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1 - ANISTIA

1.1. CONCEITO

A Anistia "significa o esquecimento de certas infrações penal". (Delmanto, p. 165).


"Como se exprime Aurélio Leal: O fim da anistia é o esquecimento do fato ou dos fatos
criminosos que o poder público teve dificuldades de punir ou achou prudente não punir.
Juridicamente os fatos deixam de existir; o parlamento possa uma esponja sobre eles. Só
a história os recolhe".(Noronha, p. 400).

1.2 – Aplicação nos crimes: Aplica-se, em regra, a crimes políticos, tendo por objetivo
apaziguar paixões coletivas perturbadoras da ordem e da tranqüilidade social;
entretanto, tem lugar também nos crimes militares, eleitorais, contra a organização do
trabalho e alguns outros. (Noronha, p. 400).

1.3 – Momento de requerer anistia: Ela é cabível a qualquer momento: antes ou


depois do processo e mesmo depois da condenação.

1.4 – Poder de concessão: É uma lei, portanto, é concedida pelo congresso nacional.

1.5 – Irrevogabilidade: De conformidade com o Art. 5º, XXXVI e XL, da Constituição


Federal, após concedida a anistia, não pode ser revogada.

1.6 – Abrangência: Ela possui caráter da generalidade, não abrangendo pessoas e sim
fatos, atingindo um maior número de beneficiados.

1.7 – Efeitos da Anistia: a anistia tem a finalidade primordial de fazer-se olvidar o


crime e extinguir a punibilidade, fazendo desaparecer suas conseqüências penais, como
por exemplo, afastar a reincidência. Não faz desaparecer os efeitos Civis.

De acordo com o Art. 96, parágrafo único, CP, extinta a punibilidade, pela anistia,
por exemplo, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
2 – GRAÇA

1.1. CONCEITO: A graça é espécie da indulgência principis de ordem individual, pois


só alcança determinada pessoa.

1.2 – Aplicação nos crimes: A graça, forma de clemência soberana, destina-se a pessoa
determinada e não a fato, sendo semelhante ao indulto individual. (Mirabete, p. 366). É
tanto que a Lei de Execução Penal passou a tratá-la como indulto individual e regula a
aplicação do indulto através do Art. 188 a 193.
1.3 – Momento de requerer graça: após condenação transitada em julgado, mas, na
prática, têm sido concedida, mesmo antes da condenação tornar-se irrecorrível.
(Delmanto, p. 165).

1.4 – Poder de concessão: só pode ser concedido pelo Presidente da República, mas ele
pode delegar a atribuição a Ministro de Estado ou outras autoridades, não sendo
necessário pedido dos interessados, nos termos do Art. 84, inciso XII, parágrafo único,
da CF.

1.6 – Abrangência: ordem individual, pois só alcança determinada pessoa.

1.7 – Efeitos da GRAÇA: Segundo Damásio de Jesus, a graça e o indulto "somente


extinguem a punibilidade, substituindo o crime, a condenação irrecorrível e seus efeitos
secundários (sobre o caso de indulto ser concedido antes do trânsito em julgado da
sentença notória). Assim, vindo o sujeito agradecido ou indultado a cometer novo
crime, será considerado reincidente". (Jesus, p. 606). Desse modo, "extinguem-se
somente as sanções mencionadas nos respectivos decretos, permanecendo os demais
efeitos da sentença condenatória, sejam penais ou civis". (Mirabete, p. 367).

Portanto, a graça e o indulto excluem apenas a punibilidade e não o crime. Além


disso, não afastam a reincidência, se já houve sentença com trânsito em julgado.
3 – INDULTO:

1.1. CONCEITO: O indulto é medida de caráter coletivo.

1.2 – Aplicação nos crimes: Abrange sempre um grupo de sentenciados e normalmente


inclui os beneficiários tendo em vista a duração das penas que lhe foram aplicadas,
embora se exijam certos requisitos subjetivos (primariedade, etc.) e objetivos
(cumprimento de parte da pena, exclusão dos autores da prática de algumas espécies de
crimes, etc.)"(Mirabete, p. 367)

1.3 – Momento de requerer o indulto: após condenação transitada em julgado, mas,


na prática, têm sido concedidos indultos, mesmo antes da condenação tornar-se
irrecorrível.(Delmanto, p. 165).

1.4 – Poder de concessão: só pode ser concedido pelo Presidente da República, mas ele
pode delegar a atribuição a Ministro de Estado ou outras autoridades, não sendo
necessário pedido dos interessados, nos termos do Art. 84, inciso XII, parágrafo único,
da CF.

1.5 – Abrangência: O indulto coletivo abrange sempre um grupo de sentenciados e


normalmente inclui os beneficiários tendo em vista a duração das penas que lhe foram
aplicadas, embora se exijam certos requisitos subjetivos (primariedade, etc.) e objetivos
(cumprimento de parte da pena, exclusão dos autores da prática de algumas espécies de
crimes, etc.) “(Mirabete, p. 367)

1.6 – Efeitos da GRAÇA: Segundo Damásio de Jesus, a graça e o indulto "somente


extinguem a punibilidade, substituindo o crime, a condenação irrecorrível e seus efeitos
secundários (sobre o caso de indulto ser concedido antes do trânsito em julgado da
sentença notória). Assim, vindo o sujeito agradecido ou indultado a cometer novo
crime, será considerado reincidente". (Jesus, p. 606). Desse modo, "extinguem-se
somente as sanções mencionadas nos respectivos decretos, permanecendo os demais
efeitos da sentença condenatória, sejam penais ou civis". (Mirabete, p. 367).
Portanto, a graça e o indulto excluem apenas a punibilidade e não o crime. Além
disso, não afastam a reincidência, se já houve sentença com trânsito em julgado.

2 - DIFERENÇAS ENTRE A ANISTIA, GRAÇA E O INDULTO

Damásio de Jesus deixa bem clara a diferença entre estes institutos como pode ser
comprovado a seguir:

a) A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a


punibilidade; a graça e o indulto apenas extingue a punibilidade, podendo ser parciais;

b) A anistia, em regra, atinge crimes políticos; a graça e o indulto, crimes comuns;

c) A anistia pode ser concedida pelo poder legislativo; a graça e o indulto são de
competência exclusiva do Presidente da República;

d) A anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois da condenação


irrecorrível; a graça e o indulto pressupões o trânsito em julgado da sentença
condenatória". (Jesus, p. 605).

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