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Parnasianismo

O Parnasianismo surgiu na França em oposição às escolas literárias Realismo e Naturalismo, opondo-se à


prosa, já que foi um movimento essencialmente poético.

A escola teve influência da doutrina “arte pela arte” apresentada por Théophile Gautier, poeta e crítico
literário francês, ainda no período do Romantismo.
A teoria da “arte pela arte” ressalta o belo e o refinamento através da autonomia da arte alheia à realidade.

O nome da escola vem do termo grego “Parnassus”, o qual indica o lugar mitológico onde as musas
moravam.

A denominação da escola literária se deve também à primeira publicação parnasiana, intitulada “Le
parnasse contemporain”, a qual apresenta as seguintes características: linguagem descritiva, formas
clássicas (rima, métrica), indiferença. Os fundamentos parnasianos retomaram a perfeição formal almejada
pela Antiguidade clássica.

As características do Parnasianismo são completamente opostas às realistas-naturalistas. Vejamos:

Arte pela arte: sem influências da realidade nas formas ou conteúdos.

Objetividade: em oposição ao sentimentalismo exacerbado.

Culto da forma: ao contrário do descuido formal dos românticos.

Impessoalidade: negação ao sentimentalismo romântico.

Racionalismo: surge a poesia de meditação, filosófica.

Visão carnal do amor: em oposição à visão espiritual dos românticos. Vênus é citada como modelo de
mulher.

Além dos aspectos expostos acima, podemos citar o universalismo temático, o qual generaliza a temática,
aborda temas universais em oposição ao individualismo dos romancistas.

Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira abandonou o sentimentalismo dos românticos e
percorreu novos caminhos.

Na prosa, surgiu o Realismo/Naturalismo e na poesia, o Parnasianismo e Simbolismo.

Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos românticos (linguagem simples,
emprego da sintaxe e vocabulário brasileiros, sentimentalismo, etc) esconderam as verdadeiras qualidades
da poesia. Então, propuseram uma literatura mais objetiva, com um vocabulário elaborado (às vezes,
incompreensível por ser tão culto), racionalista e voltada para temas universais.

A inspiração nos modelos clássicos, ajudaria a combater as emoções e fantasias exageradas dos
românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.

Desde a década de 1870, as idéias parnasianas já estavam sendo divulgadas.


No final dessa década, o jornal carioca “Diário do Rio de Janeiro” publicou uma polêmica em versos que
ficou conhecida como “Batalha do Parnaso”. De um lado, os adeptos do Realismo e Parnasianismo, e, de
outro os seguidores do Romantismo.

Como conseqüência, as idéias parnasianas e realistas foram amplamente divulgadas nos meios artísticos e
intelectuais do país.

O marco inicial do Parnasianismo brasileiro foi em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias.

PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS

- OLAVO BILAC (16/12/1865 – 28/12/1918)


Tentou estudar medicina e advocacia, porém abandonou as duas carreiras por gostar mais de artes plásticas.

Além de poesias, ele também escreveu crônicas e comentários, inicialmente publicados em jornais e
revistas.

Foi inspetor escolar, secretário da Liga de Defesa Nacional, jornalista, tomou parte na fundação da
Academia de Letras e foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Trabalhou muito pelo ensino cívico e pela defesa do país.

Expressou seu mundo interior através de uma poesia lírica, amorosa e sensual, abandonando o tom
comedido do Parnasianismo.

Olavo Bilac criou uma linguagem pessoal e comunicativa, não ficando limitado às idéias parnasianas.

Por causa disso, ele é considerado um dos mais populares escritores de sua época.

Escreveu: “A sesta de Nero”, “O incêndio de Roma”, “O Caçador de Esmeraldas” “Panóplias”, “Via


Láctea”, “Sarças de fogo”, “As viagens”, “Alma inquieta”, “Tarde” (publicada após a sua morte, em 1919),
etc.

- ALBERTO DE OLIVEIRA (1857 – 1937)


Um dos mais típicos poetas parnasianos.

Suas poesias se caracterizam por um grande preciosismo vocabular. Possui características românticas,
porém é mais contido e não tão sentimental como os românticos.

Obras: “Canções Românticas”, “Meridionais”, “Sonetos e Poemas”, “Versos e Rimas”.

- RAIMUNDO CORREIA (1860 – 1911)


A visão negativa e subjetiva que tinha do mundo deu um certo tom filosófico à sua poesia, embora apenas
superficialmente.

Poemas:” Plenilúnio”, “Banzo”, “A cavalgada”, “Plena Nudez”, “As pombas”.

Livros: “Primeiros Sonhos”, “Sinfonias”, “Versos e Versões”, “Aleluias”, “Poesias”.

- VICENTE DE CARVALHO (1866 – 1924)


Apesar do rigor com a forma, ele não possui características parnasianas, pois não abandonou a expressão
lírica e sentimental do romantismo.

Obras: “Ardentias”, “Relicário”, “Rosa, rosa de amor”, “Poemas e canções”.

Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formavam a “Tríade Parnasiana”.


CARACTERÍSTICAS DO PARNASIANISMO

- Preocupação formal
- Comparação da poesia com as artes plásticas, principalmente com a escultura
- Referências a elementos da mitologia grega e latina
- Preferência por temas descritivos (cenas históricas, paisagens)
- Enfoque sensual da mulher (davam ênfase na descrição de suas características físicas)
- Habilidade na criação dos versos
- Vocabulário culto
- Objetivismo
- Universalismo
- Apego à tradição clássica

Introdução 

A Parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do século XIX e se
desenvolveu na literatura européia, chegando ao Brasil. Esta escola literária foi uma oposição ao
romantismo, pois representou a valorização da ciência e do positivismo. 

O nome parnasianismo surgiu na França e deriva do termo "Parnaso", que na mitologia grega era o monte
do deus Apólo e das musas da poesia. Na França, os poetas parnasianos que mais se destacaram foram:
Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.

Características do Parnasianismo

- Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor  parnasiano trata os temas baseando na
realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;

- Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;

- Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e, portanto, deve
ser perfeita do ponto de vista estético;

- O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as
rimas esteticamente ricas;

- Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;

- Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;

- Preferência pelos sonetos;

- Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;

- Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.

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