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Divulgação
Vilaça, da ANTF: "As piores invasões são antigas e foram realizadas quando o governo
ainda era o responsável pela malha"
As margens das ferrovias brasileiras estão ocupadas por 327 invasões para moradias e
comércio que, segundo um estudo da Associação Nacional dos Transportadores
Ferroviários (ANTF), ocorreram, em sua maioria, na época da Rede Ferroviária Federal
(RFFSA). Antes, portanto, dos trechos serem concedidos à exploração da iniciativa
privada.
Há, de início, uma questão legal de complexa equação. São cerca de 200 mil pessoas
que habitam as margens da malha ferroviária e a União não pode ressarci-las porque o
terreno já é de sua propriedade. "Seria como comprar o que já é seu. No caso o espaço
já é do governo, sendo impossível recomprá-lo", disse um assessor do DNIT. Ao ser
intimado pela Justiça para desocupar o imóvel, o morador sempre recorre ao judiciário
alegando ter feito benfeitorias no local e exigindo ressarcimento. O governo, por outro
lado, não pode indeniza-los por benfeitorias construídas irregularmente.
As ocupações ilegais podem ser divididas de duas formas: as antigas, realizadas antes
das concessões; e as novas, realizadas quando as concessionárias já eram responsáveis
pelos trechos.
Para a ANTF, a maioria das invasões precede o processo de concessão. "As piores
invasões são as antigas, nada podemos fazer e que foram realizadas quando o governo
ainda era o responsável pela malha. Isso quer dizer que a estrutura nos foi entregue com
as pessoas já residindo ao redor dos trilhos", disse Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da
ANTF.