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Noção de mercado:
Ao falarmos de mercado muitas ideias nos vêm à cabeça. Já ouvimos certamente falar
no mercado do Bulhão, no Porto, ou no mercado da Ribeira, em Lisboa. Já ouvimos
também certamente alguém dizer: “Fui ao mercado” – querendo com isso dizer que
foram ao “Supermercado” ao “Hipermercado” à “Praça” ou à “Feira”. Todas estas
expressões têm em comum o facto de serem locais onde se podem encontrar os bens que
necessitamos, os bens para satisfazerem as nossas necessidades...
Também é frequente ouvirmos falar em “preço do mercado internacional” de um
determinado produto..., “mercado de Capitais”, “mercado de Trabalho”, etc. Ao
ouvirmos estes conceitos verificamos que eles não correspondem a lugares concretos
onde possamos adquirir coisas.
É através do mercado que se adequam a oferta e a procura de cada bem, de modo que é
garantida aos consumidores a produção dos bens que necessitam e aos produtores a
certeza de que venderão os bens que irão produzir, isto é, no mercado chega-se à
compatibilização entre a oferta e a procura de um bem para certo preço.
- Oferta,
- Procura,
- Moeda,
- Preços.
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Apontamentos de Alfredo Garcia
O critério da quantidade, do número de participantes, não é suficiente; não é possível
determinar o número a partir do qual se passa da Concorrência ao Oligopólio. Um
grande número de vendedores, só por si, não é suficiente para dizermos que há
concorrência pura. Em concorrência é necessário que haja atomicidade do mercado,
ou seja, é necessário que existam muitos vendedores (quantidade) mas que não
estejam em condições de influenciar ou dominar o mercado, isto é, não
estabeleçam acordos entre si (interdependência) para controlar a oferta...
Em concorrência existem muitas empresas, mas cada uma apenas representa uma
parte muito pequena da oferta global – atomicidade do mercado.
- matérias-primas,
- Produtos agrícolas,
- Artigos manufacturados sem indicação de marca ou de proveniência, etc.
É a homogeneidade do bem que faz com que seja indiferente para os compradores
adquirirem o bem que necessitam ao vendedor A ou ao vendedor B. É indiferente
beber uma “bica” no café da esquina ou num café de um centro comercial. É indiferente
comprar maçãs, batatas, laranjas, etc. na “mercearia do Delfim” ou nos hipermercados
Continente ou Jumbo. Porquê? Porque se trata de bens homogéneos, bens que têm
características idênticas, uniformes...
Em conclusão:
Na classificação dos mercados temos que ter em conta estes três critérios:
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Apontamentos de Alfredo Garcia
Assim, são características do mercado de concorrência perfeita:
Mercado de Oligopólio:
Mercado de Monopólio:
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Apontamentos de Alfredo Garcia
PROCURA:
Lei da Procura:
- Factores subjectivos:
- Tradição,
- Moda,
Vamos verificar como se comporta a procura quando se tem em conta apenas o preço de
um determinado bem e quando se têm em conta também os outros factores, além do
preço, que podem influenciar a procura.
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Apontamentos de Alfredo Garcia
Curva da procura:
Quadro 1.
140
130
120
110
100
90
80
Preços
70
60
50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Quantidades
O que acontece à curva da procura se para além dos preços tivermos em conta os outros
factores que podem influenciar a procura.
A curva pode deslocar-se para fora, para a direita se ouver um aumento das quantidades
procuradas (recta encarnada no gráfico 1) e deslocar-se-à para dentro, para a esquerda se
as quantidades procuradas diminuirem (recta azul no gráfico 1).
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Apontamentos de Alfredo Garcia
No primeiro exemplo, suponhamos que os preços se mantêm: 130, 110, 90, 70 e 50,
e as quantidades procuradas aumentam respectivamente para: 15, 30, 45, 60 e 70
caixas de laranjas de 25 Kg cada, por influencia de um ou mais factores que podem
influenciar o consumo, nomeadamente:
- mudança nos gostos dos consumidores (motivada pela publicidade, por ex.),
- Aumentar bruscamente o preço de outras frutas,
- Aumentar o rendimento dos consumidores,
- Expectativa de que os preços das laranjas aumente muito na semana seguinte.
Verificamos, neste caso, no quadro 1, que a curva da procura de facto se desloca para
fora, para a direita (recta encarnada).
Elasticidade da Procura:
Δq.
q. p. Δp.
_____ ____ . _____
e.q.p. = =
Δp. q. Δq.
p.
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Apontamentos de Alfredo Garcia
A Procura pode ser:
As características definidas para os bens são relativas e não dependem só das qualidades
técnicas dos bens. O costume e a publicidade têm aqui um papel importante. Por
exemplo, as campanhas contra o uso do açúcar - porque o seu consumo pode ser
prejudicial para a saúde - podem fazer diminuir o seu consumo, sem que diminuam os
consumos dos bens complementares.
OFERTA:
Lei da Oferta:
A Oferta, tal como a procura, também é influenciada ou condicionada pelo preço dos
bens.
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Apontamentos de Alfredo Garcia
É óbvio que o preço de um bem influencia a sua oferta. Naturalmente um
produtor estará disposto a aumentar a oferta, a vender mais, se o preço do
bem que produz, por ex. As laranjas, aumentar. Quanto maior for o preço
do bem maior será a quantidade oferecida, pois maiores serão também os
lucros… Se o preço de um bem baixar abaixo do custo de produção, os
produtores deixarão de produzir esse bem e passarão eventualmente a
produzir outro bem.
Curva da Oferta:
Quadro 2.
FUNÇÃO OFERTA
140
130
120
110
100
90
80
Preços
70
60
50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Quantidades
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Apontamentos de Alfredo Garcia
dentro, para a esquerda. O que demonstra a Lei da Oferta: “ A oferta de um bem varia
na razão directa dos preços”.
Mas pode acontecer que apesar do preço do bem baixar a oferta desse bem pode manter-
se ou até aumentar, por influência de alterações ocorridas nos outros factores que podem
influenciar a oferta, como veremos de seguida.
Tal como a procura, também a oferta pode ser influenciada, além do preço, por outros
factores.
- Variações da procura,
- Alterações dos preços das matérias-primas,
- Variações salariais,
- Mudanças tecnológicas,
- Alterações nos preços dos bens complementares e dos bens sucedâneos,
- Sazonalidade,
- Condições climatéricas,
- Grau de conservação dos produtos,
- Previsões do produtor relçativamente à relação preço-custo.
- Intervenção do Estado subsidiando ou penalizando determinadas produções.
Dissemos que apesar do preço do bem poder baixar, a oferta pode manter-se ou até
aumentar. Exemplifiquemos:
Suponhamos que o preço das laranjas baixa, mas verificam-se mudanças nos outros
factores que podem influenciar a oferta, nomeadamente:
Em todos estes casos apesar do preço da laranja baixar a oferta de laranja pode manter-
se ou até aumentar sem que isso implique uma perda de lucros dos produtores. A oferta
poderá aumentar porque também se produz com menos custos o que permitirá continuar
a obter ou até aumentar os lucros dos produtores, da oferta.
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Apontamentos de Alfredo Garcia
Elasticidade da Oferta:
A elasticidade da oferta pode variar entre a oferta rígida ou inelástica, isto é, a oferta
não reaje às variações do preço. É o que acontece, por exemplo, com as obras de arte – a
quantidade de obras de arte não pode ser aumentada por decisões económicas, por
auxílio dos factores de produção.
Quando a quantidade dos bens disponíveis pode ser alterada com o auxílio dos factores
de produção, a oferta pode ser elástica ou perfeitamente elástica.
Quadro 3.
FUNÇÃO OFERTA
EQUILÍBRIO DE MERCADO
FUNÇÃO PROCURA
140
130
120
110
100
90
80
Preços
70
60
50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Quantidades
1ª Situação:
2ª Situação:
Se o preço fosse de 70 (e não de 90) a procura seria de 55 e a oferta seria de 25. Neste
caso existiria falta de laranja, estaríamos perante um situação de excesso de procura
sobre a oferta. Neste caso haveria falta de laranja e muitas pessoas estariam dispostas a
pagar mais oelas laranjas para as poderem adquirir.
1º exemplo:
2º exemplo:
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Apontamentos de Alfredo Garcia
Formação dos preços num mercado de monopólio:
Vejamos um exemplo de como uma empresa apesar da sua situação de monopólio não
pode elevar o preço para além de um determinado limite, aquele que lhe permite obter
o lucro máximo.
No exemplo dado verificamos que o preço de 100 é aquele que permite à empresa a
obtenção do lucro máximo. Se a empresa pretendesse vender os fogões a um preço
superior a 100, apesar de ganhar mais em cada fogão, em cada unidade, no conjunto das
vendas o lucro total seria menor.
Pode concluir-se que qualquer empresa mesmo na situação de monopólio não pode
elevar o preço para além de um determinado limite, aquele que lhe permite obter o
máximo lucro total.
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Apontamentos de Alfredo Garcia