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Escola EB 2,3 Professor Gonçalo Sampaio

Curso EFA – Secundário

Ficha de trabalho n.º 3


Áreas de Competência - Chave: Cultura Língua e Comunicação /Sociedade Tecnologia e
Ciência/Cidadania e Profissionalidade
Núcleo Gerador: Gestão e Economia, Reflexividade e Pensamento Crítico e Argumentação e
Assertividade
CLC
(DR3) Sistemas Monetários e Financeiros
Competência: Agir de acordo com a compreensão do funcionamento dos sistemas monetários e financeiros (como elemento de configuração
cultural e comunicacional das sociedades actuais)
Critérios de Evidência
• Actuar perante a cultura e as artes reconhecendo a dimensão económica do seu funcionamento.
• Actuar individual ou colectivamente compreendendo o papel da língua no sistema económico e nas transacções à escala mundial
(interesses económicos geo-estratégicos, acordos de cooperação).
• Actuar face aos mass media compreendendo como se distinguem objectivos económicos de objectivos de serviço público, no contexto
dos sistemas financeiros nacionais.

(DR4) Usos e Gestão de Tempo


Competência: Identificar os impactos de evoluções técnicas na gestão do tempo reconhecendo ainda os seus efeitos nos modos de
processar e transmitir informação
Critérios de Evidência
• Actuar perante a gestão do tempo tendo em conta o impacto das evoluções técnicas nos modos de experienciar o tempo, comunicar e
partilhar informação.
• Actuar em contextos sociais alargados e transversais, compreendendo como os diferentes usos de língua e as suas formas de gestão se
cruzam com o elemento tempo (a distância, presencial, verbal, não verbal).
• Actuar face aos diferentes meios de comunicação social compreendendo a gestão do tempo em cada um deles e a sua relação com o tipo
de programas e linguagens utilizadas

STC
(DR3) Sistemas Monetários e Financeiros
Competência: Perspectivar a influência dos sistemas monetários e financeiros na economia e na sociedade
Critérios de Evidência
• Actuar no sistema económico, monetário e financeiro, reconhecendo novos problemas e oportunidades geradas pelas interacções que se
estabelecem a nível global, e em particular, no contexto da União Europeia, e seus efeitos no bem-estar e progresso social.
• Actuar ao nível das tecnologias relacionadas com o conhecimento e a segurança de diferentes meios de transacção e na comunicação
com instituições económicas e financeiras.
• Actuar com conhecimento dos indicadores macroeconómicos tendo em conta que os problemas económicos envolvem políticas
monetárias, e considerando a utilização de modelos matemáticos que permitam simular e prever diversas situações.

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(DR4) Usos e Gestão de Tempo


Competência: Diagnosticar os impactos das evoluções sociais, tecnológicas e científicas nos usos e gestão do tempo
Critérios de Evidência
• Actuar nos usos e na gestão do tempo, compreendendo que os diferentes elementos do sistema económico variam consoante os
sectores de actividade e estão em permanente evolução ao longo do tempo.
• Actuar tendo em conta as tecnologias existentes na gestão do tempo (por exemplo, o transporte aéreo versus a vídeo conferência).
• Actuar ao nível da gestão do custo do tempo compreendendo a evolução ao longo da história e tendo em conta factores diversos tais
como o custo da hora de salário, encargos socais e amortização de equipamentos, considerando uma vez mais as potencialidades da
matemática na simulação de situações alternativas tendo em vista a procura de soluções optimais.

CP
(DR3) Instituições e Modelos Institucionais
Competência: Mapear diferentes modelos institucionais de escala local e nacional e reconhecer o seu conteúdo funcional
Critérios de Evidência
• Identificar diferentes modelos institucionais.
• Comparar criticamente diversos modelos institucionais.
• Explorar conteúdos funcionais face a diferentes escalas institucionais.

(DR4) Opinião Pública e Reflexão Critica


Competência: Identificar estereótipos culturais e sociais, compreendendo os mecanismos da sua formação e revelando distanciamento crítico.
Critérios de Evidência
• Identificar estereótipos culturais na comunicação social.
• Evidenciar distanciamento e reflexão à luz de diferentes perspectivas culturais.
• Compreender a formação da opinião pública à luz das diversas perspectivas presentes

Argumentação e Assertividade
(DR4) Debates e intervenção pública
Competência: Intervir em debates públicos
Critérios de Evidência
• Identificar formas de resolução de conflitos numa escala de intervenção pública.
• Distinguir formas democráticas de intervenção pública.
• Explorar a intervenção em debates públicos.

O Dia da Europa.

No dia 9 de Maio de 1950, Robert Schuman, ministro dos Negócios Estrangeiros francês, profere um importante discurso, inspirado num
plano de Jean Monnet, através do qual propõe que a França e a República Federal da Alemanha ponham em comum os seus recursos de
carvão e de aço, numa organização aberta a outros países da Europa. Reconhecendo a importância da data que marcou o início do processo
de construção europeia, os chefes de Estado e de Governo decidiram, na cimeira de Milão de 1985, consagrar o dia 9 de Maio como o Dia
da Europa.
"Ao verem nas agendas e nos calendários o dia 9 de Maio identificado como "Dia da Europa", muitas pessoas interrogam-se sobre o que se
terá passado nessa data e em que ano terá tido lugar esse acontecimento.

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Com efeito, poucos cidadãos europeus sabem que a 9 de Maio de 1950 nasceu a Europa comunitária, numa altura em que, devemos
recordá-lo, a perspectiva de uma terceira guerra mundial angustiava toda a Europa.
Nesse dia, em Paris, a imprensa foi convocada para as dezoito horas no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, quartel-general do Ministério
dos Negócios Estrangeiros francês, para uma "comunicação da maior importância".
As primeiras linhas da declaração de 9 de Maio de 1950, redigida por Jean Monnet, comentada e lida à imprensa por Robert Schuman,
Ministro dos Negócios Estrangeiros da França, dão imediatamente uma ideia da ambição da proposta: "A paz mundial não poderá ser
salvaguardada sem uma criatividade à medida dos perigos que a ameaçam". "Através da colocação em comum de produções de base e
da instituição de uma Alta Autoridade nova, cujas decisões ligarão a França, a Alemanha e os países que a ela aderirem, esta proposta
constituirá a primeira base concreta de uma federação europeia, indispensável à preservação da paz".
Era assim proposta a criação de uma instituição europeia supranacional, incumbida de gerir as matérias-primas que nessa altura
constituíam a base do poderio militar, o carvão e o aço. Ora, os países convidados a renunciar desta forma ao controlo exclusivamente
nacional destes recursos fundamentais para a guerra, só há muito pouco tempo tinham deixado de se destruir mutuamente num conflito
terrível, de que tinham resultado incalculáveis prejuízos materiais e, sobretudo, danos morais: ódios, rancores e preconceitos.
Assim, tudo começou nesse dia, razão que levou os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1985, a decidirem celebrar o 9
de Maio como "Dia da Europa".
Os diversos países, ao decidirem democraticamente aderir à União Europeia, adoptam os valores da paz e da solidariedade, pedra angular
do edifício comunitário.
Estes valores concretizam-se no desenvolvimento económico e social e no equilíbrio ambiental e regional, únicos garantes de uma
repartição equilibrada do bem-estar entre os cidadãos.
A Europa, enquanto conjunto de povos conscientes de pertencerem a uma mesma entidade que abrange culturas análogas ou
complementares, existe já há séculos. No entanto, a consciência desta unidade fundamental, enquanto não deu origem a regras e a
instituições, não pôde evitar os conflitos entre os países europeus. Ainda hoje, alguns países que não fazem parte da União Europeia não
estão ao abrigo de tragédias terríveis.
Como qualquer obra humana desta envergadura, a integração da Europa não se constrói num dia, nem em algumas décadas: as lacunas são
ainda numerosas e as imperfeições evidentes. A construção iniciada imediatamente a seguir à II Guerra Mundial foi muito inovadora: o que
nos séculos ou milénios precedentes podia assemelhar-se a uma tentativa de união, foi na realidade o fruto de uma vitória de uns sobre os
outros. Estas construções não podiam durar, pois os vencidos só tinham uma aspiração: recuperar a sua autonomia.
Hoje ambicionamos algo completamente diferente: construir uma Europa que respeite a liberdade e a identidade de cada um dos povos
que a compõem, gerida em conjunto e aplicando o princípio segundo o qual apenas se deve fazer em comum o que pode ser mais bem
feito dessa forma. Só a união dos povos pode garantir à Europa o controlo do seu destino e a sua influência no mundo.
A União Europeia está atenta aos desejos dos cidadãos e coloca-se ao seu serviço. Conservando a sua especificidade, os seus hábitos e a sua
língua, todos os cidadãos se devem sentir em casa na "pátria europeia", onde podem circular livremente."

Uma ideia nova para a Europa : A declaração Schuman - 1950-2000

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Propostas de Trabalho
1.Em grupo, vai criar um jogo: O Trivial da Europa. A estrutura do jogo deverá ser semelhante ao jogo Trivial Pursuit, ou seja, classes de
perguntas, com respostas de escolha múltipla, estando apenas uma correcta.
O primeiro passo será criar pelo menos quatro grupos de perguntas. Os temas dos grupos de perguntas irão ser definidos na aula, com base
na investigação que irá ser desenvolvida. Para tal consulte os seguintes sites:
http://www.historiasiglo20.org/europortug/
http://www.netprof.pt/netprof/servlet/Dossiers?TemaID=NPL0206
http://ec.europa.eu/publications/booklets/eu_glance/12/txt_pt.htm
http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwhom0.inicio
http://www.aprendereuropa.pt/
http://europa.eu/index_pt.htm
http://www.digesto.gov.pt/ue/ue_desc.html
http://www.minerva.uevora.pt/aventuras/europa/
http://web.educom.pt/escolovar/europa.htm

Após terem sido definidos os grupos de perguntas, deverão elaborar as mesmas, com as respectivas respostas, criando igualmente os
cartões, as regras, tabuleiro e todos os demais elementos necessários para o jogo.
O jogo irá ser depois oferecido à escola, sendo mais um testemunho da vossa passagem pela mesma, e uma inspiração para os futuros
cursos EFA que irão decorrer nesta escola.

AS FEIRAS
“Afonso III, pela graça de Deus Rei de Portugal (…). Sabei
que eu mando que se faça 4 vezes no ano, e que no meio
de Junho se faça uma feira e a outra se faça no meio de
Setembro e a outra se faça no meio de Dezembro e a
outra feira no meio de Março. E mando que cada feira
dure 4 dias e eu dou garantia a todos que vierem a esta
feira por motivo vender ou comprar que desde o 9º dia
de antes de principiar a feira até 22 dias cumpridos, não
sejam penhorados por dívida alguma a não ser por dívida
de dinheiro feita na própria feira (…). Além disso
determino que todo aquele que fizer mal aos homens
que vierem a esta feira me pague 1000 morabitinos e
duplique aquilo que tiver filhado a seu dono. E naqueles
4 dias em que a feira durar não sejam feitas outras
vendas na vila de Guimarães, a não ser na feira (…). E
todos que vierem a esta feira paguem portagem (…) ”

Carta de feira de Guimarães, 1296

As feiras são uma das mais importantes instituições do período medieval em Portugal. Quase todas as feiras se realizavam em
épocas relacionadas com festas de Igreja e, no local onde se faziam, existia uma paz especial, a paz da feira, que proibia todos os actos de
hostilidade, sob penas severas em caso de transgressão.
A primeira menção duma feira portuguesa vem registada no Foral de Castelo Mendo de 1229 que se realizava três vezes no ano, durante
oito dias de cada vez. Todos os que a ela concorressem, tanto nacionais como estrangeiros, teriam segurança contra qualquer
responsabilidade civil ou criminal que pesasse sobre eles. Entre os privilégios que mais favoreceram o desenvolvimento das feiras

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portuguesas há que mencionar o que isentava os feirantes do pagamento de direitos fiscais, nomeadamente portagens, a que se dava o
nome de feiras francas.
A partir do reinado de D. Afonso III (1248-1279) multiplica-se o número das feiras e ampliam-se as garantias e os privilégios jurídicos
concedidos aos feirantes. O fomento do comércio interno por meio da instituição de feiras, teve como consequência o aumento
populacional de determinadas zonas pouco povoadas, para além de engrandecer os rendimentos da coroa. Durante o reinado de D. Dinis
(1279-1325) activa-se o impulso dado anteriormente. O Entre Douro e Minho, a Beira e até o Alentejo cobrem-se de feiras, nomeadamente
de feiras francas.
Apesar de todas as vicissitudes, algumas feiras tradicionais sobreviveram até aos nossos dias, como é o caso da feira de Espinho, às
segundas-feiras; da feira dos Carvalhos, às quartas; ou da feira da Senhora da Hora aos sábados.

Um dia de Feira
É um espectáculo pitoresco o de toda essa gente falando alto ou gritando, gesticulando (…). Espalhados pelo terreiro, muitos animais
para venda (…), couves, odres de vinho, ervilhas, tigelas de barro, potes de azeite, que vieram dos lados de Coimbra, (…) utensílios de
lavoura, calçado, panos de lã e de linho (…).
Nisto apareceram os jograis. Um deles traz à trela um urso que dançava ao som do pandeiro. De seguida, uma rapariga que exibe
alguns números de ginástica (…). Então, depois de prenderem o urso a uma estaca, a pequena canta, acompanhada à viola pelo
homem.
Junta-se muita gente em redor, que aplaude e lança aos jograis moedas.
Sanchez Albornoz, “Uma Cidade Hispano-Cristã há um Milénio”

2.Tendo em conta os critérios de evidência de CLC, crie um texto narrativo cuja personagem principal seja um feirante ou um agricultor que
vende os seus produtos na feira.
Em tempos, Fernando dirigia-se para a feira, local atraente onde vendia e escoava os produtos produzidos em terras
Resposta:
férteis. Nesse tempo, o povo vivia da terra, cultivava e colhia em abundância. As hortaliças tinham um sabor delicioso,
assim como a fruta, que de tanta, acabada por cair das árvores e os pequenos corriam em busca do melhor fruto.
Fernando, o agricultor da aldeia, nesse dia primaveril viajou no carro velhinho de tanto quilómetro percorrido para
escoar os produtos da terra. Contudo, num dos trajectos percorridos, abeirou-se do agricultor um desconhecido que
timidamente lhe pede alguma fruta para matar a fome. Em tempos, a fábrica que lhe dava o sustento havia fechado, e,
agora, não havia forma de obter o pão de cada dia.
Aquele desconhecido fez Fernando reflectir o quanto gostava da terra e em tudo o que está lhe oferecia com o suor do
seu rosto, nos privilégios que tinha por conseguir o seu sustento.
Perante aquele cenário, Fernando viu o quanto era feliz por conseguir ter os bens primários. A nostalgia perante o
mundo assolou o agricultor, que reparou como o mundo havia se transformado, os valores já não eram iguais, a
sociedade já não era solidária, cada humano vivia isoladamente, pensando simplesmente no seu bem-estar. E como se
sentia feliz por ter a sua família e poder ajudar os outros na caminhada difícil da vida.

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3.As feiras são, ainda hoje, espaços importantes na dinâmica de uma região. Distinga uma feira medieval (com base nos documentos
apresentados) de uma feira actual, tendo em conta os seguintes aspectos: Linguagem utilizada, tipo de transacções, funcionamento,
importância cultural e económica.

Resposta:
As feiras medievais eram locais de trocas de produtos onde, regularmente, vinham gentes com mercadorias, desde os arredores e vilas
mais próximas até a paragens distantes, pouco conhecidas, venderem os seus produtos. As feiras medievais realizavam-se, geralmente, de
ano a ano ou em determinados dias santos.
Durante a realização da feira e nos dias imediatamente anteriores e posteriores, faziam-se tréguas em conflitos que existissem e reforçava-
se a segurança do local e dos caminhos que os mercadores tinham de percorrer, o que prova a grande importância das feiras neste
período.
As feiras eram fontes de rendimento para os reis, que recebiam impostos dos mercadores. Mas, para desenvolverem o comércio e
atraírem mercadores, foram, também, criadas feiras francas, ou seja, isentas de impostos.
As feiras eram, também, pontos de encontro de gentes de muitos lados e estratos sociais, locais de convívio e diversão e, sobretudo, de
troca de ideias e notícias, funcionando como meio de intercâmbio cultural. Muitas vezes, era nas feiras que se obtinham notícias de amigos
e familiares mais afastados.
Hoje em dia, as feiras perderam muita da importância que lhes era atribuída no passado, fazendo passar uma mentalidade e costumes que
não são os da época medieval. Realizam-se, semanalmente, e tornaram-se locais de consumismo. Do passado permanece o carácter mais
comercial, ou seja, a componente de compra e venda de produtos, onde, muitas vezes, o pequeno agricultor escoa alguns dos seus
produtos, chegando a estar em mais do que uma ao mesmo tempo.
Contudo, e no sentido de se recriar os tempos medievais, os departamentos culturais de vários concelhos do país realizam feiras medievais.
Com a realização destas feiras conquistou-se um lugar importante no universo das diversas estratégias de divulgação cultural de que
dispomos actualmente. A maioria das pessoas interessa-se muito por estas feiras, o que é bom, porque mostra a curiosidade e interesse de

todos pelo passado. As feiras medievais têm constituído o ponto de honra, em qualquer cartaz de festas, em qualquer terra. A ideia original
parece boa, ou seja, dar a conhecer um pouco do nosso passado e, sobretudo, dar a conhecer como se vivia nessa época. Este evento
tornou-se numa moda corrente, não há terra que não tenha a sua Feira Medieval. É um evento que vive da força de vontade das autarquias

e da participação das instituições culturais locais.

Maria Tinoco

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