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2. ÁREAS COLONIZADAS
3. O SENTIDO
Prado conclui que a economia brasileira surgiu voltada para fora, atendendo
interesses exógenos, e seu povoamento só ocorreu para que o europeu pudesse
explorar comercialmente a terra em proveito próprio. Fomos constituídos para
fornecer açúcar, tabaco, ouro e diamantes. Toda a organização ou desorganização
da vida no Brasil se deu em função disso, para atender esses precípuos.
4. POVOAMENTO
5. POVOAMENTO INTERIOR
6. CORRENTES DE POVOAMENTO
7. AS RAÇAS
Prado associa a mistura de raças, na proporção em que se deu aqui, à
capacidade dos portugueses em se cruzar com outras raças.
O branco foram as únicas matrizes que possuíam uma heterogeneidade
histórica, e a princípio eram quase todos portugueses. Durante a união das coroas,
recebemos alguns espanhóis principalmente no sul. Porém, o critério principal de
seleção de colonos era a religião – dever-se-ia ser cristão, antes de português.
Assim, antes da abertura dos portos é quase nula a participação de não portugueses
na formação do nosso povo. Com a descoberta de ouro, as restrições voltariam, e
assim veio uma grande leva de Portugal que diluiu qualquer outra que já existisse
aqui. Prado divide em duas fases a emigração do reino. Na primeira, ela foi escassa,
vindo apenas os desgregados, que tinham poucos incentivos. Nesse momento a
Coroa estava preocupada com o comércio oriental. Destacamos o papel dos judeus,
que vieram em grande quantidade. O branco português quando vinha para cá, queria
cargos na administração ou se tornava profissional liberal, caso não pudesse ser
proprietário, ou simplesmente entrava para o comércio, o que aconteceu bastante.
Isso concentrou um grande número de brancos nas cidades. Na segunda fase de
emigração do reino, Portugal se encontrava em crise, e coincide com a descoberta
do ouro em Minas. Eles vieram em grandes correntes, o que forçou o governo
português a limitar a emigração. Portugal realizou a imigração por casais,
principalmente vindos de Açores, instalando-se no sul, em SC e RS, e no Pará.
Nessas áreas concentravam-se os brancos açorianos, que eram uma população rural
que vivia da agricultura.
A integração do negro em nossa sociedade apresentou características
próprias. Ele sempre imigrava sozinho, portanto havia bem menos mulheres negras,
e a mistura era desestimulada. Ele tinha contato mais próximo com o branco, e
sofria de forte preconceito social o mestiço dessa raça. Uma gota de sangue branco
faz um brasileiro ser branco, já para o americano, uma gota de sangue negro o faz
ser negro. Víamos portanto um almejamento das classes mais ricas. A variante
cafuza é escassa, e foi mais numerosa no sertão. O negro desceu ao sul com as
charqueadas.
O índio, diferentemente do negro, coabita e se amalgama com o branco. Na
América espanhola eles foram apenas parceiros nas guerras entre franceses e
ingleses – não se queria incorporá-los na civilização. O problema para os
colonizadores do norte, passadas as guerras, era como expulsá-los. Aqui ele foi um
elemento participante, trabalhador e povoador. Contudo, com o choque de
interesses entre o plano da Coroa e o que ocorria, a sua incorporação passou por
ocasionais dubiedades. As missões jesuíticas apresentavam um agravante. Elas não
atuam apenas como um instrumento da colonização, mas por vezes se opõe ao
objetivo da Coroa. Assim, viraram autômatos visceralmente dependentes dos
administradores das missões e daquele novo modo de vida. Prevemos que o sucesso
dos jesuítas teria sido a criação de uma nação totalmente diferente do que temos
hoje. Pombal foi quem introduziu as medidas que permitiriam essa introdução
sistemática. Ele aceitou a liberdade do índio, estimulou casamentos, colocou-os sob
a tutela de administradores, através do Diretório. Essas leis não serviriam para os
selvagens. Enfim, queria estender a todos a soberania da Coroa, e não deixar o
poder na mão dos padres, um Estado dentro do Estado. Isso favoreceu o incremento
do tráfico africano. No período pós-Pombal, os índios se equiparam aos outros
súditos e os desocupadas eram usados em obras e obrigados ao trabalho
remunerado. Enquanto isso, intensificaram-se os ataques no Pará, Maranhão,
Tocantins. Declarou-se guerra ao Botocudo Aimoré em 1808.
O quadro geral da população brasileira era o seguinte: A predominância de
mestiços era do cruzamento de brancos e negros. Apenas mais tarde o branco
desceria às camadas mais pobres. Com a abertura dos portos a afluência de brancos
aumenta, principalmente no Rio. Sempre havia novos influxos, menos de índios. No
NE, predomina o índio, também nas regiões cuja economia é extrativa e nas mais
pobres, bem como nas regiões onde havia missões.
8. ECONOMIA
9. GRANDE LAVOURA
Prado explica como até hoje não existem processos de cultura extensiva nas
regiões tropicais, sendo precariamente desenvolvidos. Só com a agricultura, a
colonização não teria entrado ao interior, visto que a grande lavoura só se fixou no
litoral, com exceção do algodão.
As condições tecnológicas em que se desenvolvia a agricultura eram
extremamente precárias, com baixíssima produtividade, com um aperfeiçoamento
técnico quase nulo e utilizando processos bárbaros e destrutivos. Um sério
agravante foi a separação da agricultura da pecuária, privando o solo do adubo.
Reinava um desconhecimento das novas técnicas utilizadas pelo mundo, derivado
do próprio sistema que apartava a colônia do mundo e era baseado no trabalho
escravo, que quem não se poderia esperar muito. Além disso, usavam a força do
homem ou do animal, mas não hidráulica. Os jesuítas tiveram uma economia rural
menos elementar e rudimentar. O consumo indiscriminado de lenha levou a
devastação das florestas, causando o abandono de engenhos, semeando desertos.
Foi praticamente uma “agricultura extrativa”. Graças à fertilidade do massapé foi
possível manter a produção de açúcar.
Exportava-se a aguardente, que era produzido nas engenhocas, exportava-se
para a África. O engenho de açúcar era um mundo em miniatura. No RJ, foi
produzido nos Campos dos Goitacases. Também foi cultivado em SP, que se tornou
grande produtor no planalto. As regiões da BA e PE renascem depois do ciclo do
ouro. O contexto era o seguinte: Com o colapso de São Domingos em 1792, caiu a
oferta de mercado do açúcar. Além do mais, com o renascimento comercial e o
incremento das relações comerciais no mundo e com a neutralidade de Portugal nas
guerras da Europa, deslocou-se o eixo econômico novamente para o litoral. Soma-
se isso à decadência do sertão nordestino que com a seca perdeu mercado para o
RS.
Com a Revolução Industrial o algodão ganhou extrema importância na
indústria têxtil inglesa. Isso valorizou os produtos das colônias e aumentou sua
importância. O Brasil inteiro foi atingido pelo boom do algodão, que podia ser
cultivado por lavradores modestos, que facilitava o rápido desenvolvimento,
especialmente do Maranhão. Foi criada a Companhia Geral de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão. O interior tinha condições naturais de cultivo e mão de obra
abundante, por isso foi cultivado no sertão de Minas, na região de Minas Novas e na
Bahia, em situação precária. Em seguida, a produção Maranhense foi superada por
PE e BA. Na PB, o algodão superou a cana. A América era o maior produtor
moderno e maior concorrente nosso. Nossa posição no mercado internacional caiu
com a concorrência dos americanos, cuja produção não conseguíamos acompanhar.
O tabaco foi cultivado no litoral paulista, no ES, no Recôncavo Baiano e no
sul de Minas, que foi o maior produtor do centro-sul. O tabaco só perdeu o segundo
lugar para o algodão no fim do século XVIII. Com a proibição do trafico de
escravos acima da linha do Equador, o tráfico baiano, dependente de Guiné, ficou
prejudicado. A lavoura de tabaco precisava de grandes cuidados e podia ser
cultivada por trabalhadores modestos. O centro mais importante foi Cachoeira na
Bahia.
O cacau também foi um produto importante, surgindo no Pará e depois no
MA. Depois, a Bahia se tornaria o maior produtor dele.
O anil era discriminado por ser de qualidade muito inferior do que o
estrangeiro. Concorria diretamente com a Índia, que era estimulada pela Inglaterra.
Seu principal centro foi o RJ.
11. MINERAÇÃO
12. PECUÁRIA
13. EXTRATIVISMO
15. COMÉRCIO