela classe de músicos que nunca podem
compor, exceto quando estão sentados ao teclado, com
caneta, tinta e papel ao seu lado para anotar as inspirações
à medida que ocorrem. Costumava chamar esses senhores
de “cavaleiros do cravo” e implorava com devoção para
ser liberto de sua companhia e de suas composições.

Manuscrito do “Cravo Bem-temperado”.
Capa e Prelúdio em Dó Maior
Acreditava firmemente que para compor não era

necessário nem o lazer ininterrupto, nem completa
tranquilidade, nem uma vida fácil, nem liberdade de
cuidados, nem dinheiro, nem valorização, nem qualquer
uma das outras necessidades básicas de inspiração que
muitos músicos consideram indispensáveis para escrever.
Pelo contrário, ele acreditava - e agia de acordo com sua
crença - que um homem com uma esposa e vinte filhos

22
para sustentar, e uma renda de apenas treze libras por ano

para fazer isso, envolvido com os cuidados de uma grande
família, e ocupado quase o dia todo por tarefas onerosas
que nunca lhe davam um momento de lazer, poderia

ainda assim escrever tais composições que, mesmo sem
saber, lhe dariam o direito à orgulhosa preeminência de
ser um dos mestres imortais de sua arte.
A renda total de que dependia para o sustento de si

mesmo e da família era uma quantia declarada paga em
4
prestações uma vez por mês de £13 por ano. A isso foi
adicionado um extra de £2 na época do Natal para lenha e
velas. E as seguintes vantagens combinadas aumentaram
sua escassa renda em algumas libras a mais: uma taxa de
um thaler em cada casamento na Igreja de St. Thomas;
uma taxa semelhante em cada batismo e funeral; os juros
anuais de 3 ou 4 libras deixados para o organista por
algum doador de caridade. Essas somas insignificantes
eram de imensa importância para Bach, com quem cada
moedinha tinha seu valor; e, embora certamente não fosse
um homem ganancioso - quem poderia ser que se
contentasse em passar 27 anos de sua vida com uma renda
como esta? - ele era muito escrupuloso em exigir essas
várias gratificações, que certamente auxiliariam -e muito!-
4 Cerca de R$1200,00 por mês em valores atuais.

no sustento de sua família.
Completamente satisfeito com sua posição e seus

recursos, ele se levantava todas as manhãs com o coração

leve para cumprir as várias funções pelas quais recebia um
salário “tão magnífico”. Duas ou três horas de escrita
geralmente precedem o café da manhã; imediatamente
após a refeição dirigia-se à escola, no recinto em que vivia
- na verdade, sua casinha fazia parte do prédio da escola; e
omitimos dizer que ele habitava aquela casa de graça.
Thomaskirche (Igreja St. Thomas), em primeiro plano, à direita e

Thomasschule (Escola St. Thomas), no centro, bem ao fundo

24
Vários jovens esperam por ele em uma das salas de aula,

entre os quais alguns de seus próprios filhos tomam seu
lugar. Esta é a primeira aula de música e, pelas próximas
duas ou três horas, Bach trabalha arduamente para
explicar e às vezes martelar os mistérios da fuga e do

contraponto nas cabeças desses jovens cavalheiros, alguns
dos quais são estudiosos altamente inteligentes, mas
muitos, em geral, tolos sem consciência.
A essa altura, o grande relógio da sala de aula mostra

que são quase onze horas, e com um suspiro de alívio pelo
término de suas obrigações, o que ele evidentemen- te
não considera com grande prazer, corre para a Igreja de St.
Thomas para tocar no culto, sendo este o dia de um santo.
Que melodias magistrais escapam de seus dedos! Que
estruturas musicais maravilhosas são improvisadas ao
órgão! Que contraponto divino e ideal controla as efusões
de sua fantasia! Pois tudo, exceto a música cantada pelo
coro, é improvisado - solos de órgão, interlúdios,
ofertórios etc., são todos derramados sem premeditação. A
porção coral do serviço também é de sua própria
composição, mas foi cuidadosamente escrita e ensaiada; e
pela primeira vez naquele dia, corais e motetos, destinados
a serem imperecíveis, caem nos ouvidos dos ouvintes da
Igreja de St. Thomas.

Terminado o serviço religioso, volta a dirigir-se à escola

e, durante uma hora ou hora e meia inspeciona todas as
aulas de música - tarefa árdua, que, no entanto,
desempenha com diligente fidelidade. Chega então a hora
do almoço e em volta da grande mesa toda a família se

reúne mais uma vez. Depois de terminado, eles se
dispersam separadamente para descanso ou recreação;
mas seu infatigável pai se senta para trabalhar
imediatamente e compõe por pelo menos uma hora antes
de sair de casa novamente.
Desta vez, sua viagem é

para visitar uma das três
igrejas cujos arranjos
musicais ele é responsável
além dos de St. Thomas.
Um novo órgão acaba de
ser instalado em um desses
edifícios, e Bach prometeu
experimentá-lo esta tarde.
Sua primeira ação ao
sentar-se na banqueta é
prolongar todas os
registros e tocar com o som
J. S. Bach tocando órgão. cheio do órgão.

26

Detalhe do Órgão. As alavancas pretas à esquerda e à direita dos teclados são os registros citados no texto.
Conforme cada um vai sendo puxado para fora (aberto) a sonoridade do órgão se altera.
Seu objetivo, como ele mesmo o expressa, é saber “se o

instrumento tem bons pulmões”. Satisfeito quanto ao seu
poder pulmonar, passa a examinar as partes individuais;
nada na complicada construção do instrumento escapa à
sua atenção penetrante; e, tendo finalmente completado
seu escrutínio, declara que o instrumento é excelente e
merece mais dinheiro do que o construtor pediu. Este
último tendo mostrado a ele uma estimativa das despesas
demonstrou o quão pequena era a margem de lucro sobre
o instrumento. Bach promete levar a questão às
autoridades competentes e, se possível, obter um aumento
no preço.

O resto da tarde, das cinco às sete horas, é tempo livre -

o único lazer tranquilo que possui durante o dia, exceto o
que pode arrebatar desde as primeiras horas da manhã
antes do dia começar. Este intervalo sagrado é

diligentemente dedicado à composição. Não deve haver
interrupções então. Bach não verá ninguém, não terá
intrusos em seu quarto e não tocará em nada além de suas
divinas e gloriosas composições. Às sete horas chega a hora
do ensaio do coro na igreja, e para lá com todo um bando
de filhos ele se dirige.
Bach ao órgão ensaiando o coro.

28
O coro era disciplinado e treinado como um exército.

Todos o temiam, embora fosse um temor tingido de
veneração. Ai de qualquer pobre corista que cantasse uma
nota errada! Seria imediatamente apontado para

repreensão pública e severa. Às vezes, o grande
compositor ficava tão irritado que arrancava sua peruca e
a arremessava em qualquer infeliz membro do coro que
estupidamente persistisse em um erro. Esses acessos de
paixão eram, no entanto, apenas ocasionais, já que Bach
em geral era um homem dócil e de agradável
temperamento, que desfrutava do amor de todos ao seu
redor.
Depois de concluída a prática do coral, Johann

Sebastian Bach volta para casa com seus filhos e passa o
resto da noite no estilo simples e patriarcal em que o
encontramos ocupado no início desta narrativa.

[Esta página foi deixada em branco intencionalmente]

J. S. BACH: FATOS, ANEDOTAS E BREVE BIOGRAFIA

"Fui obrigado a ser trabalhador. Quem for igualmente
trabalhador terá igual sucesso."


J ohann Sebastian Bach nasceu em 1685 e morreu em

1750. Como Handel, ele ficou cego antes de sua morte
uma doença que geralmente é atribuída a sua assiduidade
no estudo de música quando era menino. Seu irmão,

Johann Christopher Bach, organista de Ohrdruff,
praticamente agiu como seu guardião em sua infância,
pois seu pai morreu cedo e quase não deixou provisões
para sua família.
Mas o guardião infe-
lizmente parece ter
sido um homem mui-
to autoritário e, entre
outras proibições,
proibia ao jovem es-
tudante o uso de um
cobiçado volume de
instrução musical que
parecia a este último
inteiramente necessa-
Johann Ambrosius Bach, pai de Johann Sebastian.
rio para seus estudos. Aparentemente, nada poderia

frustrar o fervor de Johann Sebastian Bach mesmo quando
menino, uma vez que ele estava decidido a ler o proibido
Manual e, descobrindo que não poderia obter acesso a ele
por meios justos, resolveu fazê-lo sorrateiramente.

Todas as noites, portanto, quando seu irmão estava na

cama ou em outro compromisso, ele fazia uma visita à
estante de livros onde o volume estava guardado, e aos
poucos copiava cada nota contida nele, não tendo outra

luz senão aquela da Lua. Certa ou incorretamente, essa
tensão em seus olhos é considerada como tendo colocado
neles as sementes daquela cegueira que o atacou em seus
anos de declínio.
Após seis meses de trabalho intenso à luz do luar, seu

espólio musical estava felizmente em suas mãos. Com
grande entusiasmo, certo dia ele estava secretamente
estudando o material quando, para sua maior
consternação, seu irmão percebeu e sem piedade lhe tirou
a cópia que ele preparara com tanto trabalho. Mas o
pequeno Johann já havia colhido valiosas lições de
composição, bem como de disciplina e devoção à música
extraídos do exercício clandestino.
Sua vida no início da juventude é notável pelo desejo

indomável de instrução e aperfeiçoamento que o
caracterizou. Contam-se diversas histórias sobre suas
longas viagens a pé para ouvir grandes instrumentistas, de
passar fome e privações pelo mesmo motivo.

34
No ano de 1705, quando já era organista da igreja de

Arnstadt, encontramos o jovem Bach a caminho de
Lübeck - uma jornada de cerca de 450 quilometros! Um
dos grandes organistas de sua época, Dietrich Buxtehude,
iria fazer devoções musicais noturnas na Catedral no

outono daquele ano, em preparação para o Advento.
Ao saber disso, Johann Sebastian não hesitou e solicitou

uma licença de um mês para poder aprender com o
grande músico. Pedido aceito e Bach se pôs a caminho. Os
quilômetros passam rapidamente à medida que ele
antecipa a música que está determinado a ouvir.
Ao chegar lá, Bach ficou tão encantado com o que viu e
ouviu que acabou permanecendo com Buxtehude por
quase quatro meses, o que irritou seus empregadores.
Gradualmente, esta dedicação obstinada construiu nele

um estilo refinado e lançou as bases daquele aprendizado
profundo tão evidente em cada frase musical que
escreveu.
Sua primeira esposa, com quem se casou em 1707, foi

Maria Barbara Bach, sua prima, filha de Johann Michael
Bach, organista de celebridade local. Ela parece ter sido
uma
uma excelente dona de casa, e seus interesses estavam

centrados principalmente no lado doméstico da existência
de Bach, a esse respeito oferecendo um grande contraste
com sua segunda esposa, que possuía a rara união de uma

natureza artística e daquelas faculdades domésticas
caseiras tão essenciais para uma família feliz, com a
proeminência forte e muito apropriada do primeiro. O
fruto de seu casamento com Maria Barbara Bach foram
sete filhos, entre os quais Wilhelm Friedemann, Carl
Philip Emmanuel,
Johann Gottfried e
Leopold Augustus.
Maria Barbara Bach,

primeira esposa de
J. S. Bach.
Após treze anos de vida de casado, essa excelente mulher

morreu, e Bach foi em seguida unido a Anna Magdalena

36
Wülkens. Não apenas capaz de suprir inteiramente todos

os detalhes de sua felicidade doméstica, esta mulher
talentosa possuía a mais forte simpatia pelo gênio musi-
cal de seu marido,

sendo uma de suas
admiradoras mais
calorosas e ouvintes
mais encantadas. Ela
foi infatigável em a-
judá-lo em todos os
seus trabalhos artís-
ticos, o que se tornará
ainda mais evidente
quando dissermos que
numerosos ma-
nuscritos da música
Suposta imagem de Anna Magdalena Bach, segunda esposa de J. S. Bach.
se Bach estão escritos à mão dela. Seus filhos foram

estimulados a copiar para evitar o trabalho desnecessário
do pai, mas sua esposa parece ter sido mais diligente do
que todos eles nessa tarefa ingrata, porém necessária.
A esta época de sua vida, que é logo após seu segundo

casamento, pertencem os Seis Pequenos Prelúdios (BWV

37
933-938), as Quinze Invenções a Duas Vozes (BWV 772-

786), a Primeira Parte do Cravo Bem-temperado (BWV
846-869), as Seis Sonatas para Cravo com Obbligato de
5
Violino (BWV 1014-1019), além de outras composições
importantes. Todas essas obras mostram a mão-mestre do

músico consumado. Os dias de provações e estudos febris
haviam passado, e o gênio amadurecido de Bach estava
dando seus frutos.
6
Em 1723 ele foi nomeado Kantor da igreja e da escola de
St. Thomas em Leipzig, tendo antes dessa nomeação
ocupado sucessivamente os cargos de organista da Igreja
de Arnstadt, organista da Igreja de St. Blasius, organista em
Weimar e Mestre de Capela em Köthen. O período de sua
carreira durante seu posto em Leipzig, sendo o mais
representativo de sua vida, já selecionamos para
consideração detalhada. Embora contente com o salário
humilde e a vida patriarcal monótona que lhe mostramos
levando, sua fama havia viajado por toda parte. Os
homens estavam ficando curiosos sobre ele, e seu nome já
era visto com certo temor.
5 Você pode acessar as obras citadas nesse link, ou apontando sua câmera do
celular para o QR Code.
6
O título de Kantor refere-se ao músico que supervisiona a música em várias
igrejas principais. No caso de Bach, o serviço ainda incluía dar aulas na escola
secundária para meninos e fornecer música para funções cívicas.
38 FORMANDO FILHOS MUSICAIS
Conta-se que certa vez ele entrou em uma igreja onde

havia um organista muito ineficiente, e ouviu com
impaciência os esforços desajeitados do organista. Quando
o serviço terminou, Bach entrou no sótão do órgão e se

ofereceu para tocar um pouco de música por sua própria
conta. O organista, para quem ele era um completo
estranho, entregou seu banco ao recém-chegado e ouviu
com espanto as magistrais melodias, as sublimes
mudanças de tom que saíam do instrumento diretamente
quando o estranho tocador colocou os dedos nele. Peça
após peça foi executada pelo brilhante intérprete, as
maiores dificuldades do instrumento foram superadas
com leveza e facilidade, o ouvido ficou encantado, o
coração despertou e a compreensão foi ofuscada pela
execução maravilhosa e habilidade consumada.
As pessoas que permaneceram na igreja, ficaram

maravilhadas com uma apresentação tão incomum - uma
apresentação, todos concordaram, como nunca haviam
ouvido antes na vida. O organista foi então encarregado de
perguntar ao estranho instrumentista seu nome, pois
muitos palpites circulavam pela igreja, alguns
conjeturando um grande nome, outros outro, embora to-
dos

dos concordassem que o músico presente eclipsava

inteiramente aqueles cujos nomes eram mencionados. O
estranho intérprete recusou-se a dar seu nome, mas em
7
vez disso tocou quatro notas no órgão, B, A, C, H, e
começou a improvisar uma fuga sobre elas. A revelação

musical assim dada não parece ter ocorrido aos ouvintes
de uma vez; mas quando eles ouviram este assunto ser
tratado com uma habilidade que confundiu toda a
imaginação, eles unanimemente pensaram no maior de
todos os músicos cujo nome eles haviam omitido em seus
palpites anteriores e, simultaneamente, o desenvolvimento
e a repetição das quatro notas vieram à sua mente e deram
a solução do problema. Mas antes que pudessem se unir
em uma demonstração formal de respeito e veneração,
Bach, que odiava qualquer tipo de atenção, encerrou sua
fuga, levantou-se do banco do órgão e deixou a igreja.
Uma história um tanto semelhante é contada de sua

8
entrevista com Frederico, o Grande. Este monarca era um
excelente flautista. Depois de tocar para o rei por algum
tempo, Bach solicitou a Frederico que lhe fornecesse um
7 No sistema musical alemão a letra B corresponde à nota Sib, a letra A à nota Lá,
C é Dó e H é Si. Desta forma as quatro letras do nome Bach correspondem a
quatro notas musicais e podem formar um fragmento melódico.
8 Rei da Prússia de 1740 até 1786.
40

Acima: Frederico, o Grande tocando flauta em Sanssouci. Carl Philipp
Emanuel Bach está acompanhando ao cravo. Pintura de Adolph von
Menzel, 1852.
Ao lado: Frederico, o Grande, da Prússia. Retrato de Antoine Pesne.
c.1739 .
tema para improvisação. O rei pegou sua flauta e tocou

uma intrincada melodia. Então, ao terminar, pediu a Bach
que improvisasse sobre o tema. Sem dúvida, o monarca
pensou que tinha criado um quebra-cabeça para o músico,
mas ele esqueceu-se que estava diante do maior
contrapontista do mundo. Bach tocou para ele uma fuga,
tão engenhosa, tão elaborada, de maneira tão livre e fácil
em todos os seus desenvolvimentos sinuosos, que
Frederico teve de admitir que ninguém estava além do
velho Bach!

Mais tarde, Bach compôs uma obra de grande porte

chamada “Oferenda Musical” e dedicou a Frederico, o
Grande utilizando o tema proposto pelo monarca.

Foi enquanto Kantor na Escola St. Thomas, Leipzig (1725-
1750), que muitas das maiores obras de sua vida foram
escritas. A esses vinte e cinco anos pertencem cinco ciclos
completos de música sacra durante todo o ano, cinco
“Paixões” (das quais somente duas chegaram até nós), o
fresco e sempre jovem Oratório de Natal, e a Missa em Si
menor, "A Catedral Gótica", como alguns, em seu
entusiasmo, a chamam.
Considerando a profundidade do sentimento musical,

combinada com a complexidade transcendente da
estrutura, Bach leva sua música na palma da mão. Os
entrelaçamentos de seu contraponto nunca são tediosos e
enfadonhos, como tantas vezes acontece com
compositores inferiores, que depois de iniciarem seu tema
não têm invenção suficiente para realizá-lo e,
conseqüentemente, pela repetição infinita ou pela
monotonia plana e comum, excitam nenhum interesse no
ouvinte, que aguarda com impaciência o final da
composição. Mas a inesgotável imaginação musical de

42
Bach sempre borbulha em novas passagens da melodia, e

novo interesse se acumula à medida que a peça avança.
Freqüentemente, é perceptível que, quando próximo ao
final de uma de suas fugas, e, como poderíamos ser

levados a pensar, com sua veia de variedade
completamente exaurida, ocorrem algumas de suas mais
nobres inspirações e melhores efeitos.
Muitas de suas danças revelam em beleza e leveza

maravilhosas todos os contornos da estrutura
contrapontística regular, e assim compartilham de um ar
de dignidade séria. Sua habilidade nesta forma mais leve
de composição é melhor vista em suas Suites, que são
coleções de danças, incluindo Allemande, Gigue,
Courante, Bourree, Gavotte e Sarabande. Suas danças são
notáveis por seus ritmos nítidos, efeitos exóticos e
contornos bem definidos.
Em respeito ao ato de compor, Johann Sebastian Bach

declarava:
“O único propósito da música deve ser para a glória de Deus e o

deleite do espírito humano.”
E esta piedade pode ser observada em seus manuscritos.

Frequentemente as iniciais J.J. (do latim, Jesu Juva, ou

“Jesus ajude”) estavam presentes no início de suas obras. E,
ao final, não poucas vezes encontramos a sigla SDG (Soli
Deo Gloria, ou “A Glória somente a Deus”).

8
Detalhe das siglas utilizadas por J. S. Bach. Acima J.J. Abaixo: SDG
Parecia considerar cuidadosamente em seu trabalho o

versículo: “…e tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em
ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele
9
graças a Deus Pai.”
É como se cada composição sua fosse uma oração:
J.J. (“Jesus, me ajude a concluir o trabalho”)

Aí vem sua composição:
9 Carta de Paulo aos Colossenses, 3:17. Versão Almeida Revista e Atualizada.

44
E, ao final: SDG (trabalho concluído, a Ti somente Senhor, toda

a glória). Amém!
Quando a cegueira caiu sobre Bach no final de sua vida,

ele não manteve aquele conflito desesperado com a
doença, como foi o caso de Handel, mas parece ter
afundado sob ela, cansado e desgastado até a morte. A sua
última composição, “Wenn wir in höchsten Nöten sein”,10
ditada ao genro pois já estava incapaz de escrever ele
próprio, respira paciência e resignação celestiais, mas sem
nenhum traço de desejo de combater sua aflição.
É estranho dizer que, pouco antes de sua morte, ele

recuperou o uso dos olhos e foi capaz de, com indescritível
alegria, contemplar os rostos de sua amada família e os
objetos da querida casa ao seu redor. Logo após essa
recuperação temporária, ele morreu, em meio às lágrimas
de seus filhos, à tristeza de sua esposa e à simpatia e
tristeza de seus amigos e conhecidos. O dia de sua morte
foi 28 de julho de 1750, oito horas e quinze da noite. Seu
túmulo foi decorado sem lápide, sem cruz.
Por muito tempo ninguém soube, de fato, onde estava
10 “Quando estamos em apuros”

enterrado o maior mestre do antigo contraponto. Somente

em 1849 alguns admiradores de Bach resolveram enterrá-
lo na recém reconstruída igreja de São João
(Johanniskirche). Esta igreja foi destruída durante a
Segunda Guerra Mundial e, em 1949, o que acredita-se ser

os restos mortais do grande compositor foram transferidos
para a Thomaskirche (Igreja de St. Thomas). Sua esposa
talentosa, caiu na pobreza com a morte de seu marido, e
avançada em anos, acredita-se, morreu em um asilo. Não
é curioso percebermos como os infortúnios perseguem
com tanta imparcialidade seja nossos maiores homens
assim como o resto da humanidade?
…Toda a carne é erva, e

toda a sua glória, como a
flor da erva; seca-se a
erva, e caem as flores,
soprando nelas o hálito do
SENHOR. Na verdade, o
povo é erva; seca-se a erva,
e cai a sua flor, mas a
palavra de nosso Deus
permanece eternamente. Is
40:6-8
Túmulo de Johann Sebastian

Bach na Thomaskirche.

46

“Conceito antigo: o amor é cego .…O casamento abre os olhos.
Novo conceito: o amor não é cego - ele simplesmente permite
que uma pessoa veja coisas que os outros não conseguem ver.”


RESUMO ILUSTRADO DE SUA
VIDA
JOHANN SEBASTIAN BACH nasceu em Eisenach, em
21 de março de 1685.

Eisenach. Gravura de Matthaus Merian, 1650.
Foto da inauguração da Bachhaus, Museu do Bach em Eisenach. 1907

Por muito tempo se acreditou que Bach teria nascido nesta casa.

Começou a aprender música com seu pai. Porém, em

grande parte, foi um músico autodidata;
Estudou com seu irmão, Johann Christoph, em
Ohrdruff, a partir de 1693;

Ohrdruff
Foi corista no colégio de São Miguel em Lüneburg,

1700;
Lüneburg. Gravura de 1654.

50
Tornou-se organista da Igreja de Armstadt em 1703;

À esquerda: Igreja em Arnstadt, hoje chamada de Bachkirche
(Igreja de Bach). Acima: detalhe do órgão de tubos localizado
dentro da igreja.
Foi para Mühlhausen como organista da Igreja de São

Blasius em 1707;
Casa-se com Maria Barbara Bach, em 17 outubro de
1707;
Maria Barbara Bach.

Acima: Maria Barbara Bach.
Abaixo: Suposta imagem de J. S. Bach.

Torna-se organista da corte em Weimar em 1708.

Corte de Weimar.
Sua primeira esposa morre em 1720. Tiveram sete

filhos mas apenas quatro sobreviveram;
Se casa com sua segunda esposa, em 3 de dezembro de
1721;
As duas imagens acima supostamente ilustram a segunda esposa de Bach, Anna

Magdalena. No entanto não se tem certeza de sua veracidade

52
Torna-se cantor da Thomas School, Leipzig, 1723;

(Destruída em 1969
(Destruída na II Derrubada em 1886

Guerra Mundial)
Imagem de Leipzig mostrando as cinco igrejas as quais J. S. Bach era responsável por supervisionar, compor
músicas e organizar as apresentações nas datas religiosas.
Escreveu a primeira parte do “Cravo Bem Temperado,

1725;
Produziu a Paixão Segundo São Mateus, 1729;
A Missa em Si menor, por volta de 1734;
O Oratório de Natal, 1734;
A segunda parte do “Cravo Bem Temperado”, 1740.
Morreu em Leipzig, em 28 de julho de 1750, aos 65
anos.


Primeira edição da Paixão Segundo São Mateus, 1830.
Fac-símile da Missa em Si menor.
Primeira página do Oratório de Natal
Assinatura de Johann Sebastian Bach

54
CONHECENDO SUA OBRA

“É fácil tocar qualquer instrumento musical. Não há nada de notável nisso.
Tudo o que se precisa fazer é apertar as teclas certas na hora certa e o
instrumento toca sozinho.”


CONHECENDO SUA OBRA
A música de Bach é considerada bastante complexa

principalmente devido ao grande uso do contraponto,
onde muitas melodias independentes soam
simultaneamente, tornando a audição uma tarefa “árdua”.

No entanto, ele também foi criador das mais sublimes
melodias que são uma excelente “porta de entrada” para
conhecer e se apaixonar por sua obra.
Elaborei uma playlist com músicas consideradas “mais

fáceis” de escutar, seja por ter uma estrutura mais simples,
seja por ter uma melodia bem destacada ou por já termos
escutado bastante por aí em comerciais e desenhos, por
exemplo.
Segue abaixo a lista com os nomes das músicas e o link

para acessar a playlist:
1. Prelúdio da Suite nº1 para Violoncelo;

2. Aria das Variações Goldberg;
3. Toccata e Fuga em Ré menor;
4. Prelúdio nº1 do Cravo Bem-Temperado;
5. Prelúdio da Partita para Violino nº3;

CONHECENDO SUA OBRA
6. Ária da Suite Orquestral nº3;

7. Allegro (1º movimento) do Concerto para
Cravo em Ré menor;
8. Allegro (1º movimento) do Concerto de

Brandemburgo nº3;
9. Largo (2º movimento) do Concerto nº5
para Cravo em Fá menor;
10. Prelúdio da Partita em Mi Maior para
alaúde;
11. “Gute Nacht, o Wesen” do Moteto Jesu,
Meine Freude;
12. Jesus Alegria dos Homens, da Cantata
Herz und Mund und Tat und Leben.
YouTube (Clique aqui)
Spotify (Clique aqui)

58
CONHECENDO SUA OBRA
10 GRANDES OBRAS
Bach compôs mais de mil obras, então fica difícil escolher

somente dez. Porém, no caso de Bach, quase poderíamos
escolher quaisquer dez obras que todas refletiriam sua

grandiosidade como compositor.
Optamos então por escolher obras que cubram diferentes
áreas de atuação e formação instrumental.
1. Concertos de Brandemburgo (link)
Em 1719, Bach trabalhava para o Príncipe Leopold em

Cöthen e foi enviado a Brandemburgo para negociar um
novo cravo para seu patrão. Nesta ocasião o Marquês de
Brandemburgo pediu a Bach que fornecesse alguma
música para a orquestra da sua corte. Nos dois anos
seguintes, Bach compôs ou revisou seus seis grandes
concertos, que foram enviados ao Marquês em março de
1721, provavelmente esperando alguma remuneração ou
uma oferta de emprego. No entanto, quando o pacote
contendo as partituras foi redescoberto mais de 100 anos
depois, o selo de Bach estava intacto. Os concertos nunca
foram sequer lidos, muito menos tocados em
Brandemburgo.

CONHECENDO SUA OBRA
Com um título original em francês, Six Concerts à plusieurs

instruments, que significa seis concertos para vários
instrumentos, os hoje chamados Concertos de
Brandemburgo estão entre as melhores composições
orquestrais da era barroca.

Para compreender melhor a obra, preste atenção na
“conversa” entre os instrumentos. Por exemplo, no
Concerto nº2, observe como o trompete, a flauta, o oboé e
o violino conversam entre si e com o restante do conjunto
instrumental.
2. Suítes Orquestrais (link)
As quatro Suítes Orquestrais foram chamadas por Bach de

Ouvertures (que significa Abertura). Este nome se refere
somente ao movimento inicial das obras.
O termo Suite, no entanto, se refere a um conjunto de
danças. Então, os nomes dos movimentos (Courante,
Gavotte, Boureé, Giga…) são nomes de danças do período
que, neste caso, são estilizadas.
Ao escutar as Suítes comece a reparar na velocidade das

danças. Qual é rápida? Qual é lenta?

60
CONHECENDO SUA OBRA
3. Paixão Segundo São Mateus (link)
“Paixão do Nosso Senhor Jesus Cristo de acordo com o

evangelista Mateus”, este é o nome dado ao monumental
Oratório composto para vozes solistas, dois coros e duas

orquestras, baseado nos capítulos 26 e 27 do evangelho de
Mateus.
Entendendo um Oratório:
Um Oratório é semelhante a uma Ópera, porém sem a
encenação. Basicamente o oratório é uma história narrada
com um tipo de “canto falado” chamado de Recitativo.
Esta história normalmente possui um conteúdo bíblico e
no caso da Paixão segundo São Mateus ela retrata os
últimos momentos de Cristo antes da crucifixação. Em
momentos chave do enredo são incluídas Árias para
solistas ou duetos, que são uma espécie de canção, e Corais
como uma reflexão à história bíblica. Bach utiliza os hinos
luteranos para construir os Corais.
Nesta obra o Coral também assume vários papéis no

enredo: os fariseus, os discípulos, o povo enfurecido…

CONHECENDO SUA OBRA
Procure assistir alguma apresentação legendada desse tipo

de obra pois ela é composta baseada diretamente no texto.
4. Cantata BWV21 (link)

Cantatas e Oratórios são muito semelhantes em estrutura.
Você vai encontrar os mesmos tipos de movimento: Arias,
Recitativos e Coros.
Então qual a diferença?

Geralmente as Cantatas tem um porte menor. É uma obra
de menores proporções.
O Oratório tem uma cadacterística mais dramática.
Esta Cantata BWV 21 (Tive muita aflição em meu coração)

é considerada por muitos como sua melhor e mais
profunda Cantata.
Infelizmente não encontrei uma versão legendada para

incluir aqui, mas nesse site você pode encontrar a tradução
do texto desta Cantata:
Cantata BWV 21 (Texto em Português)

62
CONHECENDO SUA OBRA
5. Fantasia e Fuga em Sol menor para Órgão - BWV542

(link)

"Eu pensei que essa habilidade tivesse morrido, mas vejo que ela
vive em você", exclamou Reincken, o ex-organista de
Hamburgo após ouvir um recital de mais de duas horas de
duração onde Johann Sebastian Bach demonstrou suas
habilidades como organista e deixou seu público
estupefato.
Para homenagear o ex-organista que era de origem

holandesa, Bach compôs esta obra que utiliza em sua fuga
um tema (uma melodia) de uma música folclórica
holandesa.
Delicie-se com o potente e versátil som do maior dos

instrumentos, o órgão de tubos!

CONHECENDO SUA OBRA
6. O Cravo Bem-Temperado (link)
Esta colossal obra - que é considerada uma das mais

importantes obras de grande porte para teclado solodo

período barroco - explora as complexidades de cada uma
das 12 tonalidades maiores e 12 tonalidades menores.
O adjetivo “bem-temperado” no título refere-se ao

emprego de um sistema de afinação que funcionaria
igualmente bem em todas as teclas - uma circunstância
rara nos dias de Bach. Além disso, usando a palavra clavier
(que em português acabou traduzindo-se por cravo, mas
que na realidade significa teclas), Bach indicou que sua
música poderia ser tocada em qualquer instrumento de
teclado, incluindo cravo, clavicórdio e órgão. (O piano,
recém-inventado na Itália, era desconhecido na Alemanha
natal de Bach quando o primeiro livro foi publicado.)
As peças foram concebidas como exercícios pedagógicos

para dar aos tecladistas experiência em trabalhar com os
acordes, escalas e arpejos em cada tonalidade.

64
CONHECENDO SUA OBRA
7. Variações Goldberg - BWV 988 (link)
Não se sabe se essa história é verdadeira, mas foi narrada

pelo primeiro biógrafo de Bach, Johann Nikolaus Forkel,

e é uma boa história. Vale a pena deixá-la registrada aqui:
“[Por esta obra] temos de agradecer ao estímulo do ex-

embaixador russo no tribunal eleitoral da Saxônia, o conde
Kaiserling, que muitas vezes parava em Leipzig e trazia
consigo o mencionado Goldberg, para que recebesse
instruções musicais de Bach. O conde ficava doente com
frequência e passava noites sem dormir. Nessas horas,
Goldberg, que morava em sua casa, tinha que pernoitar
em uma antecâmara para tocar para ele durante sua
insônia… Certa vez, o conde mencionou na presença de
Bach que gostaria de ter algumas peças de cravo para
Goldberg, que deveriam ser de um caráter tão suave e um
tanto animado que ele poderia ficar um pouco animado
por elas em suas noites sem dormir. Bach se considerou
mais capaz de realizar esse desejo por meio de Variações,
cuja escrita ele havia considerado até então uma tarefa
ingrata por causa da fundação harmônica repetidamente
semelhante. Mas, como nessa época todas as suas obras já
eram modelos de arte, essas variações também ficaram sob

CONHECENDO SUA OBRA
seu controle. No entanto, ele produziu apenas uma única

obra desse tipo. Depois disso, o conde sempre chamou esta
obra de “suas variações”. Ele nunca se cansava delas, e por
muito tempo as noites sem dormir significavam: "Querido

Goldberg, toque para mim uma de minhas variações."
Bach talvez nunca tenha sido tão recompensado por uma
de suas obras como por esta. O conde o presenteou com
uma taça de ouro cheia de 100 luíses-d'or. No entanto,
mesmo que o presente fosse mil vezes maior, seu valor
artístico ainda não teria sido pago.”
No link acima incluí a versão original para cravo. Abaixo

temos uma versão para piano com o grande pianista Glenn
Gould:
(Link)

66
CONHECENDO SUA OBRA
8. Seis Suítes para Violoncelo - BWV 1007 a 1012 (link)
O violoncelo era um instrumento novo quando, na década

de 1720, Bach compôs suas Seis Suítes para o instrumento.

Antonio Stradivari, o grande fabricante de instrumentos
de cordas da cidade de Cremona, começou a construir
violoncelos "modernos" durante a primeira década de
1700, quando criou violoncelos cujo tamanho se tornou o
padrão no final daquele século. Havia, durante o século
anterior, todos os tipos de instrumentos de cordas graves,
tanto das famílias da viola da gamba quanto do violino, e
muitos violinos graves maiores continuaram a ser usados
até 1700. O violoncelo era, portanto, apenas um
instrumento entre muitos quando Bach criou suas Suítes,
uma circunstância confirmada pelo fato de Bach ter
escrito a Suíte No. 6, BWV 1012, para um violoncelo de
cinco cordas (o instrumento padrão tem quatro) com um
alcance estendido.
Mas o que é uma Suíte? Uma suíte é uma obra constítuida

por um grupo de danças.
No caso da composição do Bach, são danças estilizadas, ou

seja, não foram feitas para serem dançadas, mas sim

CONHECENDO SUA OBRA
são inspiradas em danças conhecidas no período.
Você perceberá que a todas elas possuem um Prelúdio (que

é um tipo de introdução livre), Allemande, Courante,

Sarabande e Giga.
Algumas possuem Gavota, outras possuem Minueto, outras

possuem Bourrée.
Tente prestar atenção à característica de cada dança. Qual é

rápida? Qual é lenta? Aos poucos você se habitua em
relacionar os nomes ao tipo de dança e andamento.
9. Sonatas e Partitas para Violino - BWV 1001 a

1006 (link)
Provavelmente concebidas como material de prática para

violinistas as Sei Solo a Violino senza Basso accompagnato ou
Seis Solos para Violino sem Acmpanhamento de Baixo
foram compostas provavelmente entre 1710 e 1720
enquanto Bach era Kapellmeister (Mestre de Capela) em
Cöthen.
Apesar do seu provável intuito educacional, estas obras

CONHECENDO SUA OBRA
monumentais consistem hoje no pináculo do repertório

violinístico, fazendo parte do arsenal de todos os grandes
violinistas.

As três Sonatas possuem quatro movimentos cada e
mantêm uma estrutura comum para as sonatas da época:
lento-rápido-lento rápido.
As três Partitas se assemelham em sua estrutura às Suítes

para Violoncelo, consistindo de coleções de danças da
época.
10. Concerto para dois Violinos em Ré menor -

BWV 1043 (link)
Violinista e tecladista talentoso, Bach escreveu pelo menos

seis concertos para um ou mais violinos e diversos outros
combinando violino com outros tipos de instrumentos
solo. As partes solo eram escritas para si mesmo ou para
seus alunos qualificados ou colegas profissionais, incluindo
vários de seus próprios filhos. O célebre Concerto “Duplo”
é um Concerto Grosso, no qual um pequeno grupo solo
(concertino) - aqui dois violinos - é contrastado com um
grupo maior (chamado de ripieno ou tutti).

CONHECENDO SUA OBRA
Assim Bach intitulou seu manuscrito: Concerto à 6, 2 violini

concertini, 2 violini e 1 viola di ripieni, violoncello e continuo di

J. S. Bach.
***
Dentre as muitas obras que ainda poderiam ser citadas
como obras-primas de J. S. Bach gostaria ainda de deixar a
recomendação da Missa em Si menor e do Oratório de
Natal já citadas anteriormente no decorrer da história:
Missa em Si menor - BWV 232 (link)
Oratório de Natal - BWV 248 (link)

(O link para a parte 2 está na descrição
do video acima)


“Mudar um coração é a especial competência da música.”


Johann Sebastian Bach

73


Igreja de St. Thomas
75

Cravo

77


Violino
79

SOBRE O AUTOR
Olá! Meu nome é Rafael Garcia

Borges, sou esposo da Patrícia e
pai do Davi, do Josué, do
Timóteo e da Abigail.

Sou professor de Música há mais
de 25 anos e tenho buscado
auxiliar famílias educadoras no
processo de inserir o
Aprendizado Musical na rotina
de seus lares.
Para isso, criei o curso on-line

Formando Filhos Musicais, que
tem o objetivo de oferecer um
treinamento para pais e mães
guiarem seus filhos através do
Maravilhoso Mundo da Música.
Se precisar falar comigo, basta

me procurar no instagram:
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icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.

B732 Borges, Rafael Garcia, 1979-

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

Imagem da capa: Retrato de Johann Sebastian Bach - Elias Gottlob Haussmann.

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

RAFAEL GARCIA BORGES

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

“Não Riacho, mas Oceano deveria ser seu nome”*

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

Muitas pessoas declaram que livros SOBRE compositores

Ao ouvirmos alguma história sobre um compositor nos

Este é o meu objetivo aqui. Trazer você e sua família para

Nesse pequeno livro vamos imaginar como seria um dia

* N. A.: O sobrenome “Bach” significa “riacho, ribeiro”.

Você precisa ter em mente que faremos um exercício de

Tenho certeza de que ao ler este livro, será desperto em

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

Além de conhecermos como era o dia de Bach, também

• um capítulo com fatos, anedotas e uma breve biografia;

• um resumo ilustrado de sua vida;

• uma playlist com obras “fáceis” de escutar (para você já

• uma lista com comentários e links de Dez Grandes

• páginas para colorir, para os pequenos se entreterem

Embora eu não indique música como fundo para

06 RAFAEL GARCIA BORGES

A ideia seria “recriar” o clima da época em que ele viveu

Então, disponibilizo aqui a mesma playlist das “obras

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

Mas não deixe esses tesouros musicais somente como

Conversem sobre isso!

Caso você tenha adquirido também o audiobook, ele já

A versão em audiobook, além de narrar as histórias deste

A seguir, a lista de mini-episódios para quem adquiriu a

RAFAEL GARCIA BORGES 07

1. A escola de St. Thomas

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

Se você quiser adquirir o audiobook, clique aqui

Espero de coração que você e sua família apreciem este

Boa leitura, e abra os ouvidos! (Efatá!)

- Epígrafe do Pequeno Livro de Órgão de J. S. Bach

08 RAFAEL GARCIA BORGES

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

- Johann Sebastian Bach

RAFAEL GARCIA BORGES

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

Escola de St. Thomas ou Thomasschule, fotografia de 1896.

FORMANDO FILHOS MUSICAIS 11

Uma pequena parte da escola é destinada a uma casa de

icensed to Mateus Soares da Rocha - mateussoares23232@gmail.com - 024.301.482-18 - HP16116467443332

Se entrarmos na sala, iremos encontrá-la cheia de

FORMANDO FILHOS MUSICAIS

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poder intelectual. Tem uma testa larga e expansiva, olhos

Este é Johann Sebastian Bach, o pai dos músicos, e ele

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-me de "Arquivos dos Bachs", ainda podem ser vistas na

Este é Johann Sebastian Bach, e ao seu redor na sala

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seu pai o olha com orgulho paternal. Bach empregou um

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