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Livro IV, Parte III - Magia em Teoria e Prática

Introdução

Definição, Postulado e Teoremas

(Aleister Crowley)

I. Definição

MAGIA é a Ciência e a Arte de causar Mudanças de acordo com a


Vontade.

II. Postulado

Qualquer mudança pode ter efeito através da aplicação do tipo e grau de


força apropriados, da maneira apropriada, através do meio apropriado ao
objeto apropriado.

III. Teoremas

1. Todo ato intencional é um Ato Mágico.

2. Todo ato bem sucedido obedeceu ao postulado.

3. Todo fracasso prova que um ou mais dos requisitos do


postulado não foram preenchidos.

4. O primeiro requisito para se causar qualquer mudança é


preenchido através do entendimento qualitativo e quantitativo
das condições.

5. O segundo requisito para se causar qualquer mudança é a


habilidade prática de direcionar corretamente as forças
necessárias.

6. "Todo homem e toda mulher é uma estrela".

7. Todo homem e toda mulher têm um curso, dependendo


parcialmente de si próprios e parcialmente do ambiente,
curso esse que é natural e necessário para cada um.
Qualquer pessoa que seja forçada para fora de seu próprio
curso, quer através do não entendimento de si própria, ou
por meio de oposição externa, entra em conflito com a ordem
do universo e, assim, sofre.

8. Um homem cuja vontade consciente esteja em choque


com a Verdadeira Vontade está desperdiçando sua força. Ele
não pode esperar influenciar o seu ambiente eficientemente.

9. Um homem que esteja realizando a sua Verdadeira


Vontade tem a inércia do Universo a lhe assistir.

10. A Natureza é um fenômeno contínuo, apesar de nós não


sabermos, em todos os casos, como as coisas são
conectadas.

11. A Ciência nos capacita a tomar vantagem da


continuidade da Natureza, pela aplicação empírica de certos
princípios, cuja interação envolve diferentes ordens de idéias,
conectadas entre si de uma maneira além de nossa atual
compreensão.

12. O homem é ignorante da natureza de seu próprio ser e


poderes. Mesmo a idéia que ele próprio tem sobre suas
limitações é baseada na experiência passada, e, em seu
progresso, todo passo estende seu império. Não há,
portanto, razão alguma para que se assinalem limites
teóricos para o que ele possa ser, ou para o que ele possa
fazer.

13. Todo homem está mais ou menos ciente de que sua


individualidade compreende diversas ordens de existência,
mesmo quando ele acredita que seus princípios mais sutis
são meramente sintomas de mudanças ocorridas no seu
veículo grosseiro. Pode-se assumir que uma ordem similar
seja estendida a toda a natureza.

14. O homem é capaz de ser e de usar tudo aquilo que ele


percebe, pois tudo o que ele percebe é, de um certo modo,
uma parte do seu ser. Ele pode, assim, subjugar todo o
Universo do qual ele esteja consciente à sua Vontade
individual.
15. Toda força no Universo é capaz de ser transformada em
qualquer outro tipo de força, através do uso dos meios
adequados. Há, portanto, um suprimento inexaurível de
qualquer tipo particular de força de que venhamos precisar.

16. A aplicação de qualquer força afeta todas as ordens de


existência que há no objeto ao qual é aplicada, quaisquer
dessas ordens sejam diretamente afetadas.

17. Um homem pode aprender a usar qualquer força de


modo a servir a qualquer propósito, tirando vantagem dos
teoremas acima.

18. Ele pode atrair a si mesmo qualquer força do Universo,


tornando-se um receptáculo apropriado a ela, estabelecendo
uma conexão com ela e arranjando condições tais que a
natureza dela a compila a fluir até ele.

19. O senso do homem acerca de si próprio, como separado


de, e oposto a, o Universo, é uma barreira para que ele
conduza as correntes universais. Isto o deixa ilhado.

20. O homem somente pode atrair e empregar as forças para


as quais ele esteja realmente preparado.

21. Não há limites para o número de relações de qualquer


homem com o Universo em essência; pois, tão logo o
homem se torne uno com qualquer idéia, os meios de
medida deixam de existir. Mas o seu poder para utilizar essa
força é limitado por sua força e capacidade mentais, bem
como pelas circunstâncias de sua condição humana.

22. Todo indivíduo é essencialmente suficiente para si


mesmo. Mas ele é insatisfatório para si mesmo, até que
estabeleça a sua relação correta com o Universo.

23. Magia é a Ciência de entender-se a si próprio e suas


condições. É a Arte de aplicar este entendimento à ação.

24. Todo homem tem o direito incontestável de ser o que é,


25. Todo homem deve fazer Magia cada vez que ele age, ou
mesmo pensa, posto que um pensamento é um ato interno,
cuja influência acaba afetando a ação, mesmo que não seja
assim naquele momento.

26. Todo homem tem um direito, o direito à auto-


preservação, a completar-se ao máximo.

27. Todo homem deveria fazer da Magia a chave mestra da


sua vida. Deveria aprender suas leis e viver por elas.

28. Todo homem tem o direito de preencher a sua própria


vontade sem ter medo de que isto possa vir a interferir com a
vontade dos outros; pois se ele estiver em seu próprio lugar,
será culpa dos outros, se interferirem com ele.

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