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Como banqueiro iniciou sua atividades em 1851, quando fundou, na cidade do Rio de
Janeiro, o Banco do Brasil. No entanto, ao perceber que a organização fugia dos
objetivos para os quais fora criada, isto é, servir a nação, Irineo recusou o cargo de
diretor e tratou de fundar seu próprio estabelecimento – a Casa Mauá Mac Gregor & Cia,
que começou a operar em 1854 com grande acolhida do comércio e com filiais em várias
capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu.. Nesta
época, Irineo era o maior empresário e um dos maiores financistas do Império.
Em 1852, Irineo negociou com o governo imperial a concessão para a construção da primeira
estrada de ferro do Brasil.
Em 1875, o Visconde tentou junto ao Banco do Brasil um empréstimo para saldar suas dívidas,
porém só conseguiu uma moratória de 3 anos. Começa a enfrentar dificuldades financeiras e em
1878 decreta falência. Em 1884 consegue a sua reabilitação comercial, após pagar as dívidas.
Mauá morrera a 21 de outubro de 1889, aos 75 anos, de diabetes, menos de um mês antes da queda do Império para cujo
desenvolvimento, no terreno dos transportes, tanto havia trabalhado e sofrido. Seus despojos mortais foram levados de
Petrópolis para o Rio de Janeiro e assim, "na sua última viagem, num trem da The Rio de Janeiro & Nortern Railway, o corpo
do Visconde de Mauá atravessa, frio e inerte, a estrada de ferro à qual, nos ardentes dias de entusiasmo industrial, ele dera
a vida". Foi enterrado no cemitério da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco, no Catumbi.
Apesar da insuficiência de recursos e incompreensão dos homens, Mauá deixou aos brasileiros um forte exemplo de
determinação, de espírito empreendedor e de confiança em nosso país.
No princípio da Av. Barão do Rio Branco, esquina da Rua Piabanha, bem em frente à Praça da Confluência está situado o
palacete que pertenceu ao Barão de Mauá.
No século XIX, em matéria de arquitetura, o Brasil ocupou uma posição de vanguarda. Arquitetos brasileiros foram chamados
para desenhar grandes obras em outros países
A vinda da família real de Portugal para o Brasil, no início do mesmo século, introduziu uma mudança sensível nos usos e
costumes da vida da colônia. A vinda de uma missão composta por pintores, escultores e arquitetos franceses, no ano de
1816, determinou uma nova alteração nos rumos da arquitetura brasileira. A partir de então, todas as construções locais
deveriam observar rigorosamente os padrões vigentes na França, considerado o maior centro da civilização ocidental.
O estilo neoclássico veio romper a linha contínua da influência portuguesa sobre a arquitetura colonial, estimulando a
melhoria das técnicas de construção e adoção de materiais adequados aos diversos tipos de obras.
O palacete de Mauá seguiu o estilo da época. Até hoje conserva suas linhas neoclássicas, sóbrias, com seus telhados
escondidos por beiras de alvenaria, janelas e portas no mesmo estilo usado na época do II Império. Encrustado em meio à
densa floresta tem à sua volta belo jardim gramado, com algumas espécies de raras palmeiras e árvores frutíferas. A
propriedade é toda murada de alvenaria e gradís de ferro, vindos do estaleiro do próprio Mauá.
O prédio acabou sendo empregado no pagamento de parte da dívida dos credores, quando da falência de Mauá em 1878.
Devido a estes problemas financeiros, a casa de Petrópolis foi vendida ao Sr. Alberto de Faria, sogro do pensador católico,
Alceu de Amoroso Lima, o Tristão de Athayde, que passou longas temporadas na residência.
Na década de 1950/60, Vinícius de Moraes, na ocasião casado com a Sra. Lucinha Proença, descendente de Alberto de Faria,
também veraneou no antigo palacete de Mauá. Aí compôs “Pobre Menina Rica” em parceria com Carlos Lira, como também
“Apelo”.
As dependências do palácio são claras, espaçosas, arejadas, com uma linda vista para a mata, e da sua sala principal, de
entrada, descortina-se as montanhas do Caxambu e Morin, além de se ter uma bela visão da torre da Catedral. Nesse
mesmo salão, encontra-se uma mesa que tem sobre seu tampo uma pintura sobre porcelana representando Luiz XVI cercado
de damas de côrte, poltronas e cadeiras, adquiridas num castelo francês –móveis do século XVIII. A casa sofreu várias
reformas. Seus tetos pintados a óleo se perderam e foram substituídos por madeiras de lei. Os banheiros tem pias inglesas.
A sala de recepção é aberta ao público de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana e feriados, podem ser visitados
também o átrio e a sala de reuniões.